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quinta-feira, 30 de junho de 2016

O DIREITO A MUDAR DE OPINIÃO

Por diversas vezes tenho manifestado a minha preferência por livros impressos em papel e o meu desagrado por livros digitais, os chamados e-books. Prefiro o contacto dos dedos com as folhas, o cheiro a tinta e do papel, transportar o livro e ler onde quer que me encontre… excepto na praia ou na piscina. Aí a minha opinião muda face aos inconvenientes da leitura nestes locais. Detesto a areia que o vento introduz entre as folhas do livro, o persistente virar de páginas devido às rajadas de vento mais fortes, os salpicos de água provocados pelo mergulho acrobático de alguma criancinha na piscina… Nestas situações, reconheço algumas vantagens dos ditos e-books em detrimento do livro tradicional. Tenho alguns e-books (grátis) no meu iPad que penso ler este verão pela facilidade de leitura em viagem e na praia aliados à versatilidade do iPad.
Mudar de opinião não significa forçosamente inconstância ou falta de personalidade. Reservo-me o direito de mudar de opinião sem que por isso possa ser considerado inconstante e muito menos de falta de personalidade. Ressalvo, no entanto, que mudar de opinião não implica mudar de princípios. Nesta base, mudar de opinião revela afinal abertura de espírito. É esta postura que faz o mundo girar e evoluir.
Desde que não prejudique ninguém, todos temos o direito a mudar de opinião.
Qualquer que seja a preferência, livro tradicional ou e-book, o importante é ler.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

A PRANCHA É O QUE ESTÁ A DAR

 Ao contrário do que o título possa sugerir, não vou fazer a apologia nem sugerir dicas para a prática de surf. Aqui a designação de “prancha” tem tudo a ver com a postura do nosso próprio corpo. A prancha abdominal, como é chamada, não é um exercício destinado apenas a emagrecer. Ela desenvolve e fortalece os músculos abdominais, das costas, braços e pernas melhorando deste modo substancialmente a postura.
Dizem os defensores deste exercício que a sua prática equivale a mais de 1000 exercícios abdominais clássicos. Toda aquela sorte de máquinas e maquinetas existentes nos ginásios deixaram de fazer sentido com a prática destes exercícios.
Vou experimentar e dentro em breve darei o meu testemunho sobre a sua eficácia. Entretanto deixo aqui um esquema da variante mais simples que pode ser praticada em casa durante 5 minutos apenas. Existem outros esquemas mais complexos que podem ser pesquisados na Net.
Em casa ou no ginásio não deixe também de experimentar.

terça-feira, 28 de junho de 2016

UM AVÔ COMO TODA A GENTE

Como toda a gente, também tive avós, avós paternos e avós maternos. E mais do que toda a gente, também tive uma avó postiça que não era avó de ninguém, mas que cuidava de mim e do meu irmão quando chegávamos da escola até os nossos pais regressarem do trabalho. Dito assim, pode parecer que convivi com uma multidão de avós o que não é de todo verdade. Não sei se feliz ou infelizmente só conheci a avó paterna que, ao que me lembre, não morria de amores pelos netos. Quanto aos outros, partiram primeiro antes da chegada dos netos… Espertos!
Agora que estou numa de avô até ao fim do mês, já me avisou o Miguel, não vou cair nesse velho cliché de dizer, ser avô é ser pai duas vezes porque não é. Pelo menos, para mim, não funciona assim. Já me bastou ser pai uma vez, mais concretamente, duas vezes.
Talvez que a visão que tenho sobre o papel dos avós tenha algo a ver com a relação ou a ausência dela com os meus avós. Ou talvez seja apenas uma questão de temperamento… sei lá. Ser avô, é simplesmente ser avô.
Isso significa menos… menos clima para a escrita menos tempo para dedicar à minha pessoa, menos paciência para… para quezílias. Mas também significa mais… mais atenção às traquinices dos netos, mais tempo para lhes fazer companhia, mais coragem para fazer do cansaço mais vontade de colaborar nas brincadeiras, mais disponibilidade para responder a todas as questões até à exaustão… enfim, isso é ser avô.
Se tudo o que ficou dito é verdade, se tudo isso acontece, de forma alguma, ser avô é resumir toda a nossa existência numa completa disponibilidade para os netos. Os avós têm direito a ter vida própria, os seus momentos de relaxe destinados a cuidar de si próprios, de conviver com os amigos, de trabalhar se for caso disso…
Isto, é ser avô.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

UM EXPERT NA ARTE DA MARCHETARIA

Não se trata de uma filosofia, seita religiosa, partido político ou afim e também nada tem a ver com a minha habilidade pessoal. Marchetaria é a arte de decorar peças de madeira tais como móveis, tectos ou soalhos, utilizando a técnica de embutir diversos materiais. Não se sabe ao certo qual a origem desta técnica sendo o mais antigo que se conhece, uma bacia de pedra calcária na Mesopotâmia datada de cerca de 3000 anos a. C. A arte de embutir madeiras foi amplamente utilizada no antigo Egipto como se pode comprovar através de peças até hoje preservadas.
Trata-se, pois, de uma técnica que exige, para além de formação específica, uma enorme sensibilidade e poder de criação.
Na verdade, não sou eu o expert nesta nobre arte, mas sim o meu filho. É com enorme orgulho que ilustro esta sua “habilidade” com um trabalho executado por ele.

sábado, 25 de junho de 2016

UMA ESTRELA CADENTE

O ser humano, na sua complexidade, necessita acreditar seja no que for, natural ou sobrenatural. Mesmo aqueles que se dizem cépticos não dispensam formular um desejo quer atirando uma moeda para a fonte, ao soprar as velas do bolo de aniversário ou ao observar uma estrela cadente.  Com gestos como estes, espera-se que os desejos se concretizem.
Com a saída do Reino Unido da União Europeia, por analogia, impõe-se a dúvida: Não seria de formular também um desejo perante esta queda como se de uma estrela cadente se tratasse…?
Como quase toda a gente, já formulei um desejo ao observar uma estrela cadente e aguardei cheio de esperança que ele se concretizasse. O tempo foi passando e com ele a descrença foi crescendo. Não acredito em estrelas cadentes. Até porque as estrelas cadentes afinal não são estrelas. Não passam de meteoritos que deixam um rasto luminoso ao deslocarem-se no espaço…
Seja como for, é preciso ter muito cuidado com o que se deseja para não sofrer uma decepção. É conveniente formular um desejo que seja viável, tendo sempre presente que às vezes os desejos precisam de uma ajudinha para se tornarem realidade.
Ah, e sobretudo nunca se deve contar a ninguém o desejo sob pena de ele não se realizar.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

UMA AVENTURA NUM CENTRO DE SAÚDE

De três em três meses recorro ao Centro de Saúde da minha área para requisitar e posteriormente recolher as receitas de medicação crónica. O nome é um tanto dramático, mas é assim que lhe chamam.
Lá estavam os utentes do costume. Até podiam ser outros, não decoro caras, mas tinham a mesma idade e fisionomias habituais da maioria dos que frequentam este C.S. Todos permaneciam sentados a aguardar pacientemente a sua vez naquele estado de torpor próprio de quem acordou cedo para ali se dirigir. O som do Bip do quadro electrónico despertou a atenção de todos os presentes. Um dos que permaneciam de pé encostado a uma parede resmungava para si próprio, palavras sem nexo que eu, e se calhar nem ele, conseguia entender… Pelo aspeto, imagino que seriam insultos, palavrões e toda a sorte de impropérios resultantes da impaciência de quem se encontra há muito tempo à espera de ser atendido.
Observando a maioria dos presentes fica-se com a convicção de que vivemos numa sociedade predominantemente envelhecida com dificuldades de locomoção e de compreensão a vários níveis o que explica de certa modo a demora no atendimento.
Ao fim de uma hora de espera aproximadamente, fui despertado pelo som do quadro electrónico que chamava a senha número oito, a minha. Devo dizer que fui atendido por um funcionário competentíssimo e com a máxima simpatia.

terça-feira, 21 de junho de 2016

PALÁCIO DO BOLHÃO

Do Terminal de Cruzeiros de Leixões, rumámos ao Palácio do Bolhão. Este edifício mandado construir em 1844 pelo comerciante António de Sousa, Conde do Bolhão, situa-se em plena Baixa do Porto. Esteve ao abandono por mais de duas décadas passando, entretanto por muitas e variadas histórias. Tendo sido recuperado há pouco tempo fazia parte da lista dos edifícios aderentes a esta edição do Open House. Alberga actualmente a companhia de teatro ACE Escola de Artes.
A visita a este palácio situado mesmo ao lado do célebre mercado, esvaziado do seu recheio original, justifica-se mesmo assim pela beleza dos seus tetos, estuques e pelas madeiras e soalhos.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

VISITA AO TERMINAL DE CRUZEIROS DE LEIXÕES

O Open House é um evento internacional que foi criado em 1992 em Londres ao qual acabaram por aderir mais de 30 cidades em todo o mundo. O Porto foi a segunda cidade portuguesa, depois de Lisboa, a aderir ao evento.
Este fim de semana, dias 18 e 19 de Junho, realizou-se a segunda edição do Open House havendo 51 propostas distribuídas pelas cidades do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.
Visitar o Terminal dos Cruzeiros de Leixões era um dos meus desejos secretos e nada me poderia ter agradado mais do que saber que fazia parte das 51 propostas desta segunda edição do Porto Open House.
O projecto do Terminal de Cruzeiros, da autoria do arquitecto Luís Pedro Silva, foi distinguido com o prémio internacional de arquitectura e design da AZAwards entre as 826 candidaturas de mais de 50 países. Esta distinção veio aguçar ainda mais a minha curiosidade e vontade de visitar o edifício. Finalmente o meu “sonho” concretizou-se.
O meu bem-haja aos nossos amigos pelo desafio e pela companhia antes, durante e depois da visita, não esquecendo o magnífico jantar que nos ofereceram.

sábado, 18 de junho de 2016

QUEM ME DIZ ONDE É A ESTRADA?

Onde me leva esta estrada… ainda não sei. Ainda que não me leve a parte nenhuma é por ela que seguirei… É essa apenas a minha certeza.
Há estradas assim em que, pela beleza da paisagem ou pelo agreste do envolvente, a gente sente … sente que é por aí que tem de seguir. Mesmo que não nos leva a nada.
É como que um “destino” traçado por qualquer força superior ou, mais modernamente, como se um GPS que naquela voz um tanto irritante nos diz: siga em frete até à próxima rotunda… Continuámos seguindo em frente na ansiedade de alcançar a bendita da próxima rotunda que nunca chega ou, se chega, a mesma voz continua dizendo: siga em frente… até à próxima rotunda…
E lá vamos seguindo em frente, incapazes de alterar o rumo por alguém traçado como o destino fatalista de um fado, como algo incontrolável.
Tudo depende afinal da beleza da paisagem ou do agreste do envolvente…. Há quem tenha a sorte de seguir por estradas que conduzem a paisagens paradisíacas plenas de sol e calor… enquanto outras nos transportam através de tempestades onde a cada curva nos espreita um dos nossos fantasmas. Por umas, ou por outras, teremos de seguir sob pena de nos perdermos irremediavelmente.
Quem me leva os meus fantasmas?
Quem me diz onde é a estrada?

sexta-feira, 17 de junho de 2016

ESTOU NUMA DE NÃO TE IMPORTES

A história não dizia com a “careta”, mas não me importo. Não me importo porque isso foi ontem e hoje, já é passado. Também me parece que o provérbio não é bem assim, seria mais “não diz a cara com a careta”, mas isso também não importa.
A chuva que persiste em cair e que, segundo dizem, veio para ficar, também não importa. Estou numa de não me importar. Agora vivo o momento presente (como se isso existisse…!). Se pensarmos bem, o presente é apenas presente por uma fracção do segundo porque, no segundo seguinte, já é passado.
E quem se importa com o passado? Muito boa gente, o que não me parece ser uma prática muito saudável. O passado não se repete nem se pode modificar por isso, o que está feito, está feito.
Foi bom? É para recordar.
Foi mau? É para esquecer e, de algum modo, retirar algum ensinamento para o futuro porque o presente, apenas o é numa fracção de segundo.
Se não entendeu o meu ponto de vista, melhor será recorrer a esta magistral definição do tempo:
O que é, pois, o tempo? Se ninguém mo pergunta, sei o que é; mas se quero explicá-lo a quem mo pergunta, não sei: no entanto, digo com segurança que sei que, se nada passasse, não existiria o tempo passado, e, se nada adviesse, não existiria o tempo futuro, e, se nada existisse, não existiria o tempo presente. De que modo existem, pois, esses dois tempos, o passado e o futuro, uma vez que, por um lado, o passado já não existe, por outro, o futuro ainda não existe? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse a passado, já não seria tempo, mas eternidade. Logo, se o presente, para ser tempo, só passa a existir porque se torna passado, como é que dizemos que existe também este, cuja causa de existir é aquela porque não existirá, ou seja, não podemos dizer com verdade que o tempo existe senão porque ele tende para o não existir? (Santo Agostinho, Confissões- Livro XI)
Ainda mais confuso? Deixa lá, fica numa de não te importes...

quarta-feira, 15 de junho de 2016

DISFARÇAR O MEDO

Quando se é pequeno, tem-se medo do escuro, de monstros, do desconhecido, enfim, tem-se medos pequeninos que parecem enormes. Depois de crescidos, os medos também são maiores e mais se agigantam. Como toda a gente, mesmo aqueles que dizem não os ter, tenho os meus medos.
Ter medo não é vergonha nenhuma. Atrevo-me mesmo a dizer que é um sentimento normal e até saudável na medida em que nos protege de qualquer perigo real. Sem me prender com a necessidade de definir o “medo”, direi que toda a gente, em algum momento ou situação na vida, já sentiu medo. Daí que toda a gente guarda no mais íntimo de si próprio os seus medos, sejam de que natureza forem. O medo de viajar de avião, de andar de elevador, do escuro, de perder, de falhar, da traição, da doença, do futuro… De todos, o mais grave, é o medo de nós próprios. O medo das nossas emoções e das nossas reacções em determinadas situações é real e, por vezes, perfeitamente justificável.
Se alguém me perguntasse agora, já não tens medo?
Diria sim, ainda tenho medo. A única diferença é que aprendi a disfarça-lo…

terça-feira, 14 de junho de 2016

O LIVRO "O QUARTO DE JACK"

Ter um livro de castigo não faz de todo o meu género. Ou leio ou o ponho definitivamente de parte. Aliás tem sido esse o meu lema de vida em muitos outros aspectos, ou tudo ou nada. Que não sirva de exemplo. Devo esclarecer que nem sempre me tenho dado bem com esta filosofia de vida, mas o que fazer? O “mal” já vem de nascença.
Voltando ao tema do livro, depois de algum tempo de castigo à cabeceira da cama, lá me forcei a terminar a leitura. Na minha opinião e é o que aqui prevalece, a narrativa na voz de uma criança de 5 anos, torna-se por vezes fastidiosa e repetitiva. Como todas as crianças, também esta revela um espírito voluntarioso e de alguma teimosia.  De tal modo está bem caracterizado o personagem que por vezes dá vontade de lhe aplicar um bom tabefe. Deus nos livre de violências. Convém, no entanto, não esquecer que se trata de ficção…
O tema central do livro relata o quotidiano de uma adolescente que foi sequestrada e mantida prisioneira durante anos num quarto onde acaba por engravidar e dar à luz um rapazinho a quem dá o nome de Jack. A “história” nem sequer é original sendo do conhecimento geral vários casos semelhantes ocorridos em diferentes países.
Resumindo e para não me alongar mais, confesso que não me entusiasmou a leitura deste livro cuja narrativa se torna, como já disse, monótona e arrastada prendendo-se com a descrição de demasiados pormenores que pouco contribuem para a construção da trama até porque são por demais repetidos na primeira metade do livro.
No meu Top de leituras continua o livro "A rapariga no comboio". É um livro bem escrito, original e que mantém o leitor em suspense até à última página.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU

Vermo-nos ao espelho, nos nossos dias, é algo incontornável. Eles estão por todo o lado, em casa, no elevador, nos estabelecimentos comerciais, nos WC, … Em qualquer parte, onde a gente se encontre, lá está um espelho onde nos podemos (ad)mirar.
Apesar desta profusão de espelhos, pode dizer-se que a maioria das vezes não nos olhamos ao espelho. Pelo menos de um modo geral. Olhámos apenas para partes do nosso corpo e quase nunca o olhámos como um todo. A nossa atenção tem como objectivo verificar se está tudo bem com o cabelo, se o batom manchou os dentes, ver se algum pelo escapou à lâmina de barbear, se a roupa está devidamente alinhada, e a observação da nossa imagem fica-se geralmente por aí.
Observe-se o olhar de estranheza da bebé ao observar-se ao espelho. Poderia pensar-se que, como na história, estaria a perguntar: espelho meu, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu? O que acontece na realidade é que ela não se reconhece na imagem reflectida no espelho. Na maioria das vezes o que vemos reflectido no espelho não corresponde de todo à imagem mental que de nós guardámos. Pode dizer-se que não nos reconhecemos quando olhámos sem filtros para a nossa imagem no espelho.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

DO SONHO À REALIDADE

Há dias em que os sonhos se transformam em realidade e vice-versa, isto é, em que a realidade se transforma em um sonho. Sonhar acordado pode ser prenuncio de uma grande capacidade imaginativa ao criar e prever situações. No pior sentido, sonhar acordado pode ser uma atitude de fuga à realidade que, por qualquer razão, se tornou difícil de ser vivida.
Contudo, tornar os sonhos realidade é um anseio ancestral e comum a todo o ser humano. Não há quem não tenha o secreto desejo de concretizar alguns dos seus sonhos. Note-se que me refiro a sonhos e não a pesadelos…
Que dizer então quando a realidade se transforma em sonho. Quantas vezes damos por nós a dizer, isto não me está a acontecer, só pode ser um sonho! A diferença está em ser um sonho bom ou um sonho mau…
É na distância que separa o sonho da realidade que existe o perigo de nos perdermos ao ver os sonhos de uma vida esfumarem-se em coisa nenhuma.
Há dias assim.

terça-feira, 7 de junho de 2016

I´M ALIVE

Apesar da chuva que teima em cair,
Apesar do sol que insiste em se esconder,
Apesar daquela dor que insiste em ficar,
Apesar das sombras e desencontros,
Apesar de tudo que me faria ficar infeliz,
Sinto-me bem. Estou contente
Porque estou vivo…!
Pode a chuva continuar a cair,
O sol pode esconder-se,
As dores podem ir e voltar
Que mesmo assim, fico contente
Porque estou vivo…!
É uma bênção contemplar a Natureza,
O sol reflectido nas folhas novas das árvores,
O mar imenso e as ondas que morrem na praia,
O sorriso da pequenina e o calor da sua mãozinha
Quando agarra na minha e me conduz…
Apesar de tudo que me poderia fazer infeliz,
Estou contente porque estou vivo…!

domingo, 5 de junho de 2016

NO TEU ANIVERSÁRIO

Morro com esta saudade
Que trago dentro do peito
Sem que nem tempo ou idade
Da cura façam proveito.
                           Jorge Leal, 5/6

sexta-feira, 3 de junho de 2016

DE CORAÇÃO ABERTO

Hoje não me apetece abrir o coração. Nem aqui, nem em parte nenhuma. Nem em sentido figurado e muito menos, literalmente (safa!!!). Já me bastou quando foi preciso abri-lo por motivos óbvios de saúde…
Aqui para nós, em boa hora o abriram apesar de todo o sofrimento do pós-operatório. Uma vez aberto, todos os medos, tabus e preconceitos que se encontravam aprisionados se libertaram permitindo adquirir uma nova capacidade de análise e filosofia de vida que a maioria dos mortais jamais irão experimentar.
Há dias em que nos fechámos ao exterior concentrando toda a nossa atenção no próprio EU. Deixo já aqui o aviso de que não é nada fácil nem agradável tal prática. É que, fechando-se ao exterior, isso conduz inevitavelmente a um profundo exercício de introspecção que pode vir a revelar-se profundamente doloroso e mesmo decepcionante. Compreensivelmente, a maioria das pessoas tentam a todo o custo evitar fechar-se sobre si próprios. Em tempos cheguei a pensar ser esta uma manifestação de falta de inteligência. Só mais tarde compreendi que afinal não passava de um mecanismo de autodefesa.
Seja como (ou o que) for, hoje não me apetece abrir o coração. Por isso, não esperem encontrar confidências, palpites, sugestões,… nem me atrevo a dizer conselhos porque afinal quem sou eu para os dar? São apenas sugestões para ultrapassar qualquer momento mais difícil à luz da experiência adquirida ao longo de muitos anos. É essa uma das finalidades deste blog.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

DA MINHA JANELA P´RA TUA

Todos temos uma janela, ou mais do que uma. Mesmo os sem abrigo, não tendo casa, têm a maior janela de todas por onde podem ver o céu por inteiro…
Há janelas que se abrem para o lado mais sombrio da rua e outras por onde, se não entram directamente os raios solares, pelo menos entra toda a luz do sol.
Toda a gente, de quando em vez, se debruça por uma janela nem que seja a do Windows no computador, mas essa é uma janela virtual por onde muitos se evadem das realidades desagradáveis da vida…
Tendo a possibilidade de escolher a janela por onde observamos a vida, inexplicavelmente há quem teime em abrir sempre a janela que dá para o lado sombrio. Por essa janela apenas conseguem ver o lado errado das coisas o que os deixa revoltados e faz deles gente amarga. Por outro lado, abrindo a janela que dá para o lado luminoso é possível ver com clareza a real dimensão dos problemas, equacioná-los, prever soluções e exigir correctamente uma solução.
Há dias em que abrimos a janela que dá para o lado mais luminoso da vida e nos surpreendemos a (re)descobrir toda a beleza que nos rodeia.
Há dias assim.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O CÃO QUE COMIA CHUVA

É um livro escrito por Richard Zimler com ilustrações de Júlio Pomar. Diz o autor que se trata de um livro infantil (o quarto) o que, na minha opinião, não corresponde inteiramente à verdade. De infantil tem apenas o narrador (a Violeta) e o herói, um menino de 11 anos chamado Zé. O tema central da história gira à volta do bullying e das alterações comportamentais das vítimas. Por este motivo considero de leitura obrigatória para os pais que têm filhos em idade escolar e principalmente para quem está na direcção das escolas (públicas ou privadas) e a quem cabe a responsabilidade de detectar e evitar que tais situações se prolonguem no tempo além de tomar medidas radicais para punir os delinquentes.
A certa altura o autor escreve pela voz de Violeta. Passados uns dias, ouvi os nossos pais a conversarem e a interrogarem-se sobre as razões que levariam rapazes de 15 anos a aterrorizar um colega de 11 e a roubar-lhe as suas coisas. Talvez fossem maltratados pelos próprios pais e tivessem aprendido a violência em casa. Achei que fazia sentido, mas ao fim de algum tempo deixei de prestar atenção à conversa. Apercebi-me que as razões não me interessavam. Soavam-me a desculpas. E, a meu ver, não havia desculpas para fazer com que alguém como o Zé passasse a odiar as coisas de que mais gostava. É um crime. E qualquer pessoa que faz isso devia pagar um preço elevado.
Quantos dos que me estão a ler não terão um episódio do género que por vergonha ocultaram dos pais e mais tarde de si próprios?
É que o bullyng existe e sempre existiu embora com outro nome. A meu ver e de acordo com a opinião da Violeta, o bullying é um crime e, qualquer pessoa que o pratica devia pagar à sociedade um preço elevado. Tudo o que se possa dizer sobre as razões que levam os autores a exercer estes actos, soam-me a desculpas…
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