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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

ENQUANTO ESPERA UM NOVO ANO...

AFINAL, ONDE MORAM AS EMOÇÕES?

 

Durante muitos anos, aliás como a maioria das pessoas,  pensava que as emoções se encontravam todas no coração. Era lá que se alojavam todos os desejos, aspirações e frustrações mas afinal estava redondamente enganado. A principal e vital função do coração é manter o sangue em movimento, nada que uma máquina não consiga fazer…

Porém, é habitual responsabilizar indiscriminadamente o coração por todas as funções do corpo humano como por exemplo respirar e até levar o oxigénio e o alimento a todas as células do organismo ao que há muito sabemos serem funções de outros órgãos…

Depois de aberto e retalhado, os cientistas nada viram que apoiasse a teoria de que esse órgão fosse o sede de todas as nossas emoções. Os sentimentos afinal ficam guardados nessa pequena caixa craniana que nos acompanha para todo o lado sem nunca nos deixar sós… À cautela, devemos cuidar bem de todo o organismo, afinal as únicas pessoas que vão estar connosco a vida inteira, somos nós mesmos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

ESTRANHO NAMORO

Podia considerar-se uma relação amor/ódio a que tenho com o mar mas considero-a mais como uma relação de puro respeito.

Para lá daquele aspeto calmo de rara beleza caraterística, o mar oferece poesia que nem todos escutam embora convide toda a gente a uma profunda reflecção sobre os valores da vida.

Apesar de ser capaz de passar horas a contemplar o mar embalado pelo ruído repetitivo das ondas a desfazer-se na areia da praia não consigo afastar-me muito do mar, um só dia que passe longe do mar é dia sem registo… Mesmo não sendo obrigado a mergulhar profundamente nas suas águas, junto ao mar parece que a felicidade que ronda à nossa volta acaba por se fixar cá dentro.

Gosto do mar, de ouvir e contemplar a sós num estranho namoro que pode durar horas, tal como ele, também tenho os meus dias de a má disposição e revolta.

Em frente ao mar, mesmo durante um curto espaço de tempo, fica-se de costas para o mundo e os seus problemas ao som mental daquela canção cujas palavras o poeta emprestou, “Por teu livre pensamento/foram-te longe encerrar/tão longe que o meu lamento/não te consegue alcançar/e apenas ouves o vento/e apenas ouves o mar…”  (David Mourão Ferreira)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O MOMENTO CERTO

Há dias em que parece que tudo se conjuga para nos contrariar, o despertador não tocou pela manhã, o carro que não pegou, o transporte público que tardou, tudo contribuiu para chegar atrasado ao emprego, à reunião há muito agendada e também aquele encontro combinado, enfim,… tudo correu mal.

Vendo bem, a empresa não vai fechar só porque chegou atrasado naquele dia, a reunião há muito agendada nem sequer se chegou a realizar, ficou adiada para outra data e o encontro previsto, pacientemente ainda lá estava…

Afinal, nunca se está atrasado, o momento certo é que ainda não tinha chegado…!

Há dias assim.

sábado, 26 de dezembro de 2020

É PRECISO ACREDITAR

Não acredito na guerra como solução extrema de qualquer conflito tal como não acredito na injustiça nem num Deus que permite que tudo isto aconteça. A fome, a guerra, a injustiça proliferam por todo o lado como a pandemia que neste momento assola todo o mundo. Basta olhar com atenção à nossa volta para ver todas estas injustiças. Um olhar mais atento revela-nos as consequências devastadoras para a humanidade do confronto devastador entre países motivados apenas pelo orgulho.

Este confronto é geralmente apoiado por bombas lançadas pelos países mais poderosos sobre os mais pobres. Aliás parece que os respetivos dirigentes estão na origem de todo e qualquer conflito armado.

Dizer que não se crê em deus não significa que Ele não exista. Significa apenas que não se acredita no deus conforme o “pintam”! É inegável que existe uma “força” que nos transcende e que rege o destino de cada um mas também permite o “livre arbítrio” que permite dirigir a própria vida…

Não posso deixar de sorrir quando ouço defender qualquer deus, seja ele Maomé, Buda, Vedas, Deus, ... Ao ver o que se passa à nossa volta, só posso concluir que esse deus não existe tal como não existem outros deuses nem diferentes religiões. Qualquer religião é universal comum a todo o ser humano já que todas preconizam o amor ao próximo como principal mandamento.

Haja tolerância ao ponto de aceitar que cada um se relacione com o seu deus segundo a fé e a cultura que o gerou.

Essencialmente adoramos todos o mesmo deus, não importa sob que nome. Todos amam a tal força sobrenatural que nos rege… mas não coíbe a decisão sobre a própria vida.

AGRADECIMENTOS


 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

UM ANIVERSÁRIO A RECORDAR

Tão preocupados em “viver” a presente quadra festiva esquecem-se da verdadeira essência do natal. Nesse dia, celebra-se mais um aniversário de alguém por quem se nutre alguma amizade. Aliás não existe nem nunca existiu nenhuma prova científica de que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro. A data foi adotada pela maioria dos cristãos como verdadeira mas há dúvidas de que corresponda ao nascimento de Jesus Cristo. Pela corrida desenfreada aos shoppings e ao comércio tradicional, comprova-se que não existe relação entre o solstício de inverno e o nascimento de Jesus.

Para os cristãos é apenas uma data em que se comemora o dia em que, segundo o calendário atual, Jesus faria 2020 anos se estivesse presencialmente entre nós. Para os não cristãos é o inicio do solstício de inverno. Seja qual for o motivo Sem é uma data a comemorar, do mesmo modo que se comemora o aniversário de familiares e amigos.

A corrida desenfreada ao comércio com o fim de comprar algum presente de última hora não se justifica.  Segundo a tradição, só no dia 6 de janeiro os reis magos, que afinal nem eram reis, encontraram o local do nascimento de Jesus.

Embora designados de reis, eles eram apenas sábios que vindos do outro lado do mundo traziam presentes para oferecer ao menino cada qual com um determinado simbolismo. O ouro oferecia-se apenas aos deuses, o incenso, usado em cerimónias de purificação, destinava-se às divindades, a mirra que se usava como medicamento, não deixava que se esquece-se o lado humano de Jesus. Por isso, só a 6 de Janeiro tem cabimento oferecer presentes. Não se justifica portanto esse assalto desenfreado ao comércio.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O INCONFORMISTA

Há pessoas que já nascem assim… Não se conformam com as regras pré-estabelecidas pela sociedade, querem e vão sempre mais além… São aqueles que, muitas vezes, a sociedade apelida de loucos. Se for por essa a razão, então bendita seja a loucura!

Por um instante, permitam-me submergir na loucura dos artistas. Ignorar as regras que constantemente recomendam ao homem que não transgrida o conhecido. Não temo a aventura que é viver num mundo surrealista porque o meu espírito, não conhece outra verdade que não sejam as que me conduzem às fronteiras do impossível.

No dia em que deixe de sonhar, enviem-me flores brancas…

Há dias em que outras palavras dizem aquilo que penso.

Há dias assim.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O IMPORTANTE É ACREDITAR

O ser humano, como ser complexo que é, tem necessidade de acreditar seja no que for, quer de origem natural ou mesmo sobrenatural. Mesmo aqueles que dizem não acreditar em coisa nenhuma são surpreendidos ao formular um desejo quando atiram uma moeda a qualquer fonte, ao morder as velas que decoravam o bolo de aniversário ou ao ver no céu uma estrela cadente. Com estes gestos, acreditam secretamente que os seus desejos venham a concretizar-se.

Como a quase totalidade das pessoas, também já formulei um desejo em diferentes situações na secreta esperança de que se viessem a concretizar. Escusado será dizer que esses desejos nunca vieram efetivamente a se concretizar. Na medida que os anos foram passando, também a descrença se foi instalando e muitos desses rituais caíram no esquecimento…

Seja como for, é preciso muito cuidado com o que se deseja para evitar sofrer uma deceção. Convém formular um desejo que seja viável evitando assim eventuais desilusões. Há desejos que às vezes precisam de uma ajudinha para se realizar…

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

HOJE COMEÇA O INVERNO... OUTRA VEZ?

Parece tarefa fácil escolher como tema um assunto já muito batido, parece mas não é. Precisamente por essa razão, torna-se mais difícil falar do tema visto que tudo o que havia a dizer, já foi dito. Mesmo assim e porque vem a propósito, deixei-me tentar por este tema. Abordar a estação do Inverno e não falar no Solstício e no fenómeno astronómico que lhe dá origem era imperdoável. Por muito badalado que seja este assunto nunca é demais recordar certos factos.

Qualquer que seja o Solstício (Inverno ou Verão) é inevitável referir as reminiscências antigas de religiões e crenças que lhe deram origem. Sendo impossível ignorar essas crenças em que se baseiam as religiões mais antigas, a Igreja atribuiu-lhe uma nova roupagem. Na impossibilidade de esquecer o passado, inteligentemente a Igreja  conciliou ambos os rituais dando-lhe um cariz Cristão.

No intuito de evitar que os crentes se afastam da Igreja esta foi obrigada a mudar de atitude, o que por vezes não chega. Cedeu à sobreposição dos rituais antigos aos rituais Cristãos para manter a atual harmonia.

domingo, 20 de dezembro de 2020

UMA PERGUNTA INCÓMODA

Quando se pergunta a alguém o que mais precisa, invariavelmente obtém-se uma das seguintes respostas, mais dinheiro ao fim do mês, que o tempo melhore,… e só depois mencionam a saúde.

Era espectável que desejassem melhor saúde ou então um futuro cheio de saúde, conforme os casos.  Tendo em conta o momento que se vive atualmente, a saúde ganhou protagonismo face ao que se deseja.

Se fizesse agora a mesma pergunta em plena pandemia, a resposta provavelmente seria outra, todos anseiam por uma vacina que rapidamente ponha cobro a esta pandemia mais ou menos complicada na medida em que o tempo não interfere com rumo já traçado para o futuro. Quando o passado se funde com o presente, obtém-se uma mescla entre os dois e nunca se sabe em qual deles se vai cair. Einstein dizia que A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão.

Existirá então alguma diferença entre passado, presente e futuro?

FELIZ NATAL


 São os meus desejos sinceros.

sábado, 19 de dezembro de 2020

AS LÁGRIMAS SÃO NECESSÁRIAS?

Há quem diga que chorar, além de ser uma forma de extravasar um sentimento de tristeza ou de alegria, faz bem à saúde!  Dizem os entendidos que as lágrimas ajudam a libertar certas hormonas do organismo responsáveis por determinadas toxinas funcionando assim como analgésicos naturais evitando situações menos agradáveis que se encontram ao longo da vida.

Apesar de todo o transtorno que possam causar, as lágrimas têm a função de libertar o pensamento que voa livremente por onde quer. À medida que a vida se complica, seja qual for o motivo, há momentos em que se pensa, ninguém vai ver-me chorar. Na verdade, diz o poeta, que Grande parte da minha vida tem sido dedicada a tentar não chorar diante das pessoas que me amam. Esta jura, faz com que se engula em seco, enfrentar as mágoas, seguir em frente e… sorrir.

As lágrimas são necessárias, deixá-las correr em todas as faces…

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

HÁ FILMES QUE NÃO SE DEVIAM VER

Na minha opinião é preferível ler o livro antes de ver o filme, neste caso concreto abri uma exceção da qual não me arrependo, primeiro vi o filme sem ter lido previamente o livro.

Não devia ter visto, mas vi. Entristeceu-me, emocionou-me, afastei-me por momentos, voltei…  e vi o filme até ao fim. Não devia ter visto aquele filme ou se calhar, devia.

Não acontece com todos os filmes, depende do argumento mas alguns, sobretudo quando o argumento é baseado em bons livros, fazem-nos pensar. Há sempre qualquer coisa que nos acompanha. Aprende-se sempre qualquer coisa, algo que se pensava saber mas que recusávamos crer que existisse na vida real.

Este filme justifica certos afastamentos, o cansaço de quem cuida enquanto  lá fora a vida continua colorida por múltiplas cores.

Depois deste filme fiquei a saber o que já sabia, há sempre pior… o que não serve de consolo para ninguém. Admitamos que sirva de consolo momentâneo mas depois, confrontado com a realidade… É verdade que toda a gente atravessa períodos mais ou menos longos em que algum consolo, venha donde vier, não substitui o que se considera um consolo. Segundo a própria definição, consolo é tirar ou aliviar as mágoas, dores sentimentais de alguém. Dar tranquilidade, acalmar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

VAMOS FAZER UM JARDIM?

Devia ser primavera, mas não era… Digo “devia” pelo cheiro a primavera que ainda guardo na memória o cheiro característico dos dentes de Leão. Naquele tempo, com aquelas flores construía belos jardins que só interrompia quando me chamavam para almoçar. Era com grande pesar que via  que alguém pisara esses jardins durante a minha breve ausência.

Talvez já fosse primavera, embora os “dentes-de-Leão” como então lhes chamavam floresçam todo o ano. Não sei em que estação ocorriam estes acontecimentos que ainda recordo porque durante o verão as sementes de “o teu pai é careca” esvoaçavam por todos os cantos da sala. Há quem acredite que se deve formular um pedido relacionado com o amor ao mesmo tempo que se sopra uma dessas sementes. Se o vento a trouxer de novo, o desejo será realizado brevemente. Naquele tempo não sabia nada sobre o amor nem com essa tradição, por isso, não formulava nenhum pedido, apenas deixava-os voar ao sabor do vento.

Segundo hoje sei, esta flor estava associada à Virgem Maria e ao seu filho daí significar liberdade, otimismo, esperança e luz espiritual. Nesse tempo, apenas construía jardins.

São os dentes de leão e amarelos como deve ser!

Pura coincidência, dirão os mais céticos, mas acredito que, de alguma forma, as flores pensam.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

SEGREDOS QUE O CÉREBRO ESCONDE

Até há bem pouco tempo pensava-se que, a partir de uma certa idade, o número de neurónios do cérebro não se multiplicava, antes pelo contrário. Era essa a crença que perdurou durante muitos anos. Segundo as últimas investigações ficou demonstrado que o cérebro tem a capacidade de se regenerar mediante o uso que se lhe dá. Já em março de 2000, investigadores da Universidade de Londres descobriram que havia uma certa relação entre o hipotálamo dos taxistas que se encontrava particularmente desenvolvida. Em 2002, cientistas alemães descobriram que a área do cérebro dos músicos também se encontrava bastante mais desenvolvida e em 2004, cientistas do Instituto de Neurologia de Londres chegaram à conclusão que o lado esquerdo do cérebro, área destinada à linguagem, estava mais desenvolvida em pessoas “bilíngues”…

Face as estas descobertas, pode concluir-se que nos seres humanos é possível adquirir novos neurónios ao longo da vida. Os novos neurónios multiplicam-se com mais intensidade nas zonas mais utilizadas. Isto demonstra a importância de manter uma atividade mental intensa à medida que se envelhece.

O exercício cognitivo, além de favorecer a saúde cerebral, é um fator decisivo contra a demência e senilidade.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

UM BOM EXEMPLO... A NÃO SEGUIR

Apesar de não ser loiro, nem forte, nem praticar qualquer desporto, embora continuasse a ser alto já naquela data, por algum ou todos os motivos, era considerado um exemplo a seguir. Diga-se à luz da atualidade, era talvez um pouco parvo. Ainda hoje não sei porquê era na altura um exemplo. Nesse tempo já as brancas se iam instalando nas têmporas, caraterística comum a toda a família, mas continuava escorreito… e alto.

Tudo passou com o andar do tempo e as voltas da vida que até esqueci que a vida possui outra face. Há pouco tempo, já lá vão alguns anos, ainda preso numa cadeira de rodas, “disparava” em todas as direções a amargura que me ia na alma. Logo a mim que sempre tive uma vida ativa e a quem o tempo negou o período tão necessário para uma eficaz habituação à nova realidade!

Os dias passaram, as estações do ano sucederam-se e continuo a tentar retomar a vida no mesmo ponto em que a deixei. É claro que tenho de aceitar todas as limitações que a atual realidade nos oferece o que não invalida que continue a tentar recuperar o tempo perdido.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

JURAR A PÉS JUNTOS

Embora não seja um hábito muito frequente, remotamente recorro a esta prática afim de reforçar um certo ato.

Existem diferentes maniras de jurar embora se pense o contrário, a jura varia conforme as intenções de cada um, como promessa tomando como testemunha qualquer divindade ou algo sagrado e, como diz o povo, até se pode jurar a pés juntos. Nunca cheguei a perceber porque se jura a pés juntos…

Será que não se pode jurar com os pés separados ou será mais “forte” a jura com os pés juntos?

Claro que se trata de uma mera expressão idiomática mas isso não esclarece ninguém. Pelo que sei, depois de uma exaustiva pesquisa, a expressão “jurar a pés juntos” pretende tornar verdadeiro aquilo que não passa de uma refinada mentira.

domingo, 13 de dezembro de 2020

A PREGUIÇA É UM PECADO?

De acordo com a religião católica, a preguiça é um dos pecados capitais e, segundo a mesma, tem sido muitas vezes contestada sobretudo pelo conteúdo... Ser ou não ser pecado depende de muitos fatores sendo o principal o contexto em que é cometido o presumível pecado.

Há quem lhe chame a sinistra, influências italianas, por cá dizemos esquerda quando nos referimos à mão esquerda, a menos solicitada nas tarefas do dia a dia deixando as mais minuciosas para a mão direita (para quem é destro) que oferece mais confiança.

Rotular uma das mãos de “preguiçosa” só por que devia só faz o que lhe apetece é uma generalização que pode tornar perigosa por exagerada. Assumindo esta incapacidade como deficiência, de repente a gente apercebe-se como é difícil pintar… Evidentemente que estão presentes todos aqueles artistas que vencendo as próprias incapacidades pintam com o pé ou com a boca sem o auxílio dos membros…

Além de outras coisas, a vida ensina a que não se diga desta água não beberei… A gratidão devia acompanhar quem comanda incondicionalmente o próprio corpo. É certo que raramente se agradecem coisas tão banais que se julgam presentes para sempre…!

sábado, 12 de dezembro de 2020

AS CURVAS DA ESTRADA

O tempo tem destas coisas, às vezes prega partidas outras, mistura passado, presente e o futuro o que torna difícil situar no tempo qualquer evento. Há quem defenda que o passado, o presente e o futuro podem coexistir, teoria com a qual não estou totalmente de acordo. Segundo essa teoria, seria sempre presente…!

Na minha opinião o passado é passado, deixa-lo lá estar, por mais que se diga ou que se faça, não é possível voltar atrás, é como pretender percorrer o mesmo caminho que na verdade, ficou cheio de curvas e, em cada uma delas há uma dor que espreita pronta a ser vivida e em cada contracurva está uma nova angústia…

Embora se confundam passado e presente, o passado já lá vai e o presente é o que se vê. Quanto ao futuro…?

Quem somos nós para adivinhar o que se encontra para lá da curva?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

UM AVÔ... COMO TODOS OS OUTROS

Como toda a gente, também fui pai e depois avô e, como toda a gente, também tive avós. E o que nem todos se podem gabar, tive uma avó postiça que não era avó de ninguém mas que cuidava de dois “netos” vindos da escola, encarregando-se do lanche, dar banho e cuidava de nós até os pais regressarem do trabalho.

Dito assim, até parece que convivi com uma multidão de avós o que não é verdade. Conheci apenas uma avó que ao que recordo, não morria de amores pelos netos… Quanto aos outros avós, resolveram partir antes de chegarem os netos… Espertos!

Agora que estou numa de avô, não vou cair nesse velho cliché de dizer, ser avô é ser pai duas vezes porque não é, pelo menos para mim. Chegou ser pai e avô uma vez, quanto mais, duas vezes… tudo se paga…

Talvez a visão que tenho sobre o papel dos avós tenha a ver com essa infância carente de avós ou quem sabe, talvez seja apenas uma questão de temperamento. Ser avô, é simplesmente ser avô. O que significa menos… menos tempo para a escrita, menos tempo para dedicar ao próprio, menos tempo para dar atenção às traquinices dos mais pequenos mas mais tempo para lhes fazer companhia, mais coragem para fazer do cansaço mais vontade de ouvir e levar a sério as suas brincadeiras,… enfim, isso é ser avô.

Os avós também têm direito a ter uma vida própria, os seus momentos de relaxe dedicados a si próprios, a viajar, a conviver com os amigos,…

PS: vê-se bem que este texto foi escrito antes do aparecimento da maldita pandemia que veio alterar tudo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

CONVERSAS DE ESPLANADA

Em qualquer esplanada, estando só, é impossível não escutar fragmentos de conversas à nossa volta. Na mesa ao lado estavam sentados lado a lado dois ilustres anónimos em animada conversa de frente para o mar. A expressão facial de um deles que consultava amiúde o relógio, revelava que não fazia ideia do tempo decorrido em que estava a ouvir o seu interlocutor. De tempos a tempos deixava o olhar vaguear distraído pelo mar ao mesmo tempo que ponderava mentalmente a veracidade de cada palavra que escutava. Aqui e ali encontrava uma certa discrepância ente as palavras que escutava e o pensamento do interlocutor. Depois de tantos anos de treino, não me foi uma grande surpresa detetar essa mesma discrepância perante o tom de voz e da postura que exibia. Além disso, o tema de conversa era o fastidioso, nada que pudesse alterar o curso deste velho planeta que afinal decorria na mesma indiferente à conversa que ocorria outra mesa... A certa altura, algo captou a minha atenção naquele discurso fastidioso. Atrás daquele longo discurso havia uma mentira adivinhada através da omissão dos factos exaustivamente demonstrada… Em qualquer conversas há sempre algo que se esconde seja por medo, vergonha ou simplesmente para evitar destruir a imagem que se projetou. O que me irritou foi não conseguir compreender o motivo daquela omissão!

Ao longe, em plena praia, as ondas continuavam a desfazer-se continuamente na areia numa sequência que ao fim de um tempo se torna monótona.

De repente, o que escutava distraído apercebeu-se do silêncio que se instalou ao redor. Não é que desgostasse do silêncio, mas este teve o mérito de acabar com a conversa. O tamborilar dos nós dos dedos no tampo metálico da mesa manifestava a impaciência de quem escutava pacientemente aquela conversa aparentemente sem qualquer nexo. Olhando outra vez o relógio pigarreou com se fosse dizer uma coisa muito importante sem fazer ideia, penso eu, do que era suposto dizer naquela situação. Aclarou de novo a garganta e declarou, amanhã vai estar bom tempo… pela cor do céu… parece…

No horizonte, o sol já tinha iniciado o seu lento a mergulho no oceano como se a cor, pouco a pouco, se diluísse e contagiasse, além das águas também o céu com aquele tom avermelhado.

Com um arrastar lento das cadeiras metálicas os dois amigos partiram deixando ficar aquela paz que só o silêncio dá.

Nem tudo o que parece, de facto é. Apesar do boletim meteorológico anunciar chuva fraca para o dia seguinte, nada impede que o sol volte a brilhar.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

BOCEJAR É CONTAGIOSO?

Apesar de inúmeras tentativas no sentido de explicar por que se boceja, ainda ninguém conseguiu explicar cabalmente o porquê do estranho fenómeno. É verdade que já se formularam várias teorias que explicavam a razão de bocejar mas como nenhuma responde a todas as dúvidas postas, qualquer uma se aceita embora com sérias reservas. No entanto, todas as teorias atribuem o ato de bocejar ao sono, fome, aborrecimento ou simplesmente por ver alguém bocejar… Esta hipótese permite concluir que o bocejo é contagioso! Pesquisas mais recentes, atribuem o ato de bocejar à forma do organismo se libertar da temperatura excessiva do corpo.

Qualquer que seja a explicação, a teoria mais convincente é a que atribui ao bocejo uma formas de equilibrar energias entre indivíduos…

Seja qual for a teoria a que se adira, cada vez que alguém boceja perto de nós, a vontade incontrolável de bocejar só é justificável por um desequilíbrio entre energias…

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

NOVO DIA DA MÃE

 

Não concordo nem discordo com a alteração da data para comemorar o Dia da Mãe. Comemorar o dia a oito de dezembro iria roubar protagonismo aos festejos em honra da “rainha de Portugal”, ou seja, Nossa Senhora da Assunção.

A partir daí, o Dia da Mãe passou a comemorar-se no primeiro domingo de Maio. A escolha desta data é uma justa homenagem a todas as mães, realçando o amor que os filhos manifestam às suas mães. Neste dia, cada um à sua maneira, os filhos demonstram o carinho e o amor que dispensam à sua mãe demostrando assim a gratidão que lhe dedicam.

Sendo assim, o problema, se o entendermos como tal, torna o dia especial o que não dispensa que se celebre num só dia o que se devia festejar todos os dias…

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

ACIDENTES NATURAIS... E NÃO SÓ

Depois dos incêndios que assolaram o nosso país um outro chega e ocupa um lugar de relevo nos noticiários da TV e outros média. Além da pandemia sempre presente nos noticiários à corrupção que cresce por todo o lado como cogumelos em ambiente propício, a escolha é pouco diversificada.

É nosso costume desvalorizar qualquer desvio das finanças públicas em proveito próprio. Geralmente, o problema resolve-se ordenando um inquérito que pode prolongar-se ao longo de vários meses ou até anos... e o povo continua a saber o mesmo e a pagar.

Outro termo muito em voga é o “erro humano” perante qualquer acidente, o termo utiliza-se quando é forçoso justificar qualquer facto que devia ocorrer normalmente mas que decidiu ocorrer de uma maneira diferente. O acidente é discutido exaustivamente mas nunca ao ponto de identificar o que lhe  está na origem de forma que o mesmo fenómeno se repita de futuro…

Nessas ocasiões, encontra-se (à força) um responsável, nem que sejam as condições climatéricas,… O que interessa é tranquilizar as consciências momentaneamente exaltadas e espera-se que o tempo apague tudo as memórias.

domingo, 6 de dezembro de 2020

A MAGIA DO ARCOIRIS

Não é novidade nenhuma dizer que tudo muda ao longo da vida e com o correr do tempo. Muda o planeta, a vida, as cores,… enfim, tudo.

Este “tudo” abrange cada um de nós e, tal como no arco iris, apesar das múltiplas cores, tudo volta a ser igual só que noutro local… contudo sempre sobre a Terra. Considerar que o arco iris um mero fenómeno ótico, não impede que se revisitem outros lugares pedidos no passado num outro tempo. Nesses lugares, recordo com saudade o antigo “arco da velha”, que se podia observar quase sempre depois de ter chovido e o sol conseguia brilhar por entre as nuvens… fenómeno raro observável apenas quando se verificam todas as condições.

Realmente, o arco iris não passa de um fenómeno ótico que separa a luz solar em várias cores luminosas que vão do vermelho até ao violeta (passando pelo laranja, amarelo, verde, azul e anil). Apesar dessa definição fria e técnica, naquela idade o arco iris representava toda a magia sugerida por aquela luz estranha que precede o fenómeno e que envolve todas as coisas realçando-lhe a cor.

sábado, 5 de dezembro de 2020

QUEM NÃO SABE PERDER...

Por muito que se diga o que importa é ganhar, não me convence o recurso habitual ao paliativo quando dizem o mais importante é participar. Na realidade o que toda a gente quer é ganhar.

Diz a experiência que a vida demonstrou amplamente que é impossível ganhar sempre, todos a gente sabe que a vida é feita de vitórias e derrotas que atingem desde o cidadão mais humilde até ao mais alto dirigente do país mais poderoso… É espectável que ,perante a derrota, reajam demonstrando um sentimento de desgosto e inconformismo à sua maneira.

A vida é assim, umas vezes ganha-se, outras perde-se, apesar da geração mais velha ter originado uma juventude que parece ignorar ou lidar mal com a derrota. Por consequência, os mais velhos torna-se alvo frequente do estafado cliché, os jovens não sabem perder, não querem ouvir os mais velhos, acham que tudo lhes é devido e, se for possível, a custo zero.

Recentemente, há estudos que demonstraram que o sentimento de frustração perante a derrota está intimamente relacionado com a insegurança gerada por uma vida familiar conturbada. Não admira pois, que perante a recente da derrota, uma parte da sociedade se recuse a aceitar a derrota ignorado deliberadamente o sentimento que esta gera.

Por muito que custe, é preciso aceitar que a vida é feita de vitórias e derrotas e quem não sabe perder, jamais merece ganhar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

 ESPERA...

Espero, espero embora sentado.

Por que estou sentado? Sei lá, talvez para descansar ou então porque é uma tradição de família. Não sei o verdadeiro motivo desta espera mas, qualquer que seja, espero sentado à cautela, não vá ficar cansado de esperar…

O que espero? Tanta coisa que só se aprende ao longo da vida, assim como esperar… sentado. Francamente não sei o que espero. Antigamente, diria que espero o autocarro, o comboio, melhores dias, um sorriso, … Atualmente, sempre que posso, distribuo sorrisos que afivelo pela manhã e… continuo à espera.

Esperar sentado qualquer acontecimento é conveniente armar-se de toda a paciência possível, afinal também se esperou durante os nove meses da praxe para nascer! Depois de tanta espera, já me considero um verdadeiro expert na difícil e árdua arte de esperar.

Os milagres tardam ou nunca acontecem entretanto, enquanto se espera, deve-se viver cada dia o melhor possível e morrer lá muito mais tarde,… Estes são motivos por que vale a pena esperar desde que se espere sentado. Enquanto espero olho para o céu, sabendo que há uma coisa que ainda não disse: agora acredito que os milagres podem acontecer.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

A IMAGEM REFLETIDA

Todos os dias vemos refletida num espelho qualquer a nossa imagem quer em casa, no elevador, na montra dos estabelecimentos comerciais e até no WC, …

Em qualquer parte, lá está à nossa espera um espelho onde é possível (ad)mirar a nossa imagem. Apesar desta profusão de espelhos, a maioria das pessoas não se vê de uma forma consciente. Apenas observa parte do corpo e quase nunca o corpo inteiro. Dá-se especial atenção certos pormenores para ver se está tudo bem com o cabelo, se algum pelo escapou à lâmina de barbear, se a roupa está perfeitamente alinhada e geralmente a observação fica por aí.

Se fosse possível ver lá ao longe, tal como na história, e perguntar espelho meu, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?

É melhor nem esperar pela resposta. O que acontece geralmente é ninguém se reconhece na imagem refletida no espelho. A maioria das vezes, essa imagem não corresponde de todo à imagem mental que conservámos. De facto, não nos reconhecemos (e ainda bem) na imagem refletida quando no espelho.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

AS MENSAGENS DAS FÁBULAS

Qualquer fábula contém um ensinamento ou uma conduta a evitar. Geralmente são histórias curtas que encerram uma lição de moral transmitida através de animais que falam.

Cada vez que sou posto à prova na hora das refeições mais complicadas, recordo aquela fábula sobre a “A raposa e a cegonha”. Não é que me identifique com alguma das personagens da história, se penso nessa fábula é apenas porque vem a propósito das dificuldades que enfrento nessas situações.

Estabelecendo um paralelismo com os personagens da historia, devo dizer que me identifico mais com a cegonha do que com a sabida raposa. Não que se disponibilize qualquer refeição em pratos rasos mas pela dificuldade com que encontro na ingestão de certos alimentos. Nessas alturas vem-me à memória a cegonha, cheia de fome a tentar comer num prato raso a refeição que lhe foi servida.

É claro que esta fábula tem antecedentes. Num convite anterior, foi a raposa que ficou esfomeada quando uma sopa deliciosa foi servida num recipiente alto e estreito…

Desta fábula depreende-se que as vinganças, seja qual for o mal que nos tenham feito, não vale a pena. A qualquer ofensa deve responder-se com esquecimento e perdão interrompendo assim todo o mal.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

UMA MÃO INDEPENDENTE

Á falta de um tema mais interessante ou de maior importância e para variar, vou falar… de mim. Bem, prometo que não vou além da mão, aquela mão que muitas vezes não obedece às ordens do cérebro, aquela mão que parece ter vontade própria. Se o cérebro a encarrega de uma tarefa tão simples como é a escrita, mostra-se incapaz de a executar. O melhor que a coitada consegue é desenhar umas garatujas parecidas com o meu nome…

Nunca sei quando posso contar com ela. Por vezes executa algumas tarefas, outras agride-me com alguma força mas diga-se, em abono da verdade que, às vezes, se revela útil durante com a condução do automóvel ou simplesmente no auxílio que presta à outra mão.

Basta um olhar mais atento ao meu redor para ver a falta que fazem as mãos. Nunca é demais agradecer quando, bem ou mal, elas estão presentes, que se encontrem onde devem estar…

Chega de dizer mal de uma mão independente que só faz o que quer, mas o que faria sem a preciosa ajuda dessa mão?

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