O MELHOR REMÉDIO

Há dias em que a gente se sente mais deprimido, sem vontade para nada, farto de estar entre quatro paredes. Nesse caso, o melhor remédio é viajar. Não basta querer sem nunca ir, seja lá para onde for. Querer não é nada se comparado com a possibilidade de ir mais além. Que nunca se fique apenas pela vontade, o importante é ir… de preferência onde nunca se foi.

Viajar não proporciona só prazer e diversão é um poderoso remédio que traz inúmeros benefícios físicos e principalmente mentais. Além desses benefícios, viajar permite conhecer melhor a própria pessoa essencial ao crescimento e de revelar outros comportamentos insuspeitados.

Está na hora de fazer as malas e partir mesmo que o tempo não colabore ou falte companhia. Neste caso, mostra as diferentes potencialidades que existem em si. Viajar, mostra outros caminhos e sobretudo outras soluções para qualquer problema pendente…

Não interessa para onde nem com quem, o que interessa é partir. Se outra vantagem não oferecer, viajar eleva a autoconfiança, o que já não é nada mau.

ADEUS AO VERÃO

Parece um paradoxo mas se calhar não é. Assim como gosto quando os dias começam a crescer, detesto a luz que lhes está associada e permanece até mais tarde. Verifico agora que detesto essa luz assim como evito a penumbra. Este é o paradoxo da própria vida, aliás como tudo muda conforme a vida vai evoluindo.

Todos os anos, no último domingo de Outubro, o horário de Verão cede lugar ao horário de Inverso que se acomoda como se fosse ficar para sempre,… O Verão está quase de partida para dar lugar ao Outono que transporta com ele aquela paz tão ansiada embora nem sempre se lhe sinta a falta.

Tal como qualquer desejo, ele encerra um misto de saudade e desilusão. Dantes, a tão ansiada luz, agora expõe cruamente o que inutilmente se pretendia ocultar… As mesmas ruas conduzem aos mesmos lugares que agora não identifico e que outrora pensava serem imutáveis. Ao contrario do que seria de esperar, regresso aos mesmos locais onde não era aconselhável regressar. Era inevitável recordar aqueles momentos que não voltam mais mas, recordar, não é viver?

Detesto o horário de Inverno da mesma forma que detesto a luz que evidencia cruamente os limites de cada um.

A INFLUÊNCIA DAS CORES NA DISPOSIÇÃO HUMANA

São muitos os estudos, mais ou menos sérios, que defendem que a cor influência a personalidade do individuo. Apesar de diversos, estes estudos acabam por dizer todos o mesmo mas, apesar disso, recomenda-se a sua leitura por curiosidade.

Cada pessoa tem uma cor da sua preferência, aquela cor que interage com a sua maneira de ser. Em criança, quando brincava com carrinhos de plástico, várias vezes me interrogava sobre a minha cor preferida? Então ficava dividido entre o vermelho e o amarelo.

Hoje, independentemente da influência que a cor tem sobre a personalidade, até mesmo do próprio humor, opto pelo amarelo. Não sei dizer porquê mas é a minha cor favorita e não há nada a fazer. Apesar de todos os argumentos, admito gostar do amarelo, embora seja eclético na hora de escolher.

Dizem os entendidos que gostar do amarelo sugere uma pessoa otimista que aceita as pessoas tal como são… será?

Enfim, a cor explica muitas coisas sobre o comportamento de cada um além de justificar o comportamento de muita gente.

QUAL É A FARPELA MAIS ADEQUADA?

Agora que a escola vai começar, vem a propósito falar no vestuário e na ocasião mais adequada para as usar. A escolha de roupa apropriada a cada situação, além de aborrecido nem sempre revela a melhor escolha.

Na hora de vestir, geralmente pela manhã, a tendência é enfiar “qualquer coisa” ou então ficar horas infinitas a escolher a roupa mais acertada para uma situação específica. Na verdade, conforme o local para onde se vai, a roupa deve ser adequa a esse local.

Em princípio, manda o bom senso que não se escolha roupa muito curta ou apertada, decotes exagerados, transparências e maquilhagem carregada quando se dirige para uma escola ou qualquer igreja… Também não se admitem determinadas roupas em locais que exigem uma certa parcimónia, como por exemplo, locais de trabalho, igrejas ou eventos desportivos. Deve partir-se do princípio de que as escolas devem considerar-se como locais de trabalho, ser estudante é considerada uma profissão.

Não se deve esquecer que, mais que as roupas, os comportamentos inadequados dizem muito sobre quem os manifesta. Com efeito, a maneira de vestir e de se comportar é um factor decisivo na hora de escolher já que “dizem” muito sobre a personalidade de quem os demonstra. Nem a juventude ou a pouca experiência desculpam a dificuldade da escolha do vestuário adequado ou dos comportamentos a adoptar.

O uso indiscriminado de uma roupa qualquer imprópria para determinada situação, social ou profissional, é uma regra a não esquecer em qualquer idade ou condição social e não desculpa o que revela uma pura ignorância.

HÁ SEMPRE UM CULPADO

Quando as coisas correm mal, é preciso arranjar um culpado, seja quem for. Para tudo o que de mal acontece à face da Terra, há sempre um culpado e se não há, arranja-se. Em última estância, atira-se a culpa para o Governo que fez ou deixou de fazer o que só a ele competia. Não se pensa duas vezes donde vem o dinheiro para fazer face às dificuldades geradas pela pandemia. Na sua maioria, o dinheiro vem dos impostos que (alguns) pagam.

Em qualquer dos casos, dá muito jeito arranjar um culpado e essa entidade impessoal que é o governo suporta todas as culpas de todo o mal que acontece. Em plena pandemia, essa crise mundial, qualquer medida que o Governo tome, seja ele qual for o governo, ou foi atempada ou tardou muito a chegar,…

Gastam-se horas infinitas a legislar e a realizar debates sobre o assunto entre partidos que não conduzem a parte nenhuma, isto é, sem resultados práticos.

ILHAS

O LIVRO REVISITADO

Terminada a leitura de mais um livro, deu-me para revisitar os velhos livros lidos na infância e que faziam parte da vasta biblioteca do meu padrasto. Logo no início, ao abrir o livro, dei de caras com as palavras de Jhon Donne que, além de terem dado título ao livro, me fez pensar duas vezes, Nenhum homem é uma ilha isolada;

cada homem é uma partícula do continente, se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa de um dos teus amigos ou a tua própria casa; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

Todos os dias, o sino da igreja que fica perto, toca a finados mas já não pergunto por quem os sinos dobram…

NÃO É FÁCIL GOVERNAR

Tudo não passou de uma tempestade em copo de água. A polémica entre o PM e o bastonário dos médicos e o PM só beneficiou os média que ajudou a preencher horários e espaços, para o povo, apenas serviu como distractivo para dos verdadeiros culpados que continuam incólumes por aí andam. Estou a lembrar-me do que se passou em certos bancos, as fundações, a corrupção a vários níveis, etc. O problema não é exclusivo,  é comum a muitos países embora, se verifique mais nuns do que noutros,…

Reportando-me ao nosso país por ser a realidade que melhor conheço, é um país nada fácil de governar. Sempre me faz lembrar o velho ditado “preso  por ter cão e preso por não ter” sempre que se fala nessa entidade anónima a que chamam Governo. Qualquer que seja a cor ou a decisão tomada, e não estou a dizer que concorde com todas as medidas adoptadas, quem está encarregado de gerir os destinos do país sujeita-se a duras críticas por parte dos opositores.

Convenhamos que não é fácil governar. É uma tarefa que não é para todos apesar das lutas políticas pelo poder…

Se, por magia, Júlio César voltasse a este país, além de admirado com o rumo que tomou, certamente escreveria no seu relatório,  Há nos confins da Ibéria, um povo que não se governa nem se deixa governar.

Claro que existem e sempre existirão oportunistas que se aproveitam do laxismo dos governantes apesar de nunca se ter combatido tanto a corrupção. Apesar de tudo continua a surpreender-me a facilidade com que se conseguem manipular opiniões!

OUTROS CABOS, OUTRAS TORMENTAS

Disseram-nos na escola que o cabo das tormentas ficava lá muito longe, na África do Sul, próximo da actual Cidade do Cabo. Nesse tempo, não fazíamos ideia onde ficava a África do Sul e muito menos a Cidade do Cabo…! Mas quem “mandava” eram os programas e os professores obedeciam executando-os cegamente. Os alunos faziam uma vaga ideia onde se situava o tal Cabo que tantas tormentas custou a dobrar passando do oceano Atlântico para o Índico, se bem que a localização exacta desses oceanos fosse algo impreciso.

Mais tarde, no reinado de  D. João II, o tal cabo mudou de nome, por decreto real, passou a chamar-se Cabo da Boa Esperança o que, na minha opinião, não vinha nada a propósito da realidade mas de acordo com o poder económico…

Curiosamente, a esquina ao fundo da rua assemelhar-se bastante com o Cabo das Tormentas, não só pela configuração mas devido à brisa que se transforma num vento forte apoiado por uma chuva intensa, nem sempre bem-vinda.

Ao dobrar essa esquina, em dias de temporal, recordo a “tormenta” daqueles marinheiros que assim o baptizaram.

UM DIA DE SORTE

Em dias de praia e de eventuais ferias, os carros circulam devagar junto à direita na mira de encontrar um lugar para estacionar. Seguia atrás desse cortejo quando inesperadamente encontrei uma vaga quase em frente à esplanada onde tencionava permanecer algum tempo. Depois de estacionar dirigi-me à esplanada logo acima. Outrora teria ignorado o baixo muro aí existente mas agora optei pelo passeio. Embora tivesse ficado bem da cirurgia também ficaram algumas sequelas, uma das quais o desequilíbrio.

Apesar disso, só podia ser um daqueles raros dias de sorte, porque havia uma mesa vaga na esplanada embora muito perto da porta por onde se fazia sentir aquela brisa própria que anuncia a proximidade do mar. Em resposta à funcionária, respondi, Um café, por favor. Peço sempre “por favor” o que quer que seja. Isso ficou-me da educação que recebida noutros tempos. Na mesa ao lado a conversa tinha terminado pelo que o som das ondas se tornou mais audível. O ruído das ondas a espraiar-se agrada-me sinceramente e fiquei a ouvi-lo esquecido do tempo que me pareceu mais longo do que o realmente decorrido. Fixei sem ver a chávena vazia deixando que me transportasse em catadupa aquelas recordações que voltam de vez em quando e que atraem outras memórias, nenhuma delas mais agradável que a anterior.

De repente apercebi-me de que tudo parou. As ondas deixaram de se ouvir, na mesa ao lado as bocas emudeceram, … Olhando à minha volta tudo parecia em suspenso, eu próprio estava ali imóvel,… O relógio, sempre o relógio, avisava insistentemente que era hora de regressar.

ENQUANTO A TERRA GIRAR

Se outras vantagens não tivesse, a presente pandemia ela conseguiu apenas adiar este dia, o Dia da Sobrecarga da Terra. Com efeito, este dia (Earth Overshoot Day), assinala-se anualmente no dia em que a humanidade esgota todos os recursos da Terra. Este ano, devido à pandemia, o dia 22 de Agosto assinala a data em que a humanidade gastar mais recursos naturais do que aqueles que a Terra é capaz de regenerar em cada ano.

A notícia apanhou-me de surpresa mas aposto que a maioria nem lhe prestou atenção, isto é, a notícia passou despercebida no meio das notícias de fogos, desporto e assassinatos que grassam um pouco por toda a parte. Apesar de todas as previsões astrais, o mundo continua a girar, indiferente às convulsões sociais e políticas que ocorrem a vários níveis e um pouco por todo o globo. Ninguém parece preocupado com as ditas convulsões desde que o mundo continue a girar e o alimento continue sobre a mesa.

O dia que este ano aconteceu a 22 de Agosto em nada alterou os comportamentos, a não ser o ambiente cada vez mais adverso à vida humana. Efectivamente, o ambiente já não é o que era e a tendência é para piorar. Mas nada disso importa, desde que a Terra continue a girar… mantendo o mesmo eixo.

Além daquela vidinha de todos os dias, nada mais acontece no pequeno mundo de cada um, nada que realmente altere o movimento do planeta. E o mundo continua a girar até ao dia em que a fome bata à porta e, por qualquer razão, todo o lixo interestelar nos caia na cabeça. Aí fingimos alguma preocupação mas, desde que o mundo continue a girar, tudo bem… até quando?

UM DIA A GENTE ACORDA

Um dia, de repente, a gente acorda sem memória dos dias que se passaram entretanto, a memória já de si fugidia retém alguns rostos, quais flashes de um filme nunca visto.

Na realidade, a dor não é sentida de igual modo por toda a gente, varia de acordo com as vivências acumuladas e sofre a influencia da crença de cada um. Do mesmo modo, existem também várias maneiras de fazer o luto que variam de acordo com a maneira de ser e as outros factores já enumerados, com a certeza porém de que a vida de cada um nunca será igual… Perante esta perspetiva, aqueles que ficam vêm-se na obrigação de recomeçar e reestruturar a própria vida independentemente da saudade que possam sentir. Em qualquer dos casos, é sempre necessário adaptar-se a uma nova realidade.

Depois, o tempo vai passando, lá fora a vida não parou e os problemas não ficaram adiados… Todos aqueles que fizeram questão de estar presentes, a pouco e pouco, vão-se afastando o que é natural considerando que é preciso perseguir as próprias vidas. A situação também já não é a mesma e, de repente, olhando-se em volta, depara-se apenas com a solidão.

O mundo não parou e a vida não se condoeu nem abrandou o seu ritmo à espera que todos se adaptem.

TREMER DE FRIO EM PLENO VERÃO

Tremer de frio em pleno Verão já não é novidade para ninguém em se tratando da minha pessoa contudo, jurei a mim próprio que, no futuro, não iria mais tremer de frio. É costume dizer-se quem mais jura mais mente o que afinal, constatei ser verdade!

É com imensa saudade que recordo esse tempo tão distante em que não havia aquecedores ligados em pleno inverno mas, em contrapartida, havia alegria e saúde a rodos…

Agora, neste confinamento comum a todos os portugueses, perante um mês caracterizado por altos e baixos no que se refere à temperatura, relembro aquela jura feita afinal, em vão.

De facto pertenço aquele pequeno grupo de pessoas friorentas, pessoas que tremem de frio mesmo em pleno verão. Desde tenra idade que o frio me persegue, vejo-me ainda a aproveitar cada raio de sol no pequeno percurso entre a casa e a escola. Neste combate, lá tenho que recorrer às famigeradas bambinelas (entenda-se por casacos, camisolas, cachecóis, etc.)… além da preciosa ajuda de uma alimentação equilibrada. Há quem consiga evitar aquela incomoda sensação de frio, de calor e até da dor com recurso às defesas naturais do organismo mas que pouco resolvem. Já vislumbro os espirros, o pingo no nariz e o frio intenso que sempre me persegue sempre que chega o inverso.

UMA LEVE BRISA, AINDA VÁ...

Uma leve brisa, ainda vá lá mas o vento… Agora que já vai a meio o mês de Agosto, é natural que o vento sopre mais forte, um vento frio a que vulgarmente se chama nortada. Quem agradece são os praticantes e adeptos de kitesurf que aparecem junto à foz do rio em grande profusão. Fiquei a vê-los, no conforto do carro, a velejar sobre as águas com enorme perícia na foz do rio Cávado, aliás modalidade bastante vulgar em todo o litoral Norte, particularmente ventoso. Permaneci ali longo tempo a vê-los pintar o céu azul do céu de mil cores. Desde sempre o vento, meu eterno inimigo, soprou de feição e os praticantes de kitesurf agradeceram e aparecem em grande quantidade junto à  foz desta pacata terra.

Como tudo na vida, o que agrada a uns, é motivo de desagrado de outros! A inevitável nortada que assola todo o litoral norte e não só, é fruto das alterações climáticas que cada vez mais se fazem sentir. Junto ao mar, em pleno Agosto, o vento forte foi sempre uma presença normal durante o mês de Agosto mas já não era normal senti-lo tão forte no interior apesar de estarmos a viver um ano atípico e em plena pandemia. Era bom que não fossem esquecidas estas e outras alterações climáticas.

NA PRAIA DA BOA NOVA

É lá, onde me perco, onde me encontro, é lá onde terminam os breves passeios a ver  o mar, o mar que dificilmente se vê em pleno Agosto devido à multidão que nestes dias ruma à praia… quando o tempo ajuda.

Preso aos rochedos, solitária como sempre, encontra-se a placa em mármore em que se lê uma das poesias de António Nobre. Poucos sabem quem é, quem foi esse poeta. Na lufa-lufa do estender a toalha, abrir o guarda-sol, proteger da nortada característica deste mês com o imprescindível “para-vento”, pouco tempo resta e principalmente a disposição, para ler placas de homenagem a esse poeta que tanto amou esta terra.

Se uma ponta de egoísmo me é permitida, anseio que o mês termine e tudo volte ao “normal” se é possível voltar ao passado em tempo de pandemia! Sejamos optimistas, que haja sossego o que já não é mau visto que ninguém, por muito que custe, pode voltar atrás.

A MORTE DA BEZERRA

Quando se chega a netos, vem à memória a velha infância que se pensava já esquecida. Nesses tempos, sempre que não se encontrava uma explicação coerente para qualquer comportamento, era habitual dizer-se, “parece que está a pensar na morte da bezerra”. Ainda hoje, é frequente recorrer-se a este ditado popular e não é raro repetir-se ignorando a sua origem. Face às inúmeras explicações desta frase, prefiro considerar como mais correta a explicação que remete para a antiga tradição hebraica.  Segundo esta tradição, o rei Absalão (filho do rei Davi), viu-se forçado a sacrificar uma bezerra apesar da dedicação que o seu filho mais novo dedicava a este animal. Apesar deste sentimento manifestado pela criança, o animal acabou por ser sacrificado. A partir daí, o pequeno passou o resto da vida a pensar na morte da bezerra.

Quer seja verdadeira ou não, a explicação da origem do ditado revela uma certa coerência que justifica o seu uso sempre que alguém apresenta um ar ausente, alheio à realidade que o cerca.

Muitas vezes acontece manifestar um completo alheamento a tudo que se passa em volta. Neste caso, a frase faz todo o sentido e a explicação é aceitável. Uma imagem “fala” mais alto que mil palavras e, neste caso, a frase fala mais alto…

CÃES E GATOS

Nem todo o cão é inimigo dos gatos e vice-versa. Estes comportamentos são influenciados por diversos factores, entre eles, o próprio tempo. Com efeito, chegou-se ao tempo em que tudo é gourmet, mesmo aquilo que não é, quer se destine ao cão, ao gato ou ao ser humano.

De origem francesa, o termo foi adoptado por muitas línguas com o significado de boa comida regada por um bom vinho. Enfim, falar em gourmet devia ser garantia de boa comida confeccionada pela nobre arte culinária tendo atendendo ao paladar do consumidor. Uma vez disseminado no vocabulário de várias línguas, o termo perdeu muito do significado original. Abusivamente afixado à porta de muitos restaurantes, apenas significa que se vai pagar mais por uma refeição que nada tem de gourmet, por outras palavras, significa que se vai sair esfomeado mas com a carteira muito mais leve…

O termo “gourmet” só se compreende quando a comida é confeccionada com produtos de alta qualidade qualquer que seja o animal a que se destina e servida de forma agradável à vista do consumidor.

QUAL É O DEUS QUE ME CONDUZ?

Este é um tema que habitualmente não se discute. Cada um tem a sua fé que não é passível de discussão. Mesmo assim, há quem tenha a pertenção de definir Deus. Não sou agnóstico mas também não sou católico no sentido lato da palavra, contudo acredito numa força divina que tudo rege e conduz, fora isso, nem sei quem sou… Só sei que o deus que me rege não é, nem nunca foi, aquele que nos incutiram em criança por diversos meios. Nesse tempo ensinaram-nos a repetir como um papagaio crenças à muito arreigadas.

Dizia Einstein que só acreditava no mesmo deus de Spinoza, célebre pensador holandês, que acreditava num deus que dizia «pára de bater no peito ao rezar». De acordo com esse célebre pensador, acredito num deus que diria, «Vai por esse mundo fora, goza a vida, canta, diverte-te, usufrui de tudo o que criei para ti. Não frequentes mais esses templos frios e sombrios que dizem ser a minha casa. A minha casa fica nos montes, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias e em todo o lado onde possas expressar o teu amor por mim. Deixa de me culpar pela vida miserável que levas. Não sigas à letra o que dizem as escrituras. Se não me “vês” em cada amanhecer, no pôr do sol, na paisagem à tua volta, nos olhos dos teus amigos e das crianças, nunca me verás.

Também não me peças perdão, não há nada a perdoar. Se fui eu que te criei tal como és, como posso castigar-te? Achas que inventei esse lugar onde queimo eternamente os meus filhos? Que espécie de pai faria isso?

A única coisa que te pertence aqui e agora é essa vida e só a ela deves satisfações.»

A única certeza que tenho é que o mundo está cheio de maravilhas que nos surpreendem a cada passo e é um crime não as aproveitar.

CABELO BRANCO

Sendo uma das características da idade, o cabelo branco nem sempre é um sinonimo de ser idoso, pode ser uma questão hereditária ou outro motivo qualquer.

Nem sempre a propósito, dizia o poeta, Cabelo branco é saudade da mocidade perdida. Às vezes, não é da idade, são os desgostos da vida… Na juventude os desgostos eram poucos quando comparados com os que vieram depois…

Para se considerar idoso, são necessárias outras características próprias da idade avançada, como rugas profundas, perda de vitalidade muscular e outras manifestações que caracterizam o envelhecimento. Quem apresenta esses “sintomas” pode considerar-se que já atingiu uma certa senescência mas não se pode considerar senil. Neste ponto impõe-se estabelecer a diferença entre senescência e senilidade, o que nem sempre é fácil visto que a diferença entre um estádio e outro nem sempre é evidente. Enquanto que na senescência se verificam todas as alterações próprias do envelhecimento, o mesmo já não acontece na senilidade. Na senescência verificam-se todas as alterações próprias da idade sem que contudo esteja presente qualquer doença, enquanto que na senilidade é evidente a existência de uma doença qualquer.

DE QUE LADO SE DEVE USAR?

Gosto de relógios. Não sei dizer porquê mas gosto. Não gosto de todos os relógios é um facto. Prefiro os clássicos, desde que sejam relógios de pulso. Os relógios de parede não me dizem nada, servem apenas para consultar, quando muito, e os acústicos acabam por me irritar assinalando de meia em meia e de hora a hora o passar do tempo.

Entre os vários tipos de relógios, a minha preferência vai para os chamados relógios mecânicos com a principal desvantagem de serem muito mais caros. Fora esse inconveniente, são relógios geralmente discretos com a vantagem de não precisarem de pilhas para funcionar… Entre a enorme variedade de relógios existente, qual é o pulso mais indicado para os usar?

Por dar mais jeito ou por imitação, desde que me lembro sempre usei o relógio no pulso esquerdo. É uma questão de jeito de acordo com o lado do corpo que se utiliza com mais facilidade. Não existe portanto um lado certo para usar o relógio. Devido ao exposto, também não existem argumentos para defender um pulso em detrimento do outro. Diria mesmo que optar por um dos pulsos depende do indivíduo ser destro ou esquerdino não esquecendo que é, sobretudo, é uma questão de gosto e onde dá mais jeito.

O CAMINHO DE SANTIAGO

Para alcançar qualquer destino, existem mil maneiras de o conseguir. Tendo como destino a cidade de Compostela, um dos caminhos preferidos pelos peregrinos portuguesas, é o Caminho Português da Costa, não só por estar na moda, mas porque passa ao pé da porta. Partindo do Porto, mais propriamente do Padrão da Légua, Santiago é o destino perseguido pelos peregrinos. O caminho português atravessa o norte do país passando pela cidades de Matosinhos, Vila do Conde. Póvoa de Varzim, Valença, prosseguindo depois pela vizinha Espanha. O número de etapas depende da distância, da condição física dos peregrinos, do alojamento e até da paisagem… Convém não esquecer que o Porto dista de Compostela cerca de 258 km. Sugiro então, como primeira etapa, ir do Porto a Vila do Conde, percorrendo uma distância de cerca de 29 Km. No dia seguinte, caminhe até Esposende (27,3 km). Caso o cansaço comece a querer instalar-se, parta em direção a Viana do Castelo (26 km) aproveitando para desfrutar da paisagem. Num outro dia, prossiga a caminhada até Caminha (27 km). De Caminha, caminhe até Vila Nova de Cerveira (16 km). Nesta simpática vila há muito que ver. A seguir, siga até Valença (16 km), último reduto de Portugal. Na etapa seguinte, caminhe até Porriño (17 km). Na etapa seguinte, prossiga até Redondela (16 km). De Redondela, dirija-se a Pontevedra que se encontra apenas a 20 km de distância do seu destino. De Pontevedra caminhe até Caldas de Rei (21km). Como se encontra muito perto, sugiro que caminhe até Padrón o que perfaz 18 km. Finalmente, no dia seguinte, percorrendo cerca de 25 km, encontra a Basílica de Santiago de Compostela.

ANJOS, ARCANJOS E OUTROS QUEJANDOS

Tal como todos os mortais, os Arcanjos estão acima dos Anjos na hierarquia celeste tomando diferentes nomes.

Entende-se por Anjo uma certa categoria angelical encarregada de comunicar as mensagens importantes. Com efeito, cabe-lhes a missão de proteger os bons relacionamentos e também a sabedoria nos estudos. É sempre a eles que Deus recorre quando pretende fazer qualquer milagre. O tão lembrado anjo da guarda, como o nome diz, também é um anjo que tem como Príncipe o Arcanjo Gabriel a quem compete transmitir as boas novas e incrementar as mudanças. Encontra-se sentado à esquerda de Deus.

Como em qualquer hierarquia, o Príncipe de todos os anjos é o bem conhecido Arcanjo Miguel que, armado da sua espada e escudo, lutou e continua a lutar contra o mal. Crê-se que saiu vitorioso na luta contra o diabo na disputa do corpo de Moisés…

Os que nasceram sob a protecção deste Arcanjo, são pessoas prudentes, introvertidas, um pouco desconfiadas e não gostam de depender de ninguém. São bastante pacientes, o que lhes permite chegar onde pretendem chegar. Que outra definição poderia dizer mais sobre a pessoa que sou?

PARA SER LÍDER... É PRECISO LIDERAR

Nunca pensei ser líder seja do que for entendendo que ser líder de qualquer coisa é preciso saber subrepticiamente comandar. Pode dizer-se então que não nasci para liderar coisa nenhuma. Por definição a pessoa que exerce alguma influência sobre o comportamento, pensamento e opinião dos outros, pode chamar-se um autêntico líder

Pondo de parte o lado politico da questão, passados tantos anos, ainda se nota a influência que exerci sobre o pensamento sobretudo naqueles que pertencem à minha geração. Em que medida isso reverteu monetariamente em meu favor? É uma questão  sem resposta. Apenas ficou a satisfação de ter deixado a minha marca, boa ou má, sobre todas as coisas e pessoas que gravitavam no meu universo. Nesse sentido pode-se dizer que sou líder, embora prefira que se considere que fui sobretudo autêntico.

Por mais que se defenda a importância da liderança em qualquer projecto como se sabe hoje, não é fundamental visto que ser líder exige determinadas qualidades que já nascem com a gente.

QUAL A MELHOR POSIÇÃO?

Não, não se trata daquilo que está a pensar. Acordei com vontade de falar de trombas, de elefantes, claro! Também não vou falar de trombas clubisticas…, apenas de elefantes. Aliás desconheço qual a melhor posição para a tromba desse paquiderme. Há quem defenda que a tromba deve estar virada para cima enquanto outros são adeptos da tromba virada para baixo.

Na tentativa de esclarecer esta dúvida, procurei mas não encontrei em toda a casa qualquer representação desse animal. Em compensação, na próxima viagem, prometo que vou trazer como souvenir, um elefante nem que seja daqueles que se aplicam na porta do frigorífico.

Agora que já decidi “trazer” um elefante cá para casa, impõe-se o dilema, com a tromba virada para baixo ou com a tromba para cima?

Claro que, se me perguntassem, diria que prefiro que o animal tenha a tromba virada para cima mas isso depende da superstição de cada um embora sem qualquer fundamento científico. Dizem os supersticiosos que, para atrair boas energias, o elefante  deve ter a tromba virada para cima. Na minha modesta opinião, para atrair qualquer energia, tanto faz que a tromba esteja virada para cima ou para baixo. Depende do tipo de energia que se quer captar… No entanto, eminentes psicólogos são de opinião que a posição da tromba acaba por influenciar a vida das pessoas. Quando a tromba esta está virada para cima, o elefante atrai sucesso, prosperidade, amor e sorte. Já com a tromba virada para baixo, o elefante atrai a fertilidade, o conhecimento, proteção e aconchego.

Venha o diabo e que escolha e quem sou eu para sugerir a uma posição para a tromba? Por outras palavras, a verdade não está no que se diz mas naquilo que  se pensa…

A DIFÍCIL ESCOLHA DAS CORES

Reconheço-me como um arquitecto falhado e um razoável decorador de interiores. Não, não pertenço ao rol daqueles pais que influenciam a profissão dos seus descentes. Não tive a mínima intenção de influenciar essa escolha. Pelo menos foi essa a minha intenção. Na decoração, fiz algumas incursões em propriedade privada, penso com algum sucesso. Neste campo, sou viciado no branco. A cor branca, como conjunto de todas as cores atrai-me e vai sempre bem com qualquer outra cor quer seja aplicado nas paredes, quer seja a cor dominante na decoração. Por alguma razão o branco é conhecido como “a cor da luz” (ambiental e pessoal)… É uma cor, como já disse, que aglutina todas as outras cores, sem absorver nenhuma delas.

A predominância do branco na decoração de qualquer ambiente, transmite uma sensação de paz e simplicidade aos habitantes.

VANTAGENS E INCONVENIENTES DE CONTROLAR

A mania de controlar já nasce com a gente. Acredita-se que tudo na vida está sob controlo mas a vida é perita em escapar a esse controlo. Quando se é novo pensa-se que tudo acontece segundo um plano preestabelecido, isto é, parece que tudo está sob controlo. O que acontece, acontece segundo um plano previamente traçado. Nessa idade, pensa-se controlar tudo e até as pessoas, os seus pensamentos, o dia e a noite, o sol e a chuva, enfim, controla-se o incontrolável. Ao reagir assim, tem-se a sensação de um falso poder de controlo sobre tudo.

Com o passar do tempo, surgem forçosamente bons e maus momentos que fogem à nossa vontade. Verifica-se então que a maior parte das coisas escapam ao mais rigoroso controlo. Chega-se à conclusão que afinal o controlo não existe, é uma mera ilusão a que cada um se agarra fingindo que “controla” a própria vida! Um dia conclui-se que não há qualquer vantagem em controlar. Nesse dia, chega e consegue ver-se tudo por outro prisma, que nos mostra a inutilidade de  controlar seja o que for.

HOJE É DIA DE CERVEJA

Já que estamos em maré de celebrações, não vou deixar passar o dia em que se comemora uma das minhas bebidas preferidas, a cerveja. Para os mais distraídos, lembro que este evento se celebra anualmente na primeira sexta-feira de Agosto. Este dia, (inventado na Califórnia já em 2007), tinha como principal objectivo, além do convívio entre os amigos, o convívio entre povos, o que nem sempre acontece. Ao contrario das várias teorias já conhecidas, aconselho o consumo moderado de cerveja como complemento das principais refeições. Como em tudo ou quase tudo, a cerveja deve consumir-se moderadamente e sempre acompanhada por algum alimento.

Nesses casos, a cerveja tem benefícios significativos para a saúde. Devido ao seu efeito vasodilatador, a cerveja ajuda a prevenir o AVC evitando que se formem os tão temidos coágulos. Note-se que o seu consumo moderado, a cerveja não engorda… Não defendo qualquer dieta, especialmente as que prometem emagrecer rapidamente… É um objectivo que se consegue ingerindo todos os alimentos em pouquíssima quantidade e com alguma fome. Consumida com moderação, a cerveja não é prejudicial para a saúde. Como é sabido, ela obtém-se através da fermentação de cereais, foi mesmo uma das primeiras bebidas alcoólicas feitas pelo ser humano.

O PODER DA MÚSICA

Já por várias vezes, assumi a influência que tem a música na vida das pessoas. Embora não sinta, a música, qualquer música, tem uma importância considerável sobre o nosso organismo, funciona como qualquer droga cuja dependência se manifesta pela necessidade de a ouvir regularmente, nem que seja mentalmente.

De facto, a música a par do olfacto possui essa magia de nos transportar a locais distantes, locais bem conhecidos guardados na nossa infância ou então a locais completamente desconhecidos.

Há mesmo músicas com a capacidade de agitar determinadas emoções. Por essa razão, a música é hoje reconhecida como um precioso auxiliar no tratamento de muitas doenças. Com efeito, ela consegue que se alcancem efeitos positivos sobre o ritmo cardíaco, a pressão arterial, o sono, o apetite e até com o próprio cérebro.

É sabido o poder da música sobre o estado de espírito embora se sinta de forma inconsciente. Algumas músicas convidam ao trabalho, enquanto outras, conferem uma alegria eufórica inexplicável e ainda outras ainda que transitem uma estranha tristeza, sem motivo aparente.

Atentando nas letras, algumas alertam-nos para aquilo que nos cerca. De facto vivermos rodeados de tanta beleza que a natureza nos oferece gratuitamente e às quais não damos atenção até ao momento em que somos privados delas.

O NÚMERO DA SORTE

Desde tempos imemoriais que as superstições fazem parte do nosso dia a dia, enquanto umas trazem sorte outras são motivo de azar. Como exemplo dessas superstições que ainda circulam por aí temos como exemplo, fazer figas, bater na madeira, quebrar um espelho, Jogar sal sobre o ombro esquerdo, ...

Quer se acredite ou não as superstições perpetuam-se e, inconscientemente, condicionam o nosso comportamento. O número 13, por exemplo, é um número que se evita, há mesmo sociedades que o baniram completamente. Para os cristãos, o azar da sua origem tem uma explicação relacionada com a Bíblia.

Noutras sociedades é o número 4 que encerra todo o azar do mundo. Tanto elevadores como os pisos, quartos de hotel, camas de hospital, etc. passam imediatamente do 3 para 5. Há sociedades que chegam ao exagero de ignorar todos os números em que este algarismo figure, como o 14, 24, 34, …

Em compensação, existem sociedades em que o quatro representa solidez e estabilidade, atendendo que é o número de lados de uma pirâmide quadrangular. Não é por acaso que foram quatro os autores das escrituras (Mateus, Marcos, Lucas e João) assim como os pontos cardeais, as estações do ano, os principais elementos da natureza (ar, fogo, água e terra)… e mesmo até as fases da vida humana (infância, adolescência, fase adulta e velhice).

Nascer num dia quatro não é desgraça nenhuma, revela pessoas organizadas, racionais e fieis. Por isso, nascer num dia 4 pode ser sinonimo de muita sorte ou então… de muito azar!

A "GERINGONÇA" ESTÁ NA MODA

Qualquer caranguejola mal acabada merecia o apelido de geringonça. Sempre que qualquer objecto de fraca construção deixasse de funcionar ou mesmo que funcionasse mal, era logo referenciado como uma geringonça. O termo era tão frequente aplicado a qualquer objecto, estendia-se mesmo a pessoas, em determinadas situações. O termo, de tão repetido, acabou por ficar gravado no subconsciente, onde permaneceu adormecido durante longos anos.

Com o passar dos anos a palavra caiu em desuso, guardada no mais profundo do baú do esquecimento, acabou por “ressuscitar” fazendo parte do vocabulário de primeiros ministros e deputados conectados com a “esquerda” política. Este termo também ganhou outro significado. Actualmente emprega-se para designar uma certa coligação parlamentar… Sobre esses significados, não me alargarei em considerações, embora tenha a minha opinião, já que quase tudo foi dito sobre este tema e certamente vai continuar a correr. Cabe a cada um encontrar uma resposta que sirva à sua opção.

Com a idade e conforme a circunstância de vida, mais tarde ou mais cedo acaba-se por encontrar a resposta apropriada.

BREVE VISITA AO LOUVRE

Numa breve visita que fiz ao museu do Louvre, não se pode dizer que tenha ficado extasiado a observar o quadro de Mona Lisa, Gioconda ou como lhe quiserem chamar. Se não fiquei extasiado em muda contemplação, pode dizer-se que fiquei decepcionado com o seu tamanho quase insignificante nos seus 77 cm de altura.

Tomando como verdadeiras as diferentes teorias que por aí circulam, era expectável que Leonardo Da Vinci tivesse conseguido captar além do aspecto físico, o aspecto psicológico do modelo e revelasse a face oculta do artista. Com base em diversos factores, alguns investigadores defendem que o quadro representa, nada mais nada menos, do que um autorretrato de Leonardo Da Vinci. Por definição, um “autorretrato” é qualquer pintura ou desenho que reproduza, pelo menos, o aspecto físico da própria pessoa. Com os meios de que a ciência dispõe hoje em dia, a dúvida persiste.

O quadro, que nem sequer se pode considerar um verdadeiro quadro, é afinal uma pintura a óleo executada sobre um painel de madeira de álamo…

Qualquer ramo das artes, serve para esconder a alma do próprio artista, a dúvida fica para sempre além de uma verdadeira obra de arte.

O GOSTO NÃO SE DISCUTE

É do conhecimento geral que não sou grande (nem grande nem pequeno) adepto de futebol mas, neste caso, tenho de concordar com o alto dirigente de um conceituado clube de futebol quando diz, «É inacreditável haver tourada com público, mas a um jogo de futebol não pode ir ninguém».

Não defendo nem sou contra qualquer um desses eventos mas as touradas ou corridas de touros não são de todo da minha simpatia. Não desconheço que se trata de um evento muito antigo que remonta já ao século XII, mas também não desconheço que já correu muita tinta, dentro e fora da AR entre os apoiantes e os críticos. Dizem, fidedignos dicionários, que os adeptos da tauromaquia, em sentido restrito, «são pessoas que se comprazem em derramar sangue» Em sentido figurado, dizem os mesmos dicionários, que se trata de gente que gosta de fazer sofrer. Enfim… Gostos não se discutem, diz a sabedoria popular mas, perante estes eventos…

A situação é nova, nunca antes vivemos uma tal situação geral de pandemia, por isso, custa-me a compreender a posição dos nossos governantes que permitem a presença de público nas touradas e proíbe que o público frequente os estádios! Na minha opinião são duas situações a evitar já que os adeptos não conseguem manter as distâncias, o uso de máscara mesmo estando em recinto aberto (devido a proximidade), a desinfecção de mãos, etc. …

Tenho de concordar com do dito senhor quando diz que é permitido (legal) espetar “facas” em animais, mas para ver futebol não pode haver público nas bancadas… É preciso ser coerente, mesmo a legislar!

O MÊS QUE SE SEGUE

Depois de um Julho atípico, era lógico que se seguisse o mês de Agosto. Ele aí está. Para alguns, este mês representa o fim das férias enquanto que para outros, significa que as esplanadas e praias se encontram sobrelotadas, os supermercados apinhados de gente, festividades e arrais em honra de qualquer santo, sem púbico como exige a pandemia, trânsito infernal no regresso a casa ou devido à contingência de fazer “férias cá dentro”...

Enfim, o Agosto está aí com todas as vantagens e inconvenientes que dependem do gosto pessoal. Mesmo não sendo supersticioso já ouvir certamente a expressão Agosto é o mês do desgosto, que acaba por afectar o comportamento de muita gente. A má reputação deste mês baseia-se nos antigos romanos que acreditavam que durante o mês um dragão percorria os céus (constelação de Leão)…

Na realidade, a má fama atribuída a Agosto deve-se exclusivamente à interpretação pessoal. Até se instalar a actual pandemia, cada um viveu a própria vida, virado exclusivamente para si. Agora é chegado o tempo de reunir todas as energias disponíveis e descobrir outros caminhos de acordo com os objectivos entretanto adaptados. Por muito que custe assimilar, nada será como antes.