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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

DESTINOS DE FÉRIAS - POUSADA DA CANIÇADA


Conforme referi numa outra publicação (Ler aqui), não consegui reservar a desejada viagem à Áustria por isso, optei por uma viagem cá dentro. Escolhi por destino revisitar uma região que me traz gratas recordações do passado, o Gerês. Estabelecemos como ponto de partida para os diferentes roteiros possíveis, a Pousada da Caniçada.
Do quarto que previamente reservamos, desfrutava-se uma paisagem deslumbrante sobre a albufeira da Caniçada que é de resto, uma característica dos quartos desta pousada.
A seta aponta para o nosso quarto
Apesar da sua privilegiada localização, a pousada já teve melhores dias… Transparece a vários níveis a necessidade urgente de remodelação tanto do mobiliário dos quartos como das alcatifas, caixilharia…
1- Mobiliário exterior a precisar de restauro
2- Roupeiro a “céu aberto”… sem portas para proteger da vista as roupas
3- Casa de banho exígua o que é comum a quase todas as unidades hoteleiras com cortinado como resguardo da banheira.
4- Alcatifas gastas e com nódoas.
... e, o que é mais grave, nos telhados permanecem as tão polémicas placas de amianto…Aqui fica o alerta para o Grupo Pestana.
É de salientar o ambiente acolhedor, a simpatia e o profissionalismo do pessoal.
Ambiente acolhedor da sala de estar
Sala de leitura e de apoio ao Bar
Outra vista da sala de leitura
Na tarde do primeiro dia, depois de arrumada a bagagem, não nos cansámos de fotografar e desfrutar da magnífica paisagem formada pelo espelho de água que constitui a albufeira formada pelas águas dos rios Caldo e Cávado, visível de quase todos os espaços interiores da pousada.
Devido ao mau tempo a piscina exterior esteve quase sempre deserta.
Terraço com vista para a Albufeira

domingo, 30 de agosto de 2015

AQUELES DIAS...

Os dias passam iguais
mas tão diferentes
daqueles dias que já lá vão…!

Todos os dias são diferentes no seu todo
embora nos pareçam sempre iguais…

Mas há dias que nos parecem
dias de sol em tempo de chuva
e dias cinzentos em pleno sol…

Há dias assim
em que se fica à espera
que aqueles dias… voltem!
Há dias assim.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CHÁ COM LEITE VS LEITE COM CHÁ

O hábito (ou vício) muito british de beber chá com leite é a imagem de marca de todo o britânico que se preze. Embora exista a ideia que se trata de um hábito originário do Reino Unido, na verdade ele foi trazido pela mão (ou no bule) da rainha portuguesa, Catarina de Bragança, aquando do seu casamento com Carlos II. Catarina de Bragança adorava beber o seu chá com leite, hábito esse que virou moda na corte e acabou por se alastrar a todo o país.
Prevalece nos nossos dias a polémica sobre a ordem de preparação desta bebida. Há quem defenda que se deve acrescentar o leite ao chá e quem considere mais correto acrescentar o chá ao leite. Segundo a Wikipedia a ordem da preparação do chá dependia dos hábitos das diferentes classes sociais. A nobreza servia o chá em chávenas e bules de porcelana que aguentavam o calor da água fervente. O povo colocava o leite antes, justamente para não rachar as suas tijelas de barro.
Até agora, apesar dos seus múltiplos benefícios para a saúde, o chá tinha o inconveniente de manchar os dentes devido ao tanino que contém. Um estudo recente da Universidade de Alberta, no Canadá, descobriu que adicionar leite ao chá não só impede esse efeito, como consegue mesmo tornar os dentes mais brancos revelando-se até mais eficaz do que as pastas branqueadoras… (Visão Sexta feira, 21 de Agosto de 2015)
Depois de ler a notícia desta descoberta, acho que vou regressar ao velho hábito de beber chá com leite ao meu pequeno-almoço.

domingo, 23 de agosto de 2015

TODOS SOMOS CUMPLICES

A passividade com que assistimos ao drama desses homens, mulheres e crianças que depois de andam à deriva pelo Mediterrâneo acabam a vegetar em campos de refugiados, faz de todos nós cúmplices desse genocídio. Essa passividade faz-me lembrar em parte a mesma que se verificou em quase todos os países europeus face ao holocausto nos campos de concentração nazis. Todos sabiam e fingiam ignorar o que se passava nesses campos… Penso que é chegado o momento em que não é mais possível continuar a assistir ao drama dessas crianças a dormir ao relento, a secar a roupa molhada no corpo, ao drama daqueles pais com fome e sem quase nada para dar a comer aos filhos. Por outro lado, pergunto-me até que ponto estarão os países europeus preparados para absorver esta onda crescente de migração. Prevejo que não haja outra solução senão, a exemplo do que aconteceu com o nazismo, uma intervenção militar de forma a criar condições para que a população não tenha mais necessidade de se refugiar noutros países.

sábado, 22 de agosto de 2015

UM DIA VAMOS TER DE PRESTAR CONTAS...

Qual epidemia alastra o número de mulheres vítimas de companheiros ou ex-companheiros. Recentemente, na passada quinta feira foi encontrado o corpo de uma mulher de 47 anos esfaqueada à porta do elevador de um prédio em Benfica. Estes crimes são cometidos em nome dos mais variados motivos: uns por ciúme, outros por despeito, por amor, por interesse e ainda outros… porque sim. Na maioria das vezes a Justiça consegue punir os criminosos mas nem sempre com a celeridade de que gostaríamos ou que o nosso sentido de justiça reclama. Às vezes a culpa deste atraso ou impunidade nem sequer é da Justiça. O crime é cometido e de tal forma camuflado que o criminoso acaba em liberdade por falta de provas…
Na verdade, há gente que engana, rouba, mata e comete todo o tipo de crimes impunemente sem nunca virem a ser descobertos – é o chamado crime perfeito. A maioria destes indivíduos sente prazer em enganar a Justiça. Pode-se enganar toda a gente durante um certo tempo, mas não é possível enganar toda a gente durante toda a vida. Mais tarde ou mais cedo tudo acaba por se descobrir.
Perante estes casos, sempre me vem à memória o velhinho e conhecido ditado popular: a justiça tarda, mas não falha. Apesar de não parecer, acaba sempre por se fazer justiça. Muitas vezes ela recai primeiro sobre os cúmplices através de doenças graves, privações físicas e materiais podendo até causar a morte poupando temporariamente o principal culpado… até ao dia em que regresse numa outra vida em que sofrerá as consequências dos crimes que praticou…
Bem se diz que o tempo vai cavando a nossa própria sepultura. Não se pode voltar atrás nem que seja por um segundo para remediar o bem ou o mal que foi feito. Um dia vamos ter que prestar contas do modo como vivemos a nossa vida.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

GENTE AMARGA

Não será grande novidade dizer que há gente assim, gente amarga. Não porque tenham nascido assim mas, talvez por uma questão genética, têm propensão para assim ser. Tornam-se amargos pela impossibilidade que têm de se adaptar às situações e condições que a vida lhes proporciona. Essas partidas que a vida teima em oferecer fazem com que estejam constantemente de mal com a vida. Nada nem ninguém lhes agrada nem é do seu agrado. Reclamam por tudo e por nada sentindo-se verdadeiras vítimas. Reclamam porque está calor, porque chove, porque está frio, porque está muito vento que levanta a poeira, porque os outros falam alto, as crianças fazem muito barulho,… Tudo isto as torna profundamente infelizes e frustradas pois quaisquer que sejam as opções que elas ou os outros tomem, nunca será a que mais lhe agrada… À mínima oportunidade agridem verbalmente mesmo aqueles que, com boas intenções, lhes tentam adoçar a amargura.
Há dias em que nos deparámos ou convivemos com este tipo de pessoas. Não importa o sexo nem a idade elas encontram-se por toda a parte.
Há gente e dias assim…

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

CHULICES

A ideia que temos do chulo é a de um indivíduo que vive à custa do trabalho alheio. Geralmente à custa de uma ou de um grupo de mulheres que dão o corpo ao manifesto a troco de alguns euros dos quais uma percentagem reverte a favor do dito cujo.
No caso do serviço de TDT (televisão digital) que nos impingem e pelo qual pagámos a módica quantia de 5,62 euros de Contribuição Audiovisual, também nós somos obrigados a dar o corpo ao manifesto para satisfazer esses chulos em troca de um serviço péssimo como é o caso concreto da TV em Esposende. A partir do fim de tarde passamos a ver TV em imagens paradas e o som aos soluços. Por este péssimo serviço, somos obrigados a pagar por estar incorporado na factura da electricidade sob pena de ficarmos às escuras.
Agora digam lá se isto não é chular o pobre do cidadão, é ou não é?

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

LIÇÕES DE VIDA

A vida está constantemente a dar-nos lições que nem sempre compreendemos ou então, se as compreendemos, quase nunca as aceitámos. Há sempre aquela conhecida atitude de quem pensa: a mim não, isso não vai acontecer. No entanto, tudo que se passa à nossa volta nos transmitem lições de vida que não devíamos mas às vezes desprezamos.
Depois de uma viagem de autocarro que o Miguel adorou, acabámos por almoçar numa esplanada na Praça da Liberdade contígua à Av. Dos Aliados na baixa do Porto. A caminho da esplanada, passámos à porta do Banco de Portugal onde se concentravam alguns manifestantes, lesados do BES, que gritavam como palavra de ordem “Queremos o nosso dinheiro”. Os transeuntes, tais como nós, passavam indiferentes ignorando o grupo de pessoas que ali se concentrava. Tenho pena daqueles que foram realmente enganados se bem que fosse possível distinguir entre eles, outros cujo aspecto permitiria supor tratar-se de gente informada que foi conscientemente atraído por juros altos…
Instalados finalmente numa mesa da esplanada, foi-nos fornecido o menu que passamos a consultar. Como sempre, além dos pratos disponíveis, consultamos também os respectivos preços. Face ao comentário de que o almoço iria ficar caro, lembrei-me da lição a tirar daquele grupo de pessoas que continuavam a manifestar-se ali um pouco mais acima. Quantas vezes nos privamos de algumas mordomias com a finalidade de poupar e fazer um pé-de-meia que nos permita fazer face a qualquer eventualidade nefasta que possa surgir no futuro. Este comportamento é até louvável o perigo está em se tornar um hábito indo para além do que seria racionalmente necessário.
Quem sabe, algum daqueles manifestantes não se terá privado de uma vida mais confortável para conseguir fazer as suas poupanças? E um dia, algo acontece como a falência de um banco, uma catástrofe, a própria morte e todas essas poupanças de nada lhe valeram… Talvez esteja a ser tolo ao pensar assim mas, como dizia Winston Churchill, A maior lição da vida é a de que, às vezes, até os tolos têm razão.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

FALAR SEM DIZER NADA

Por muito que te custe dizer nada
do muito que tu dizes por dizer
e nada dizes mesmo sem saber
que não dissesses de boca fechada…
E tanto havia ainda por dizer…!
                               
                                         Jorge Leal

domingo, 16 de agosto de 2015

UM EXEMPLO A SEGUIR

De regresso a casa depois da visita que fiz aos meus sogros que estão num Lar de idosos perto de Viseu, lembrei-me de uma notícia que li em Junho passado (Ler aqui) e que me causou uma ótima impressão como um bom exemplo a seguir. A tal notícia descrevia o “bairro” de Hogeweyk, localizado perto de Amsterdam. Neste bairro, projectado para moradores da terceira idade com demência e Alzheimer, os moradores gozam da maior liberdade de deslocação no seu interior onde existem lojas, restaurantes, parques e até mesmo um teatro! Os idosos são apoiados durante as 24 horas por uma equipa de enfermeiros especializados em geriatria. Estes profissionais de saúde vestem-se normalmente como um comum dos utentes e executam actividades profissionais como caixas do supermercado, funcionários do correio e caixeiros de mercearia de modo que, para os moradores, eles pareçam ser meros vizinhos ou pessoal dos estabelecimentos comerciais.
Os residentes administram as suas moradias, com o apoio de prestadores de cuidados. Em casa, eles são responsáveis por cozinhar, lavar e limpar de modo a manterem-se activos. Podem também fazer as suas compras no supermercado. O curioso é que o dinheiro não circula em Hogeweyk, pois todas as despesas são cobertas pela sua prestação mensal de 5 mil euros (!) paga por cada utente. Não se pode dizer que seja barato mas atendendo às condições…
Existem cafés, esplanadas e retaurantes
Um supermercado e até um cinema...
Cada habitação é partilha por até sete utentes

sábado, 15 de agosto de 2015

OS POLÍTICOS E AS MORDOMIAS

Quanto mais se aproxima a data das eleições legislativas, maior é a azáfama dos partidos políticos, através dos seus cabeças de lista, tentando convencer o eleitorado das suas (boas) intenções de governação. Mas como as boas intenções não passam disso mesmo, de vez em quando lá se vão descaindo deixando transparecer a verdade. Recordo a declaração recente do candidato socialista sobre a TSU. Antes, prometia que seria simplesmente abolida, agora veio dizer que os reformados serão excepção…!
E as promessas e contradições continuam e continuarão até à data das eleições sendo a mais flagrante a que o Expresso noticiou a 4 de Maio passado. Segundo notícia publicada neste jornal, todos os seis partidos (!) com assento na Assembleia da República aprovaram por unanimidade, uma lei segundo a qual o Tribunal Constitucional substitui o Tribunal de Contas na fiscalização das despesas dos grupos parlamentares! À primeira vista, para o cidadão anónimo, esta lei em nada desprestigia os partidos políticos nem faz qualquer diferença. Contudo, não deixa de ser curioso que esta lei tenha sido aprovada logo após o Tribunal de Contas, numa vistoria ao Tribunal Constitucional, ter detectado a existência de despesas indevidas, nomeadamente quanto às mordomias dos juízes (carros de serviço individuais, cartões de crédito, etc.) …!
A aprovação por unanimidade desta lei só vem demonstrar que todos os partidos concordam em manter intactas as mordomias de que gozam, em detrimento das políticas sociais. É que o mal não está nos partidos, mas nos seus dirigentes…
Todos estes “sintomas” do mal de que padecem os partidos, da Maioria e da Oposição, deixam sérias dúvidas na hora de votar a quem for minimamente informado.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

FALSOS PROBLEMAS

Vivemos rodeados de falsos problemas muitos deles criados pela sociedade de consumo em que vivemos. Este tipo de sociedade inventou, em proveito próprio, necessidades que verdadeiramente não temos, tais como a necessidade de trocar de carro por um topo de gama, comprar roupas, sapatos, relógios da marca xpto, um novo emprego com melhor salário,… Estas necessidades criadas com o único intuito de nos iludir a consumir cada vez mais o que é supérfluo, acabam por se transformar em falsos problemas perante a impossibilidade de serem satisfeitas.
Problema é não ter pão para comer e dar aos nossos filhos, é não ter casa onde morar, é o desemprego, é não ter paz social e moral, são as guerras, a doença em especial se for incurável, a falta de assistência médica por não poder pagar os custos inerentes,… e tantos outros que, em silêncio, corroem a existência de quem é pobre.

Esses são os reais problemas que ninguém com responsabilidade está interessado em resolver.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DESTINOS DE FÉRIAS

Se, tal como eu, deixou para a última da hora a tarefa de marcar a sua viagem de sonho e deu de caras com a realidade de já não haver reservas devido a sobrelotação de hotel, apartamento, voo ou outra qualquer condição, contente-se com pequenas viagens pelo nosso belo país. Mesmo esta opção não é tão viável como poderia parecer, apesar de excluído o destino mais procurado, o Algarve. Numa época de crise surpreende-me esta impossibilidade com que se defronta quem ainda imaginava poder reservar um destino de férias…
Depois de várias tentativas falhadas para reservar um circuito através da Áustria, Baviera e Alpes Italianos, decidimo-nos por fazer pequenos tours pelo nosso país. Deixarei por aqui várias sugestões.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O QUE ME FAZ FELIZ

O que me faz feliz não és tu, nem eu, nem ninguém…
O que me faz feliz é o que eu sinto cá dentro. Por isso se diz que a felicidade vem de dentro… E o que sinto cá dentro é o que de bom pode vir de ti, de mim ou seja de quem for.
Então, o que me faz feliz também podes ser tu, eu ou alguém…!
O que me faz feliz, verdadeiramente feliz, é um pôr-do-sol à beira mar, ler um bom livro, o sorriso dos meus pequeninos, estar com os amigos, a saudade que sinto dos que estão longe (porque isso me dá a certeza de que são meus amigos), rir até ficar sem fôlego, viajar, conduzir sem rumo nem destino, aquela música que me faz chorar…
O que me faz feliz também me magoa e se me magoa, não me faz feliz…
Então se magoa, também me faz feliz…!?
Há quem defenda que só existem no mundo dois tipos de pessoas: as que escolhem ser felizes e as que optam por ser infelizes. Eu oscilo entre um e outro grupo. Nunca gostei de pertencer nem nunca me integrei muito bem em grupos, por isso, ando cá e lá, entre um e outro grupo… Tem dias em que me sinto feliz e outros… nem por isso.
O que me faz feliz também me faz mal e o que me faz mal também pode matar… Mas o que não me mata, também me fortalece.
Há quem diga que a felicidade se conquista à custa de alguma dor e sem dor…
eu já sou feliz!

domingo, 9 de agosto de 2015

A MELGA

Confesso que tenho uma verdadeira paranóia no que se refere aquele bichinho que os cientistas designam por Anopheles gambiae e a que vulgarmente chamamos “melga”. Basta sentir aquele zumbido característico que a “bicha” tem a mania de fazer mal se apaga a luz para já não conseguir adormecer. O uso do termo “bicha” para designar esse irritante insecto voador não é de todo inocente. Pelo que sei, o mosquito fêmea é o único que pica. Sim, porque a Natureza cobardemente o dotou além das duas asas, de uma tromba da qual se serve para picar e sugar o nosso sangue. Mas não se fica por aqui a malvadez. Quando pica, inocula a própria saliva que, nalguns indivíduos, desencadeia uma reacção alérgica.
A minha paranóia começa no momento em que, na disposição de adormecer, apago a luz e sinto junto aos ouvidos aquele zumbido que as melgas adoram fazer durante o voo. Começo por esbracejar para afastar a “vampira”, acendo de novo a luz, salto da cama e perscruto paredes e tecto com o intuito de acabar com ela. Em tempos, era fácil localizá-la porque invariavelmente pousava no tecto mas a nova geração especializou-se na arte da camuflagem. Esta noite não consegui localizá-la e acabei por passar a noite no sofá da sala. Vi um filme, o fim de outro, vários noticiários e aprendi (na internet) que a malvada, que se introduz em nossas casas ao entardecer, é atraída além do calor corporal, pelo o anidrido carbónico que exalamos ao expirar e por algumas das substâncias que compõem o suor, como o ácido láctico.
À conta desta paranóia, passei a noite em branco no sofá da sala enquanto a melga ficou com o quarto só para ela.

sábado, 8 de agosto de 2015

O SISTEMA DE ENSINO EM PORTUGAL

Já ninguém tem dúvidas, e as recentes estatísticas vieram comprovar, que o nosso sistema de ensino está obsoleto e carece de uma mudança urgente. É preciso não confundir uma mudança radical com mais uma reforma do ensino… Não é dando "mais do mesmo", nem permanecendo mais horas na escola que se consegue resolver os problemas do abandono, absentismo, insucesso e desmotivação dos alunos.
Incompreensivelmente teimamos em manter uma escola que foi criada numa época em que era frequentada apenas por elites. Depois do 25 de Abril, com a abertura da escola a todas as classes sociais, nada foi feito de concreto no sentido de a adaptar às exigências e expectativas dos novos alunos. O problema agravou-se com a obrigatoriedade do ensino sem que ao mesmo tempo fossem criadas outras opções que não fosse o ingresso no ensino universitário. É do senso comum que tudo o que é obrigatório deixa de ser prazeroso…
O tipo de ensino actual não faz mais do que afunilar todo o tipo de alunos canalizando-os para uma única saída, as universidades públicas ou privadas, sem atender às reais necessidades e aptidões dos alunos. Poderá argumentar-se que já existe um ensino profissional… Pois existe mas conectado como sendo um ensino de segunda destinado a alunos com fracas capacidades intelectuais… Não é isso que se pretende nem o que o país precisa. O desemprego está aí a comprovar que também não é de mais “doutores” que precisamos. O que verdadeiramente precisamos é de investir na formação de técnicos a todos os níveis dando assim resposta aos alunos que não pretendem acessar ao ensino universitário sem descurar o cuidado de articular os vários tipos de ensino de forma a permitir uma franca mobilidade entre eles.
Desta forma, com alunos motivados resolver-se-ia o problema do insucesso, abandono escolar e sobretudo da indisciplina que alastra como um cancro pelas nossas salas de aula…
A manter-se o estado actual do ensino, vão ser cada vez mais os jovens obrigados a absorver uma educação que não educa nem emancipa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

OLHA-ME COMO SE NUNCA ME TIVESSES VISTO

Olha-me com olhos de quem não vê
senão o que é perfeito.
Olha-me como se nunca me tivesses visto antes
porque, na realidade, nunca me viste
tal como sou e provavelmente nunca verás…
Olha-me agora nem que seja um só instante
porque num relance, num momento de distracção,
pode ser que me vejas de tão invisível que eu sou…
Olha-me com olhos que não vêm
apenas aparências
e pode ser,
não garanto,
pode ser que nesse preciso instante
me consigas ver.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O ÚTIL E O ESSENCIAL

Cada vez que empreendemos uma limpeza a fundo nas nossas casas deparámos com imensa tralha que fomos acumulando ao longo dos anos. Umas porque achamos úteis, outras porque são essenciais no nosso dia-a-dia e outras ainda, porque sim… Desta forma vamos atafulhando gavetas, roupeiros, a casa toda…
Em dia de grandes limpezas é que nos apercebemos da enormidade dos objectos, roupas e móveis que fomos acumulando. Guardamos coisas porque nos são úteis mas perante a quantidade perdemos-lhe o tino e quando precisámos delas não fazemos a mínima ideia onde as guardámos. Outras coisas, conservamos em casa porque são essenciais e essas sabemos perfeitamente onde se encontram porque as usámos muitas vezes. É nisto que reside a diferença entre o útil e o essencial. Se não se usa muitas vezes, pode ser útil mas não é essencial…

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

NÓS, PORTUGUESES, SOMOS ASSIM

Nós, portugueses, temos a mania de chamar amigo a toda a gente. Ele é:
Ó amigo, venham de lá esses ossos;
Ó amigo, empreste-me o jornal;
Ó amigo, dê-me uma ajudinha;
Ó amigo, empreste-me aí uns euritos (aí perdem-se os euros e o “amigo”);
Ó amigo, vá pró c…
Ó amigo, vá gozar a p q p.
Esta mania de chamar “amigo” a toda a gente que entra ou passa pela nossa vida não leva a lado nenhum ou, se leva, só pode ser por maus caminhos… Porque nem todos os que chegam, ficam ou partem na nossa vida, seja através do parentesco ou não, na verdade não se podem chamar de amigos. Também não digo que sejam inimigos, diria antes que são apenas conhecidos…
Amigos são aquelas pessoas que conhecemos por acaso, às vezes nem sabemos muito bem quando nem onde mas, de repente, tornam-se tão próximos, que é como se fossem da nossa família. Apesar de não serem do nosso sangue, a consideração que temos por eles, supera a que temos por alguns familiares.
Actualmente é mesmo muito difícil, para não dizer quase impossível ter muitos amigos porque fazer amizades é fácil, difícil é saber mantê-las. Para isso, é necessário estar sempre presente, preocupar-se com os seus problemas e estar disposto a sacrificar-se para ajudá-los quando necessário.
A capacidade de fazer amigos depende em muito da nossa disponibilidade em ajudar mesmo quem não se conhece, sem esperar nada em troca.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O COMPRIMIDO

Todas as noites tomo o meu comprimido. Podia tomar de manhã, ou à tarde, mas é à noite que o tomo. Não sei porquê, se por sugestão do cardiologista se por livre arbítrio, mas é depois do jantar que o faço. E porquê? Porque senão morro… Bem, diminuindo um pouco ao dramatismo, devia dizer, se não o tomar, é provável que morra ou talvez não. Mas não vale a pena fazer essa cara de enterro. Primeiro, porque ainda não morri nem tenciono fazê-lo tão cedo e depois, se pensar bem, também não está livre de morrer.
Basta dar um valente tombo;
Basta que se entupa uma artéria na sua cabeça;
Basta que se afogue na piscina ou no mar este verão;
Basta que o seu coração decida parar subitamente. Aí temos a tal de morte súbita…
Basta... Que esteja vivo.
Talvez exista por aí quem desejasse que eu não tome o comprimido. Eu sei que lhe daria uma grande alegria… Mas não, não o farei nem em nome do meu imenso altruísmo.
Todas as noites tomo o meu comprimido.
Podia tomar de manhã, à tarde mas é a noite que o tomo.
Às vezes esqueço-me, isso acontece raramente.
Às vezes viajo e esqueço-me de os levar comigo. São apenas alguns dias de abstinência…
Às vezes revolta-me esta dependência…
mas só às vezes.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O LÓGICO E O ABSURDO

Ontem foi domingo. Depois de ler esta verdade insofismável já sei que estão a pensar: e hoje é segunda. Pois é, por isso é que estou a escrever sobre o dia de ontem…
Ontem foi dia de mais um almoço com amigos, os de sempre, no restaurante de sempre, adivinhem qual. Mas nem tudo se passou de forma rotineira. Desta vez, depois de almoço, aportámos a Vila do Conde onde está a decorrer a Feira de Artesanato. Chegámos antes das 15 horas e as portas ainda estavam fechadas o que nos permitiu especular sobre a hora de abertura e se o ingresso seria ou não pago. Prevaleceu o meu espírito prático, pelo que atravessei a rua e me dirigi ao posto de informação ali existente onde fui informado que a entrada era grátis. Apressei-me a transmitir a notícia aos companheiros de viagem. Olhámos uns para os outros e, decidimos: é grátis? Então vamos embora. São assim as decisões de quem é decidido… O cómico da situação está no confronto entre o lógico e o absurdo. O lógico seria esperar 15 minutos pela abertura da feira, o absurdo foi a decisão de não visitar a feira mesmo depois de saber que a entrada era livre. A sessão de riso que nos acometeu foi o resultado da perceção das duas opções supostamente incompatíveis…

domingo, 2 de agosto de 2015

VÁ LÁ A GENTE ENTENDER

Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.



Vá lá a gente entender os poetas…!
O desabafo é próprio de quem em algum dia desesperou de os tentar entender…Por muito que se esforce ou por muito que se ame a poesia, é impossível entender os poetas. Por isso, mais vale desistir. Seja em que circunstância for, é uma perda de tempo até porque um poeta não é uma única pessoa, são muitas numa só (tome-se como exemplo o poeta Fernando Pessoa).
Tentar entender seguindo os parâmetros normais, alguém que vive num universo alternativo, é pura utopia.
Não é poeta quem quer. Ou se nasce poeta ou… não.

sábado, 1 de agosto de 2015

OS CONTROLADORES

Há dias em que a gente cansa e, de súbito, faz-se luz: Todo esse cansaço provém da atitude errada de querer controlar a vida o que só contribui para gerar ansiedade e depressão. A partir do momento em que se abdica desse controlo, todo o stress e o consequente cansaço desaparecem como que por milagre. Basta para isso deixar que as coisas aconteçam como têm que acontecer e permitir que as pessoas sejam exactamente como são… Há que aceitar que não se pode mudar os outros, nem os acontecimentos pois a própria vida é incontrolável.
Controlar o outro é exactamente o impossível por isso descontrolo o outro para que a minha influência seja o que quero para mim. (João Negreiros)
Há dias em que a gente abdica de controlar tudo e todos…!
Há dias assim.
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