Há coisas que não se
dizem, dependem do contexto em que são ditas e esse contexto, como tudo, muda
com o tempo.
É recorrente dizer-se
que o povo, qualquer povo, tem memória
curta embora existam coisas que não convém esquecer. Uma delas, é o memorando
assinado pelo Governo de então formado pelo PS-PSD (Agosto de 1983) com o FMI. Daqui
resultou um aumento de impostos, desvalorização da moeda, congelamento do
crédito e dos salários e consequente aumento do desemprego…
Quer se goste ou não da
figura de Mário Soares, perante a vaga de greves que hoje assolam o país, uma
qualidade tem que se lhe reconhecer, ele mantém-se sempre actual. Senão vejamos,
em 1 de Junho de 1984, ele declarava na RTP a propósito das greves: A CGTP concentra-se em reivindicações
políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende
representar.
Embora rejeite qualquer
cariz político para este blogue não posso ficar indiferente aquela gente que se
deslocou, por vezes de bem longe, ao serviço público que devia abrir-lhe as
portas e que efectivamente as fechou. Há outras formas de reivindicar os mesmos
direitos que são comuns às forças armadas, professores, função pública,
técnicos de saúde, etc. Todos estão mal pagos, todos merecem uma actualização de
salários e descongelamento de carreiras. Como diria alguém cá por casa, “isto é
uma bola de neve” que não tem uma solução justa.
O mal é ler, ver
televisão e pensar…
Há dias assim.
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