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quinta-feira, 30 de julho de 2015

A DANÇA DAS CADEIRAS

Para quem não conhece, o polaco Pawel Kuczinski, além de excelente ilustrador e cartoonista, distingue-se pela sátira social, económica e política a nível mundial.
Em Portugal, a dança das cadeiras começou com a nomeação dos cabeças de lista dos partidos políticos. Cada partido já se apressou a nomear os seus numa corrida desenfreada aos cargos (leia-se tachos)… Independentemente das sondagens que por aí se fazem e de acordo com a famigerada “lei da alternância” que grassa no nosso país desde o 25 de abril de 74 é expectável uma vitória do PS nas próximas legislativas.
Quando observei esta gravura da autoria do cartoonista Pawel Kuczinski, foi inevitável estabelecer uma relação com as próximas legislativas que se avizinham.
Quase me apetece legendar cada um dos líderes ilustrados com as siglas PSD, PS…

quarta-feira, 29 de julho de 2015

ACORDAR CEDO...

Há dias em que nos dá para acordar cedo seja lá o que se pretenda entender por “cedo”. Para mim, acordar cedo é despertar antes da hora em que é suposto acordar e acordar antes dessa hora… é sempre cedo. Daí não viria grande mal ao mundo (e não vem mesmo) se eu conseguisse adormecer a seguir. Mas não é isso que acontece, depois de acordar permaneço acordado às voltas na cama até chegar a hora em que estava previsto saltar da cama. Acordar cedo dá saúde e faz crescer, dizem. Quanto à saúde, estamos conversados e quanto ao crescer… já cresci o que tinha a crescer (entenda-se em altura…) Por isso, continuo a achar uma seca acordar cedo, principalmente quando não se tem nada urgente para fazer.
Já me aconteceu acordar às 7h quando só era preciso acordar às 7h30, nada mau; já acordei às 6h quando nem tinha hora de acordar; depois aconteceu-me acordar às 5 e mais tarde às 4h. Desta vez, bati o meu record, acordei às 3h quando só tinha adormecido à 1h…! Parece que a vespertina se instalou ou pretende dormir comigo…
Eu sei, já ouvi dizer e creio até já ter lido algures que é normal os idosos dormirem pouco. Logo à partida eu digo que se lixe quem me apelida de idoso além de que não partilho minimamente desse parecer de que a partir de certa idade se dorme pouco… Sempre dormi pouco mesmo antes de ser considerado “idoso”.
Há dias em que a gente acorda ainda antes de adormecer…
Há dias assim.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O PÁSSARO ENCANTADO

Todos nós possuímos um pássaro encantado na forma de companheiro(a), filho(a), irmão, amigo ou qualquer outro ente querido que tentámos prender ou a quem inteligentemente já abrimos a porta da gaiola… A alegoria baseia-se no conto “O pássaro encantado” que descobri recentemente numa das minhas “viagens” pela Internet. Como a maioria dos contos, histórias e lendas também este tem como objetivo provocar uma reflecção sobre as nossas atitudes e ajudar-nos a descobrir novos caminhos. Verdadeiras lições de vida se os soubermos e quisermos interpretar…
Pelo que ficou escrito, não resisti a partilhar resumidamente aqui o seguinte conto:
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado que voava livremente e só voltava quando sentia saudades… As suas penas também mudavam de cor de acordo com os lugares longínquos por onde voava. A menina amava aquele pássaro e ficava a ouvi-lo contar histórias dos locais por onde voava sem jamais se cansar. O pássaro também amava a menina, e por isto voltava sempre.
Cada vez que o pássaro partia a menina amuava, fazia beicinho e chorava com saudades…
O pássaro dizia-lhe: Eu também vou ter saudades mas o meu encanto precisa da saudade. É a saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado.
Uma noite, enquanto esperava que ele voltasse, a menina teve uma ideia: Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá e eu não terei mais saudades.
Quando o pássaro chegou com as suas maravilhosas cores e adormeceu cansado da viagem, a menina prendeu-o na gaiola. Ao acordar o pássaro soltou um pio lancinante ao ver-se preso e disse: O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não ligou pensando que ele acabaria por se habituar mas não foi isto que aconteceu. Conforme o tempo ia passando, as penas iam caindo e perdendo as cores transformando-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
A menina também ficou triste. Não, aquele não era o pássaro que ela amava, por isso, abriu a porta da gaiola e deixou-o voar.
Obrigado, disse o pássaro, preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. E partiu.
Todos os dias a menina se arranjava de forma a ficar bonita, no fim de cada dia, pensava: Quem sabe talvez ele volte amanhã….
Muita gente mantém pássaros presos em gaiolas com a desculpa de que o fazem por amor. No fundo, isso não passa de uma pura mentira. Quem ama liberta.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O FIM DOS NERDS

Até agora, principalmente quando as empresas queriam contratar quadros médios ou superiores, eram aplicados aos candidatos testes específicos com o fim de avaliar o seu QI. O primeiro teste data do início do século XX e foi desenvolvido pelo psicólogo francês Alfred Binet tendo em vista identificar estudantes com dificuldades de aprendizagem mas só mais tarde o psicólogo alemão William Stern criou a expressão Quociente de Inteligência (QI).
Ao que parece o QI já era. O que agora está a dar é o QX. De facto, o que se avalia nos nossos dias não é o QI (Quociente de Inteligência), nem o QE (quociente de Inteligência Emocional) mas sim o “factor X”.
O que é preciso para se alcançar um valor razoável do tal fator X?
Além das habilitações adequadas e de uma eventual experiência no cargo a desempenhar, os candidatos deverão possuir: uma grande dose de autoconfiança; saber lidar com o stresse e dominar a pressão em vez de ser dominado por esta; e, por fim, conseguir comunicar e funcionar em equipa.
Resumindo, exige-se portanto aos novos candidatos a quadros médios ou superiores que sejam capazes de um certo controlo das emoções.
É o fim dos chamados nerds (os "marrões", ratos de biblioteca, sem grandes aptidões sociais). 

domingo, 26 de julho de 2015

TODA A LUZ QUE NÃO PODEMOS VER

A leitura deste livro deixou-me de certo modo um pouco decepcionado. Tal como acontece quando depositamos demasiadas expectativas em relação a algo ou alguém. E a culpa é sempre nossa e nunca do ou de quem nos decepciona... o problema são as expectativas.
O livro não podia trazer melhores referências, tendo sido bastante elogiado pela crítica e premiado, incluindo o Pulitzer.

- Um dos melhores livros do ano, segundo a Amazon.com
- Finalista do National Book Award 2014
- Um dos 10 melhores livros do ano, segundo o New York Times Book Review
- Melhor livro de 2014 segundo a Barnes and Noble,Entertainment Weekly, The Washington Post, The Guardian e Kirkus Review.

Pelo facto de me sentir decepcionado não invalida que se trate de uma excelente história, muito bem contada, com uma escrita talvez demasiado elaborada e cuidada para o meu gosto. Prefiro uma linguagem mais directa. A narrativa vai saltitando de um personagem para outro ao longo das quinhentas e tal páginas do livro com avanços e recuos no tempo, técnica muito utilizada por vários autores. Descreve minuciosamente um cenário de guerra na cidade de Saint-Malo, cidade onde já estive o que me permitiu deambular mentalmente pelas diferentes ruas ao longo da célebre muralha.
O romance aborda temas como a sobrevivência e generosidade em meio às atrocidades de uma guerra que jamais devia ser esquecida.
Recomendo a leitura deste livro não só pelo enredo mas sobretudo pelo rigor histórico.
Sinopse:
Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de se orientar pelas ruas da cidade. Aquando da ocupação nazi de Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levando consigo um valioso diamante – Mar de Chamas. Em simultâneo, na Alemanha, o órfão Werner vive com a irmã mais nova num orfanato, encantados com o rádio que um  dia encontraram numa pilha de lixo. Werner torna-se um perito na montagem de rádios, talento que lhe vale uma vaga numa escola nazi. Incorporado à força no exército, um dia tem como missão descobrir a origem das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados à Normandia. Certo dia o rapaz é enviado para Saint-Malo, onde seu caminho se cruza com o de Marie-Laure…

sábado, 25 de julho de 2015

OS ESCRAVOS DA APARÊNCIA

Muita gente vive, não a própria vida, mas aquela que os outros (pais, amigos, ídolos, modas,…) decidem que é melhor para elas. E assim perseguem a sua existência de tal modo preocupados em agradar a tudo e a todos que esquecem as próprias expectativas acabando mesmo por perder o controlo da própria existência, deixando para trás o que verdadeiramente os faria felizes.
Esquecem o que realmente são em detrimento do que julgam que os outros pretendem que sejam... Todo este esforço e anulamento da própria personalidade com o objectivo de ser aceite no grupo dos colunáveis, de provocar a admiração da sociedade em que vivem…
Não se esqueça que só tem uma vida, esta aqui e agora. Não deixe que a opinião dos outros o desvie do seu verdadeiro caminho.
Desista de ser escravo da aparência, de mostrar aquilo que não é.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

PREFIRO ESTAR VIVO

Quando se morre, invariavelmente viramos boas pessoas. Raramente nos é dado ouvir comentários do género: Era um sacana, que a terra lhe seja pesada. O que geralmente acontece no velório, seja de um cidadão anónimo ou de um famoso, é aparecer alguém que tece os maiores elogios ao falecido atribuindo-lhe grandes feitos e as mais nobres qualidades. Admito que alguns destes famosos foram de facto boas pessoas em vida, enquanto outros, quem sabe…
Seja como for, depois de morto, toda a gente vira boa pessoa quer se trate de um santo ou do maior facínora que nada fez de relevante em prol da sociedade… Esta é uma característica da cultura ocidental, transformar em mitos os famosos (ou não) depois da sua morte não obstante muitos deles não o serem por mérito próprio. São meros produtos dos mídia através dos quais alcançaram um reconhecimento imerecido perante a sua conduta de vida.
Se para ser boa pessoa é condição estar morto, então prefiro ser má pessoa…

quarta-feira, 22 de julho de 2015

AINDA AGORA AQUI ESTAVA

Ainda agora estava aqui e, de repente, já não me encontro. Como diria o poeta, a vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros nesta vida.
Será que me perdi algures mesmo antes de chegar aqui? Se assim fosse não teria estado aqui… ainda agora. Ou será que sempre estive aqui e ninguém me viu…!?
De repente não me encontro onde me procuro pelo simples facto de que já lá não estou… mudei. E que bom que é ter a capacidade da mudança…! Mudar é adaptarmo-nos às próprias mudanças da vida, é voltar a viver, é quebrar a monotonia do eternamente igual… Mudar, é ter luz própria e não ter de ficar pregado à luz do candeeiro e que triste eu seria apagado…! Gosto da mudança, mudar de roupa, de casa, de móveis, de automóveis,… Gostava até, se tal fosse possível, de mudar de mim.
Estranho, ainda agora aqui cheguei e já estou a pensar em ir embora…!

terça-feira, 21 de julho de 2015

COMO PORCOS...

A notícia não é nova e contudo, torna-se sempre actual na medida em que ilustra o descalabro do nosso Sistema de Ensino… Refiro-me às licenciaturas “tiradas” à pressa atrás da porta e até em dia feriado… há de tudo para todos os gostos. A mais recente que envolve o ex-ministro Miguel Relvas arrastou com ele mais 152 alunos da Universidade Lusófona. Entre esses alunos encontra-se Nuno da Câmara Pereira cuja licenciatura (Engenharia do Ambiente) foi anulada pelo Ministério da Educação devido a irregularidades na atribuição de equivalências. Nuno da Câmara Pereira já se pronunciou contra esta injustiça não vendo nada de irregular nas equivalências que lhe foram atribuídas. Senão vejamos: as disciplinas de Ciências Físico-Químicas e Naturais do ensino liceal deram-lhe equivalência a sete cadeiras da faculdade. É notório que o ensino ao nível do 3.º ciclo está ao mesmo nível do ensino superior… Prosseguindo, a experiência profissional na direcção técnica de obras de drenagem juntamente com o cargo que exerceu como vice-presidente da Cruz Vermelha, bastaram para lhe dar equivalência à cadeira de Microbiologia. E então?!
Se até aqui possam existir motivos de discordância, já a equivalência à cadeira de Saúde Pública, atribuída por ter tido formação técnica na área da suinicultura, não causa grande admiração. Quantas vezes nos tratam como porcos na área de Saúde Publica…

segunda-feira, 20 de julho de 2015

OS PRIMEIROS PASSOS

Os primeiros passos são decisivos na vida de qualquer um. São eles que definem a direcção que desejamos tomar e nos levam onde queremos e, às vezes, onde nunca desejaríamos ir… Daí a importância do primeiro passo pois que é a partir dele que se define a direcção da caminhada. Para tudo que queiramos realizar na vida, há que dar sempre o primeiro passo. Seja para partir, para regressar ou realizar seja o que for.
Qualquer caminhada, por mais longa que seja, como diria o filósofo chinês Lao Tsé, começa sempre pelo primeiro passo
É pois de vital importância apoiar o bebé nos seus primeiros passos em que mal se equilibra sendo inevitável que ocorram algumas quedas. Neste caso deve-se evitar assusta-lo com uma atitude superprotetora já que o medo e a insegurança também se aprendem de pequenino… Caso contrário, mais tarde teremos um adulto receoso e inseguro, incapaz de dar o primeiro passo no sentido de mudar seja o que for na sua vida.

sábado, 18 de julho de 2015

A ESCADA

Subo a custo esta escada que me leva não sei onde… Talvez por não saber é que custa tanto subi-la…! Mas é preciso que o faça, algo me impele sem que saiba muito bem o quê. É assim como tudo na vida.
Lutamos sem saber porquê:
- Pela honra, pela paz, pelo país…?
Quantas vezes choramos e rimos sem saber muito bem porquê:
- Por estarmos tristes, alegres ou porque sim?
Amamos quem amamos sem saber porquê…
E morremos sem saber porquê.
- Pela pátria, por amor, por cansaço ou de velhice?
Fazemos o que fazemos sem saber porque o fazemos… Obviamente que, se questionados, conseguimos encontrar mil e uma justificações para os nossos actos…
Mas serão mesmo essas as razões?
Duvido.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O MANUAL DA FELICIDADE

Por mais apurado que seja o nosso sentido de humor nem sempre aceitámos com um sorriso nos lábios algumas situações inesperadas com que nos deparámos. Umas vezes rimos, outras chorámos conforme os motivos que a vida nos dá sendo que, na maior parte das vezes, ela nos brinda com mais motivos para chorar do que para rir…
Seria bom ter sempre à mão um manual que nos ajudasse a reflectir no que nos faz felizes ou infelizes e nos ensinasse a fazer apenas aquilo que nos conduz até à felicidade. Esse manual existe, chama-se MANUAL DA FELICIDADE de João Negreiros.
Neste livro onde o autor aborda temas tão diversos como autoestima, confiança, amor, família, trabalho, saúde,… encontrámos o caminho que nos leva à reflexão sobre tudo que acontece nas nossas vidas e nos ajuda a ir ao encontro do que nos faz felizes e nos afasta do que nos faz chorar…
O livro é uma compilação de textos o que o torna ideal para uma leitura faseada de forma a permitir usufruir de um tempo de reflexão entre cada texto. Nada mais adequado para ler durante o Verão na praia, na piscina, no campo à sombra de uma árvore …
Se quer ser feliz, corra a comprar este MANUAL DA FELICIDADE, recomendo. Eu já tenho o meu com o respectivo autografo.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

OS STELLA AWARDS PORTUGUESES

Para quem não sabe, os Stella Awards são prémios conferidos anualmente aos casos mais bizarros de processos judiciais nos Estados Unidos.
O nome deve-se a Stella Liebeck, que após ter derramado café quente no colo processou, com sucesso, o McDonald's, acabando por receber quase 3 milhões de dólares de indemnização... Desde daí, os Stella Awards existem como instituição independente, publicando e "premiando" os casos mais bizarros do sistema judicial americano.
Por cá não faltariam candidatos ao prémio. São tantos os casos de corrupção, peço desculpa, “suspeitas de corrupção”, e só vou citar apenas os mais mediáticos: Monte Branco, BPP, Furacão, Portucale, Apito Dourado, Face Oculta, BPN, Remédio Santo, BES, vistos “Gold”, caso José Sócrates, dívidas de presidentes de Câmaras Municipais,…
A notícia está aí para quem a quiser ler: Salgado acusa Banco de Portugal de fazer cair o BES com ajuda do Governo. As acusações constam de um documento com 432 páginas, que visa contestar as acusações de que Ricardo Salgado é alvo…
Os elegíveis, suspeitos de corrupção passiva, fraude fiscal e branqueamento de capitais, são mais que muitos e, por falta de provas, não tardaremos a vê-los pedir indemnizações ao Estado Português por calúnia à sua “integridade moral”.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

HÁ MÚSICAS QUE NOS TOCAM

Há músicas que nos tocam no mais profundo do nosso ser… há quem diga que é a alma… seja lá o que for, é lá que a gente sente esse não sei quê. É precisamente aí (seja lá onde for) que a música produz aquele efeito que nos leva a sufocar as lágrimas, não por estarmos tristes ou alegres mas porque simplesmente nos toca… vá a gente explicar isto!
O arranjo para guitarra da composição de Alessandro Marcello – concerto in D minor (Ouvir aqui) é o exemplo da música capaz de produzir em mim todas essas sensações.
A música começa com uns acordes de violinos como se escutássemos a própria pulsação do sangue a correr nas veias. Uma guitarra persegue os violinos numa cadência de uma nostalgia premente de algo que tivesse ficado perdido no passado… As cordas fazem-se ouvir em consonância com os violinos. Juntam-se-lhe outros instrumentos em perseguição dos violinos que não se detêm…. A composição ganha velocidade, parece correr atrás de si própria e há um pranto que ameaça romper a todo o momento… Enquanto a música evolui fica a pairar no ar toda aquela nostalgia que ao ser humano é permitido sentir … A sala de estar tem a mesma aparência de sempre: dois sofás pretos de dois lugares…. Um quadro/vitral por cima da lareira raramente acesa onde o pó se acumula em cada verão, os espelhos na parede tornam-se translúcidos deixando ver um prado verdejante povoado de macieiras em flor… A sala de estar tem a mesma aparência de sempre só que agora… há música.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A PRINCESINHA FAZ ANOS

Hoje a nossa princesinha faz anos…
Estaria mais correcto dizer que faz um aninho.
Assim de repente, devagar, devagarinho,
passaram-se doze meses…
É que o tempo tem caprichos que a gente não alcança,
para uns, passa depressa… às vezes.
Enquanto que, para outros,
corre em passinhos de dança…

PARABÉNS!!!
Que esse sorriso te acompanhe vida fora!

domingo, 12 de julho de 2015

BABY DOE

A polícia norte-americana, no intuito de a identificar, divulgou o retrato de uma menina encontrada morta num saco de lixo no porto da cidade de Boston no dia 25 de Junho. A criança conhecida como "Baby Doe" ("Doe" é o apelido habitualmente dado às pessoas cujo nome real não se conhece) ainda não foi identificada apesar de mais de 600 mil americanos já terem partilhado esta foto no Facebook.
Todos nós, que temos crianças na família e a quem amámos, nos interrogamos atónitos como é possível um filho não amar os pais, uma mãe não amar um filho, alguém maltratar uma criança. Todos queremos acreditar que o amor deve vir obrigatoriamente daqueles a quem chamámos “família”, e esta é a fonte das maiores decepções que temos na vida. Crescemos na crença de que os nossos pais, irmãos, avós e outros familiares nos amem incondicionalmente e que o sentimento seja recíproco, mas não é.
Com efeito, podemos gostar daqueles com quem convivemos desde que nascemos mas isso não é garante de sermos amados ou de os amarmos. Quantas vezes padrastos, madrastas, tios, estranhos, amam mais os filhos dos cônjuges e amigos do que os verdadeiros progenitores e familiares? Isso, eu posso testemunhar.
Passamos a vida à espera de ser amados, à espera que o amor brote de fontes que há muito tempo já secaram.

sábado, 11 de julho de 2015

OS POLÍTICOS SÃO O REFLEXO DA SOCIEDADE

Todos os dias somos surpreendidos com um novo caso de corrupção. Perante estas notícias assistimos nas redes sociais às mais díspares reacções de indignação, reacções perfeitamente legítimas e até necessárias. Porém, ninguém está de todo inocente… Basta lembrar os mil e um artifícios e omissões a que o mais comum dos contribuintes recorre para fugir aos impostos…
A cada novo caso de corrupção cada vez se descobrem mais, muitas são as vozes que se levantam a denunciar uma sociedade sem valores. Não há dúvida de que os políticos são o reflexo dessa mesma sociedade. Dizer que vivemos numa sociedade sem valores não é de todo correcto. Os valores continuam a existir, o que acontece é que, na sociedade actual, eles estão completamente subvertidos. Encontrando-se em crise as estruturas familiares em cujo núcleo se adquirem os valores mais básicos, é natural que se altere todo o conjunto de valores que fizeram parte do desenvolvimento das gerações mais velhas.
Numa sociedade em que grassam os valores do “salve-se quem puder” é de esperar que surjam cada vez mais políticos corruptos que agem em função do maior número de votos nas próximas eleições. Com falsas promessas, acabam por ficar bem vistos perante a sociedade o que lhes permite aceder a altos cargos, sendo-lhe então possível arruinar a economia do país e levar o povo para uma crise como a que estamos a viver.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

HÁ SILÊNCIOS QUE FALAM

Começo a gostar do teu silêncio, a gente habitua-se a tudo, até aos silêncios…! Gosto do teu silêncio, de tudo que ele diz, sim porque há silêncios que falam. Há silêncios que dizem coisas que nem ao diabo lembra…! Mas gosto.
Enquanto a maioria das pessoas reclama quando alguém se remete ao silêncio, eu acho-o preferível às palavras que nada dizem, ou antes, dizem o que honestamente não deviam dizer. Gosto destes silêncios, já disse.
Há silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, negas e quando falam, só dizem a verdade nua e crua. Uma verdade nua pode arrepiar de frio mas é preferível a uma mentira bem ataviada. Uma verdade crua pode cozinhar-se a fogo lento até que fique minimamente digerível… Haja calor suficiente.
Venham verdades nuas e cruas ditadas pelo silêncio porque o silêncio… também fala! E, pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala

quarta-feira, 8 de julho de 2015

É OU NÃO É IMPORTANTE O ASPECTO FÍSICO?

Por mais que se diga que o aspecto não conta, a realidade é que, na sociedade actual, acaba por contar e muito nas diversas situações da vida. É recorrente dizer-se que o que importa são as qualidades morais das pessoas, o seu valor profissional e competência mas na hora de contratar alguém para um emprego, o aspecto físico dá sempre uma ajudinha… Geralmente as pessoas “bonitas” acabam por ser mais bem-sucedidas a nível pessoal e profissional. Basta observar o que se passa com as pessoas bem-sucedidas na vida. Geralmente cuidam e têm um aspecto físico interessante.
Desengane-se quem pensa que isso não acontece em áreas como a das letras e das artes. Mesmo aí o aspecto físico acaba por ter grande influência quer na comercialização, quer no valor monetário das obras… Não é possível ignorar que o aspecto físico é um factor relevante nas nossas relações sociais e profissionais. Quem pode dizer que, em alguma situação, não fez já um juízo de valor baseado na aparência física? De certo modo isso é até compreensível visto que a aparência é o primeiro factor com que nos deparámos nas relações interpessoais.
Apesar da inegável importância do aspecto físico, convém não esquecer que não é um factor determinante na felicidade amorosa de ninguém.

terça-feira, 7 de julho de 2015

O MEDO

Mãe, tenho medo!
- Não tenhas que o medo assim
  não vem ter contigo.
De que cor é o medo?
- O medo tem a cor
  que o nosso sonho tem…
Mãe, tenho medo!
- Não tenhas que o medo assim
  não assusta ninguém…
Mas eu tenho medo, mãe!
- Não tenhas porque senão
  eu tenho medo também…
E ninguém sossega o medo
do medo que uma mãe tem!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

OBRIGADO A TODOS


CONHEÇO ESTE RIO

Conheço este rio,
não direi como as minhas mãos porque essas,
não conheço por fora nem por dentro.
Elas têm vida própria,
esvoaçam quando falo, ora quentes, ora frias…
As minhas mãos são longas e esguias… 
como diria o poema.(Poema)
O rio, esse conheço eu bem,
corri a minha infância em paralelo
ao correr das suas águas.
Aos saltos por escadas dos Guindais
alcançava a sua margem,
a margem das suas águas.
Conheço este rio
como lhe conheço as margens
vestidas em tons de verde
ou então de amarelo
ao sabor das estações.
Conheço as casas debruçadas sobre as águas
em todas habitei com meu olhar…
Conheço este rio
tanto quanto ele deixar.

domingo, 5 de julho de 2015

MAIS PAPISTA QUE O PAPA

Todo o crente, católico praticante ou não, aquando do nascimento de uma criança na família, tem geralmente o legítimo desejo de a baptizar. Aí começam as diligências para a escolha dos padrinhos, do local onde se realizará a recepção aos convidados e fundamentalmente a escolha da igreja onde realizar o baptizado. Tudo isto se resolve com maior ou menor dificuldade mas a partir daqui esbarra-se com a burocracia levada ao extremo por alguns padres.
Esta conversa vem a propósito da intenção de baptizar a nossa princesinha. A boa e cristã intenção esbarrou com os entraves postos pelo padre da freguesia porque o padrinho escolhido (meu filho e tio da criança) não é crismado, não frequenta a igreja, nunca foi apresentado ao padre,…
Por estes e por outros motivos que só Deus conhece, não foi possível passar-lhe um “atestado de idoneidade” seja lá o que isso for…
Lembro-me de ter lido num jornal diário que o Papa Francisco em Janeiro de 2014 baptizou na Capela Sistina o filho de uma mãe solteira e o filho de dois militares casados apenas pelo civil. Em Portugal e nos dias que correm, ainda há padres que negam o baptismo aos filhos de pais que se encontram em situações semelhantes… que fará se não forem crismados! Apesar de, segundo dizem os especialistas, não existir nada no Código de Direito Canónico que impeça o baptismo nestas condições.
É uma pena que ainda existam padres mais papistas que o Papa sendo eles os principais responsáveis pelo cada vez maior afastamento dos crentes e não crentes da igreja católica.

sábado, 4 de julho de 2015

UM DIA A GENTE CANSA

Um dia a gente cansa, sem aviso prévio, em silêncio…
A gente não diz que está cansado até ao dia em que também se cansa de não dizer. Então, procura-se algo que não canse tanto e aí dá-se conta que tudo cansa mas quem está cansado não volta atrás… Não é que não se queira, é que às vezes, a gente também cansa de voltar a fazer os mesmos erros…

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A CADA DIA QUE PASSA

A cada dia que passa é maior a distância e, vistas bem ao longe, montanhas enormes parecem coisa pouca… Vendo ao longe aumenta o campo de visão que o olhar consegue abranger em vez de se focar em pequenos pormenores. Desta forma, aqueles pormenores que tanto constrangimento causavam, acabam diluídos no todo, isto é, reduzidos à sua real grandeza…
Há momentos na vida que, tal como um quadro, quando vistos de perto não produzem grande impacto mas à distância é possível aperceber-se de toda a sua beleza.
A cada dia que passa, é possível que aumente também o sentimento de frustração por aquelas coisas que não foram mas poderiam ter sido feitas ou evitadas e, por vezes, aumenta também a saudade. Mas nem todas as saudades são iguais. Há as que diminuem com o tempo e outras há que crescem, crescem de tal maneira que acabam por sufocar a quem as sente.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

FALAR SOZINHO MELHORA O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO

Há notícias boas e más notícias que nos deixam umas felizes outras angustiados… Ora aqui está uma notícia que muito me agrada pelo facto de me deixar menos apreensivo quanto ao meu estado de saúde. De facto, falar sozinho é quase sempre interpretado como um sinal de insanidade mental.
Sendo uma dessas pessoas que, desde longa data me habituei a manter acesos diálogos comigo mesmo em que me justifico ou tento justificar os outros e de imediato rebato desculpas e opiniões, esta notícia veio aquietar a minha preocupação relativamente à minha sanidade mental.
Em poucas palavras a notícia resume-se ao seguinte:
Segundo um estudo realizado recentemente e publicado no “Quarterly Journal of Experimental Psychology”, falar sozinho melhora o funcionamento do cérebro…! O estudo sugere que, dar instruções verbais, aumenta o nível de concentração mental, ajuda a controlar melhor os pensamentos e as reações emocionais. Em pesquisas anteriores a esta, já se tinha concluído que as crianças que conversam sozinhas, têm mais facilidade no processo de aprendizagem. Dessa forma, ficou provado no estudo que, falar sozinho, é também uma maneira de exercitar o cérebro e de melhorar a memória. Uma ótima terapia para as pessoas mais esquecidas.
Portanto, se é daquelas pessoas que falam sozinhas, não por falta de companhia, mas porque não gostam de pôr as ideias em ordem ou reforçar procedimentos; se já lhe aconteceu andar pela rua a falar com os seus botões e recebeu olhares de soslaio; se costuma, mesmo em casa, manter longos “diálogos” consigo próprio, apesar de ficar com sérias dúvidas quanto à sua sanidade mental…. então, respire de alívio.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

NÃO É FÁCIL ENVELHECER COM DIGNIDADE

O envelhecimento da população a nível mundial é uma realidade incontornável das sociedades contemporâneas. O aumento da longevidade devida aos progressos da medicina e à qualidade dos cuidados paliativos e alimentares além da diminuição da taxa de natalidade, deu origem a uma população cada vez mais envelhecida. Contudo, a longevidade só faz sentido enquanto acompanhada por uma qualidade de vida a todos os níveis… Caso contrário, os idosos são confrontados com o constrangimento de serem internados num dos muitos lares de idosos que por aí grassam como cogumelos em tempo frio de inverno.
Envelhecer com dignidade no nosso país, não é fácil… No fim da vida, quando as forças falham, a saúde teima em nos abandonar, só restam duas opções: continuar a viver sozinhos enquanto uma réstia de energia o consente ou, em casos extremos e por vontade de familiares, o internamento num lar de idosos. Ultimamente, qual tormenta, têm chovido notícias de idosos encontrados mortos em casa. A cada notícia que surge na comunicação social, sentimo-nos chocados e sub-repticiamente arranjamos forma de aliviar a culpa pensando: manias dos velhotes, esta de morrer sozinhos! Preferem morrer abandonados em casa do que num lar!
Chamar lar àqueles “armazéns” requer uma boa dose de boa vontade principalmente para quem já alguma vez os visitou. Esquecendo as deficientes condições das instalações da maioria, o idoso é confrontado com horários rígidos e regras às quais não estava habituado… É submetido à falta de privacidade tendo de partilhar o quarto bem como todos os espaços comuns com outros idosos que nunca conheceu antes. Para agravar ainda mais a situação, são-lhe impostas actividades que constituem um verdadeiro insulto à inteligência dos mais lúcidos.
Deus nos livre e guarde de ter de recorrer ao internamento num lar de idosos…
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