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terça-feira, 31 de agosto de 2021

NEM TANTO RISO NEM TANTO CHORO

Nos momentos da crise há sempre aquela lágrima teimosia ao canto do olho que teima em cair, aquela lágrima que em nada contribui para a melhorar da situação.

O contrário também não me parece o comportamento de quem tem muito siso… Já lá dizia o outro, “muito riso, pouco siso”. Porém, sorrir no momento certo, com conta, peso e medida, pode fazer toda a diferença no dia-a-dia ou daqueles a quem se sorri… Não importa o que nos vai na alma, isso é para esquecer, é fundamental sorrir.

Há sorrisos que mais parecem choro mas também há choro de alegria…

Seja qual for o momento ou situação, deixemos exprimir as emoções. Se nos apetece chorar, então que venha o pranto contudo se a vontade cai no choro, que venha o pranto mas que apenas o sorriso permaneça.

MAIS UM ALMOÇO

Mais um encontro, mais um almoço, mais um convívio… ainda estive tentado a apelidá-lo de “almoço de rotina” mas achei que isso era um insulto à amizade. Os nossos almoços podem ser “tudo” menos de rotina… às vezes há gargalhadas, outras vezes um ar mais sisudo e há também silêncios… Tudo depende daquilo que fomos carregando ao longo da semana e do qual nos vamos libertando como sempre acontece a toda a gente, quando se está em companhia de amigos. Pouco a pouco, à medida que se vai degustando o almoço e o conteúdo da garrafa da se vai evaporando, a conversa flui ligeira em vários sentidos. Todos os motivos são válidos para se estar junto dos amigos e poder desabafar, rir, por a conversa em dia,… conviver. Estes almoços são só mais um desses motivos.

DESPEDIDA DE AGOSTO

Agora que Agosto chegou ao fim e se preconize vento e alguma chuva, despeço-me de Agosto com um até ao ano. Despeço-me sem qualquer saudade visto que Agosto está de saída e não deixa saudade…

Na lenta agonia final o mês ainda estrebucha com a saudade dos poucos dias de sol que proporcionou, deixá-lo ir, penso eu. Estes dias foram suficientes para confirmar porque não gosto de agosto. Atendendo às mudanças políticas e à fome que graça pelo mundo fora, é com alívio e alguma alegria que vejo partir.
Despeço-me das desculpas esfarrapadas quando clamei por auxílio, da falta de tempo que escondeu a falta de coragem e o abandono da zona de conforto… Despeço-me do tempo que passou e, principalmente, de agosto.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A ESCOLHA DE UM PERFUME

Olhe a pessoa que está ao seu lado e você vai descobrir, olhando bem fundo, que há um perfume suave de uma presença amiga e um brilho no seu olhar. (Filosofia Hindu)

O perfume é assim, um pouco como as pessoas, uns dão-se bem com a nossa pele, enquanto outros nem por isso e há ainda outros que são completamente incompatíveis. É tudo uma questão de química. A fragrância a adotar varia de acordo com o PH da pele, a oleosidade e até do próprio suor… Por isso há que escolher criteriosamente o tipo de perfume que mais se coadune além da nossa personalidade, principalmente com a nossa pele. Não se deve escolher um perfume pelo cheiro. A fragrância, através do ar, não é a mesma quando aplicada diretamente sobre a pele.
A escolha de um perfume obedecendo a apenas a estes fatores, é como escolher uma amizade com base nas primeiras impressões…
O mesmo cuidado deve ter-se na escolha dos amigos de modo a que sejam compatíveis com a nossa personalidade…

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE...

A sabedoria popular, para cada situação, tem uma frase adequada a cada situação. Por ser muita repetida, a frase Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe, acabou por ficar no ouvido. Muitas vezes, sempre que as coisas correm mal a propósito ou a despropósito esta e outras frases acabam por emergir à memória. Com o correr dos anos é normal que se recordem muitos dos ditados populares a propósito dos acontecimentos diários.
Com o final do mês de agosto é suposto que se acabem as férias, as praias apinhadas de gente, as ruas e esplanadas superlotadas, e também muitos dos sonhos… que ficaram por sonhar. É o regresso a uma nova era. Vem a propósito que se recorde a frase, agosto mês de desgosto… por razões óbvias que a televisão acaba por mostrar, desejo o fim de um mês carregado de mortes e deslocados da sua terra. Enfim, se há um bem que não dura sempre, ao menos que haja um mal que um dia se acabe…

TOMAR DECISÕES

Se na sua maioria as decisões com que nos confrontámos diariamente não acarretam grande risco e por isso são fáceis de tomar, outras há que nos obrigam a ponderar seriamente nas suas consequências.

É do senso comum que a vida é feita de escolhas. Todos os dias e a toda a hora somos forçados a tomar decisões e somos confrontados com as nossas próprias indecisões. Quando as decisões que se tomam interferem com a vida dos outros ou com a própria vida, a escolha entre partir ou ficar, o agora ou nunca, comprar ou não comprar, mudar ou não mudar, … gera indecisões que por vezes se prolongam no tempo. Qualquer indecisão é afinal uma decisão adiada… Contudo, há momentos em que não importa saber se, quando e muito menos para onde… O impasse entre esta ou aquela opção é sempre pior do que qualquer decisão, certa ou errada

domingo, 29 de agosto de 2021

CHEGA UM DIA...

Tudo passa. O tempo passa, as pessoas mudam, as circunstâncias que as rodeiam mudam… Enfim, nada permanece inalterado ao longo da vida, a não ser o silêncio que nos segue, umas vezes desejado outras odiado mas sempre presente… Desde cedo o silêncio foi o meu companheiro embora nem sempre desejado. Lembro-me do silêncio daqueles serões a sós com a minha irmã, sentados no sofá frente à TV. Os seus comentários sempre irónicos, ironia que eu partilhava, eram os únicos elementos perturbadores desse silêncio. Por vezes, encetávamos comentários, confidências mais ou menos íntimas partilhadas de forma tão descontraída… Muitas vezes essas conversas eram interrompidas pelo ciúme da nossa progenitora ou do nosso padrasto. Mais tarde, esse silêncio outrora desejado, acabava por se tornar deprimente ao propagar-se pela casa vazia…
Atualmente o tempo continuou a correr, as crianças já não são crianças… cresceram, tornaram-se também eles pais.

Tudo na vida é passageiro, chega o dia em que o burburinho próprio da alegria e das zangas de banais transforma-se em silêncio.

O LIVRO DOS ELOGIOS

Nós, portugueses, gostámos de reclamar. Reclamamos por tudo e por nada o que nos dá imenso gozo. Tem ainda a vantagem inconfessável de ser um tema de conversa durante horas na falta de outro assunto mais válido.

Pelo contrário, elogiar, não é nada habitual nem do nosso agrado. Atacados por aquela doença crónica chamada inveja, raramente elogiamos, exceto naquela ocasião em que morre alguém e todos os falecidos se tornam ótimas pessoas embora mentalmente se considere um grande filho da… outra senhora. Mas para lá de tudo existe o discernimento que permite distinguir entre reclamar e elogiar.

sábado, 28 de agosto de 2021

TER TEMPO

Às vezes sinto-me como aquele puto que salta para fora do carrocel e fica a observar os que lá estão a girar em incontáveis voltas subindo e descendo conforme o carrocel vai girando… Até há bem pouco, o meu dia-a-dia girava como um autêntico carrocel ao ritmo frenético tal como o da maioria das pessoas. O dia decorria numa corrida infernal, enfim, sempre a correr. Enquanto participante nesta maratona não sobrava tempo para pensar em mim… Não havia tempo para refletir se me sentia feliz ou triste com a vida que levava…
A verdade é que precisamos de parar de quando em vez parar a correria do dia-a-dia para pensar um pouco na vida… no tipo de vida que vamos vivendo. Só assim podemos concluir o que está errado e que é preciso mudar e o que está bem e é preciso praticar…
Agora que me vejo no papel de observador da correria infernal da maioria das pessoas ponho-me a pensar… Será que vale a pena?
Agora que tenho tempo para pensar… penso demais.

A VELHA LISTA DE COMPRAS

Com o objetivo de conseguir fazer compras num curto espaço de tempo sem esquecer nada, retomei o velho hábito de fazer uma lista de compras. Em qualquer espaço comercial é difícil manter a distância aconselhada entre os utentes, umas vezes por ignorância outras por ganância com medo de não chegar primeiro ao artigo que pretendem muitas vezes sem máscara que os proteja e principalmente que proteja os outros, é fundamental permanecer o mínimo tempo  possível a fazer compras.

Para elaborar a velha lista de compras, começa-se por registar num papelucho qualquer, pode ser no telemóvel, o que se precisa comprar segundo uma ordem aleatória que varia de uma superfície para outra, o que obriga muitas vezes o cliente a voltar à secção onde já esteve.
Para evitar que isto aconteça faz-se o registo prévio conforme as secções a visitar. Colocada esta lista na porta do frigorífico ou no telemóvel é possível poupar tempo encontrando todos os artigos de acordo com o percurso da superfície comercial sem ter de voltar atrás à procura de algum artigo em falta.
Deixar para o fim a secção dos congelados que devem ser os últimos a serem adquiridos.
Planear em pensamento as refeições semanais comprado apenas aquilo que realmente faz falta tendo em conta gastar os alimentos que já existem.

JANELAS

 

Existem janelas de mil estilos e cores. A sua principal função foi permitir a entrada de luz e ar nas habitações mas também permitiam um prolongado olhar para além das quatro paredes de um aposento. Há janelas que se abrem para a imensidão do mar outras há que se abrem para a parede do prédio contíguo ou, ainda pior, as que se abrem para um beco insalubre da cidade…

Qualquer que seja a paisagem, além da entrada dos elementos essenciais como a luz e o ar, as janelas possibilitam a evasão do olhar. Através das janelas do computador, à distância de um clique, permitem viajar para fora do nosso território físico, a evasão do mundo real para um mundo virtual mais ao nosso gosto. Estou plenamente convencido que o objetivo da maioria dos cibernautas que passam horas grudados ao monitor dos computadores seja essencialmente uma fuga alucinante do mundo real…

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

NA ANSIA DE VOAR

 

Da janela do meu quarto é normal ver passar aviões que demandam o aeroporto que fica relativamente perto onde se preparam para aterrar. Vejo-os na linha do horizonte, tão perto… tão baixo… tão longe…!
Cada vez que acontece avistar um avião, fico ali parado no parapeito da janela até o perder de vista por trás dos prédios, muito perto. Para lá de imaginá-los a aterrar, apesar da pandemia que nos atormenta, apraz-me muito mais vê-los voar na ânsia de partir com eles não importa para onde…  a vinda daquele maldito vírus, com algum medo o gosto de andar de avião agora, graças a ele, tudo se alterou…

CADA UM QUE PASSA...

O tempo passa, a idade avança e a vida encarrega-se de nos privar da companhia daqueles que amamos. Uns vão para longe, outros a vida leva-os tão longe que não se podem alcançar. Mas quando se partilha o mesmo sangue, quando partem, levam consigo uma parte de nós… A certa altura já não estamos mais completos, falta aquela parte que se foi com quem partiu… Em compensação, tal como disse Antoine de Saint-Exupéry, "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; leva consigo um pouco de nós, deixa um pouco de si mesmo."

O LEITE É PERIGOSO PARA A SAÚDE?

Depois de ler um artigo sobre a eficácia do leite na osteoporose bem como a couve-galega, acabei mais baralhado do que esclarecido.

Segundo a opinião dos entendidos, a couve-galega, além de anti-inflamatória e cicatrizante é fundamental na fixação do cálcio nos ossos graças aos seus compostos com ação desintoxicante que, além de ajudar o organismo a eliminar algumas substâncias cancerígenas, fortalece o sistema imunológico…

De acordo com esta douta opinião, a couve é mais adequada para os ossos do que o leite de vaca… É do conhecimento geral que o cálcio precisa do magnésio para se fixar nos ossos, ora o leite de vaca tem menos nove vezes magnésio e três vezes mais cálcio do que o equilíbrio necessário o que faz com que o cálcio do leite tenha dificuldade de se fixar no nos ossos que vai buscar ao magnésio que existe no interior dos ossos… Consumir mais cálcio do que magnésio aumenta o risco de perda de massa óssea.

Na couve, o magnésio faz parte da clorofila, substância indispensável para renovar as células do nosso organismo.

Todos os artigos que li posteriormente sobre este assunto dão grande importância ao magnésio na fixação do cálcio nos ossos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ONDE SE ESCONDE?

Alguém sabe onde para o Verão? Quem souber, que me diga. Com esta modesta temperatura e com esta chuva à mistura com vento, informo que não foi aqui que o Verão se escondeu.

Pelo que tenho visto nos programas televisivos a ventania é geral mesmo em localidades do interior onde ele não é habitual. Quanto às temperaturas, excetuando o interior norte, parece que continuam abaixo do normal para a época. Até o tempo contribui para estragar as férias de muita gente e contribui para que se instale esse sentimento depressivo que caracteriza o verão…!
Ficar em casa, além da sensação de tempo perdido, por onde quer que se circule esbarra-se com aquelas tarefas que reclamam a nossa perícia e se tornam urgentes mas, com a desculpa de que todos estão em férias, vão sendo adiadas… Se ao menos o tempo colaborasse poderia ver-se mesmo ao longe o mar e as praias apesar de tudo muito frequentadas porque é agosto. Enfim, é o tempo e as férias que temos… ! Haja saúde.

UM PRATO MITO SABOROSO

Nunca fui aquilo a que se chama “um bom garfo nem um bom cozinheiro”. Sempre fui parco na alimentação desde criança, devo ter dado algumas dores de cabeça à minha mãe para me fazer comer depressa a refeição preparada. Aqui para nós, digamos que ela nunca foi uma boa cozinheira…

Atualmente não tenho o prazer da mesa mas sei apreciar quando uma refeição está bem confecionada. Paradoxo… ou talvez não. Há pratos que me deliciam, por exemplo uma feijoada à transmontana, umas tripas à moda do Porto, umas tripas enfarinhadas,… tudo pratos saudáveis....
Por amabilidade de uma amiga e vizinha, fui agraciado com umas tripinhas enfarinhadas que me deixaram de água da boca.
Na falta dos pratos que mencionei, não sou difícil de contentar, dêem-me ovos estrelados com batata frita… o meu prato preferido!

A ARTE DE BEM COZINHAR

Cozinhar é seguramente uma arte e, como arte que é, exige uma certa apetência. Cozinhar exige técnica, criatividade, imaginação… Não é qualquer um que se torna um bom cozinheiro ou seja, um bom cozinheiro é um artista como o é um músico, um escritor, um pintor, um escultor… Convenhamos porém que cozinhar por obrigação é uma grande seca se bem que algumas refeições são até mais saborosas no dia seguinte.

Como qualquer arte, cozinhar estimula diversos sentidos tais como a visão, o olfato e claro, o paladar.
Neste momento consigo ouvir’ a sugestão de alguns dos leitores, Então por que não cozinha as suas próprias refeições?

OS SOGROS

Por tradição, o termo “sogra” emprega-se sempre que alguém se quer referir a mãe ou ao pai do seu cônjuge. Quando se emprega a palavra “sogra” é de esperar diferentes reações e piadas mais ou menos de bom gosto até aos ditos pejorativos. No entanto há sogras… e sogras. Nem sempre as sogras são “más”, pelo menos não é forçoso que assim seja uma vez que elas até pode ser simpáticas. Uma única sogra não serve de modelo para todas as outras.

É urgente acabar com o mito bastante divulgado de que a sogra é a má da fita entre os restantes familiares. Na ausência do sogro, geralmente os homens morrem primeiro, a sogra ocupa um lugar de destaque em diferentes contextos ficando a aceitar-se o papel, bom ou mau, de sogra.
Ao escrever estas linhas, de repente, apercebi-me de que também sou sogro o que não me salvaguarda de muitas das críticas descritas… Afinal ser sogro é o destino de quase toda a gente!

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A PIOR CRISE

Pior do que a crise económica, a crise pior que o ser humano atravessa é a crise de valores na base de todas as outras crises. A falta de valores e princípios, ou seja, a falta de ética conduziu-nos, mais que a pandemia, à situação económica que o país atravessa e que se atribui frequentemente ao novo corona vírus.

Por educação, caraterizado por um conjunto de valores morais algo rígidos, custa-me aceitar a ligeireza e naturalidade com que políticos, banqueiros e indivíduos com algumas responsabilidades, defendem o não pagamento das dívidas… Como tantos outros portugueses, também penso que não é justo que sejam sempre os mesmos a pagar enquanto os verdadeiros responsáveis pela má gestão e negócios ruinosos, ao que parece bastante lucrativos, não sejam obrigados a pagar com esses “lucros” a dívida do estado ou engrossar o OE, apesar de alguns serem presos e outros nem isso…

AS SOBREMESAS

Ver um queijo de bola sobre o balcão da cozinha, a visão transportou-me a outra época porventura mais feliz. Nesse tempo não havia refeição que não terminasse com uma boa sobremesa, entenda-se um bom e saboroso queijo.

A descoberta acidental do primeiro queijo deve-se a Aristeu, filho de Apolo. Qualquer que seja a sua origem, pouco nada altera o sabor magnifico dessa sobremesa.
Embora o queijo de flamengo seja o mais frequente atendendo à sua textura e sabor e preço, o queijo da serra é o mais apreciado mas, por razões económicas, nem sempre estava presente à nossa mesa.
Continuando a falar em queijos, lembro-me daquelas célebres viagens a Espanha que terminavam sempre com a com a aquisição do célebre queijo de mama (queijo Tetilla) como era então conhecido. Por razões óbvias, o queijo deve o seu nome ao seu formato. Trata-se de um queijo de vaca muito apreciado graças à sua textura e sabor.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

COMPREENDER O SIGNIFICADO

É recorrente ouvir o ditado popular “cá se fazem, cá se pagam” em diferentes contextos o que não significa necessariamente que se entenda plenamente o seu significado. Muitas vezes recorro a este ditado perante certas atitudes dos políticos da nossa praça e não só… Não raro a minha opinião é contrariada com o argumento de que nada de mal acontece a quem o pratica. Com este argumento verifico a falta de entendimento pleno do significado deste ditado…

Por ditado pode entender-se à luz da “Lei do retorno” sem prejuízo da lei do karma que diz mais ou menos que "para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário".

De facto, tudo acaba por se pagar de alguma forma nesta ou noutra vida onde surtirá efeito … Nada fica por pagar.

ÀS VEZES CONVÉM SER BURRO

Todos os dias se assiste ou lê noticias sobre as declarações dos presidentes dos partidos e dirigentes sindicais cada um puxando a brasa à sua sardinha, por ou seja, manipulando descaradamente a opinião pública. Uns poucos afirmam que tudo corre sobre rodas outros, a maioria, deitando a baixo o discurso dos adversários mas todos zelando acima de tudo os seus interesses pessoais… Incrédulo interrogo-me como é possível que o povo acredite nestes discursos... Mas o povo acredita!

Só de olhar para certos dirigentes, porque há muito deixei de os “ouvir”, irritam-me os seus longos e inflamados discursos.
Sinceramente, às vezes gostava de ser burro, tão burro que não entendesse a intenção que está por trás de cada palavra proferida nem conseguir ler nas entrelinhas… Mas Deus fez-me assim, só um pouquinho burro para acreditar nas boas intenções apregoadas.
Por isso, ser burro o suficiente para viver feliz e contente no meu pequeno mundo, às vezes até convém…

EU E O TEMPO

Tenho uma estranha relação com o tempo. Para mim, o tempo é algo estranho… às vezes um dia é quase um ano e um ano, por vezes, é como se fosse um só dia.

Em resumo posso dizer que não tenho a noção do tempo apesar da minha excessiva pontualidade. Claro que me preocupa cumprir horários e fixar datas importantes…
Fruto da minha pontualidade quase doentia, chego antes da hora seja onde for. Acabo por ser vítima da minha pontualidade, como chego sempre antes da hora, acabo por me submeter a longas esperas porque a grande maioria das pessoas não pecam pela pontualidade.
Por outro lado, se me perguntarem o que fiz ontem, não sei responder. Recordo factos que ocorreram há muitos anos mas sinto-me confuso quanto ao recordar factos recentes. Dizem que é um dos sinais de velhice. Pode ser que seja. Em defesa da velhice posso argumentar que esta confusão entre o passado e o presente já vem da minha juventude… Será que já nasci velho?!
Se esta confusão fosse recente era motivo de preocupação, podia até pensar-se em Alzheimer.
Talvez Einstein tenha descoberto a resposta para esta minha relação com o tempo na sua teoria da relatividade…

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O COCÓ DOS CÃES

Que fique bem claro que não tenho nada contra os cães, exceto os doberman..., também os rottweiler... e também os pitbuls… Os cães não têm culpa, muitas vezes o comportamento dos cães é o  reflexo da personalidade dos donos. 

A prova de que não tenho motivo contra os cães é que já tive um, rafeiro e bastante mimado por toda a família e que nos deixou muita saudade.

Por isso, por experiência própria, um cão tem certas necessidades fisiológicas que exigem um passeio higiénico diário sendo impossível controlar o local escolhido. É natural que se enfrente o problema de recolher os cocós a não ser quando o cão se lembra de fazer as suas necessidades em qualquer parte. Nesse caso, deve ir munido de um saco plástico destinado a recolher os cocós, o que nem todos o fazem… Em várias cidades europeias vi que os donos além de passearem o seu cão à trela, levam sempre um saco de plástico.

Registe-se que as leis desses países são bastante severas embora esse cuidado tenha mais a ver com o civismo das pessoas. No nosso país também existe uma lei que penaliza quem conspurca a via pública com cocó de cão, a atitude dos donos que não o fazem traduz o civismo de alguns.

Sempre que circulo a pé na via pública tenho que estar atento aos cocós depositados no passeio. E não se pense que se trata de pessoas com pouca cultura mas, segundo me consta, trata-se de pessoas com alguma formação académica.

Donde se prova que não é uma questão de legislação mas de uma mudança de mentalidade de quem tem cão…!

A CASA ONDE NASCI

No regresso de uma das visitas de estudo, tomámos o funicular dos Guindais. Qual a minha surpresa quando saí em pleno Largo Actor Dias! Foi aí, no primeiro andar dum prédio deste Largo que nasci e cresci até cerca dos nove anos. Ao dizer onde nasci, digo-o literalmente, porque o parto ocorreu com o auxilio apenas de uma parteira como era habitual nesse tempo.
Ao voltar a entrar nesse largo tudo me pareceu além de familiar, também muito diferente da imagem que tinha de criança. Nesse tempo o Largo parecia mais pequeno, na rua não parecia tão larga, nem os plátanos pareciam tão altos… A casa já não existe, foi demolida para dar lugar a um viaduto rodoviário. Em frente, do outro lado da rua, ficava o Largo Actor Dias com o seu chafariz ao centro rodeado de grandes plátanos, paredes meias com a muralha Fernandina. No silêncio imaginado do Largo ainda hoje ecoa no pensamento a lengalenga que precedia qualquer brincadeira, "Pim, Pam, Pum, cada bola mata um, p'ra galinha e p’ró peru quem se livra és mesmo tu"… Seria bola ou bala? Bola não fazia grande sentido mas servia muito bem para o efeito…
Muitos anos já passaram, muitas casas já vivi mas, quando ouço na voz de uma criança a lengalenga, sou transportado ao Largo que só existe na minha imaginação…

SAUDOSISMO

Em parte não tenho saudades do passado nem me detenho muito por lá mas não é que me apanhei a dizer “no meu tempo”!? Nem posso acreditar que tenha recorrido a este argumento… nunca gostei de ouvir esta frase, seja em que contexto for…

Prometo que não voltarei a usar esta frase. Quando recorro a ela, quero apenas referir-me ao tempo da juventude que já lá vai, sem qualquer espécie de saudosismo. Em tudo há vantagens e desvantagens e, por ser um assunto tão subjetivo nem se discute…
É pena que nem todos saibam acompanhar o tempo e adaptar-se as mudanças que ele impõe, deixar para trás o que não presta… Então, aquelas pessoas que ficam agarradas ao passado, que o defendem como se fosse o tempo ideal isento de saudosismo!
Dizer “no meu tempo” com saudade é admitir que o tempo atual já passou, a conclusão que lhe está implícita é admitir que se está fora do tempo… De forma mais radical, diria que se ultrapassou o prazo de validade e só por esquecimento continuamos a vegetar…
Do mesmo modo que nos vamos adaptando às alterações climatéricas causadas pela poluição, temos também de nos adaptar às suas consequências… se possível!
Cada momento deve ser “vivido” no presente. Nunca devemos aproveitar todas as oportunidades para voltar ao passado. O passado não volta mais e o futuro cabe-nos construí-lo a nós a partir do que realizamos no presente...

domingo, 22 de agosto de 2021

A SORTE GRANDE

Para uma grande maioria de pessoas, a sorte grande seria dispor de uma grande fortuna, para outros, seria possuir imensas joias enquanto que para outros, muitos poucos, além da saúde seria ter uma vida mais folgada bem como a dos familiares mais próximos. A maioria pensou logo num companheiro(a) ou até mesmo num animal de estimação… Porque não?

Não resisto à tentação de transcrever uma lenda que enaltece melhor que eu a bênção que é viver mais um dia e poder observar tudo que nos cerca e que por vezes não valorizámos. Diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia enquanto pensava, se tivesse uma casa grande, seria feliz. Se tivesse um trabalho excelente, seria feliz. Se tivesse uma boa companheira, seria feliz"… Nesse momento, tropeçou numa sacola cheia de pedras e furioso começou a atira-las uma a uma ao mar, enquanto pensava, seria feliz se tivesse... até restar na sacola uma única pedrinha, que decidiu guardar. Já em casa percebeu que aquela pedra era nem mais que um diamante.

Quantos de nós passamos a vida a deitar fora tesouros desejando o que não temos, sem dar valor ao que está ao alcance?

Cada dia é um diamante precioso e insubstituível que nos cabe aproveitar ou deitar ao mar para nunca mais poder recuperar.

RESERVAR UM TEMPO

Enquanto rodava um velho CD dos Guns&Roses, numa das faixas o vocalista entoava uma letra que despertou a atenção. Nunca tinha dado grande atenção à letra até porque não dominava medianamente a língua inglesa, depois de algumas aulas compreendi minimamente a letra desta canção. Num dos versos o vocalista entoava, Do you need some time on your own, Do you need some time all alone. Everybody needs some time on their own… Don't you know you need some time… All alone

Em qualquer relação, há um tempo dedicado inteiramente ao parceiro, há outro tempo destinado a conviver com os outros e o tempo que necessário para ficar a sós connosco. Existe a ideia muito generalizada de que destinar algum tempo à própria pessoa não é saudável para uma relação. Ao longo do tempo aprendi que passar algum um tempo sozinho ou fora do círculo familiar, favorece a relação, independente da forma como aplica esse mesmo tempo. Um passeio à beira-mar, praticar algum desporto, assistir a um bom filme, ler um livro numa esplanada, almoçar ou jantar com amigos, tudo isso, fortalece indiretamente a relação.
É essencial reservar para si próprio o tempo necessário para ver quem realmente se é, fazer o que se gosta e para que isso se torne possível, é preciso definir objetivos. Sem objetivos talvez nunca se descubra por que se está aqui e para definir objetivos é preciso passar algum tempo que permita um melhor conhecimento de nós próprios.

sábado, 21 de agosto de 2021

A MAGIA DAS VELAS

Acender de uma vela já é um momento mágico que nos transporta para um ambiente místico, romântico e espiritual. Desde tempos imemoriais que as velas têm sido utilizadas particularmente na Idade Média onde foram usadas na iluminação das habitações. Apesar desta aplicação, não se pode ignorar a sua função em rituais mágicos e religiosos. Independentemente destas práticas, é inegável o poder hipnótico duma chama de vela.

As velas perfumadas tão em voga atualmente, confirmam o poder mágico das velas daí a importância de escolher não só a cor mas também o aroma.

Cada cor tem uma finalidade bem definida. De acordo com a minha cor preferida deve acender-se uma vela amarela mas, de acordo com a intenção, escolhe-se a cor da vela de acordo com o pedido.

Quando se pretende acelerar um processo pendente a decorrer de forma demasiadamente lenta, acende-se um vela amarela também usada em curas espirituais, assim como para atrair rapidamente o resultado que se deseja. Elas favorecem também os estudos e os empreendimentos intelectuais ou espirituais.

A escolha da cor de uma vela deve fazer-se de forma criteriosa e não aleatoriamente ou de acordo com o nosso gosto.

OS MEDOS

Se por um lado o medo é um fator importante para a nossa sobrevivência, o medo excessivo ou patológico (fobia) não tem outro efeito no ser humano a não ser causar sofrimento.

Distinguir medo de fobia não é tão fácil como parece mas também não é coisa que me preocupe muito. Se me preocupasse, certamente chegaria à conclusão de que a maior parte dos meus medos não passam de fobias disfarçadas…

De um modo geral, medos ou fobias são controláveis sem entrar em pânico. Guarda-se sempre o desconforto perante certas situações não se conseguem evitar. No fundo, toda a gente sente medo de qualquer coisa por muito corajoso que se tente aparentar…

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

ESCOLHAS

A escolha do destino de férias reveste-se sempre de uma grande dificuldade não pela escolha em si mas pelas expectativas e condicionalismos em torno das mesmas. Enquanto para mim o principal objetivo é a evasão do ambiente habitual já para a minha companheira de viagem, além de um envolvente animado, o preço é prioritário e pesa muito na escolha. A escolha da viagem em tempo de pandemia, baseia-se numa boa relação qualidade preço. É nestas diferenças de opinião e de objetivos que reside a dificuldade da escolha.

Para qualquer destino que se escolha existem variadíssimas opções o que só dificulta esta tarefa. Excluindo o avião, o comboio e os longos e acidentados percursos pedestres fica-se reduzido ao nosso pequeno mas belo país correndo os riscos da pandemia.
De certa forma a pandemia acabou por facilitar a decisão. Devido à situação atual há todo o tempo do mundo para escolher e gozar umas férias… ao longo do ano.

DEIXEI DE SER IDOSO

Já não sou idoso, nós os idosos, fomos reclassificados! Agora não somos mais da terceira idade, nem idosos…!
Numa data posterior a 1875 uma Instituição Inglesa definiu que era considerado "Idoso" quem tivesse mais de 50 anos... Devido à melhoria da qualidade dos alimentos e às condições sociais, aumentou a esperança de vida dos indivíduos. Para isso contribui o incremento da atividade física que veio a aumentar a esperança de vida. Perante este facto, a Organização Mundial de Saúde fez uma nova avaliação do conceito do que é ser Jovem, de meia Idade e, ser Velho...
Segundo a nova classificação, considera-se que o indivíduo é menor de idade, entre 0 a 17 anos; é-se jovem entre os 18 a 65; a partir desta idade (66 a 79 anos) atinge-se a meia idade e só se é idoso os indivíduos entre os 80 a 99 anos, para lá desta idade são idosos de longa vida…
Já tinha a certeza que não era idoso e a OMS deu-me razão, anda não sou idoso embora não seja  propriamente um jovem!

ESPÍRITO DE CONTRADIÇÃO

A quem diz sempre não eu digo, nunca me digas não porque o teu não é o meu sim… e o teu sim, é o meu não! Nunca me digas não quando eu quero ir nem me digas sim quando eu quero ficar…

Quantas vezes um não e um sim disfarçado. Só estando muito atento é possível distinguir um sim perdido no meio de um não.
Tal como alguém dizia, eu sou a personificação do espírito de contradição. Com ar abatido a minha mãe dizia que eu só vim ao mundo para contrariar a vontade de todos que encontro. Hoje eu penso que vim ao mundo apenas para aprender a dizer sim quando é sim e a dizer não quando é não…
Com o tempo, as pessoas entraram e saem mas as feridas ficam e a cada queda as dores vão-se amainando se bem que algumas vezes esta fúria que mora cá de dentro teima em se mostrar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

OS ESCALDÕES

 

Adoro o calor mas quando a temperatura excede os 25ºC o calor de Verão dá lugar ao desejo do regresso da chuva e de algum frio. Com estas temperaturas elevadas e nevoeiro é normal que os banhistas apanhem um daqueles escaldões que além de inestéticos são perigosíssimos por estarem na origem do aparecimento de muitos cancros de pele.

Hoje em dia quem tem uma pele branquinha e não só, deve prevenir-se evitando uma exposição solar nas horas de maior calor e sempre protegido com o protetor solar. Nunca é demais alertar para os perigos dos escaldões devido ao perigo que representam para a saúde.
Apesar de ter uma boa relação com as altas temperaturas, paradoxalmente detesto alimentos muito quentes, nesses casos acabo por escaldar língua e palato…

HEMIFÉRIOS CEREBRAIS

Toda a gente sabe que que o córtex cerebral está dividido em dois hemisférios ligados entre si. O que nem todos sabem é que o hemisfério esquerdo é o hemisfério dominante, enquanto o direito tem outras funções nem por isso menos importantes. Até aí nada de surpreendente. O que me surpreendeu foi que o desequilíbrio entre estre os dois hemisférios pode ser responsável pelo aparecimento de muitas doenças. Para restabelecer o equilíbrio entre os dois hemisférios é preciso desenvolver o lado direito do cérebro. Como? Através da prece, da criação artística, da meditação…!

A predominância deste hemisfério é responsável por muitos comportamentos desejáveis e amplamente divulgados pela Net.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

MAIS TARDE OU MAIS CEDO

Por um motivo ou por outro, mais tarde ou mais cedo, é espectável que todas as pessoas que amamos acabem por nos dececionar, exatamente porque as amamos…

De facto, por que as amamos, queremos o melhor para elas que nem sempre correspondem às nossas espectativas porque não querem, não sabem ou por estarem demasiado ocupadas com a sua própria vida. Existem ainda outros que nos dececionam devido aos altos objetivos que egoisticamente depositámos sobre elas. Ainda não tinha chegado o momento certo para haver retorno. Esperar, fazer uma pausa na corrida à dia e sobretudo guardar os momentos felizes sem perder de vista que essas pessoas não são anjos nem santos. São apenas seres humanos, como nós, com todas as virtudes e defeitos inerentes ao ser humano…

SENSAÇÕES

Já não me lembro se era Verão ou Inverno, há sensações que se alojam no cérebro, coração ou sabe-se lá onde. Estou mais inclinado a acreditar que ficam “gravadas” em cada célula do nosso ser e sem mais nem menos emergem de lá onde se encontram provocando aquela estranha sensação do déjà vu. Existem presenças, situações, encontros, diálogos… que provocam essa sensação.

Por muito esforço de memória que faça, não consigo recordar-me se era ainda Inverno ou já era Verão… não que isso importe. O mais importante é a sensação que provocam, essa faz toda a diferença.
Decididamente, não consigo recordar se já era Verão mas havia a sensação de calor… Desconheço também se a fonte desse calor vinha de fora ou se estava lá dentro.
Bem, não interessa a época do ano, talvez não fosse Verão e muito menos Inverno. Cá dentro havia bruma e algum gelo e uma tristeza sem fim!
Honestamente, não sei se era Outono, Inverno ou Verão, mas não é isso que importa.
Os anos passam, o tempo esgota-se mas as sensações ficam…

terça-feira, 17 de agosto de 2021

SER BOA OU MÁ PESSOA

 

Quando se morre, invariavelmente toda a gente é boa pessoa independentemente do que tenha feito durante a vida. É muito raro ouvir dizer, era um sacana, que a terra lhe seja pesada. O que acontece, nessas ocasiões, é aparecer alguém a tecer os maiores elogios ao falecido atribuindo-lhe grandes feitos e as mais nobres qualidades… muitas vezes sem o conhecer. Não me custa admitir que muitos dos falecidos tenham sido de facto boas pessoas enquanto outros, quem sabe… Seja como for, depois de morto, toda a gente se transforma numa boa pessoa quer se trate de um santo ou do maior facínora que nada fez de relevante em prol dos outros…

Transformar em mito gente famosa ou não é uma característica da cultura ocidental. Depois da sua morto, não obstante o que fizeram durante a vida, apesar de não serem boas pessoas, ninguém se atreve a dizer o contrário.
Se para ser considerado uma boa pessoa é necessário estar morto, então prefiro ser uma má pessoa…
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