POETA

 

UMA SIMPLES PALAVRA

Há dias em que as palavras ditas na melhor das intenções nem sempre são bem interpretadas. As palavras são apenas um conjunto de letras embora cada qual tenha o seu som. Por si só,  não deveriam ser mais do que isso nem mereciam a importância que geralmente se atribuí. Por mais bonitas que sejam ou por mais agrestes, o tempo acaba por devora-las com a mesma sofreguidão com que devora tudo por onde passa…

Bonitas ou feias, com muito ou pouco significado, o certo é que as palavras são atiradas para o ar e por muito que se corra atrás delas nunca se alcançam, no entanto ficam retidas na memória de quem as escuta. Uma simples palavra pode ferir profundamente quem a escuta ou então levar ao céu a quem se dirige. É este o estranho poder das palavras. Podem gerar emoções e despertar sentimentos que se pensavam adormecidos.

Há palavras para todos os gostos e para todas as ocasiões, umas mais bonitas que outras, algumas são divertidas mas, todas elas dependem do significado que se atribui ou adequado ao aquele momento porém não passam daquilo que são.

Contudo há palavras que atravessam o tempo sem se diluir no tempo e na memória…

Há dias assim.

ANIVERSÁRIO

 

SENSO DO RIDÍCULO

Parece que vivemos num país de abeutalhados, isto é, pessoas sem um mínimo senso do ridículo. É certo que é preciso ter muito senso de humor para aceitar que se ilibem pessoas que os factos comprovam que são culpados.

As estações televisíveis, por exemplo, em vez de serem uma fonte de informação isenta, transformaram-se muitas vezes numa fonte de desinformação. Enquanto se espera pelas notícias do dia, o senso do ridículo é posto à prova o que leva o espectador a pedir a todos os santos que lhe conserve uma dose suficiente para evitar sujeitar-se ao ridículo em troca de um protagonismo efémero.

Hoje em dia existe uma tendência generalizada de manipular as notícias de acordo com a cor politica ou então segundo o interesse económico quer do país quer da sua gente. Embora se admita a muito custo, toda a gente acaba por ser manipulada em maior ou menor grau alterando até comportamentos e o modo de pensar de cada indivíduo.

Conservar a capacidade de se rir de si próprio demonstra o verdadeiro senso do ridículo sem esquecer a certeza de que tudo foi feito pelo melhor com as armas que se tinha no momento,.

GOSTAR

A GALINHA DO VIZINHO

Como diz o ditado sobre qualquer comparação a galinha do vizinho é sempre mais gorda do que a minha. De facto, quando se olha para o lado a vida dos outros parece bem mais divertida do que a nossa. É habitual este tipo de comparação que demonstra a necessidade de autoafirmação atualmente demonstrada pelas redes sociais.

É inegável as imensas vantagens das redes sociais quando bem utilizadas sem esquecer alguns dos inconvenientes de que padecem quando mal utilizadas... Ao ”viajar” por lá constata-se que toda a gente é bonita, divertida, honesta, conhecedora dos recantos paradisíacos do planeta, lá elogiam o seu par, filhos e netos…

Fique bem claro que navega nas redes sociais muita gente honesta que só publica informações verdadeiras enquanto outros, como é óbvio, só mostram o seu lado melhor na mesma medida em que escondem o lado pior…

Quando se conhece alguém presencialmente é normal que ao fim de algum tempo, o confronto com a realidade mostre qualidades e defeitos insuspeitados…

ESCOLHAS

É já um lugar comum dizer que a vida é feita de escolhas mas de facto, assim é. Escolher é fácil, difícil é tomar decisões.

Conforme as nossas escolhas, assim a vida decorre favorável ou desfavoravelmente segundo os objetivos que se pretende alcançar. Não se pode falar em escolhas acertadas ou escolhas erradas. A vida encarrega-se de enveredar num sentido diferente daquele que se planeava e fica sempre a dúvida de saber se foi a melhor decisão ou a pior…

Analisados os factos fora de qualquer tendência, os objetivos traçados parecem algo de enfadonho, desnecessários e pura perda de tempo…

SAUDADE

 

O MUNDO A AFUNDAR-SE

Como capa de revista correu o mundo e nela pode ver-se o secretário-geral da ONU na Polinésia com água até aos joelhos e com cara de “poucos amigos”. Razões não lhe faltam para estar tão zangado. Efetivamente o mundo está a afundar-se devido ao degelo causado principalmente pela produção excessiva de monóxido e dióxido de carbono…

Uma das regiões sujeitas a esse perigo é a Polinésia, mais concretamente Tuvalu. Já era suficientemente mau se estivesse em perigo uma determinada zona do planeta mas é extensiva a todas as regiões costeiras onde vivem muitos seres humanos…

Em diversas regiões do globo sentem-se já  alterações climáticas que estão a destruir o planeta que só não vê quem não quer ver. É lamentável que o poder económico faça com que muita gente reaja insensivelmente a esta catástrofe fechando os olhos…

É um dever moral salvar vidas e principalmente o planeta que nos foi emprestado para viver…

E VEIO A NOITE

O POVO É QUEM MAIS ORDENA...

Se estava a pensar que era o povo que decidia o destino do país, não podia estar mais enganado. Na verdade, o povo é quem menos ordena. Neste momento deve estar a recordar algumas palavras filosóficas do 25 de Abril… Eu sei que em Portugal, a partir dessa data, vive-se em democracia embora espartilhada por uma Constituição que apesar de muitas emendas e correções chegou aos nossos dias.

O enriquecimento ilícito de qualquer indivíduo e respetivas famílias só foi possível graças à permissividade e passividade do povo português. Numa época em que nem sequer serve de desculpa a emigração devido à pandemia que obrigou a fechar as fronteiras, talvez o poder do povo, apesar de tudo, tenha emigrado…

Efetivamente quem manda em qualquer país é o poder económico sustentado pelos respetivos lóbis, independentemente do regime político que vigore no país.

SENTIMENTO

SENTIMENTOS

Nem sempre a vida está se em harmonia com as nossas espectativas o que motivo do sentimento de frustração que, por sua vez origina outro sentimento mais profundo, a infelicidade.

Por mais que se procure outra saída, devido a variadíssimos motivos, não sempre se vislumbra uma saída, na base de qualquer decisão encontram-se sempre diferentes apegos…

Com efeito, a gente apega-se a lugares, rotinas, pessoas, situações e tantas coisas mais. No entanto, mudar está nas nossas mãos, perfeitamente ao alcance do cidadão mais comum. Mudar de vida não significa romper com o passado ou o futuro necessários à construção daquilo que somos e viermos a ser. No entanto, se essa mudança exige que se tome um novo rumo,… haja coragem de romper com o presente e continuar em frente.

ANTES E DEPOIS

GUERRA AO PLÁSTICO

A guerra ao plástico já começou, com a qual concordo. Concordo com todas as medidas que se tomem a favor deste planeta moribundo que habitamos. A “doença” não se resume ao recurso indiscriminado do plástico mas também ao consumo exagerado de carne, aos carros movidos ao combustível fóssil, às viagens de avião,… todas esta atividades humanas contribuem essencialmente para a libertação de CO2.

É uma guerra em que todos são chamados a contribuir, basta evitar ou consumir minimamente estes produtos. Estima-se, por exemplo, que um avião, numa viagem entre Porto e Lisboa, chega a lançar para a atmosfera sete vezes mais dióxido de carbono do que um comboio (Associação Ambientalista Zero). Como resultado desta pandemia já há muita gente decidida a trocar o avião pelo comboio ou autocarro, quando o estado de emergência for levantado.

O assunto não é pacífico já que mexe com muitos postos de trabalho e de muita gente… A todos estes números, sobrepõe-se o poder económico que anula qualquer decisão que tente anular estes fatores. Estes são alguns dos fatores que contribuem para o aumento da pegada ecológica.

A pandemia que atingiu quase todos os países sensibilizou a população mais esclarecida para estes problemas e por outro lado tornou cada indivíduo mais egoísta.

Cabe portanto a cada indivíduo reduzir ao máximo a pegada ecológica afim de evitar a morte prematura do planeta que nos foi emprestado.

PORQUE VIESTE?

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Não se resume a Portugal que faz jus ao epíteto de “país de brandos costumes”, o problema é comum a quase todos os países. O mundo inteiro manifesta brandos costumes no que se refere aos cuidados que lhes compete na proteção do Globo. As alterações climáticas manifestam-se um pouco por todo o lado caraterizadas por uma alteração significativa dos padrões meteorológicos em prejuízo de inúmeras vidas humanas e animais.

Por razões económicas e sobretudo por inércia da população em geral, aceita-se como normal o verdadeiro atentado contra o globo terrestre. Indiferente às parcas medidas que se vão tomando, o mundo continua a girar não importa até quando e só quando o mar lhe chegar à porta e muitos dos territórios desaparecerem talvez então os dirigentes comecem a preocupar-se com este problema. Até lá decorrem ainda alguns anos, talvez décadas dando oportunidade a que alguns encham os bolsos. E cá para nós, dizem os responsáveis, quem tem dinheiro sempre se “safa”…

VIESTE

PEGADAS

Há pessoas assim. Entram de mansinho sem que se saiba de onde, cumprem a sua missão e partem tal como vieram. Ficam apenas o tempo necessário para cumprir a sua missão mas deixam a marca da sua presença. São pessoas que, por onde passam, deixam a sua pegada graças à qual tudo o que não fazia sentido, passa a faze-lo. A marca que deixam é de tal modo profunda que são lembradas para sempre.

Parece uma coisa fácil deixar pegadas por onde se passa, basta caminhar sobre a areia ou um terreno propício mas deixar pegadas é mais do que isso. Deixar pegadas é gerir afetos, guardar recordações que permanecem e se recordam a todo o instante.

Deixar pegadas positivas não é para todos, é um dom que se recebe não sabe de quem nem onde o aplicar… Por mais que se queira ignorar, tudo o que se faça deixa uma pegada, uma marca sobre alguém e sobre o ambiente. Tal como diz um provérbio africano, as pegadas na areia do tempo não são deixadas por quem fica sentado.

É preciso viver conforme a nossa consciência para deixar a nossa pegada, aquela marca que fica sobre a areia com os pés molhados que pisam em superfícies secas …

Há dias assim.

CHORO

 

ALTOS E BAIXOS

 

A vida tem destas coisas, altos e baixos que é forçoso enfrentar embora ela se cobre por esses factos mas está fora de questão, ninguém gosta de sofrer.

No entanto todas as vidas têm pontos altos e pontos baixos, só quem foi atingido pela adversidade compreende exatamente o sentido desta frase. Viver requer suportar estoicamente os golpes cada um dos golpes. Há quem apare esses golpes mantendo a habitual alegria de viver enquanto outros os interiorizam deixando-se abater.

A maneira de reagir às adversidade da vida está relacionada a diminuição da dopamina, hormona responsável pela sensação de prazer.

O nosso cérebro funciona como uma máquina maravilhosa que decide por si só quando deve permanecer em standby de modo a evitar o sofrimento que se pode evitar através de coisas tão simples como uma mudança de ambiente…

É provável que tenha já atravessado momentos altos e momentos baixos durante a vida sem mesmo se aperceber. Eles instalam-se sub-repticiamente como se fossem um mecanismo de autodefesa sem manifestar qualquer sintoma que indicie uma qualquer doença que requer a ajuda de um especialista.

OS VELHOS E OS NOVOS

Com o tempo, a maneira de ser e pensar vai evoluindo ou seja, muda e daí resulta um indivíduo totalmente diferente, com outra maneira de estar e de pensar.

Quando se é novo pensa-se que tudo é possível e sem consequências o que leva a que se cometam atos reprováveis pela sociedade que pretendem modificar… Em todos os casos, os pais lá estão na retaguarda sempre presentes para arcar eventuais culpas e afastar obstáculos. Geralmente idosos, os pais têm o próprio modo de pensar embora vá evoluindo de acordo com as mudanças da sociedade.

Tudo muda com o correr do tempo por isso é espectável que os idosos se adaptem aos mais novos, dentro do que lhe é possível. Cada indivíduo é a imagem da sociedade em que o viu nascer, por isso é normal que os idosos de hoje não sejam iguais aos idosos do passado. O somatório de todas as vivências por eles acumuladas ajudaram a construir a pessoa que hoje são.

Atravessar a vida sem somar vitórias e derrotas, então é porque não viveu.

ERA UMA VEZ...

 

COISAS DE QUE NÃO GOSTO

Podia recorrer a termos mais suaves para definir todas as coisas me provocam a sensação de enervar ou irritar contudo prefiro chatear.

Dizer que já não me chateio era uma grande mentira. Chateio-me poucas vezes mas quando me chateio é a sério. Podia preencher páginas e páginas a relatar aquilo que me chateia mas resolvo o caso ignorando a origem das coisas que me chateiam.

Digamos que agora sou mais tolerante para certas coisas que me afetam ou que me lembram como já fui no passado. Com o tempo adquiri o dom de me posicionar efetivamente em ambos os lados da e avaliar onde reside a razão que geralmente não se encontra em nenhum dos lados. Com esta atitude consegue compreender-se muitos dos comportamentos manifestados pela parte contrária.

Podia enumerar as mil e uma coisas que alguns procedimentos me chateiam mas não vou fazê-lo porque são do conhecimento geral. Por muito que nos chateiem, é sempre tempo de compreender que apenas fazem o que fazem por ignorância ou afirmação.

FOLHAS MORTAS

 

DESVIAR NÃO É ROUBAR

Dependendo do país, do juiz, da disposição deste no momento e outros tantos fatores, assim a sentença pode variar…

Encontra-se ainda presente o caso do um sem-abrigo que, na Itália, roubou num supermercado alguns artigos para comer. É claro que o indivíduo foi descoberto e preso. Depois de muita polémica o Supremo Tribunal despenalizou o crime de quem roubar para comer.

No nosso país a decisão seria diferente,… dependendo do montante do roubo e de quem rouba. Quem comete qualquer crime é considerado suspeito até ser julgado, se condecorado, é aplaudido e até apoiado por parte da população. É preciso saber roubar sem deixar marcas que o possam incriminar e perante a falta de provas… a vida continua.

Não aprovo qualquer lei que isente qualquer sem-abrigo descoberto a roubar nem aqueles que se encontrem detidos apesar de terem bens em seu nome até que algum familiar pague a respetiva fiança…

Conclusão, roubar para comer “não constitui crime” em Itália, mas desviar, qualquer que seja o montante… já é outra história.

CINCO SENTIDOS

Deu-nos Deus ou a Natureza cinco sentidos que nos habituamos a usar e abusar desde que nascemos. Com efeito, dispomos de cinco capacidades, diria eu, através das quais conseguimos interagir com os outros, objetos, cheiros, sabores… enfim, interagir com o mundo exterior. É mesmo impossível dizer qual dos cinco é o mais importante, de tal maneira que a falta de qualquer um, implica que todos os outros se apurem para compensar o sentido em falta.

Só quando no toca na pele a falta de um deles é que lhe damos o real valor. Os cinco fazem parte do sistema sensorial comum a todo o ser humano isento de qualquer patologia, eles estão encarregados de enviar ao cérebro as informações obtidas em cada momento. É por isso que dispomos desses sentidos. Olhar, ouvir, cheirar, tocar e saborear tornaram-se atividades tão banais que deixámos de lhe dar atenção, a não ser quando algum deles nos falha…

Ir à praia, apanhar sol para as pessoas portadoras de qualquer patologia pode ser uma aventura mas não deixa de ser um direito à saúde de todo o cidadão.

Há coisas que só se compreendem quando nos fazem falta.

TODAS AS PROFISSÕES SÃO DIGNAS

 

Todas as profissões são dignas e merecem o nosso respeito. Cada uma contribui de algum modo para a construção de qualquer sociedade. Embora se pense o contrário, ser professor não é tão fácil como parece. Há estudos fidedignos (TLIS) que revelam que os professores portugueses, no Ensino Básico gastam em média 26,5% para manter a disciplina na sala de aula “roubado” aos 73,5% do tempo que deviam gastar na sua real atividade…

É esta a realidade que enfrentam todos os dias os professores em Portugal, “perdem” um quarto do tempo a tentar manter a ordem na sala de aula e desse tempo há a suprimir outras tarefas burocráticas para as quais não estavam minimamente vocacionados…

No tempo da “velha senhora”, a principal função do professor era transmitir conhecimentos. Com o passar do tempo esta função foi evoluindo e passou a exigir a participação ativa do aluno bem como todos os participantes no processo de ensino aprendizagem.

Mesmo cumprindo escrupulosamente o que está legislado não se evitam agressões verbais e por vezes físicas de alunos e alguns encarregados de educação…

CONTIGO

 

O ESSENCIAL E O ÚTIL

Cada vez que decidimos fazer uma limpeza a fundo quer seja num roupeiro, gaveta, ou numa qualquer divisão, deparámos com imensa tralha que fomos acumulando durante anos. Umas coisas guardámos porque podiam ser úteis no futuro, outras porque são essenciais à rotina do dia-a-dia, outras como recordações e outras ainda, porque sim… Por algum destes motivos atafulham roupeiros, gavetas, a casa toda…

No dia em que se decide arrumar, apercebemo-nos da enormidade de coisas, papeis, roupas, móveis e outros objetos acumulados por qualquer razão. Guardam-se coisas pensando que um dia podem ser precisas mas esse dia nunca chega e perante a enorme quantidade de coisas perdemos-lhe o tino e quando precisámos delas não fazemos ideia se existiram alguma vez ou onde foram guardadas. Se isto acontece com qualquer objeto, com as roupas passa-se o mesmo. A maioria das roupas foram guardadas de um dia virem a ser usadas contudo deixaram de servir porque o nosso corpo muda com a idade e outras simplesmente porque já se não usam…

É nisto que reside a diferença entre o útil e o essencial. O que não se usa com alguma frequência, pode ser útil para alguém mas não é essencial para nós…

UM CONVITE É SEMPRE UM CONVITE

Qualquer convite, venha de onde vier é sempre bem-vindo, nem que seja para ir aquela parte que se sabe qual é… Mesmo assim não deixa de ser um convite. É claro que nem todos os convites são para aceitar, depende da disposição, do estado de saúde além de outros fatores inenarráveis.

Em resumo, adoro convites, não pelo convite em si, mas pelo bem que faz à autoestima. Um convite é a prova de que alguém se lembrou de nós, que gosta e aprecia a nossa companhia. Pode ser devido a outros motivos, mas isso pouco interessa. Pelo contrário, não ser convidado é que provoca aquela sensação de ser esquecido ou rejeitado, o que é pior. Confesso que muitas vezes não fui convidado para um qualquer evento contudo,  com o tempo, aprendi a não dramatizar não ser a falta de um convidado. Já foi tempo em que me sentiria ofendido por não ser convidado mas o tempo apagou esse sentimento…

Enfim, qualquer convite sabe bem e eu gosto de ser convidado seja para o que for, mas se não for convidado não dramatizo, até desculpo o “esquecimento”. O mundo não vai cair por isso.

CORPO INTEIRO

 

SENTIDOS E SENTIMENTOS

Há quem não se preocupe com sentimentos como se isso não tivesse importância nenhuma. Porém a gente sente o que sente sem saber o quê nem porquê. Sente-se e às vezes nem se sabe bem o que se sente. É impossível dizer em poucas palavras este sentimento. Uma música, um cheiro, um sabor, uma paisagem,… são por vezes o suficiente para estabelecer uma associação entre o momento presente e momentos vividos no passado.

Contudo, sentir por sentir, não faz sentido para quem se preocupa em saber o porquê das coisas. Não se sabe se é saudade porque saudade sente-se de alguém que está longe mas que passa com o seu regresso ou então alguém que não pode regressar…

Muitas vezes esta sensação confunde-se com aquela sensação agridoce a que se chama nostalgia que se associa a momentos que de antemão se sabe, por variadíssimos motivos, serem impossíveis de concretizar…

TÁBUA DE SALVAÇÃO

DIAS DE CHUVA

Em plena Primavera um dia de chuva e rajadas de vento forte, faz-nos pensar que os próximos dias não serão melhores, segundo os senhores da meteorologia…

Com um tempo assim, é até uma bênção ficar em casa confinado na companhia de um bom livro ao som de uma boa música em surdina. De facto não há nada melhor do que ler um livro em dias de chuva…

Mal por mal, prefiro as chuvadas violentas aquela “morrinha” que persiste em nos acompanhar em todo o dia. A tal “morrinha” é deprimente na medida em que abre a porta à nostalgia vinda do passado.

Todavia, nem sempre a nebulosidade interior que se sente é um reflexo das condições meteorológicas, cada um é responsável por transformar qualquer dia num dia especial convidativo à paz interior… Efetivamente, um livro contribui para a abstração de maus pensamentos e cria o clima ideal para a concentração.

O TEU SORRISO

 

BENEFÍCIOS DO BEIJO

Celebra-se hoje o dia internacional do beijo. Sou a favor do beijo, quanto mais não seja pelos benefícios que provoca  a quem dele faz uso frequentemente. Efetivamente, o ato de beijar não só é benéfico para a saúde como traz outros benefícios a nível  emocional. Além de diminuir o stresse causado por uma vida mais acelerada, é capaz até de fazer emagrecer quem o pratica já para não falar no bem estar que proporciona… Há até sociedades em que o ato de beijar é frequente embora desconheçam os benefícios desse hábito. Nessas sociedades o beijo serve como cumprimento ou como manifestação de amor e carinho como é comum nos povos ocidentais. A data escolhida para celebrar o dia internacional do beijo continua envolta em grande controvérsia uma vez que no Reino Unido se celebra a 6 de Julho… Por cá, a data escolhida que remonta ao ano de 1882, continua a ser o dia 13 de abril. data em que se começou a celebrar este evento…

Seja este ou qualquer outro dia, não deixe de beijar… principalmente sempre que lhe apeteça.

A FRUTA FAZ BEM?

Aliado ao bom tempo, os dias começaram a crescer e o sol a pôr-se cada vez mais longe no horizonte. O fenómeno nada tem de extraordinário, em plena Primavera é espectável que comecem a aparecer as primeiras frutas nas bancas dos supermercados e na berma das estradas.

Ao provar uma dessas frutas profusamente coloridas, é vulgar não disfarçar a deceção quanto ao sabor… Com efeito, era de esperar que qualquer peça de fruta tivesse aquele gosto tão caraterístico que lhe está associado, o que é lamentável visto tratar-se de um grupo alimentar amplamente recomendado devido ao alto teor em nutrientes necessários ao organismo.

A falta de sabor deve-se talvez ao rápido amadurecimento em estufas que lhe permitem adquirir aquela cor mas não o gosto associado às memórias da nossa infância. Apesar de tudo convém salientar que a fruta é um importante fornecedor de nutrientes quando consumida fora das refeições principais geralmente com casca bem lavada cada vez mais necessária devido à presente pandemia.

REGRAS DO JOGO

 

OLHA SÓ PARA O QUE EU DIGO

 

É normal que se pergunte se faço tudo aquilo que escrevo. Claro que não,… embora tente. Há muita coisa que consigo pôr em prática outras, apenas tento.

Os exemplos são mais que muitos e, mais uma vez, o ditado consegue resumir numa só frase o que acontece na realidade: “Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. O ditado, bastante conhecido, só faz sentido na prática do dia a dia. São conselhos muito sábios que funcionam como uma saudável terapia para o próprio e como uma panaceia para outros…

Fica porém uma certeza, tudo quanto aqui escrevo, de acordo com o ditado, é o que tenciono fazer embora nem sempre consiga.

Pode parecer que pretendo uma coisa e na realidade realizo outra completamente diferente mas, seja como for, nunca desista de tentar. Lembre-se que uma pequena semente pode dar origem a uma grande árvore. Concretizar esse objetivo, era alcançar a perfeição…

 

LAMENTO

 

PERDOAR NÃO É FÁCIL

Há dias que uma simples canção faz-nos pensar no que é ou não importante. Ouvir cantar essa grande Senhora da canção que foi Edith Piaf fez-me tomar consciência do quanto já mudei, se é que alguém pode mudar totalmente…

Nessa canção, uma das mais conhecidas e mais divulgadas, a cantora afirmava que não lamentava nada, nem o bem nem o mal, tudo isso é indiferente.

Olhando para trás, verifico que facilmente esqueci embora ainda recorde algumas cenas mas não lamento nem o bem nem o mal que me foi feito. Perdoar não é fácil sobretudo quando o passado ainda dói, mesmo que perdoar implique esquecer. O segredo é deixar no passado o que já passou… Deste modo, não se carregam mágoas do passado nem os arrependimentos do presente. Ao fim e ao cabo tudo acaba por ser totalmente indiferente…

Há dias em que se pensa como é breve a nossa passagem…!

Há dias assim.

QUEM ME DERA

A SOLIDÃO NÃO É BOA NEM MÁ

Só por si a solidão não é boa nem má. Depende da maneira como cada um a sente. Atendendo a que o homem é um ser social é normal que lide mal com o isolamento. No entanto, solidão não significa forçosamente isolamento.

Não há quem não goste de alguns momentos a sós para refletir ato tão necessário mas permanecer constantemente em solidão acarreta um prejuízo físico e moral. Ao longo da vida a solidão pode ser um estado de alma desejado sem ser imposto como às vezes acontece pelas contingências da vida…

Não raras vezes a solidão é imposta, não foi uma opção de vida como acontece na velhice. Nesse caso o idoso sente-se desamparado, sozinho quando já não consegue realizar as tarefas mais comuns do dia-a-dia… O abandono pelos familiares faz aumentar o sentimento de solidão dos idosos quer estejam em lares ou asilos… 

Em qualquer caso, o idoso acaba por se isolar e remete-se ao silêncio apenas povoado pelos fantasmas do passado.

É essa a triste realidade e nada justifica o procedimento de quem é mais novo…

APRENDER A VOAR

 

Na terra do nunca onde não se cresce ou melhor, onde se volta a ser criança, tudo é possível. Lá é possível ser quem se quiser, qualquer um pode ser o personagem que mais gosta. É Frequente usar-se o lema “terra do nunca” como uma metáfora destinada aqueles que se recusam a crescer e enfrentar a cinzenta realidade…

Ao contrário do simpático personagem da história, não estou minimamente interessado em ensinar a voar seja quem for até porque não se ensina a voar. É um dom que já nasce com a gente. Guardo esse segredo para mim,  só o partilho é claro com a fada sininho… Qual Peter Pan é possível voar pela mão que nos conduz através do tempo… e das histórias. Mas o tempo não pára e volta para buscar aquela criança a quem se negou a oportunidade de crescer.

Nessa ilha encantada o tempo realmente passa… mas duma maneira diferente que nem a todos é permitido sentir…

MUSA

AQUELE BARULHINHO...

Talvez seja desta pandemia ou das alterações climáticas as melgas este ano ainda não me vieram atormentar. Confesso que tenho uma verdadeira paranoia no que se refere aquele bichinho. Basta ouvir o zumbido característico da “bicha” logo que se desliga a luz para não conseguir adormecer.

Embora saiba que o único bichano que pica é a fêmea que a natureza dotou, além das duas asas, uma tromba que picar e suga o nosso sangue qual vampiro. Ao picar, a bicha inocula a própria saliva que desencadeia em certos indivíduos uma reação alérgica. A malvada introduz-se em nossa casa ao entardecer atraída pelo calor corporal, anidrido carbónico exalado durante a respiração além de outras substâncias constituintes do suor.

À noite, quando ouço aquele som que assinala a presença da melga a querer atacar, começo por esbracejar para afastar a “vampira”, acendo a luz, perscruto todo o quarto no intuito de acabar com a maldita. É claro que nunca a encontro, a única solução é dormir no sofá da sala…

AUSÊNCIA

OS CHOUPOS

á lhe chamei vários nomes entre muitos o de “malditas árvores” e outros nomes que nem me atrevo a repetir. As árvores crescem sem culpa nenhuma em busca da luz embora limitam o horizonte e roubem o sol e o calor. Não interessa o nome científico, a espécie ou o porte, sabe-se apenas que os choupos como vulgarmente são conhecidos crescem rapidamente, razão da sua escolha. Felizmente, como se trata de uma planta de folha caduca possibilita que alguns raios do sol de inverno consigam chegar até nós.

Durante a primavera cobrem o chão com uma espécie de algodão branco que sugere neve em plena primavera… Algumas pessoas atribuem a estas árvores a culpa de eventuais alergias o que afinal não é verdade, as alergias são provocadas pelo pólen de outras espécies vegetais.

No verão, a profusão de folhas agitadas pelo vento, impedem que o sol aqueça demasiado a fachada do prédio. Ao que sei, as tais árvores além da altura e a idade que pode atingir os 100 anos,… muito mais do que a minha esperança de vida.

Como em tudo na vida, plantar choupos não tem só inconvenientes nem só vantagens, há que escolher o local, a espécie e ponderar muito bem as vantagens e os inconvenientes que o ato acarreta.

ONDE SE ESCONDE A FELICIDADE?

Há dias mais propensos a um balanço dos gestos do passado só até ao presente porque o futuro ainda não chegou… Nesse balanço é admissível que se questione, afinal o que me faz feliz?

O que me faz feliz não sou eu nem ninguém… O que me faz feliz é tudo que de bom está cá dentro por isso se diz que a felicidade vem de dentro… e o que guardo cá dentro pode vir de mim, de ti, do ambiente ou seja lá do que for.

Mas o que me faz feliz, verdadeiramente feliz, é um pôr-do-sol à beira mar, um bom livro para ler, o sorriso dos pequenitos, os amigos, a saudade dos que partiram, rir à toa de coisas sem nexo, viajar, conduzir sem rumo nem destino, uma música que me alegra ou me faz chorar… O que me faz feliz são coisas tão simples como certos locais, certas pessoas, eu, tudo e nada…!

Há quem defenda que as pessoas se podem catalogar em dois grandes grupos, as que optam por serem felizes e as que optam por serem infelizes. Outros afirmam que a felicidade se conquista à custa de alguma dor… mas o importante é ser feliz!

Há dias em que reina o otimismo, outros não...

Há dias assim.