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domingo, 31 de janeiro de 2021
DIÁRIO DE UM CÃO
Hoje foi um dia mau. Sinto-o no cheiro. Sim
porque de cheiros percebo eu. Quando o dono mostra os dentes naquilo a que os
humanos chamam de sorriso fico sempre apreensivo. Não sei se aquele esgar é um
sorriso ou se ele vai morder alguém que esteja próximo. Nós, os cães só
mostramos os dentes para ameaçar e, em casos extremos, podemos mesmo morder.
sábado, 30 de janeiro de 2021
A VIDA CORRE AO SEU RITMO
Quando se é
novo parece que a vida anda tão devagar que até desespera. Nunca mais se chega onde
se quer chegar…
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
AS VERDADES SÃO PARA SE DIZER
Há verdades que não se dizem, isto é, nem todas
as verdades são para se dizer. Se há coisas que devem ser ditas, outras são
para guardar. Há tantas coisas que calámos por não se achar oportuno e mais
tarde reconhecemos que a oportunidade já passou?!
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
AMAR MÃO É FÁCIL
Só quem já amou, e o mal atinge toda a gente, sabe que amar não é fácil e é tanto mais difícil conseguir ser amado na mesma medida em que se ama. De facto, cada um tem a sua forma muito própria de amar e demonstrar as suas emoções e sentimentos. Maria Bethânia interpreta magistralmente um poema sobre o assunto na canção Um jeito meio estúpido de te amar. Vale a pena ouvir.
O jeito de amar, depende de muitos fatores como dos fantasmas e outras vivências que se foram acumulando ao longo da vida. Também a forma de exprimir essa forma de amar varia de indivíduo para indivíduo. Os mais tímidos, nunca encontram a palavra certa para dizer tudo o que sentem enquanto outros encontram com facilidade uma palavra que diz tudo o que sentem.
Enfim, amar não é fácil, não existem “receitas” também, se fosse fácil, não havia tanto desgosto de amor…
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
AMOR E PAIXÃO
Vários cientistas já alertaram
para a confusão do uso indiscriminado dos termos “amor” e “paixão” usados
muitas vezes para designar o mesmo sentimento quando se trata de emoções completamente
diferentes. Enquanto que a paixão tem uma curta duração embora arrebatadora o
amor é geralmente mais calmo e prolonga-se por toda a vida embora assuma
diferentes formas conforme a idade.
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
OS DESEJOS CONFORNE AS FASES DA VIDA
Ainda existe nos nossos dias o velho costume
fazer um desejo por altura de qualquer aniversário, passagem de ano ou outro
evento festivo socialmente instituído. Em qualquer destes acontecimentos é
suposto formular um ou mais desejos.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
NÃO FALTAM MOTIVOS
Há dias em que simplesmente
apetece. Ou é de mim, ou é do tempo ou porque sim,… agora ando mais chorão. Isso
acontece com uma ajudinha das televisões quando assisto a certos filmes. Qualquer
pretexto serve para desencadear essa vontade reprimida que chega de não sei
onde e que às vezes nem eu sei. Uma música, um cheiro, um texto, uma saudade ou
de um momento, tudo serve para chorar.
domingo, 24 de janeiro de 2021
UMA VOZ NO ESCURO
Existem muitas formas de comunicar como,
linguagem corporal, linguagem gestual ou linguagem oral sendo esta última a forma
preferida para comunicar entre pessoas. Este tipo de linguagem é cada vez mais evidente
quando se pretende comunicar os nossos desejos e vontades no que toca ao envolvimento pessoal
e social.
sábado, 23 de janeiro de 2021
ATÉ QUE A VOZ ME DOA...
Desde criança que estamos habituados a pôr e a dispor
desse importante aparelho fonador cuja falta só se sente quando, por qualquer
motivo, ela falha obrigando ao recurso da linguagem gestual com mais ou menos técnica.
Apesar do muito que já foi dito sobre a importância fundamental da voz para
sentir como ela é importante, basta imaginar o que seria se por qualquer razão
ficasse afónico…!
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
SONHAR É FÁCIL...
Por qualquer motivo agora dou mais atenção ao
que me rodeia. Vejo gente com diferentes limitações físicas, uns pensam que
vieram para ficar e nem olham para o lado, outros com uma só perna ou porque a
outra foi engessada ou em caso extremo amputada mas continuam a deslocar-se a
este espaço. Existem também os que sem um braço adaptam-se à sua condição e
finalmente há os que apesar de parecerem completamente “normais” teimam em disfarçar
as suas limitações… É claro que uns despertam mais atenção do que outros. A
vida é assim, uma espécie de batalha em que há vencedores e vencidos mas afeta toda
a gente, mesmo aqueles que pensam não participar nessa batalha. Não importa se
a limitação é fisicamente ou mental. Vendo bem, toda a gente é portadora de qualquer
“deficiência” que tenta a todo custo camuflar mas que se revela quando se
pretende executar qualquer tarefa condicionando de algum modo a própria existência.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
NO TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM
Não, não é
uma fábula nem mais uma narrativa muito conhecida e fastidiosa na medida em que
já se ouviu contar numa outra época.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
UM VAZIO CHAMADO TRISTEZA
Hoje o dia amanheceu tristonho mergulhado naquela
chuva miudinha que mal se vê mas que penetra até aos ossos, a chamada chuva
molha tolos. Realmente, só um tolo se aventurava a sair à rua sem
guarda-chuva num dia assim apesar de a chuva parecer inofensiva. É triste que
seja verdade mas efetivamente só se alcança o verdadeiro sentido da vida
através do sofrimento e da tristeza… É uma aprendizagem gradual que se vai construindo
ao longo dos anos embora nunca se aprenda…
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
AFINAL DE QUEM É A CULPA?
Geralmente, a culpa não é de ninguém, isto é, ninguém
a quer. Por isso se diz que a culpa morre solteira… Há sempre uma desculpa para
qualquer falha decorrente de qualquer ato da nossa inteira responsabilidade. Se
chegamos atrasados, a culpa é de quem chegou mais cedo. Se faltamos a qualquer
evento, a culpa é de quem não avisou e por aí adiante. Se há pessoas que
assumem corajosamente os seus erros, outras há com a estranha mania de sacudir
a própria culpa para outra pessoa. São pessoas que nunca assumem totalmente a responsabilidade
dos seus atos.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
UMA VIAGEM DE COMBOIO
Desde muito cedo que manifesto um certo fetiche
por comboios. Adorava imaginar que os lápis eram comboios que se deslocavam nos
sulcos existentes junto em cada janela para escoar a água da chuva. Imaginava todas
aquelas manobras que via executar nas principais estações. Já lá vai algum
tempo depois em que fui forçado a deslocar-me a Lisboa. A escolha do meio de
transporte recaiu, como era de esperar no comboio, mais concretamente no Alfa
Pendular. O que poderia ter sido uma viagem vulgar e confortável do Porto até Lisboa,
revelou-se uma má escolha. Optar pela carruagem “conforto”, não significa necessariamente
que se viagem com mais conforto. A maior parte da viagem foi sujeita a uma desagradável
trepidação acompanhada dum balançar constante da carruagem.
domingo, 17 de janeiro de 2021
COMO SOBREVIVER À PANDEMIA
Amanheceu domingo assim
como podia ter amanhecido outro dia qualquer ou então, pior ainda, podia ter amanhecido…
em pleno confinamento. A internet e as redes sociais estão cheias de dicas destinadas
para sobreviver a mais um domingo de sol, um dia destinado ao descanso mas que acaba
por ser aproveitado para a diversão, cada um à sua maneira e de acordo com as
respetivas “posses”. Apesar muitas dessas dicas, não encontrei sequer uma que se
referisse à importância da luz do sol. É verdade que muitos animais não conseguem
sobreviver na ausência de luz enquanto que outros, como algumas plantas, conseguem
sobreviver mesmo na ausência de luz solar. Porém, para a maioria dos seres
vivos, o sol é um fator muito importante.
ONDE COLOCAR O LIXO?
Há cicatrizes que pela sua forma e dimensões
tornam-se visíveis mas, com o passar do tempo, já não provocam dor. O tempo encarrega-se
de curá-las embora deixem marcas enquanto que outras, mais dolorosas, não se veem
nem deixam marcas exteriores embora permaneçam lá por toda a vida… Qualquer
agressão, seja ela qual for, acaba por deixar marcas mais ou menos visíveis.
Aliás, muitos dos artefactos elaborados por mão humana acabam por cair sobre o nosso
planeta, geralmente no mar, perante a indiferença popular. Com efeito, esses
objetos tornaram-se banais e já não assustam ninguém,… Felizmente a grande maioria
cai no mar não originando nenhuma cratera… Coitados dos peixes!
sábado, 16 de janeiro de 2021
MUDAR DE OPINIÃO
Sempre ouvi dizer que só os burros não mudam. Com
esta frase, quem a inventou não pretendia ofender o simpático animal… É normal
que perante um novo contexto a opinião mude sobre qualquer assunto. Desde que
não prejudique ninguém, todos têm direito a mudar seja do que for.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
PARA SER BOM OUVINTE
Não sei se já era ou se ganhei a capacidade por
força das circunstâncias, pondero mais o que digo antes de expressar aquilo que
penso, para isso bastava papel e lápis!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
ÀS VEZES DÁ JEITO
TENHO UM LIVRO DE CASTIGO
Coisa rara é o facto de ter um livro à
cabeceira há vários dias meio lido, meio em repouso. Não existe uma razão
concreta para lhe atribuir um tal castigo. Nem sequer tenho uma opinião muito
sólida sobre a qualidade do livro que sirva de desculpa para não o ler. Aliás,
por diversas vezes ponderei fechar definitivamente o livro e desistir da sua leitura.
Como desistir não é caraterística minha, só vários motivos muito válidos podiam
apoiar tal decisão. Reconheço que não é fácil escrever um livro do principio ao
fim sobre um único assunto.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
NÃO HÁ NADA COMO UM DIA DE SOL
A tremer de frio penso que o poeta quando disse
que um dia de chuva é tão belo como um
dia de sol, ambos existem,… não deve ter atravessado uma vaga de
frio polar como esta que assola toda a Europa. Até pode ser que tenham existido outras vagas
de frio semelhantes mas, na minha opinião, não há nada que se compare a um dia
de sol. Não um daqueles dias de calor intenso caraterísticos do pino do verão mas
um dia de sol de inverno, morno e luminoso. Não conheço nada mais calmo, silencioso
e retemperante do que uma manhã de sol à beira mar. Mesmo em plena cidade,
devido à pandemia, consegue “ouvir-se” o silêncio apenas interrompido pelo
ruído das ondas que morrem na praia. É a Natureza a mostrar a sua indiferença
perante as garras do mal que ameaça a humanidade.
Não há nada, mas mesmo nada mais calmo do que
um passeio pedestre junto ao mar… De quando em quando existe uma esplanada onde
é possível retemperar as forças gastas no passeio ou simplesmente contemplar o
mar. Não há nada que consiga abalar o pequeno mundo em que vivemos…
REGRESSO AO PASSADO
As flores,
amarelas por sinal, continuam a crescer por entre as pedras que atapetam o chão
do velho Largo. A rua por onde se via o rio, ainda existe. Parece que ainda se ouve
o ronronar do motor das camionetas de passageiros na sua lenta subida da rua com
diferentes destinos situados na sua maior parte do outro lado da margem.
Fechando os
olhos, mas é preciso fechar bem os olhos, parece que tudo está igual embora as
casas que ladeavam o Largo tenham sido demolidas para dar lugar ao nascimento
de outra via. Por um momento muito breve, reporto-me aquele tempo já tão
distante em busca de um passado que não volta.
Não posso
precisar quanto tempo ali fiquei junto ao funicular, apoiado por aquelas pedras
que não falam com linguagem de gente, mas que tinham tanta coisa para contar…
Um pouco mais à
frente lá estavam as escadas cujos degraus graníticos que tão bem conheciam os
meus joelhos. Avançando alguns degraus sem nunca olhar para trás, fugia da
polícia com o fôlego que nessa idade sobejava!
O tempo passou,
vejo-me tal como agora sou. Regressando passado por breves instantes, dou por
mim a pensar: Quem me viu e quem me vê”.
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
A MINHA RUA...
Aquela rua, a rua onde nasci, lamentavelmente
já não existe. É natural esta tendência de considerar como nossa a rua onde nascemos
mas que afinal pertence a toda a gente que por lá passa mais à autarquia. Do antigo
correr de casas sobrou apenas aquele “largo” que agora parece mais pequeno mas
que consegue guardar tantos sonhos e anseios
Hoje sabe-se que a autarquia é responsável pela
limpeza, recolha do lixo e torna-la habitável para os moradores e não só. Existe
um site onde reclamar algo que corra mal mas nem todos recorrem a ele.
Reportando-me ao que se passa na antiga rua
onde atualmente moro, algo parecido acontece. Na “minha rua”, excetuando o
estacionamento caótico, circular em contra mão é frequente usar o entroncamento
para inverter a marcha, também… fora esses pequenos pormenores, está tudo bem
na minha rua…
Se bem que todos saibam que existe um site camarário onde se o cidadão se pode queixar desde já fica o aviso, nem sempre o “problema” fica resolvido.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
O POVO PORTUGUÊS
Anda por aí sozinha, destinada a morrer
solteira por mais que se enfeite e alardeie as suas qualidades. Recusar a culpa
de qualquer coisa não é uma caraterística exclusiva do povo português, se bem
que lhe atribuam essa fama. É evidente que se trata de uma das caraterísticas do
povo português que já se habituou a reclamar por tudo e por nada sem contribuir
para alterar a situação. Apesar desta caraterística, tem que se admitir que se trata
de um povo especial. É um povo melancólico, tolerante que se distingue de
outros povos apesar do sangue latino que lhe corre nas veias.
A tolerância que lhe valeu a fama de povo de brandos costumes, define magistralmente
este povo. Mas, quanto à culpa, a coisa é diferente, este povo nunca assume a
parte que lhe pertence. As coisas
acontecem porque têm que acontecer e maior que seja a indignação do momento é encarado
como um destino fatídico contra o qual nada há a fazer.
A culpa é sempre de alguém mas nunca deste povo
que cedo se esquece. No desporto, quando alguém ganha, o orgulho é tanto que
não se cabe em si. Quando se perde, resta-lhe a consolação de uma vitória moral…
Se os alunos não transitam de ano a culpa é da da(o) professor(a) que é incompetente,
se o médico não acerta no diagnóstico, a culpa é da escola que não forma bons
médicos ou então da clinica que não dispunha dos aparelhos necessários, e por
aí adiante… Não faltam exemplos.
Uma coisa é certa, somos bons a atribuir a culpa
a alguém mas nunca ao povo de brando costumes.
PENSAMENTOS, ADIVINHAS E....
domingo, 10 de janeiro de 2021
AS PAUSAS DA VIDA
De vez em quando, a vida obriga a alguns
momentos de pausa. Umas vezes para recuperar folego e continuar outras, além do
descanso tantas vezes desejado, para escolher o caminho a seguir. Todas as pausas permitem uma análise profunda
sobre o percurso percorrido de forma a decidir continuar ou então mudar
radicalmente de rumo.
Seja qual for motivo, de vez em quando as
pausas são necessárias tendo em vista a diminuição do número de óbitos causados
pela inconsciência de algum povo que ajudou a disseminar o contágio desta
pandemia e que deviam ser aproveitadas para alcançar o necessário equilíbrio
interior.
Na correria atual nem sempre há oportunidade para
se deter a pensar nas melhores decisões. Por esse motivo, cometem-se tantos erros
nas escolhas que se fazem e cuja consequência é a desarmonia física e mental do
indivíduo…
Sempre que a vida exigir que se faça uma pausa não
reclame, aproveite, se necessário, para mudar de caminho.
sábado, 9 de janeiro de 2021
RECORDAÇÕES QUE NÃO SE APAGAM
As recordações não andam de braço dado com o
tempo. O tempo vai passando mas as recordações ficam. Há lembranças que, a cada
curva da estrada, assaltam-nos como meros viajantes enquanto outras acompanham-nos
durante a vida… Cada uma delas, parecendo adormecidas despertam emoções
incontidas.
Efetivamente, existem recordações de todos os
tipos, podem provocar dor, alegria, tristeza, cólera, medo,… mas todas dependem
das vivências que se traz de trás que as justificam mas não as explicam. Toda a
recordação, por muito pessoal que seja, acaba por ser por isso é possível
afirmar que cada recordação desperta uma emoção que condiciona todos os nossos
atos mesmo aquelas que pensávamos adormecidas contudo, basta uma música, um cheiro,
um som, e lá vamos nós transportados a outros tempos, outros lugares.
Qualquer recordação, mesmo as mais agradáveis, despertam
emoções boas ou más, tudo depende da forma como se encaram.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
OS FILHOS, OS AVÓS E OS NETOS
A diferença está num simples acento que parece
não ter grande importância mas faz toda a diferença. Com efeito, um único
acento pode mudar completamente o sentido de um texto o que evita muitas confusões.
A língua portuguesa é muito rica em exemplos de palavras homófonas mas, como
professor de Matemática, embora reformado, é normal que privilegie o exemplo
dos termos avos e avós. A palavra “avos” tem um significado muito diferente do
significado da palavra “avós” apesar da escrita diferir apenas num acento… Matematicamente,
o termo “avos” indica que o denominador de uma fração é superior a dez. Já quando
nos referimos aos progenitores de qualquer pessoa, usa-se o termo “avós”. Este exemplo
evidencia a importância que tem um sinal gráfico. Aos avós, reservam-se aquelas tarefas
tais como, ir recolher ou entregar as crianças na escola, cuidá-las enquanto os
pais estão a trabalhar ou ausentes por qualquer motivo, orientar os trabalhos
de casa, alimentá-los e entretê-los nos tempos disponíveis. No tempo de férias,
acresce a todas as tarefas anteriores, fazer-se acompanhar do(s) neto(s), dando
alguma folga ou aos pais. No entanto, o estatuto de avó ou de avô, tem outras compensações
que só os avós podem entender.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
A ESTÓRIA DO MACACO
Conta a estória que um macaco, ao ver debaixo
de água um peixe a nadar, pensou que ele se estava a afogar e retirou-o da água.
É claro, cá fora o peixe morreu. Moral da estória, É preciso entender o mundo do outro. Qualquer opção que se tome numa
dada situação acaba por ser muito subjetiva. Todas as decisões que se possam
tomar padecem da influencia de vários fatores nomeadamente o sexo, a idade, a cor
da pele,... ou seja, o que parece ser a melhor opção naquela situação, nem
sempre é uma efetiva ajuda!
Todos os factos devem ser observados de
diferentes ângulos admitindo sempre que, de qualquer ângulo, obtém-se uma
imagem diferente. O modo de ver todas as coisas varia conforme as vivências que
as suportam. Se já é difícil falar concretamente do ser humano, ainda é mais
difícil falar de “coisas” abstratas apesar das boas intenções... Falando de
coisas mais concretas, vem a propósito a estória do macaco.
Resumindo, cada realidade apresenta diferentes aspetos
que convém analisar friamente apesar das boas intensões.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
ONDE PÔR A MÃO
Desde tempos que
se escapam da memória, quase todas as sociedades caracterizam-se pela
hipocrisia, sentimento que não é novo nem exclusivo das sociedades atuais.
Aliás, quase todas disfarçam a hipocrisia atrás de valores morais e regras de
conduta com raízes na sociedade em que se vive. A partir deste ponto, todos os comportamentos
são ditados quer por valores morais tais como o ambiente familiar, a religião, a
escola, o trabalho e até pela política. Existiu mesmo uma legislação (Portaria
n.º 69 035), que explicava as sansões a aplicar de acordo com aquilo onde se podia pôr a mão…
De acordo com
essa portaria, a menor penalização (2$50) referia-se a colocar a mão na mão mas, pôr a mão naquilo, nem convém pensar em tal coisa, a multa rondava os 15$00…!
Uma verdadeira fortuna na época.
Estes
comportamentos que nos parecem já tão distantes são muito atuais quando se
observa o que se passa à nossa volta. Relativamente ao uso obrigatório e
correto das máscaras contra o covid-19, verifica-se que as sociedades pouco evoluíram
em certos aspetos nomeadamente no que respeita às mentalidades revelando dificuldade
em acompanhar essa mudança mantendo o nariz a descoberto ou a ausência completa
da máscara em total desrespeito pelos outros. Destes exemplos pode concluir-se
que determinados comportamentos só se explicam através da ignorância ou então de
grande estupidez já que a informação é muita e plenamente difundida.
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
MORRER DE AMOR
Agora que se contabiliza diariamente o número de mortes devido ao
covid-19, não parece tão estranho que aborde o mesmo tema mas por outras causas. É notório que não morro de amores por toda a gente
independentemente da profissão ou de
outros fatores, depende mais da postura que se assume ou então não tem a ver
com coisa nenhuma em particular, simplesmente não gosto.
Há pessoas por quem não morro de amores mas, morrer de amor, na opinião de
alguns especialistas é mesmo possível… De acordo com a investigação desses
cientistas, ficou provado que é possível morrer
de amor, no sentido restrito da palavra. Entre “morrer de amores” e “morrer de
amor”, embora pareça uma mera questão semântica, existe uma grande distância
que separa estes dois termos. É possível “morrer de amores” por alguém ou
alguma coisa fruto da nossa afeição mas que se fica por aí. Por outro lado,
“morrer de amor” é um sentimento mais profundo que abrange a capacidade de
gerir emoções que nem sabíamos que existiam. Explicam os
cientistas que além de outras, o nosso organismo produz certas hormonas que obstruem
as artérias e levam à morte de uma pessoa.
Está provado cientificamente que “morrer de amor” não é
apenas uma questão semântica, pode mesmo acontecer …
Está longe a hipótese em que se julgava impossível “morrer
de amor”!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
DESTRALHAR
Achei
graça ouvir de novo o termo “destralhar” que já não ouvia há muitos anos.
Agora, no rescaldo da época festiva do Natal e do Ano Novo que convida a uma séria
reflexão sobre todo o ano que passou. Ao longo do tempo acumularam-se montes de
tralhas, coisas que já há muito deixaram de se utilizar mas que se guardam por uma
questão sentimental. Umas, porque deixaram de se usar outras, pela impossibilidade
de enfiar o corpo atual dentro delas, os quadros porque já não existe uma parede
disponível, os móveis que ao longo do tempo se transformaram em trastes que se
foram acumulando a tal ponto que o espaço entre eles não permite que se circule
sem correr alguns riscos e por aí adiante…
O
ano que agora começa é a altura indicada para destralhar, isto é, excluir esse
amontoado de objetos, desocupar o guarda-roupa cheio de trapos que já não servem,
dos móveis que já não se usam, enfim toda a tralha acumulada, aquelas coisas
velhas sem qualquer serventia apesar do valor afetivo e pelos “trastes que são os
móveis que só servem para ocupar espaço e que não fazem falta nenhuma no dia a
dia.
A
vida não nos pertence, ninguém decide se o seu percurso vai ser longo, muito
longo ou demasiado breve. Numa fração de segundo esse percurso pode ser
interrompido e toda a tralha guardada e acumulada durante anos, apesar do seu valor
real, pouco significado tem para quem os recebe…
domingo, 3 de janeiro de 2021
AS MITRAS E OS MITRAS
qualquer individuo, geralmente jovem, proveniente de uma sociedade algo desfavorecida. Estes indivíduos caraterizam-se por um comportamento ruidoso que se manifesta pela falta de respeito pelos outros e que, muitas vezes, podem tornar-se violentos quando contrariados. Num mundo em constante mudança não é difícil deparar com este tipo de indivíduos. É normal também que, neste mesmo mundo, a língua portuguesa sofra influência de outras línguas e evolua no sentido de atribuir novos significados a alguns termos o que os torna completamente fora de moda. Perante este panorama, o termo “mitras” reserva-se aqueles indivíduos que numa terminologia mais antiga eram designados por “gunas” ou “chungas” que se encontram nos grandes eventos ou manifestações de rua, por vezes sob máscaras… e em qualquer parte.