A NOÇÃO DO TEMPO É MUITO RELATIVA

Não é igual para toda a gente. O conceito do tempo pode ser verdadeiro para quem calça as pantufas e se senta no velho e acomodado sofá em frente à televisão e ali fica… Para esses, o tempo parou à muito e nem se deram conta que o tempo parou, ou seja, já nem existe.

Mas o conceito de tempo é muito variável. Quando digo que não tenho tempo, quase adivinho os pensamentos que perpassam através de muitas cabeças. Certamente o que mais os surpreende e o pensamento mais frequente é, Como é possível não ter tempo agora que está reformado e não tem nada para fazer?!

Cá está uma prova de que o tempo não tem o mesmo valor para toda a gente. Para quem corre desenfreadamente empurrado pela vida, pelos afazeres profissionais e familiares, o tempo não chega para tudo que se tem de fazer. É natural que pensem que o tempo sobra para que se dediquem mais aos outros, familiares, amigos ou mesmos desconhecidos… Para aqueles que vivem a sua aposentação agarrando-se com a necessária e inteligente rotina, o tempo, apesar de mais lento, cada minuto pode durar horas a concretizar seja o que for…

JÁ SE NOTA

Diziam os antigos que “depois do natal, um saltinho de pardal”. É obvio que se referiam à duração dos dias. Esta máxima está sempre atual atendendo às mudanças que o clima tem sofrido, já se nota que os dia estão a “crescer”, enquanto que às cinco da tarde já era noite, agora pode afirmar-se que, à mesma hora, está apenas a anoitecer. Apesar deste lusco-fusco não ser muito favorável, também diziam os antigos que “janeiro fora, mais uma hora”. Esperemos que, apesar das alterações do clima, todos possam verificar se a máxima é verdadeira…

O POETA

 

Pouco apreciado e menos conhecido, a CMM rendeu-lhe a justa e merecida homenagem mandando colocar uma placa em mármore, hoje decrépita, num dos rochedos de Leça. Com efeito, António Nobre foi sepultado no cemitério do Prado Repouso mas mais tarde foi transferido para Leça da Palmeira onde passou grande parte da sua infância, terra que muito amou.

Na placa que ainda existe e em que poucos reparam, pode ler-se uma quadra dum extenso poema:

Na praia lá da Boa Nova, um dia,

Edifiquei foi esse o grande mal
Alto Castelo, o que é a fantasia,
Todo lápis-lazúli e coral!

                                               (António Nobre)

FAZER OU NÃO FAZER

Folhas leva.as o vento...

Sexta 08/01/2021 – Tenho uma barba semeada em dia de temporal com forte ventania. Uns pelos crescem para a direita e, na mesma face, outros crescem para a esquerda. Todos os dias, ao fazer a barba deparo-me com a espuma de barbear que pretende substituir o gel. Coloco na velha máquina as lâminas que possuo em vez das indicadas para pele sensível, penso mas não faço qualquer reparo. A intenção era boa ao substitui-las mas, segundo dizem, de boas intenções está o inferno cheio… A ser verdadeira esta máxima, atualmente o inferno deve ter a lotação esgotada.

Pensei, esse é o meu mal, que a moda das barbas fosse passageira, aliás como todas as modas mas acabou por ficar. Compreende- se pela chatice que é fazer a barba todas as manhãs.

A IMPORTÂNCIA DAS PEQUENAS COISAS

Às vezes as pequenas coisas têm um valor enorme. São coisas pequenas como um gesto, uma palavra, uma flor,… que podem desencadear ódios, desentendimentos e outas as reações negativas que, em casos extremos, podem culminar em morte… Por oposição, há coisas que despertam os sentimentos mais nobres do ser humano que além de darem origem a atitudes igualmente nobres conseguem mudar radicalmente o rumo de vida de muita gente. Às vezes basta um simples olhar, uma simples flor, um gesto que adquirem um tal impacto que dão origem à mudança radical do rumo de vida…

Em tempos anteriores  ao conhecimento do maldito corona vírus que nos obrigou muitas vezes a ficar por casa isolados de tudo e de todos, íamos muitas vezes almoçar num dos restaurantes existentes no shopping. Ao dirigir-me para a mesa sugerida pela funcionária, chamou-me a atenção um rapaz parado no exterior, indiferente à corrente de gente que circulava apressada por ali. O rapaz trazia na mão uma rosa vermelha que me fez recordar que era Dia de São Valentim… Entretanto surgiu entre aquele mar de gente uma rapariga que se dirigiu a sorrir àquele rapaz. Não pude deixar de reparar no olhar estupefacto da rapariga quando se apercebeu que a rosa lhe era destinada… Este comportamento tão simples evidenciava a  atitude de quem não esperava que uma simples rosa pudesse alterar tanta coisa… Às vezes, apenas uma simples rosa faz toda a diferença, que faria se fosse um bouquet, pensei eu.

Nem sempre são precisas grandes coisas para sublinhar grandes gestos.