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sábado, 31 de julho de 2021

UM MOMENTO DE GLÓRIA

Já não é de agora, desde de tempos imemoriais que o homem se preocupa com a sua imortalidade. Ao longo dos tempos este desejo nunca diminuiu e devido a diversas pesquisas científicas com o objetivo de descobrir uma forma de evitar o envelhecimento e assim conseguir a imortalidade.

Enquanto alguns se preocupam em procurar a imortalidade por algum meio, outros conseguem alcança-la através da escrita, pintura, escultura ou outras manifestações artísticas… Deste modo, perpetuam-se através das suas obras ou do seu exemplo de vida. São exemplo dessa busca o proliferar de tantos livros, blogues e publicação de tantos textos e fotos…

É possível alcançar a imortalidade através de qualquer um desses meios mas também se pode optar pela cumplicidade entre aqueles que nos cercam. Por mim basta-me ser lembrado através das memórias do tempo em que passei por aqui.

PORTAR-SE BEM...

“Porta-te bem senão o Pai Natal não te traz prendas; Não faças asneiras senão o Jesus não te dá presentes”. Estas são algumas das frases que vulgarmente se diz quando se está saturado das asneiras dos mais pequenos. São frases que pensei já estarem esquecidas, perdidas algures no tempo. Eis que elas ressurgem de novo. Quase me dá vontade de desmentir tais clichés não fora beliscar a já tão debilitada autoridade maternal…

Será que se espera que alguém se porte bem naquela idade! E que frases existem para quem se porta mal?! Aliás, qual é a diferença entre portar bem ou portar-se mal?
O que para uns portar-se bem significa um comportamento considerado correto na presente sociedade ou pelo contrário, portar-se mal sofre as consequências desse comportamento.
Cada um tem o seu próprio conceito de um comportamento aceitável e não dá para generalizar. O inconveniente de qualquer comportamento está na ausência de valores cívicos e morais que sirvam de termos de comparação e dependem muito dos valores de cada indivíduo.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

SE A VIDA PARASSE...

Há dias em que a vida, apesar de uma curta pausa, continua a correr num só sentido e tudo à nossa volta parece que se desenrola em slow motion… É como se fosse uma espécie de catarse libertadora das limitações físicas e psíquicas do quotidiano.

Por qualquer razão deixamos a vida correr como se nada do que acontece à nossa volta tenha a ver connosco, como se fosse possível deixar de ser apenas espectador e passar a ser ator. Entretanto, indiferente a esta filosofia, a vida continua a correr como um rio turbulento que nos arrasta na corrente. Apesar de ser levado pela corrente ainda se consegue ver o que se passa como se tudo ocorre-se em slow motion permitindo fixar imagens, gestos e palavras nunca antes observadas ao seu ritmo normal…
Há dias assim…

DIA INTERNACIONAL DA AMIZADE

Não me canso de repetir que a vida é feita de bons e maus momentos mas, nesses momentos há que reparar  em quem permanece à sua volta, perto de si.

Em todos os momentos mas principalmente quando se está mais em baixo, nessas ocasiões aprecia-se mais a presença dos amigos. É costume dizer-se que o melhor “presente é estar presente”… mas isso não consola ninguém.
Podemos “dar-nos bem” com muita gente em diferentes contextos mas é dos amigos que se sente mais a falta dos amigos. Une-os aquela afinidade inexplicável, entram inesperadamente na nossa vida vindos não se sabe bem de onde, no preciso momento uma simples palavra é suficiente para continuar em frente. Esta data faz-nos baixar um pouco aquele egoísmo latente que existe em todos nós e “obriga-nos” a sacrifícios quando menos apetece, partilham sentimentos e silêncios que só eles sabem quebrar com uma palavras, uma gargalhada como incentivo para prosseguir.
Está provado cientificamente e eu não duvido que os amigos são importantes para manter o equilíbrio emocional.

ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS

O título do livro e a realidade sugere algumas considerações por ser bastante atual e adequado ao momento presente do nosso país. Se alguma vez o foi, este país não é um país de todo favorável à sobrevivência dos mais velhos. Nunca como agora os mais velhos foram tão espoliados dos seus meios de subsistência, poupanças e reformas. Nem comento a atitude da sociedade em que vivemos! Uma sociedade que não respeita nem estima os mais velhos e, o que é mais grave, não cuida dos seus velhos o que revela garantidamente uma sociedade desumana, egoísta e egocêntrica onde predominam os valores materiais…

quinta-feira, 29 de julho de 2021

REVIVALISMO MUSICAL

Raramente recorro aos meus CD’s num misto de revivalismo e saudosismo, busco em algumas músicas que de alguma forma atingiram a minha sensibilidade e me transportam ao passado. Desta vez calhou a sorte à canção Starry Night, com letra de Don McLean. Esta música com enorme sucesso nos anos setenta, homenageia o grande pintor que foi Van Gogh e que tem por título o mesmo nome do célebre quadro do pintor. A letra da canção Starry Night descreve não só este como muitos dos quadros deste pintor.
O que muita gente não sabe é que esta música que “rodou” em discotecas, estações de rádio e casas particulares tocou durante anos no Museu Van Gogh em Amsterdam onde se encontram a par dos pinceis, do chapéu e outros objetos de uso pessoal do pintor.
Segundo consta, o quadro Starry Night foi pintado na clínica onde Van Gogh estava internado depois de saber que durante toda a vida apenas tinha vendido um dos seus quadros… É possível que tal notícia tenha contribuído para a profunda depressão que o levou ao suicídio.

ESPECIALISTAS NA COISA

Os portugueses são peritos na coisa. Aliás metem a coisa em qualquer lado e quem diz a coisa, diz o coiso… Qualquer que seja a expressão lá está o sujeito na forma masculina ou na forma feminina. Não há dia que não se ouça dizer na maior das inocências, Chega-me essa coisa, Ó coisinho, venha cá, Vou já tratar dessa coisa…

Se uma mãe pergunta ao filho o que está a fazer, não raro recebe como resposta, estou a coisar. E isto de coisar tem muito que se lhe diga… pode estar a brincar, a partir a mobília toda ou simplesmente a defecar…. Mas claro está que pode ter outras interpretações dependendo da saúde mental de quem a escuta… Enfim, cada um pode interpretar a palavra como bem entender.
Mas a palavra pode ser usada num contexto completamente diferente, como por exemplo, quando se desconhece ou quando não lembramos do nome de alguém ou de qualquer objeto.
Falar na “coisa” torna-se ainda mais complicado quando o objeto em causa pertence a outra pessoa…
Já imaginaram a cara duma senhora de idade deixa cair o andarilho quando prestavelmente lhe perguntarmos, Quer que lhe chegue o coiso? Ou então, em pleno transporte público, reparando que a senhora que viaja a pé mal se equilibra e se diz na melhor das intenções, agarre-se aqui ao meu coiso…

quarta-feira, 28 de julho de 2021

ANIMAIS DE COMPANHIA

Aquilo que pensava nunca vir a acontecer, atingiu-me em cheio como um raio. Passaram-se meses, mesmo anos que só pronunciar o seu nome ou lembrar-me desse cão era o bastante para desencadear um choro que parecia não ter fim. Só quem gosta realmente de animais pode compreender a profundidade da dor que se sente quando se perde um animal de estimação.

A morte daquele cão deixou-nos um sentimento de vazio só comparável à perda de qualquer familiar muito próximo… É uma dor tão intensa que ninguém pode compreender a não ser que também tenha um animal por companhia.
Segundo dizem os psicólogos, a dor da perda de qualquer animal, gera um impacto emocional semelhante à perda de um membro da família já que esse animal faz parte desse núcleo restrito que é a família…
Toda a gente sabe que a vida de um animal é mais curta do que a dos humanos mas nunca se está preparado para essa realidade.
Sabia que um dia seria fatal a sua morte e inevitável sofrer a sua ausência…

GATOS

É na forma de gato que por vezes me segredam as mais cruas realidades. Umas vezes de alegrias outras vezes de intrigas e mentiras. Por isso nunca sei se devo ou não dar crédito a tudo quanto, a ronronar o gato me segreda…

Já afirmei por diversas vezes que o gato não é o meu animal preferido contudo ele teima em dizer coisas que nem devia saber. Esta aversão por gatos nada tem a ver com o seu aspeto pois que os considero de rara beleza e muito menos com a sua personalidade que muito admiro. Talvez seja o receio da sua imprevisibilidade, ora ronronam ora nos cravam as unhas…
Mas tenho que reconhecer que há uma característica que nos une, a rebeldia e o fôlego com que enfrentam a vida…
                                                (José Jorge Letria, in "Animália Odes aos Bichos")

Tu e eu temos de permeio 

a rebeldia que desassossega, 
a matéria compulsiva dos sentidos. 
Que ninguém nos dome, 
que ninguém tente 
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza, 
pois nós temos fôlegos largos 
de vento e de névoa 
para de novo nos erguermos ……….

terça-feira, 27 de julho de 2021

FUNDAMENTALISMOS

O termo amplamente divulgado quer através dos meios de comunicação social, começou por estar associado geralmente à religião particularmente dos povos islâmicos. Embora tenha sido utilizado para definir um determinado comportamento religioso, assumiu um significado mais abrangente na sociedade atual.

Considerando que ser fundamentalista se caracteriza pela intolerância perante pessoas, formas de pensamento… é fácil verificar que o termo acabou por se difundir nas sociedades ocidentais. Este comportamento verifica-se em todos os níveis sociais e em diversas atividades, como futebol, religião, política e até no núcleo familiar.
Todos os dias se verifica este tipo de intolerância e falta de respeito pelos ideais e formas de estar na vida das outras pessoas. Basta ver e observar certos comentários a propósito de tudo e de nada.

SOLIDÃO OU ESTAR SÓ

Começa já a ser recorrente dizer que passar um dia a sós não quer dizer estar só. Não posso dizer que se fique só e muito menos triste e abandonado… Quase me atrevia a dizer que ficar só proporciona a liberdade para ouvir a música preferida e fazer o que lhe apetecer se não temer ser ofensivo este desabafo.

Com efeito, à medida que a autoestima sobe, cada vez se vai gostando mais de si próprio o que tem por consequência apreciar os momentos que a vida me proporciona a sós.
Não defendo evidentemente longos períodos de tempo ou mesmo uma vida a sós, isso não é estar só. A isso chama-se solidão…
Toda a gente, de uma maneira ou doutra, já se sentiu só. Esse sentimento poderia ser evitado aprendendo a apreciar a própria natureza ou quem estiver mais próximo.
Mas “estar só”, requer uma aprendizagem que se consegue ao longo de vários anos por isso pare de se lamentar se ficar só. Ao invés de lamentar a solidão ela deve ser encarada como um momento necessário ao crescimento interior e de reflexão sobre o percurso já percorrido. É necessário ouvir aquela voz que vem de dentro, aprendendo a conhecer-se e a gostar mais de si próprio.

SENTIMENTOS E SENSAÇÕES

Sentir frio ou calor é natural, depende da temperatura, do sexo, de algumas doenças ou da disposição do momento além de outros fatores…
Efetivamente, o corpo humano dispõe de alguns mecanismos de defesa que lhe permitem lutar contra essa mudanças de temperatura.
Quando a temperatura baixa bruscamente ocasionando uma descida pronunciada da temperatura dá-se uma vasoconstrição das artérias que se manifesta pela sua cor arroxeada. É comum atribuir-se à tiroide a responsabilidade pelo controle térmico do corpo que se defende através de um tremor incontrolado que produz uma sensação de calor…
Opostamente, a sensação de calor é acompanhada de suor cujo evaporação ajuda a baixar a temperatura.
A pele, sendo o como maior órgão do corpo humano, além de captar todas as outras sensações produz uma sensação de temperatura diferente da temperatura real. Sentir calor quando o tempo começa a aquecer não tem nada de anormal, é até saudável na medida em que nos protege de outros agentes agressores.
O problema acontece sempre que se sente calor quando todos à nossa volta tremem de frio e vice versa... Se esta sensação não é explicável pela idade é aconselhável recorrer a uma ajuda medica não esquecendo que muitos dos sintomas descritos dependem da diversidade de cada organismo.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

O CALADO É O MELHOR

Permanecer calado não quer dizer que não se tenha nada para dizer, pelo contrário, muito havia a dizer sobre cada assunto ou opinar sobre o que se conversa.

Ficar calado durante uma refeição mesmo com a mesa repleta de comensais, não é muito comum mas, com algum treino e auxiliado pelas circunstâncias, lá se vai conseguindo. Ficar em silêncio quando todos falam exige algum treino e muito sacrifício para ouvir as conversas sem emitir uma opinião mais  ou menos válida sobre aquele assunto. Esta atitude não tem só inconvenientes, também tem vantagens, deste modo consegue-se observar melhor aqueles que nos cercam até por que existem momentos em que é melhor ficar calado de modo a evitar magoar e toda a sorte de problemas…
Quando não há nada para dizer, o melhor é não dizer nada. É esse o lema e a sabedoria de vida.
Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo e, através desse silêncio, consegue-se dizer mais do que muitas palavras…

NEM TUDO SÃO ROSAS

Em qualquer relacionamento nem tudo são rosas. Não esquecer que as rosas, apesar de ser uma bela flor, também têm espinhos e por mais cuidados que se lhe dispense para que perdure, acaba sempre por murchar… O mesmo acontece em qualquer relacionamento é inevitável haver desentendimentos, discussões, ressentimentos e… silêncios.

A atitude mais inteligente perante esta realidade é encara-la como um passo a mais caminho e aceitá-la como natural e necessária ao crescimento e consolidação do relacionamento que pode ser ultrapassado por meio do diálogo.
Sem dúvida que o diálogo entre pares se revela útil e muita vezes necessário em vez dos silêncios também necessários para dizer tudo o que as palavras não conseguem dizer ou então, não dizer nada… Acerca do silêncio Carlos Drummond disse, mesmo em silêncio e com o silêncio dialogámos.
É inevitável que existam silêncios entre dois seres que se gostam em momentos em que não se encontra nada de útil para dizer, mas o silêncio ultrapassa a falta de palavras …
Quando o diálogo não resulta existe uma fenda no edifício da comunicação que urge reparar se reparável.

ASTROLOGIA

 

Não é novidade para ninguém que sou grande adepto da astrologia, acredito mesmo na influência dos astros sobre os indivíduos. Cientificamente não é de subestimar que além dos astros existem outros fatores como a hereditariedade, o meio social e as experiências pessoais que influenciam a personalidade do indivíduo… Esquecer que esses fatores atuam de forma diferente sobre diferentes indivíduos.

Chama-se carma levianamente ignorando o seu significado. A origem da palavra (Karman) significa “ação, reação” ou seja, todo o bem ou todo o mal, são ações que têm como efeito uma determinada reação. Todo o mal que acontece não se pode considerar um castigo divino mas sim a consequência das ações presentes ou passadas.
Segundo a astrologia carmica, cada ciclo de vida vai fornecendo ensinamentos que mais tarde dão origem a novos carmas.
Depois de um ciclo de vida pode ser necessário iniciar outro ciclo tantas vezes quantas as necessárias à evolução. Segundo consta, Buda só atingiu o nível evolutivo que conhecemos ao fim da sua milésima vida…!

domingo, 25 de julho de 2021

DIÁRIOS DE UMA SALA DE AULA

Quem leu “Diários de uma sala de aula” pasme-se e reconciliem-se com o Sistema de Ensino português. Por muitos defeitos que lhe sejam imputados e são muitos, não se comparam ao que se passa nos Estados Unidos, vulgo América. Baseio-me como é evidente, no depoimento de uma mãe devidamente identificada no livro que, sendo portuguesa, vive atualmente na América onde as suas duas filhas estudam.

Achei interessante o registo comparativo que esta mãe faz dos dois Sistemas de Ensino devido à própria experiência. Por não ser legal não vou transcrever partes do livro, limito-me apenas a sugerir a leitura deste livro aos pais, encarregados de educação e cidadãos em geral para que possam ter uma opinião mais sólida das caraterísticas do nosso Sistema de Ensino comparado com o que se passa em outros países em especial nos Estados Unidos da América.
Ninguém imagina, principalmente os pais, o que se passa na sala de aula nem do comportamento de alguns alunos…!

AS CEREJAS VOLTARAM

 

Porque hoje há sol, e frio também, porque estou assim e porque me apetece,… reconsiderei o preço da caixa e decidi que era o dia ideal para inaugurar a época.

Já todos sabem que adoro cerejas e elas voltaram. Como tudo que volta quando tem de voltar as cerejas voltaram. A bem dizer devia dizer regressaram…. embora com um sabor nada de especial, mas isso agora não importa nada o que importa é que voltaram, assim como o sol. Tudo volta!
É óbvio que no fundo, eu sei, há coisas que não voltam. Momentos, entes queridos, o tempo,… nada disso volta. De certo modo até se pode encarar isso como uma vantagem. Há coisas que é melhor que não voltem…
As cerejas voltaram sempre lindas, maduras, coloridas… Tudo volta quando é época de voltar e se não volta, é porque ainda não estava na hora de voltar…

DESISR, NUNCA!

Raramente desisto do que gosto e quero, dizem que sou persistente. Pelo contrário desisto facilmente daquilo ou de quem garantidamente não me interessa manter por perto…

Tranquilize-se porém quem gosta de ler os meus pensamentos porque, para mim, são uma breve pausa, um balanço, um retomar o folego para continuar sem nunca desistir. Neles consigo exprimir o que me vai na alma e que às vezes não consigo exprimir verbalmente.
Quem me “visita” regularmente sabe que enquanto houver alguém interessado em ler estes pensamentos, vou continuar a publicar.
Não sou prolixo no discurso diário, sou mais do tipo lacónico o que tem por consequência um discurso muito direto, pobre em adjetivos e segundo opinião de alguns, desinteressante. Através da escrita consigo, penso eu, um discurso mais interessante e aliviar um pouco o tumulto dos meus pensamentos.

 

sábado, 24 de julho de 2021

SEM CLUBISMOS NEM FUNDAMENTALISMOS

Já deu para entender que não sou um grande adepto de futebol embora siga com alguma atenção o Mundial e os jogos que envolvem o clube de que sou simpatizante. Seja por essa ou por outra razão qualquer, pouco escrevo sobre esse assunto. Uma das raras vezes que o fiz foi para comparar o clubismo dos adeptos de um certo clube comparáveis ao tão abominado fundamentalismo… Na minha opinião, o clubismo é o fundamentalismo desportivo.
De acordo com a definição, fundamentalismo é a negação da razão por intermédio da alienação face a uma entidade que visa alcançar objetivos na área do desporto.
Não fico acordado para assistir seja qual for o jogo por uma questão de autoestima, nem partilho da alegria ou tristeza resultante do jogo conforme os clubes em competição… mas sem exageros clubistas!

UM SÃO JOÃO DIFERENTE

Nada de alho-porro, martelinhos de plástico, nada de rusgas pelas ruas dos bairros populares… Apenas havia um manjerico à janela de onde em onde e também houve largadas de balões a assinalar a data segundo a tradição familiar. E foram assim os festejos de São João em tempos de covid.

Ainda me lembro do tempo em que saía com um grupo de amigos munidos de alho porro e ramos de cidreira pelas ruas da baixa. Hoje, mais velho e mais calmo, prefiro ficar em casa. Só se compreende festejar em plena rua o São João com um grupo de amigos e familiares, de outra forma os festejos perdem a graça.
Em homenagem ao santo jantar fez-se em família com a imprescindível sardinha assada com pimentos, fêveras e broa, tudo regado com uma boa sangria.
Em tempo de pandemia, ao ver os balões que povoam os céus, atrevo-me a repetir o que disse o poeta Manuel Alegre acerca do rio que corre lá em baixo na minha rua: Pergunto aos rios que levam tanto sonho à flor das águas E os rios não me sossegam levam sonhos deixam mágoas…”

O MORCÃO

 

Existe em todas as famílias, círculos de amigos e em toda a parte aquela pessoa a quem se chama, aqui no Norte, de morcão.

Estou convencido que existe nas famílias, amigos, em to a parte o que se considera um morcão embora não corresponda em absoluto a qualquer definição. Segundo um conceituado dicionário (Porto Editora), morcão é um indivíduo indolente, bisonho ou aparvalhado; mandrião. O termo, muito usado principalmente na cidade do Porto e arredores, é um regionalismo com raízes castelhanas da palavra morcón.

Para mim, o significado de morcão corresponde a qualquer pessoa chata e inconveniente perfeitamente dispensável no círculo de amigos e familiares... Em linguagem popular pode resumir-se a uma única frase, é aquela pessoa que não f*** nem sai de cima… Claro que esta frase deve entender-se como um aforismo popular mas, em certas situações, pode mesmo ser interpretada literalmente…

sexta-feira, 23 de julho de 2021

SER CRIANÇA, ATÉ QUANDO?

Para quem me estiver a observar quando estou em companhia do meu neto, vai seguramente tomar-me por um perfeito atrasado mental. Nós fazemos corridas na galeria de acesso ao prédio, saltámos os “buracos” do passeio na rua, inventámos nomes (feios) para pessoas que se atravessam nas nossas brincadeiras, conversámos com o automóvel como se ele tivesse vida própria, jogamos on-line e tudo que é jogo,…

Enfim, este comportamento é a prova de que a criança que habita em nós ainda está viva. Se é verdade que toda a gente tem dentro de si essa criança, não é menos verdade que todos aprendemos a reprimi-la ao atingir o estado adulto. É suposto que um adulto tenha um comportamento estereotipado que nos a ser “sério”.
Perante uma atitude descontraída e brincalhona, lá vem a habitual repreensão “deixa de ser criança” que sempre me surpreende vinda de um adulto quando as minhas brincadeiras excedem os limites sonoros aceitáveis…
Mais tarde, quando a vida nos começou a sorrir, já não era mais criança… Jamais devemos esquecer a criança que há em nós.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

A ARMA DOS FRACOS

 

A palavra é a arma mais poderosa que o ser humano possui embora nem sempre se aperceba disso. Contudo, o uso da palavra às vezes não vai ao encontro do elogio ou do incentivo e não raras vezes descamba em insulto. São exemplos disso alguns comentários às opiniões divulgadas através das redes sociais quer seja a respeito do futebol, quer de ideologia política ou pessoal…

É lamentável constatar que muitos indivíduos não possuam a elasticidade mental que lhes permita possuir a capacidade mental para aceitar uma opinião diferente da sua e recorram ao insulto como resposta! O recurso ao insulto como argumento prova a incapacidade de rebater qualquer ideia ou opinião.
Perante o que foi dito, não há dúvida que sendo a palavra a arma dos fortes, o insulto é seguramente a arma dos mais fracos.

A ESCOLHA

 

Nos últimos tempos tem sido noticiada a prisão e o julgamento de alguns dos suspeitos de corrupção com a forte hipótese de serem ilibados dos crimes que lhe são imputados. Estou a lembrar-me de altas figuras públicas e outros que ainda nem chegaram aos tribunais por falta de  provas… Esta a realidade, ilustra como por cá a justiça é lenta…

Não me assumo como um católico praticante no que se refere à interpretação dos textos bíblicos mas nem por isso deixa de me surpreender o julgamento de Jesus documentado na Bíblia. Presumindo que muita gente não recorda esse episódio, nele Jesus é levado à presença de Pilatos acusado de enganar o povo, de ser malfeitor e revolucionário.  Pilatos interrogou Jesus e enviou-o a Herodes que o questionou sobre as mesmas acusações de que era alvo, mas como não obtivesse qualquer resposta, Herodes mandou-o de novo a Pilatos…
Como era costume libertar um prisioneiro à escolha do povo durante a Páscoa, Pilatos perguntou, Quereis que liberte Jesus ou Barrabás?
Recorde-se que Barrabás era um ladrão e malfeitor acusado de vários crimes. O povo gritou, libertem o ladrão! Dá que pensar…

quarta-feira, 21 de julho de 2021

NO TEMPO DOS REIS

No tempo em que os reis mandavam, sim porque já houve tempos em que os reis mandavam mesmo ao contrário  dos reis atuais que pouco ou nada mandam…Mas já houve tempo em que os reis mandavam e, nesse tempo, consta-se que um dos nossos reis cujo nome não recordo, veio à varanda do palácio e viu toda a cidade mergulhada no escuro mais negro que o breu. Chamou o primeiro-ministro e ordenou-lhe, Antes das festas comemorativas do meu reinado, quero ver toda a cidade iluminada. Toma lá 500 coroas e trata de resolver o problema. O primeiro-ministro chamou o presidente da câmara e comunicou-lhe, O nosso rei quer a cidade toda iluminada antes das comemorações do seu reinado. Toma lá 250 coroas e trata imediatamente de resolver o problema.

O presidente da câmara chamou o chefe da polícia e disse-lhe, O nosso rei ordenou que puséssemos a cidade toda iluminada para as festas comemorativas do seu reinado. Toma lá 100 coroas e trata imediatamente de resolver o problema. O chefe da polícia emitiu então um edital que dizia, “Por ordem do rei todas as ruas da cidade bem como em todas as casas deve ser colocada imediatamente iluminação para os festejos do seu reinado. Quem não cumprir esta ordem será enforcado”.
Passado uns dias o rei veio à varanda e ao ver toda a cidade iluminada, exclamou, Que bonito! Abençoado o dinheiro que gastei. Valeu a pena".
E desde aí nada mudou no seu reinado… exceto a moeda.

O BEM MAIS PRECIOSO

A palavra como meio de comunicação foi dado unicamente ao ser humano apesar de alguns cientistas defenderem que todos os animais possuem uma “linguagem” própria que lhes permite comunicar entre si.

O dom da palavra é tão natural ao ser humano que nem sempre este se apercebe do poder que uma simples palavra pode ter, falada ou escrita. É de tal modo poderosa que consegue alterar completamente o curso da própria vida e a dos outros…
Para além da finalidade de comunicar, o ser humano usa a palavra para outros fins como seduzir, consolar, elogiar,… ou como arma de arremeço servindo-se da palavra para magoar, agredir, criticar,… contudo não há ninguém que não tenha em momento algum precisado de uma palavra de conforto, consolo ou elogio.
"Existem coisas que não voltam atrás, a pedra quando atirada, a oportunidade quando perdida e a palavra quando dita..."
Uma verdade que nunca deve ser esquecida antes de criticar ou julgar alguém fazendo por merecer esse bem precioso que nos foi dado, ou seja, a palavra.

terça-feira, 20 de julho de 2021

UM BOM AMIGO

 

Dizem que pensar é o que faz quem não tem mais nada para fazer.
Na lufa-lufa do dia a dia não há tempo para pensar que tem que de se empurrar a vida para a frente senão temos que correr atrás dela.
Como não tinha nada mais útil para fazer, resultado do confinamento, dei por mim a pensar nos atributos necessários para ser um bom amigo. Espera-se que seja alguém com quem partilhar tanto as alegrias como as tristezas e que apesar disso, que esteja sempre disponível, que diga sempre aquela palavra que nem sempre se quer ouvir mas que é a palavra certa no momento…
Depois de muito pensar cheguei à brilhante conclusão de que não é possível encontrar alguém que possua todos esses atributos… Cada vez que alguém nos desilude pensa-se naquele rol de qualidades utópicas que deviam caracterizar um bom amigo e nesse rol que parece não ter fim há sempre mais uma qualidade que devia caraterizar um bom amigo.
Durante a vida muitas pessoas vieram e ficaram ao nosso lado enquanto muitas outras se afastaram mas, em vez de procurar um amigo deve procurar-se um canivete suíço e esperar com as qualidades que apresenta seja um bom amigo…

OS BURROS DE ONTEM E OS BURROS DE HOJE

Aumentar o número de burros no intuito de fomentar o aumento de seres humanos não me parece uma boa ideia embora tenha vindo de gente inteligente. Infelizmente o número de burros não é diretamente proporcional ao número de seres humanos…!
O ar simpático e afável desse animal, os burros lá vão vingando indiferentes a esta polémica e encontram-se por todo o lado ocupando lugares de chefia e infiltrando-se até nos órgãos de soberania…
Está provado que à medida que os burros se instalam, aumenta também a corrupção que se descobre muitas vezes através da denuncia dos que os ajudaram a instalar-se ou porque os repórteres estão mais atentos, quero dizer, mais livres…
Na hipótese da extinção dos simpáticos burros talvez se extinga grande parte da corrupção que ocupa lugar de destaque nos noticiários…

ANDA POR AÍ UM VÍRUS À SOLTA

 

Falta de civismo sempre houve e sempre haverá mas ultimamente tornou-se viral. Não só o que se publica nas redes sociais se torna viral, o egocentrismo e o desprezo pelos outros também.

Na verdade, um vírus ainda pouco conhecido anda por aí e propaga-se rapidamente entre certas camadas da população…

No meio desta pandemia tira-me do sério a notória falta de civismo de algumas pessoas. Verifica-se que grande parte da população não sabe nem quer saber como se vive em sociedade, já para não afirmar que desconhecem completamente o significado palavra civismo. Em qualquer lado há pessoas que circulam sem máscara nem respeitam o distanciamento social exigido com a agravante de não estarem vacinados ou apenas com uma só dose da mesma…

A falta de policiamento para esta e outras infrações permite que tudo isso aconteça sem qualquer penalização mas que o civismo poderia remediar.

Outra situação que revela isso mesmo é a falta de respeito por quem se encontra numa fila de atendimento, quer se trate de um deficiente ou não, há sempre um chico esperto que “desconhece” que deve respeitar a ordem de chegada e se vai infiltrando de modo a ser atendido primeiro…

Enfim, o civismo devia vir de casa antes de ser praticado na escola.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

AS TAREFAS QUE NINGUÉM VÊ

Apesar de amplamente discutido no Parlamento, o Estatuto do Cuidador Informal, não foi contemplado nem reconhecido. Estima-se que existam em Portugal milhares de dependentes e igual número de cuidadores que ninguém se preocupou em ensinar nem remunerar condignamente no se converte numa enorme economia para o Estado.

Cuidador, por definição, é aquele que cuida de algum familiar ou alguém mais ou menos estranho. Ser cuidador, seja de quem for, não é uma tarefa fácil. Conforme o grau de dependência, é da competência do cuidador preparar as refeições, auxiliar diariamente na higiene pessoal ajudar o dependente quando é preciso além de lhe prestar apoio noturno,… tudo isto sem receber qualquer preparação nem remuneração…
Existam diferentes tipos de cuidadores, o temporário que termina funções depois de o seu dependente a sarar, assumindo entretanto todas as tarefas que estavam a cargo do seu dependente. O facto de se limitar a estar presente e conforme a autonomia do dependente e o permanente no caso daqueles que não têm hipótese de melhorar, antes pelo contrário. O cuidador informal engloba todas as anteriores categorias sendo, mais uma vez, esquecido e exercendo todas as tarefas que ninguém vê. 

domingo, 18 de julho de 2021

ENVELHECER

O aumento da esperança de vida das populações pode atribuir-se à evolução da medicina bem como à melhoria dos cuidados paliativos e alimentares. No entanto, a longevidade só faz sentido quando acompanhada por igual qualidade de vida a vários níveis…

O decréscimo  da taxa de natalidade dá origem a uma população cada vez mais envelhecida e os idosos enfrentam o constrangimento de serem “arrumados” num dos muitos lares que por aí populam como cogumelos em tempo de inverno. Envelhecer é uma realidade inevitável de todas as sociedades contemporâneas. No fim da vida, quando as forças começam a falhar e a saúde nos abandona, só restam duas opções, continuar viver embora sozinhos ou aceitar o internamento num desses lares de idosos.
Envelhecer com dignidade não é fácil… Todos os dias somos confrontados com notícias de idosos agredidos em lares autorizados ou não. Estas notícias fazem-nos sentir indignados temporariamente e sub-repticiamente, arranjamos forma de diminuir o sentimento de culpa pensando, manias dos velhotes que teimam em morrer sozinhos. Preferem morrer em casa abandonados do que num lar!
Nesses “armazéns” a que chamam lares, o idoso é submetido à falta de privacidade sendo obrigado a partilhar o quarto e restantes instalações com um ou mais idosos que nunca viu sendo confrontado com horários diferentes dos seus e regras às quais não estava habituado… Quando existem, são-lhe impostas atividades que constituem um verdadeiro insulto à inteligência dos mais lúcidos.

sábado, 17 de julho de 2021

A VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA

 

Depois das notícias sobre os conflitos que assolam o país, dos tumultos que se alastraram às ruas da cidade com carros, caixotes do lixo incendiados já se sabe quem vai pagar direta ou indiretamente esses caixotes e outras tantas viaturas incendiadas, as pilhagens subsequentes e outros atos de vandalismo, quem paga é quem paga impostos…
A violência de uma parte gera violência da outra parte e enquanto uma delas não se render os atos de violência prolongam-se indefinidamente no tempo.
É preciso reconhecer que a polícia está ali a desempenhar uma função impedindo o acesso a determinados locais e manter a ordem e segurança dos manifestantes mas também é verdade que a polícia está ali mais à mão e vira-se contra ela a fúria acumulada…
Vê-se pelas imagens divulgadas que alguns polícias matam ou estão envolvidos em negócios pouco claros. Outros não matam, morrem e desses pouco ou nada se diz!
Todos os dias, a toda a hora, lidamos com violência. Ela encontra-se no trânsito e em toda a parte sem respeito por crianças e adultos…
É preciso (fazê-los) parar.

O PODER DO DINHEIRO

Começou por ser uma moeda de troca até ganhar nos nossos dias a conotação negativa que carrega. Apesar da conotação negativa que se lhe atribui, o conceito de ambição e de ganância confundem-se. É normal que se confundam embora se trate de conceitos basicamente diferentes. Causa alguma tristeza admitir que o dinheiro e por consequência o poder económico comanda todos os passos da nossa vida e num âmbito mais alargado, todos os países.

Há inúmeros exemplos comprovativos de que a felicidade não decorre unicamente do dinheiro. O que nos dá prazer, não está à venda, nem se pode comprar.
Mas tudo tem um preço dependendo, é claro, do que se entende por tudo… por dinheiro nenhum me prestaria a fazer as figuras a que se assiste obrigatoriamente através dos canais televisíveis.
Só se concebe a presença do dinheiro como uma das ferramentas que possibilitam alcançar o que se pretende. O desejo incontrolado por dinheiro é um dos indícios da existência de qualquer transtorno psicológico que pode atingir qualquer pessoa. Por isso deve-se estar atento ao poder que o dinheiro exerce sobre cada um.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

O CHAMAMENTO DO MAR

Uma das razões para ficar próximo do mar é o constante apelo que ele exerce sobre a quase totalidade dos humanos.

Seja qual for a razão a certa altura, “escuta-se” muito baixinho a voz do mar que se responda ao seu apelo e, irresistivelmente, segue-se rumo ao mar…
Perdido na contemplação desse mar, uma frase esvoaça dentro da minha cabeça, Há mar e mar, há ir e voltar…Por muito repetida a frase acabou por ficar no ouvido de toda a gente. Ainda hoje se usa a propósito de tudo e de nada desconhecendo muita vezes a sua autoria. Deve-se ao poeta Alexandre O’Neill esta frase que nunca imaginou que viesse a granjear tanto sucesso…
Mais tarde passou a ser usada para ilustrar qualquer situação sempre com o objetivo de alertar os mais incautos para os perigos que o mar, parecendo pacífico, esconde relembrando que o sucesso de todas as idas depende de um feliz regresso.
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