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domingo, 30 de novembro de 2014

RESISTÊNCIA À MUDANÇA

A resistência à mudança tem como origem o medo que as pessoas têm da própria mudança. Adoramos permanecer na nossa zona de conforto e de certo modo, rejeitamos novas experiências ou alterações ao ambiente que nos cerca. No entanto, inexoravelmente tudo muda à nossa volta e ao longo da nossa vida.
Aquando do centenário da estreia do balet “A Sagração da Primavera” de Igor Stravinsky a 29 de maio de 1913 no Théâtre des Champs-Élysées as reacções não foram de todo pacíficas. Devido às características inovadoras feriu o sentido estético da época de tal forma que a plateia a brindou com vaias do princípio ao fim…
Actualmente, esta obra musical é reconhecida e admirada como um símbolo da musicalidade erudita. É assim que, muitas vezes, as propostas de mudança são recebidas e se perdem importantes passos rumo ao progresso da humanidade…

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O MOMENTO CERTO

Faz-me pena ver alguém insistir e permanecer na ribalta quando as suas capacidades físicas e mentais já se encontram em franco declínio. Isto é tanto mais doloroso quanto mais brilhante foi a carreira e o protagonismo do actor. Mais tarde ou mais cedo, salvo raríssimas excepções, há sempre um momento certo para qualquer actor se retirar de cena… isso acontece quando já terminou a representação do papel que lhe foi destinado para dar lugar à entrada de outros figurantes e outras “falas”… Assim também na vida pessoal e pública existe esse momento, o momento certo para se retirar deixando uma boa recordação do nosso desempenho. Retirar-se no momento certo não é um sinal de fraqueza mas sim de inteligência e discernimento. É fundamental que alguém apoie e incentive esta decisão já que nem todas as pessoas têm consciência de que o seu tempo já passou e o papel que desempenharam terminou há muito…
"É melhor retirar-se e deixar uma bonita lembrança, do que insistir e virar um verdadeiro incômodo.” (Scarlett Smith)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

VER COM OUTROS OLHOS

Agora dou por mim a comparar o que vejo com cada um dos meus olhos. É o que se pode dizer literalmente, ver a vida com outros olhos porque tenho o raro privilégio de poder comparar o que vejo com um olho que sofreu uma intervenção cirúrgica (olho jovem) com o que vê um olho aos 66 anos… Com o olho jovem, as cores adquirem tonalidades mais fortes enquanto a paisagem se vê com um tom levemente amarelado e pouco nítido com o olho mais velho. Modos diferentes de ver… É a prova de que é possível ver a mesmíssima coisa, a mesma paisagem, os mesmos factos de várias maneiras diferentes dependendo dos olhos com que se vê. Perante os acontecimentos recentes no nosso país, a interpretação dos factos depende muito se olhámos com olhos que mostram já alguns sinais de senilidade ou com olhos “esvaziados” da opacidade do preconceito, do interesse camuflado, de partidarismos…
Olhar o mundo com outros olhos permite agir de um modo mais tolerante, sem fundamentalismos. Anda aí muita gente a precisar de uma cirurgia às cataratas da alma, aquelas que ninguém vê… mas que afinal deturpam a visão das coisas e da humanidade…

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

NADA É PERMANENTE

Num mundo em constante e rápida mudança, é impensável acreditar que podemos permanecer imutáveis ao longo das nossas vidas. A mudança impõe-se como uma necessidade de adaptação às transformações que ocorrem à nossa volta sejam elas de natureza climática, política, social,… A cada dia que passa vivemos novas experiências que provocam alterações, mais ou menos profundas, quer ao nível fisiológico quer da própria personalidade… No entanto o ser humano manifesta uma normal resistência à mudança pela ansiedade que lhe provoca o medo do desconhecido, de tudo que é diferente, de novos ambientes, …
No entanto, “nada é permanente, excepto a mudança”.
Esta frase, atribuída a Heráclito (sábio grego da antiguidade), traduz de forma insofismável a própria realidade. Quer a gente queira quer não, as coisas mudam, nós próprios mudámos…

terça-feira, 25 de novembro de 2014

ORGANIZAÇÃO DO FRIGORÍFICO

A necessidade de desocupar o frigorífico tendo em vista detectar a avaria alertou-me para a falta de racionalidade como, de um modo geral, fazemos uso deste eletrodoméstico. Pelo menos cá em casa, há dias em que se instala o caos no que respeita à arrumação sendo os alimentos enfiados nos raros espaços vazios sem qualquer critério quanto ao grau de refrigeração ou ao modo de acondicionamento. Esta prática é desaconselhada porque, se não existir algum espaço entre os diferentes alimentos, a circulação do ar frio fica comprometida o que prejudica a distribuição do frio. Isto acontece porque muitas vezes enchemos o frigorífico com alimentos que não precisam de ser conservados no frio e que em alguns casos até perdem qualidades. É o caso das frutas, tomate, feijão, pepino e abóboras. O pão também o pão se deteriora mais rapidamente no frigorífico.
Com a minha mania da organização, procurei informação relativa à organização e distribuição dos alimentos no interior do frigorífico. Na execução desta tarefa, convém não esquecer que a zona mais fria é a prateleira do fundo, por cima das gavetas dos vegetais. Essa prateleira devia ser reservada para guardar sopa, carne, peixe e restos de refeições cozinhados. Assim sendo, na prateleira superior, devemos guardar os queijos, charcutaria, manteigas e compotas.
As prateleiras do meio destinam-se a iogurtes, ovos (se não existir local apropriado na porta), restos de refeições e outros alimentos que se estraguem com facilidade.
Quanto às gavetas, sugiro que se reserve uma para legumes e a outra para fruta madura já que a “verde” deve ser deixada à temperatura ambiente para amadurecer.
Na porta, de cima para baixo, poderão ser guardados frascos de compotas, condimentos, ovos se existir local próprio e por fim o leite, água, cerveja e vinho.
É frequente utilizar caixas de plástico opaco para guardar restos de refeições. O facto de não se visionar o conteúdo, faz com que esses restos fiquem esquecidos no interior do frigorífico acabando por se estragar o que só contribui para além de ocuparem espaço, consumir energia inutilmente. Defendo a utilização de caixas de plástico (ou vidro) transparente de forma que se possa ver o conteúdo. Manias da arrumação, reconheço que, além de facilitarem a vida, contribuem também para a economia doméstica.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

PEQUENO DRAMA (ELÉCTRO) DOMÉSTICO

Convivemos no nosso quotidiano com imensa tecnologia que de certo modo torna a nossa existência mais agradável e nos facilitam a realização de várias tarefas. De tal modo nos habituamos à sua presença que só nos apercebemos da nossa dependência quando nos falta alguma dessas tecnologias. Com efeito, fala-se muito na dependência de drogas, cigarros, bebida, … mas muito pouco da dependência tecnológica. Somos dependentes em maior ou menor grau, de diferentes electrodomésticos que nos permitem, conservar os alimentos, cozinhar, realizar a higiene pessoal e doméstica, comunicar e até mesmo divertir… Já para não falar da energia eléctrica que quando falha faz colapsar toda esta parafernália de equipamentos electrónicos. De regresso a casa depois de um almoço em Esposende, deparar com o frigorífico avariado era algo que não ousava imaginar nem nos meus piores pesadelos… Confrontados com a dramática realidade, deu-se início à árdua tarefa de retirar toda aquela “tralha” constituída por restos e restinhos que se vão acumulando no interior do frigorífico a par de outros alimentos que consumimos diariamente como o queijo, leite, manteiga, iogurtes, etc. Tratando-se de um combinado cuja arca frigorífica se encontra atafulhada de congelados, o prejuízo podia ter assumido proporções bem mais dramáticas se também ela tivesse avariado. Felizmente só a secção do frigorífico deixou de funcionar. Ufff… Para cúmulo do azar, o raio da avaria havia de acontecer a um sábado! Por isso, só segunda-feira foi possível contactar um técnico para avaliar a gravidade da avaria. Digam-me lá se Portugal precisa de tantos doutores! Não seria melhor investir na formação de técnicos?

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

EM NOME DO BOM SENSO

Não vou dizer que foi com grande surpresa que recebi a notícia da aprovação da reposição das subvenções vitalícias (!) a deputados que ganham mais de 2000 euros… Esta benesse permite aos deputados com apenas doze anos de serviço terem direito a uma subvenção para o resto da vida…
Neste país e da classe política já espero tudo… Mas que é preciso lata do PSD e do PS proporem e aprovarem este descalabro num país em que tanta gente passa fome e em que a maioria da população faz grandes sacrifícios para pagar as dívidas da classe política e dos banqueiros…! Afinal, “em nome do bom senso” os proponentes (Couto dos Santos-PSD e José Lelo-PS) vieram recuar retirando a dita proposta. Perante tal imoralidade, não fosse o povo acordar, manda o bom senso (ou o medo das próximas eleições) que a proposta fosse retirada…
Nas próximas eleições legislativas teremos a já habitual alternância entre o PSD e o PS e tudo ficará na mesma… afinal entre os dois partidos a diferença está apenas no D de democrático que de democracia não tem nada enquanto o PS nem disfarça não apondo o D em parte nenhuma…
Teremos alternância lá para 2015 nas eleições legislativas. Não há dúvida que este país se está a tornar num país de alterne…

TIVE SAUDADE DO MAR

Foi assim de repente, de um modo imprevisível… tive saudade do mar. Era suposto, nestes dias em que não me convém sair de casa, sentir saudades dos amigos, de frequentar o ginásio, fazer compras no shopping, conduzir sem destino… Mas foi do mar que vieram e me assaltaram as saudades…! Tive saudade da brisa fresca que às vezes abomino, do barulho das ondas do casamento entre céu e mar na linha do horizonte, da calmaria ou da fúria das ondas que sempre me traz paz, da cor do céu ao pôr-do-sol… Podia ter sentido saudade de mil coisas e de muita gente mas foi do mar, imprevisivelmente, que tive saudade… Dizer que foi imprevisível é força de expressão. Eu sempre tive saudades do mar, basta para isso que me afaste dele por algum tempo e nem é preciso muito. A propósito, recordo os anos que vivi em Viseu rodeado de montanhas em que uma ida até ao Porto, antes do advento da A25, era obra para quase um dia de viagem… Nesse tempo, a saudade foi crescendo dia após dia até se tornar insuportável o que me fez abandonar tudo e regressar… ao mar. Amo o mar na medida em que o temo. Jamais me deixo abraçar totalmente pelas ondas sem nunca me aventurar mar adentro. No entanto, não posso viver sem ele. E neste jogo do gato e do rato, ou antes, do mar e da areia, vou vogando à beira mar…

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

EU TAMBÉM NÃO SABIA

Como já disse, ou antes como escrevi Ler aqui, não se pode saber tudo… e eu também não sabia. Admiti então que a minha ignorância se devia à recusa tácita em recolher informação sobre o que me iria acontecer. Preferi a ignorância não fosse amedrontar-me e fugir em cuecas (literalmente) pelo hospital fora…
Afinal, como a maioria das pessoas, eu também não sabia que o laser já não se usa na cirurgia às cataratas há longos anos. A técnica actual consiste em fazer a remoção do cristalino através de ultrassons utilizando um ponteiro vibratório que ao mesmo tempo que vai fragmentado o cristalino e a catarata em pequenos pedaços, a vai também aspirando. Em seguida uma lente intraocular é implantada para ajustar o foco da imagem na retina.
Não foi meu intento com esta série de posts armar ao coitadinho e muito menos em herói. A intenção foi desmistificar este tipo de cirurgia e encorajar quem dela precisa ou venha a precisar. Avancem sem medo. Não custa nada.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

NÃO DEIXE DE VER ESTA BELA PAISAGEM

Durante muitos anos alimentei o receio de vir a ter cataratas a partir do momento em que minha irmã e mais tarde também a minha mãe foram submetidas à cirurgia às cataratas. Pensava eu que se tratava de uma patologia mais relacionada com a hereditariedade ou mera predisposição afectando apenas um pequeno número de pessoas. O diagnóstico de que sofria de cataratas caiu sobre mim como uma bomba sendo afinal o culminar do meu receio de vários anos.
Perante a minha reacção a médica prontamente desdramatizou este diagnóstico. Segundo ela, todas as pessoas, a partir de uma certa idade, acabarão por ter cataratas já que, com o avançar da idade, o cristalino vai envelhecendo ficando cada vez mais opaco o que origina uma visão nublada que dificulta tarefas como a ler, conduzir e distinguir fisionomias… Com efeito, a maioria das cataratas desenvolve-se lentamente não originando inicialmente problemas de visão. Esses problemas surgem mais tarde e de forma gradual. Envelhecer pois é um processo natural mas há que vivê-lo com qualidade.
Devido ao aumento da expectativa de vida da população mundial, o número de pessoas com cataratas tem vindo a aumentar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2002, a catarata é responsável por 48% dos casos de cegueira no mundo.É pois imperioso enfrentar a remota hipótese de um dia vir a precisar de eliminar essa malfadada catarata. Não custa nada. Era uma pena deixar de ver uma bela paisagem como esta…

terça-feira, 18 de novembro de 2014

CIRURGIA ÀS CATARATAS - 2º DIA APÓS

Mais um amanhecer normal, sem dores, seguido do ritual das gotas de duas em duas horas que se prolongou durante o dia… Depois do pequeno-almoço, o banho apesar da proibição de lavar a cabeça. Esta não é a única restrição, entre outras do senso comum, relato apenas algumas que nem sempre lembrariam: não pegar em pesos, não se baixar para apertar os sapatos, evitar o contacto directo com vapores na face, não se expor a temperaturas elevadas, não esfregar ou tocar com os dedos o olho intervencionado, não frequentar ambientes de fumo ou poeiras, não colocar água e sabão no olho intervencionado,…
Esperei com ansiedade a consulta agendada para as 16 horas no próprio Hospital da CUF logo após a cirurgia. À hora marcada compareci no Instituto CUF, para ser avaliado e com a finalidade de esclarecer várias dúvidas. Fiquei a saber que as gotas vão continuar até à próxima consulta que será a 15 de Dezembro…! Que chatice! Até lá, nada de ginásio mas já posso lavar a cabeça com o olho bem fechado… Aleluia! De resto tudo a evoluir para a normalidade. Ainda não vejo a 100% mas está a evoluir bem.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CIRURGIA ÀS CATARATAS - 1º DIA

Como certamente desconfiaram através da leitura do meu último post, fui submetido sábado passado, a uma cirurgia às cataratas. Passadas que foram 24 horas após a cirurgia, achei ser o momento oportuno para iniciar o relato da minha experiência. É possível encontrar na Internet variadíssimos relatos da cirurgia às cataratas mas, na minha opinião, todos eles demasiado científicos e muito focados na cirurgia em si. Tentarei fazer um relato que descreva sem exageros nem dramatismo o que se sente antes, durante e depois de uma cirurgia como esta no intuito de ajudar quem em perspectiva…
Começo por testemunhar a minha surpresa quando me introduziram numa sala onde já se encontravam cinco pacientes reclinados em poltronas articuladas. Chamar-lhes pacientes é o nome mais apropriado pois é preciso muita paciência para estar ali de olhos fechados (pelo menos um) durante mais de três horas como foi o meu caso. Pelas conversas que escutei, alguns estavam lá há mais tempo. O tempo de espera tem tudo a ver com a dilatação da pupila sendo necessário que atinja um máximo de dilatação para que se possa realizar a cirurgia. Para o efeito, são aplicadas gotas amiudadas vezes por uma enfermeira que se divide pelos seis pacientes além de dar entrada a outro sempre que alguém é chamado ao bloco operatório deixando vago um cadeirão Não invejo a sorte desta enfermeira…
Ao fim de pouco mais de três horas também eu fui conduzido ao boco operatório onde mudei para uma maca e me fixaram firmemente a cabeça com fita adesiva… Lá começou a “maquineta” a destacar o cristalino e a introduzir a lente sem que se sinta qualquer dor. Sente-se apenas um ligeiro incómodo e só precisámos fixar um ponto luminoso durante toda a intervenção. Terminada a cirurgia que decorre em cerca de 15 minutos, passa-se à sala do recobro onde nos dão um chazinho sempre útil a quem não o tomou em pequeno e que apesar de não me apetecer nada acabei por tomar para descontrair no percurso até casa. Mais uma vez fiquei surpreendido por não sentir a mínima dor. Apenas desconforto como o que se sente quando uma pestana ou um gão de poeira entra para um olho… Deveras frustrante foi o facto de ver tudo desfocado. Pensava eu que ia ficar a ver nitidamente depois de colocada a prótese. Felizmente, no dia seguinte, comecei gradualmente a ter uma acuidade visual muito perto do normal embora tivesse de recorrer aos velhos óculos para ler. Nada mau.

O mais aborrecido do pós-operatório já que não se sente dores, são as gotas que têm de se colocar no olho intervencionado de duas em duas horas… Valha-nos que durante a noite não se colocam pelo que podemos dormir descansados.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

NÃO SE PODE SABER TUDO...

Amanhã vou nem sei bem onde nem porquê… Dizem os entendidos que é preciso. Eu não sei. Há montes de coisas que não sei e já não me incomoda o facto de as não saber. Não se pode saber tudo detalhadamente. É possível saber de tudo um pouco mas impossível aprofundar de forma a dominar todos os assuntos.
Desconheço em pormenor o que vai acontecer não por falta de informação mas porque (cobardemente) preferi não saber. Assim penso que será mais fácil... Penso!
Amanhã vou e nem sei bem por que vou. Dizem os entendidos que é preciso, ficarei a ver melhor, eu que até consigo ver no escuro e muitas vezes, o que vai na alma de muita gente… Mas se ficar a ver melhor, o que será que vou descobrir no escuro? Em pequeno, tinha medo do escuro, aliás como a maioria das crianças. Hoje o que me incomoda, não é o escuro, é o que posso ver no escuro…

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

AS REDES SOCIAIS E A REALIDADE

As redes sociais vieram revolucionar o nosso modo de estar perante a vida. Já muito se tem escrito e falado sobre as vantagens e inconvenientes destes meios de comunicação. Para isso basta ler o que se encontra publicado na Internet. Contudo, existe um efeito bastante perverso das redes sociais ainda pouco discutido. A par das múltiplas vantagens e de alguns inconvenientes já conhecidos, as redes sociais são também um factor de desequilíbrio emocional que pode levar a um profundo estado de tristeza e depressão se tem um espírito forte e socialmente bem enquadrado. Observar cenas de felicidade (mesmo que falsa) dos outros e a forma como (supostamente) se divertem, faz com que a nossa vida pareça profundamente monótona e desinteressante o que contribui para um sentimento de pura infelicidade. É importante ter o discernimento de não comparar a nossa vida com a dos outros e ter a consciência de que nem tudo que vê ou lê nas redes sociais corresponde inteiramente à realidade…

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ELES NEM SABEM A SORTE QUE TÊM...

Ficar em casa sem ligar o leitor de CD’s ou a TV começa a ser um suplício com aquela porta a bater durante toda a manhã, no andar de baixo… Os vizinhos até são boa gente, simpáticos mas… nunca tiveram filhos. Não por opção mas porque a Natureza os negou. Sei que não os ter representa para eles um grande desgosto. Eles nem imaginam a sorte que têm digo eu. Compreendo o desgosto que sentem por não terem filhos. Sempre se deseja aquilo que não se pode ter, contudo invejo-lhe a liberdade de viajar para onde e quando bem lhes apetece, a possibilidade de trocar de carro amiudadas vezes, acordar e deitar à hora que lhes dá na gana… e bater com aquela maldita porta que fica mesmo por baixo da sala onde passo parte do dia…
Só quem já teve ou tem filhos pequenos sabe o drama que representa uma porta que bate ou outro qualquer ruído de idêntica intensidade quando os “anjinhos” se encontram finalmente a dormir…! Um barulhinho, por pequeno que seja, pode ser o início de um episódio de choro que se prolonga por uma ou mais horas e lá se vai o nosso sossego e o que é pior, as nossas horas de sono… Os filhos crescem, partem para as suas vidas mas o trauma fica. Ainda hoje não consigo fechar uma porta nem uma gaveta sem ser com todo o cuidado… Não vão as criancinhas acordar, abrir aquelas bocas pequeninas e delicadas e emitir aqueles decibéis que ninguém imaginaria ser possível sair de um corpinho tão pequeno…!
Mas os vizinhos não tiveram filhos, não ficaram traumatizados com o choro das criancinhas que acordam quando se bate com uma porta, quando se fecham gavetas com estrondo,… Por isso, os vizinhos batem a porta à sua livre e espontânea vontade… É que os vizinhos não sabem a sorte que têm…

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O VALOR DA AMIZADE


Os anos passam, novas canções com outros temas atingem os Top’s, novas experiências ocorrem nas nossas vidas mas, para mim, sempre permanece o encanto desta canção sobretudo pela mensagem que a letra* encerra e pelos valores morais implícitos. Refiro-me mais uma vez à canção “That’s what friends are for”, interpretada por Dionne Warwick. Muito a propósito, Dionne Warwick faz-se acompanhar pelos seus amigos, Elton John e Stevie Wonder. Também não foi por acaso que em 1985 a canção foi distinguida com o Grammy para melhor canção do ano…
Trata-se de um tema intemporal e não raras vezes o recordo nos momentos em que alguma nuvem paira sobre o meu percurso de vida. Nesses momentos, continuo teimosamente sorrindo, continuo brilhando porque, quer nos bons, quer nos maus momentos, sempre conto com os meus amigos do mesmo modo que eles podem contar comigo. Porque Amizade é um dos valores que mais prezo na vida.

*Continue sorrindo, continue brilhando
sabendo que pode contar sempre comigo
sem dúvida,
é para isso que servem os amigos

Quer nos bons, quer nos maus momentos
estarei sempre a seu lado.
É para isso que servem os amigos…

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

MAIS UM ALMOÇO DE DOMINGO

Mais um encontro, mais um almoço, mais um convívio… ainda estive tentado a apelidá-lo de “almoço de rotina” mas achei que isso seria um insulto à amizade. Os nossos almoços podem ser “tudo” menos de rotina… às vezes há gargalhadas, outras vezes um ar mais sisudo e há também silêncios… Tudo depende daquilo que fomos carregando ao longo da semana e do qual nos vamos libertando como sempre acontece a toda a gente, quando se está em companhia de amigos. Pouco a pouco, à medida que se vai degustando o almoço e o conteúdo da garrafa de “Muralhas” se vai evaporando, a conversa flui ligeira em vários sentidos. Todos os motivos são válidos para se estar junto dos amigos e poder desabafar, rir, por a conversa em dia,… conviver. Estes almoços são só mais um desses motivos. Desta vez o restaurante escolhido foi novamente o CityTop. Os cavalheiros encomendaram o cabrito assado enquanto que as meninas preferiram o bacalhau. Este último nem o provei. Quando me preparava para o fazer, só havia espinhas na travessa… mas o cabrito estava divinal. Continuo a aconselhar este restaurante por ser muito central para quem vive no Porto ou à periferia e principalmente pela óptima cozinha.

domingo, 9 de novembro de 2014

OS MUROS DA VERGONHA...

Comemora-se hoje o 25º aniversário da queda do muro de Berlim. Para os mais novos convém alertar que o “muro” não ruiu por si próprio devido à idade ou por efeito de algum tremor de terra. O muro ruiu pela vontade de um povo mas para isso foi necessário regar os seus alicerces de muitas lágrimas e não menos sangue. Lágrimas de quem ficou separado dos seus entes queridos e o sangue de quem em vão tentou transpô-lo em busca da liberdade. Esta aberração permaneceu em pé durante 28 longos anos (1961 – 1989).
Não só pela minha “costela” alemã mas principalmente porque prezo acima de tudo a liberdade colectiva assim como a liberdade individual do ser humano, é para mim uma data com um significado muito especial. Lamentavelmente ainda hoje se erguem muros entre povos e indivíduos que limitam ou restringem liberdade dos outros. O Muro de Berlim foi apelidado ao longo dos anos de “Muro da Vergonha”. Ainda coexistem por esse mundo fora muros que são uma autêntica vergonha e que apenas existem devido à conivência (conveniência), comodismo e indiferença de governantes e da sociedade em geral.
Em Janeiro de 2001, tive a oportunidade de visitar Berlim sendo dessa época as fotos que se seguem.
O que resta como memória do tristemente célebre muro
Também no asfalto de algumas ruas e avenidas se assinala onde se erguia o muro
Aqui permanece o Checkoint Charlie... como aviso para gerações futuras...


sábado, 8 de novembro de 2014

SILÊNCIOS

Em qualquer relacionamento nem tudo são rosas… E ainda bem, atrevo-me a dizer. As rosas também têm espinhos e, além disso, por muito que se faça para que perdure a sua beleza sempre efémera, acabam por murchar … Também num qualquer relacionamento, não forçosamente amoroso, é inevitável haver desentendimentos, discussões, ressentimentos, silêncios… Em vez de encararmos cada um destes episódios como mais um passo a caminho do colapso, deveríamos aceitá-los como meras fases do natural crescimento e consolidação do relacionamento se convenientemente resolvidos através do diálogo. Sem dúvida que o diálogo entre pares se revela útil e necessário mas os silêncios também podem dizer tudo o que as palavras não conseguem, ou então, não dizer nada… o que não implica a existência de uma fenda no edifício da comunicação porque, como dizia Carlos Drummond, mesmo em silêncio e com o silêncio dialogámos.
Inevitavelmente, entre dois seres que se gostam, haverá silêncios, existirão momentos em que não se encontra nada de útil para dizer, mas o silêncio vai mais além da falta de palavras … nesses silêncios está contida toda a cumplicidade de uma boa e sólida relação porque também eles, os silêncios, a fortalecem…

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

CHEGOU O FRIO

Chegou aquele tempo em que, se calhar, devia era hibernar não fora detestar perder tempo… Não posso conceber passar toda a estação (outono, inverno ou seja lá o que for pois já nem se distinguem) nesse estado de letargia, numa semivida estupidificante… Chegou o frio e com ele os dias curtos, o anoitecer mais cedo, a chuva morrinhenta, detesto andar enchouriçado em roupa e mesmo assim ter frio, detesto a humidade do ar, detesto o nariz a pingar, detesto o trânsito nos dias de chuva, … Detesto este tempo.
Se calhar a solução para mim não seria propriamente hibernar mas fazer como as andorinhas… bazar para latitudes mais quentes… Detesto o frio mas frio acompanhado desta chuvinha parva que diz que não molha mas que deixa toda a gente encharcada, nem se fala…
O frio para mim é altamente incapacitante, tira-me a vontade de sair, de comer, de sair da cama, de me vestir, já para não falar de outras vontades… Detesto a chuva mas mais ainda, o frio.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ESTRELA CADENTE

Dizer, na minha idade, que era a primeira vez que via uma estrela cadente não seria muito credível. E de facto não era. Mesmo assim, daquela vez, foi como se fosse uma estreia e dei por mim a cismar… Onde iria aquela estrela…? Que pressa a faria voar? Seria ela afinal quem eu pensava que era…?
Eu sei que o que vi não era uma estrela a despencar-se lá do alto do firmamento, eu sei. Faz parte da minha cultura geral o conhecimento de que a tal “estrela” não passava afinal de um pedaço de rocha que, ao ser capturado pelo campo gravitacional terrestre entrou em rota de colisão com o nosso planeta e se desintegrou ao entrar na atmosfera… Eu sei. Mas por que não sonhar? Que custa afinal um sonho? Fosse o que fosse, estrela, rocha ou meteorito, podia muito bem ser quem eu penso que era…
Não sou muito dado a superstições ou tradições mas dessa vez, apenas dessa vez, fiz um pedido.
Seja por ter visto a estrela cadente, por ela ser quem eu penso que era ou por ter feito o pedido, até hoje ainda não me arrependi de o ter feito…

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

POR QUE SERÁ QUE SÓ ACONTECE DE MANHÃ?!

Há sempre um dia que, pela manhã, o carro faz aquele barulhinho meio engasgado e decididamente não pega. Já não é a primeira vez que isso me acontece em diferentes carros que já tive e curiosamente, sempre de manhã quando tencionava ir trabalhar ou tratar de algum assunto mais ou menos urgente. Com o carro enfiado na garagem do prédio sem hipótese de o empurrar, lembrei-me de uma garagem que fica perto e para lá me dirigi a pé. Foram simpáticos ao ponto de se deslocarem comigo ao prédio e com um carregador de bateria, puseram-me o carro a trabalhar para o levar até à garagem. Aí fui informado que não tinham uma bateria daquele tipo mas que a mandariam vir de modo a estar lá pelas 14h30. Entretanto e simpaticamente, empresaram-me uma bateria para poder circular até a outra chegar. Aí começaram os “problemas”. Onde se abre o capô? Não sabia. Nunca precisei de o abrir neste carro. O mecânico também não sabia. Depois de muito espreitar por baixo do volante, lá encontraram o manípulo para o efeito. Logo surge outro problema. Como se retira a bateria? Desaperta parafuso daqui, mais um dacolá e finalmente tinha a bateria substituída não sem alguma perda de tempo que felizmente, no meu caso, não fazia muita diferença. Apesar de toda a boa vontade e simpatia destes profissionais, nota-se uma certa falta de preparação e actualização para o desempenho das suas funções. É neste aspecto que o nosso sistema de ensino falha. Abolir o ensino técnico foi um erro assim como canalizar todos os alunos para o ensino universitário onde alguns andam anos e anos a marcar passo quer por falta de capacidade intelectual, quer por falta de interesse. Nem todos podem ou querem ser “doutores”. Há que formar bons profissionais dentro das áreas tecnológicas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

EM FRENTE AO MAR

Há dias em que me apetece partir sem destino tal qual quem o não tem… Conduzir sem rumo certo nem hora de chegada, deixar-me embalar pelo rolar dos pneus na estrada ao sabor dos pensamentos… Noutros dias, dias de sol de outono, apetece-me ficar ali sentado, frente ao mar, quieto, calado, simplesmente a olhar, olhar o horizonte sem “ver” nem ouvir nada nem ninguém… Gritar com os olhos o que a boca não consente… Ouvir no silêncio palavras não pronunciadas… Sentir o corre-corre da gente ao meu redor e saborear o privilégio de não ter pressa nem hora de partida ou de chegada… O privilégio de deixar o tempo correr e ficar parado, apenas por instantes, os necessários para os olhos navegarem por esse mar imenso que se enrola e desenrola perante mim… deixar que os pensamentos se diluam nesse “mar chão” em dias de calmaria… Há dias em que apetece ficar ali sentado… sem pressa… sem hora marcada… sem destino…
Há dias assim…

sábado, 1 de novembro de 2014

O NOME DOS MESES #11

NOVEMBRO
Mais uma vez os romanos revelaram falta de inspiração. Na verdade, este mês chama-se Novembro apenas e só por ser o nono mês do antigo calendário romano. Com efeito, o seu nome deriva do latim, "novem" que significa nove.
Mês de outono e do "Verão de São Martinho". É da tradição que no dia 11, dia de São Martinho, a chuva dê a vez ao sol, nem que seja apenas por um dia. Diz também a “sabedoria” popular que:

Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-eis pelo São Martinho
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