Após
uma semana em que me senti prisioneiro na minha própria casa, ou seja, uma
semana de perfeito cativeiro, estou finalmente em liberdade. Não uma liberdade
plena pois estou ainda sujeito a alguns condicionalismos. Pode dizer-se que é,
de acordo com a definição da Wikipédia*, uma liberdade condicional.
O
facto de ter readquirido a capacidade de conduzir e de poder frequentar de novo
o ginásio sob determinadas condições é já um grande passo em direcção à
liberdade plena… Contudo a condução está ainda condicionada por algum
desconforto que não me permitirá fazer grandes viagens. No ginásio apenas consegui
fazer marcha e passar alguns momentos no banho turco. Nada mau.
Só
quem já passou por uma experiência tão limitante como esta, consegue
compreender o que é estar incapacitado de poder agir de acordo com as suas
escolhas mesmo que conscientes…
*é o sistema em que um
condenado, ao invés de cumprir toda a pena encarcerado, é posto em liberdadese houver preenchido determinadas condições impostas
legalmente.
Pois é,
faz hoje 15 de sofrimento físico e moral devido à queda que dei no ginásio. É sabido
que o sofrimento físico anda geralmente ligado ao sofrimento moral e interagem
de forma a avolumarem-se mutuamente. Quando se passa por uma fase de dor
intensa devida a uma qualquer causa (doença ou acidente), é natural que o
sofrimento moral lhe seja subjacente. Dizem os entendidos que, não raras vezes,
o sofrimento moral pode agravar a dor ao provocar contracções
musculares, entrando-se assim num ciclo vicioso. Não nego que no meu caso, o
sofrimento moral por me ver privado de certo modo da minha mobilidade não tenha
contribuído para sentir mais intensa a dor física.
Para usar uma palavra agora
muito em voga, direi que, devido à minha capacidade de resiliência, tenho
conseguido recuperar e sei que depois conseguirei ir para a frente continuando a
minha vida normal.
Apesar
de começar a sentir-me um pouco melhor, ainda não me atrevo a conduzir. E pensar
que anda aí tanta gente a conduzir em piores condições de mobilidade…! Felizmente ou infelizmente, conduzem a velocidades de tal modo reduzidas que só empatam e acabam por pôr em
perigo a vida dos outros… Bem, mas isso agora não interessa nada, como diria a
minha “amiga” Teresa Guilherme.
Embora
fosse a minha vez de conduzir e pagar o almoço, os meus amigos e parceiros dos
almoços de domingo não desistiram do almocinho e lá fui eu de boleia. Para fugir à rotina e por ser mais perto de casa, optamos pelo restaurante
City Top. Este restaurante, está inserido no complexo do City Golf da Senhora
da Hora, mesmo ao lado da Estrada da Circunvalação. Fácil de localizar. É um
espaço agradável com uma decoração moderna e funcional, super luminoso com
vista para o campo de golf. Mais importante que tudo isso, é oferecer, além um
serviço simpático e personalizado, boa comida a um preço bastante acessível. Recomendo.
Vale a pena experimentar por todos os motivos que enumerei.
Diziam os entendidos do IPMA
que o temporal vinha cá para o norte ao fim da tarde deste sábado mas ficou-se por um céu plúmbeo e nem gota de chuva… Como
se, desde o passado inverno, alguma vez ele tivesse ido em demanda de outras
regiões! Desde aí, não tem feito outra coisa senão breves pausas para recuperar o fôlego
e voltar a soprar com toda a força além de despejar cântaros de água na forma de chuva
e muitas vezes, granizo. Hoje, apesar da previsão de sol radioso, o céu
tornou-se cada vez mais escuro e a chuva voltou de mansinho. Se
o temporal, lá fora, se tem revelado violento, não menos rigoroso é o temporal
que há em mim… Um temporal de ventos ciclónicos de raiva por me ver privado da
minha liberdade e fustigado por dores que penso não merecer…
Todo o temporal é assim,
quando menos se esperara, ele desencadeia-se devastador com ventos fortes que
arrasam tudo até mesmo os sonhos mais fortes… e chuva intensa que alaga tudo e cuja
enxurrada arrasta mesmo a mais sólida esperança…
Como todo o temporal, também
o meu começou assim… quando menos se podia esperar, uma valente queda de uma
espreguiçadeira no ginásio cuja cobertura alguém colocara cuidadosamente de
modo a não se notar que estava solta. Eu não sou mau mas desejo que o autor de
tão solícito acto desça de cu um bom lanço de escadas onde quer que as encontre.
Eu não sou mau… mas podia ser melhor!
Resultado, segunda-feira,
passados oito dias da queda, fiquei longas horas no
hospital em observações e exames a tudo e mais alguma coisa! Fizeram o que era
necessário fazer!
Como me dizem, em ar de
consolo, podia ter sido pior! Claro que podia, podia ter partido o osso da
bacia, o tal de coxis ou coisa pior ainda que nem imagino o que seja…
Alegrem-se
os meus amigos e descabelem-se os inimigos porque estou em franca recuperação.
Já me consigo sentar embora por pouco tempo e com alguma dor e a pisadura
começa já a desaparecer. Até a tempestade interior começa também a amainar…!
No regresso de uma das últimas visitas de estudo que fiz
com os alunos (antes de me reformar), tomámos o funicular dos
Guindais. Qual a minha surpresa quando saí em pleno Largo Actor Dias! Foi no
1.º andar do número 82 deste Largo que nasci e cresci até cerca dos meus 9 anos.
Quando digo nasci, digo-o literalmente, porque o parto ocorreu em casa sendo
minha mãe auxiliada apenas por uma parteira (não profissional). Era assim que
as coisas se passavam em plena cidade Invicta.
Tudo me pareceu além de familiar, também
muito diferente da imagem que guardava de criança. O Largo não era assim tão
grande como eu imaginava nem a rua tão larga, nem os plátanos tão altos… A casa
já não existe, foi demolida para dar lugar ao viaduto da rua Duque de Loulé. Em
frente da minha casa, do outro lado da rua, ficava o Largo Actor Dias com o seu
chafariz ao centro rodeado de grandes plátanos, paredes meias com a muralha
Fernandina. Ainda hoje, apesar de estar em pleno coração da cidade, goza do
mesmo silêncio de outrora… e no silêncio do largo pareceu-me ecoar a lenga-lenga que precedia as nossas
brincadeiras do esconde-esconde ou caçadinhas como lhe queiram chamar: "Pim,
Pam, Pum, cada bola mata um, p'ra galinha e p’ró peru quem se livra és mesmo
tu". Seria bola ou bala? Bola não fazia grande sentido mas servia
muito bem para o efeito… Muitos anos se passaram, muitas casas já habitei mas, quando
ouço alguma criança recitar a lenga-lenga, sou transportado ao Largo e é essa
casa que revejo, a casa onde cresci…
Como diz a canção:
Et la
maison, où est-elle, la maison
Où j'ai
grandi ?
Je ne
sais pas où est ma maison
La
maison où j'ai grandi.
Où est
ma maison ?
Qui
sait où est ma maison ?
Ma
maison, où est ma maison ?
Do outro lado da rua ficava o prédio onde nasci
O chafariz ainda lá está bem no centro do Largo com a muralha fernandina como fundo
Era por esta escadaria (escadas dos Guindais) que, em louca correria, descíamos até ao rio
Do lado oposto às escadas ficava a Praça da Batalha onde não estávamos autorizados a ir mas sempre o fazíamos às escondidas da mãe...
Já aqui me referi a elas e
se volto ao tema não se fique a pensar que sou contra as lombas redutoras de
velocidade em locais onde isso se justifique tais como junto a passadeiras,
escolas e outros locais onde hajam ocorrido vários acidentes. A colocação das
lombas redutoras de velocidade na maioria dos casos seria perfeitamente
descabida não fora a falta de civismo de muitos automobilistas, mas enfim,
temos os automobilistas que temos…
Se por um lado lhes reconheço
algumas vantagens, ao contrário do que muita
gente bem-intencionada pensa, as lombas redutoras de velocidade têm uma série
de inconvenientes devido aos problemas que originam. Para não me alongar muito,
citarei apenas a poluição sonora que penaliza quem perto delas mora, o desgaste
ao nível da suspensão e direcção das viaturas o que poderá contribuir para
eventuais acidentes… Não posso deixar de referir (até porque o estou a sentir
na pele), os prejuízos que causam ao nível da saúde dos automobilistas e
passageiros principalmente se já têm algum problema instalado. E quem os não
tem, passará a ter a médio ou a longo prazo ao nível da coluna.
Todos os dias e várias vezes
ao dia, sou obrigado a “cavalgar” duas (e logo duas, Senhor!) dessas lombas
redutoras de velocidade, e sempre me revolto contra quem teve a “brilhante
ideia” de sugerir e aprovar a sua instalação no interior de um condomínio numa
zona onde não é necessária a travessia de peões nem existe recreio de crianças
que aliás dispõem de amplo espaço nas traseiras…! Não devo ser só eu a ter a
mesma opinião porque tenho observado, agora que estou mais tempo em casa por
motivos de saúde, que a maioria dos condóminos as contorna sempre que não há carros estacionados ao lado delas.
Será que quem as mandou instalar também as contorna…?!
A existência das (mal) ditas
lombas é um atentado à capacidade mental de quem as aprovou e de quem por elas
é obrigado a passar além de mais um exemplo de má gestão e aplicação dos
dinheiros do condomínio…
A pedido de centenas de amigos
vou tentar esclarecer em que consiste a minha maleita… Bem, não serão assim
tantos os amigos e, nem apenas um, pediu tal esclarecimento! Claro que não é
por falta de interesse, a verdade é que todos os meus amigos são pessoas
esclarecidas e sabem perfeitamente o que é uma contusão. Para quem não sabe, de
uma maneira muito simplista, direi que se trata de uma lesão dos tecidos devido
a uma queda ou pancada sem que haja ferimento superficial.
O que fazer nesta eventualidade?
Pelo que sei, ainda não foi sanada a discussão e a controvérsia sobre a vantagem
ou inconveniente da aplicação do gelo na fase aguda (a que ocorre logo após a
lesão). O consenso geral, de acordo com as minhas pesquisas, é de que deve ser
aplicado gelo (não directamente sobra a pele) para evitar o derrame excessivo de
líquido que irá originar o edema. O gelo, ao provocar a vasoconstrição, diminui o inchaço (edema), evita o derrame além de
diminuir a dor.
O calor, tem um efeito
contrário, isto é, provoca a vasodilatação. Na fase crónica (15 dias após a
lesão), o calor pode contribuir para uma melhoria da nutrição e elasticidade
dos tecidos (tendões e músculos), além de diminuir a rigidez quer articular, quer
muscular. As coisas que eu aprendi com o bate-cu…!
Por uma questão de lógica e
polémicas à parte, o gelo é o tratamento indicado nestes casos. O meu grande
erro, foi não dar a devida importância à minha lesão na fase aguda por não ter sentido uma dor insuportável.
Poderá
alguém sentir-se prisioneiro na própria casa? De momento e nas presentes circunstâncias,
é assim que me sinto. Há dias, principalmente dias de chuva, em que apetece
ficar no quentinho dos cobertores a ouvir a chuva cair lá fora, sentar no
melhor sofá da sala a ler um bom livro ou em frente da TV e assistir aquele
filme que sempre se quis ver ou simplesmente ouvir, de olhos fechados, aquelas
músicas que nos tocam na alma… E, porque não, ficar simplesmente deambulando
pela casa em pijama sem ter a preocupação de se vestir a rigor para enfrentar a
tempestade. Claro que todas estas situações se adaptam perfeitamente a um dia
de sol em que não apetece sair e tendo a possibilidade de satisfazer tais
apetites…!
Quem
não invejaria estar no meu lugar? Aliás, só pode ser por inveja que me encontro
nesta situação… Sim, porque eu acredito nestas coisas, nomeadamente no poder negativo
da inveja…
Contudo,
ficar em casa por motivos de saúde, familiares ou psicológicos, tira todo o
prazer a estas actividades que, em outras circunstâncias seriam prazerosas…
Prisioneiro em minha própria casa, é assim que me sinto. Apesar de ninguém me
impedir de sair, de ter um carro medianamente confortável com o depósito
atestado de gasóleo, não o posso conduzir porque o músculo da perna esquerda
não corresponde aos movimentos necessários para controlar a embraiagem. Todo o
prazer de me sentar a ver TV, ler ou ouvir música me é recusado por não me
poder sentar devido ao hematoma no glúteo esquerdo… E assim ficarei prisioneiro
até que com o tempo o organismo reaja absorvendo o maldito.
Prometo
que não vou entrar aqui numa de brejeirice como logo se faz supor quando se
fala na terceira perna… A esse propósito recordo sempre um colega de trabalho que
contava aquela graçola já muito estafada de dizer: “Já repararam que tenho uma
perna mais curta?”. Como não se notava tal anomalia, era sabido alguém responder;
não, não se nota nada. Qual é? Ao que prontamente respondia: “a do meio”. Apenas
ele ria com gosto e nos obrigava aquele riso forçado politicamente correcto…
Mas
não era isto que tinha em mente quando comecei a escrever este texto com muito sacrifício
por estar sentado de lado… Por isso mesmo me lembrei como seria prático termos
não duas mas três pernas… e por que não também três braços?! Assim, em caso de
acidente (como o que me aconteceu), teríamos sempre o recurso a uma perna
suplente. Já não sou apologista de duas cabeças porque pressinto que entrariam
em conflito de interesses e não chegaríamos a parte nenhuma… mas com três
pernas, sim. Concordo que, em determinadas situações, a tal terceira perna
poderia tornar-se bastante incómoda… Já o terceiro braço me provoca o dilema
onde deveria estar implantado? Pensando melhor, acho que deveríamos ter não
três mas quatro braços. Assim ficava resolvido o problema, colocando dois de
cada lado como aquelas deusas hindus. Do mesmo modo em vez de três, deveríamos
ter quatro pernas. Agora estaria eu confortavelmente sentado em vez de estar
aqui de lado com uma nádega fora da cadeira devido ao hematoma no glúteo
esquerdo devido ao meu estrondoso bate-cu…
Fiquei
contente por saber que segundo os dados
da Eurosondagens sobre as intenções de voto para as eleições legislativas realizadas para o
Expresso e para a SIC, o PS está a ganhar cada vez mais votos. Não cabia em mim de contente com tal
notícia. Só me faltou dançar mas, como sou um péssimo bailarino, não me atrevi…
Tampouco sou filiado no partido socialista mas fiquei mesmo contente com a perspectiva
de tão seguríssima (não estou a glosar o nome do líder do PS) vitória. Pode parecer
incongruência da minha parte ficar contente com a hipótese de uma vitória do PS
nas legislativas mas, fazendo fé (que é o que nos resta) no discurso de José Seguro em São Pedro do Sul, em que ele
alegou: "Um governo do PS por nós
liderado tem de imediato uma prioridade: repor as pensões e as reformas aos
idosos do nosso país", só podia ficar contente como aposentado que sou…
Estou
plenamente de acordo que uma forma de evitar estes cortes passaria pela redução
da “gorduras do Estado” como ele afirmou em recente discurso. Bastava acabar
com as mordomias dos membros do governo e deputados bem como reduzir os
vencimentos e reformas milionárias de gestores públicos e políticos em geral…
Mas esta conversa não agradou a nenhum dos partidos (PS inclusive). Estamos
conversados.
Voltando
às declarações de José Seguro, também o ouvi dizer que além de repor os cortes
nas reformas iria acabar com a taxa de solidariedade social.
Penso
que está mais que justificado o meu contentamento perante a provável vitória do
PS nas legislativas. Apenas me resta uma preocupação a ensombrar tamanha
alegria… Receio que, a acreditar na promessa de não aumentar os impostos, a
fortuna pessoal de José Seguro bem com o património do partido socialista não
sejam suficientes para repor todos os cortes nas pensões e salários sem
aumentar outros impostos… Nesta perspectiva, melhor seria dar a vitória ao PC já
que, segundo publicação da TSF, o valor patrimonial, do PC faz dele o partido mais ”‘rico”, com
12,9 milhões de euros em activos fixos tangíveis declarados à Entidade das
Contas contra os 7,7 milhões declarados pelo PS…
Digam lá se não
ficaríamos melhor servidos com o PC…?
Não era minha intenção gerar uma tal polémica, se
assim lhe podemos chamar, acerca do meu bom ou mau feitio. Cá está mais um
exemplo de como cada conceito varia conforme o ponto de vista de quem o observa.
E esse ponto de vista varia conforme as vivências e raízes culturais de cada um…
Resumindo, sei que não sou uma pessoa de trato
fácil devido às minhas manias sendo uma delas o perfeccionismo. Tenho opiniões
muito pessoais sobre como desenvolver o trabalho (isso fez com que ganhasse
amizades mas também inimizades), bem como viver o dia-a-dia. Desde já agradeço
o depoimento de quem trabalhou comigo durante vários anos e a boa impressão com
que ficaram da minha pessoa. Fui sincero, fui autêntico como sempre procuro ser
em todas as ocasiões, daí que me considere um mau feitio. Apesar do bom trato,
posso ser bem desagradável quando acho que tenho razão. Mas não vou entrar em
polémicas sobre o assunto.
Se trago à baila de novo este assunto é para dar
um pouco de alento a quem tem mau feitio. Segundo um estudo alemão divulgado
pela SIC, o facto de exteriorizar sentimentos negativos aumenta, em pelo menos
dois anos, a esperança média de vida. Isto porque ao reprimir as emoções faz acelerar a pulsação e a transpiração aumentando
assim as probabilidades de vir a sofrer de hipertensão, doenças
cardiovasculares, cancro ou problemas renais.
Trata-se de um estudo sério (publicado na Revista da Sociedade Americana de Psicologia) e que
envolveu mais de seis mil pessoas…
Por isso, meus amigos, bora lá a exteriorizar o que pensam mesmo
correndo o risco de serem considerados de “mau feitio”. Viver ter mais dois
anos de vida, compensa…!
Pois
é, por motivos profissionais (não remunerados) a festa de aniversário da minha
mulher teve que ser adiada para ontem (sábado). Comemorou-se este aniversário
em família de uma forma simples apenas com o tradicional bolo de aniversário e
o espumoso da praxe… Quanto à mesa, digam lá se não sei pôr uma bonita mesa
para celebrar o aniversário de alguém (não digo o nome…) com mau feitio mas que
tem o mérito de aturar alguém com muito mais mau feitio…
Os
dias passam tal como tudo passa, mesmo a própria vida. O que ontem era certo torna-se
incerto amanhã…
Hoje,
é apenas o dia seguinte do que já foi e véspera do que há-de vir.
Os
dias passam e, na certeza do presente há quem não sinta a distância a crescer…
Os
dias passam e com eles levam algumas pessoas enquanto outras teimam em ficar (mesmo
estando ausentes) …
Os dias passam, há gente que chora enquanto outros riem de tão longe que estão da
guerra e demais sofrimento….
Os
dias passam céleres em boa companhia enquanto outros continuam sós a vê-los
passar…
Os
dias passam… há quem não se dê conta enquanto outros sentem os dias passar…
Os
dias passam, hoje é apenas o dia depois de ontem e véspera do amanhã… Por isso, celebremos o dia de hoje enquanto o amanhã não chega... De uma forma ou de outra, haverá sempre um amanhã… Hoje é dia de festa, alguém muito especial celebra hoje o seu aniversário. Parabéns!
Ainda ninguém me explicou,
nem a mim nem a ninguém (que eu saba), porque temos vontade de rir quando
alguém cai. Sei que existem várias teorias mas na minha opinião, é o inusitado
da situação que nos faz rir ao ver alguém que tão depressa está em pé ao nosso
lado e logo a seguir, estatelar-se no chão. Há quem diga que rimos de
satisfação por não termos sido nós a cair
Já dizia a minha avó “onde
quer está o perigo” e lá estava ele (o perigo), sentadinho na espreguiçadeira
do ginásio… Como é meu hábito, depois do banho turco e de passar pela sauna,
faço sempre um tempinho na sala de descanso onde existem três espreguiçadeiras.
Segunda-feira, depois do ritual do turco e da sauna, sentei-me afoito numa das
tais espreguiçadeiras e não é que a lona se rompeu e caí de cú no chão? Foi
literalmente o que se chama de enorme bate-cu…! Obviamente não achei graça
nenhuma, o meu sentido de humor não dá para tanto. Na altura doeu mas nada que se
não suportasse. O pior estava para vir. Passei a noite e o dia seguinte com
dores e mal me posso sentar. Hoje acordei com uma negra de todo o tamanho de
uma nádega do meu cú.
De futuro, prometo não
voltar a rir-me quando vir alguém cair… mesmo que seja de cú!
É do
senso comum que a vida é feita de
escolhas. Todos os dias e a toda a hora somos forçados a tomar decisões e deparámo-nos
com as nossas próprias indecisões. Se na sua maioria as decisões com que diariamente
somos confrontados não acarretam grande risco e por isso são fáceis de tomar,
outras há que nos obrigam a ponderar seriamente as consequências que daí poderão
advir. Quando das nossas decisões depende a vida de
outrem ou a nossa própria vida, a escolha entre partir ou ficar, o agora ou
nunca, comprar ou não comprar, mudar ou não mudar, … gera indecisões que por
vezes se prolongam no tempo. Qualquer indecisão é afinal uma decisão adiada… Contudo, momentos há em que não
importa saber: o se, o quando e muito menos para onde… O impasse entre esta ou
aquela opção é sempre pior do que qualquer decisão que venha a ser tomada.
Hoje a
Mafalda faz 50 anos. Não essa Mafalda que conhecemos mas aquela desenhada pelo cartoonista
de seu nome Quino. Como sempre, ela nos ensina ou obriga a reflectir sobre
factos que damos como adquiridos e nem nos deteríamos a pensar não fora a sua
preciosa ajuda. Atente-se no cartoon que inseri neste texto… Quando o li pensei
que, de facto, há imensas coisas que, apesar de existirem, não se veem.
Certamente nos vem logo à ideia o ar… Acrescentaria a par de outras também o
amor. Já ouço vozes discordantes dizendo-me que o amor se vê através dos actos
de carinho e desejo pelo parceiro(a). Mantenho a minha opinião de que o amor
não se vê, senão qual a razão daquela pergunta tão pronunciada em todas as
línguas: “tu amas-me?”. Na verdade, o que se vê são manifestações físicas do
amor (beijos, abraços, palavras doces,…) mas não o amor em si. Tal como acontece
com o ar, o que vemos é o efeito da sua deslocação que agita as folhas das
árvores e pode até derrubá-las na fúria do seu destino…
Fica desde já o aviso que não se trata do contraditório de
uma declaração que aqui fiz em que discordava da velha frase: “no meu tempo…” seguida
de um rol de supostas qualidades em desvantagem do tempo actual. Apercebo-me
que estou a entrar num tema assaz complexo e por isso de difícil definição… Com
efeito, a palavra tempo pode ter diferentes significados conforme o contexto em
que se aplica. Podemos dizer que estamos a “matar o tempo” quando deixámos que as
horas passem ocupados exclusivamente com uma actividade de puro lazer. Dizer
que “Temos tempo” significa que se está sem pressa, disponível, sem outra
actividade de carácter mais urgente enquanto “perder tempo” é quando nos
ocupámos com tarefas inúteis de onde não resulta algo útil. “Dar
um tempo” ou “pedir um tempo” significa pedir um espaço temporal medido em
minutos, horas, meses ou anos. Pode também ser a solicitação de uma pausa no
decorrer de qualquer actividade e nem vou referir-me ao tempo atmosférico para
não alongar mais este texto e também porque ele não se tem andado a portar nada bem…
Quando alguém se refere ao meu Blog, é frequente ouvir comentários do género: faz bem,é bom para passar o tempo. Gostava que compreendessem que, quando
escrevo, não estou a passar o tempo. Estou a fazer algo que, além de me dar
prazer, tem um objectivo definido. Não se trata simplesmente de “passar” ou “matar”
o tempo. Era preciso que eu não gostasse do Meu Tempo para o matar ou deixá-lo
passar sem lhe dar a merecida importância…
Já agora, deixo aqui o meu agradecimento a quem dedicou o seu
precioso tempo a ler este texto que
já vai longo…
Já em várias ocasiões
me referi a canções que não nos saem da cabeça, que em nos "martelam" a cabeça às
vezes, durante dias inteiros. Porém, há canções que nos tocam e de tal modo “entram”
em nós que permanecem cá dentro por toda uma vida. Isso acontece por uma de variadíssimas razões que se podem prender com a letra que descreve de forma magistral o nosso
estado de espírito, porque a ouvimos após o final de um
relacionamento, num momento de grande felicidade ou de profunda dor,… De uma
forma que não sei explicar, ao escutar de novo a mesma música somos
reportados magicamente até esses momentos revivendo sentimentos que despertam emoções…
Uma dessas músicas que
ainda ouço com alguma emoção é a canção Nothing Compares 2u cantada pela
saudosa Sinéad O’Connor e não particularmente por qualquer uma das razões anteriores. O que me tocou (e ainda toca) profundamente é o sentimento que
transparece na voz da cantora (tristemente célebre pelos seus desvarios). A
letra desta canção nem sequer é da sua autoria, foi escrita por Prince
para um outro vocalista. Contudo Sinéad O'Conor interpretou-a com tal autenticidade e um
sentimento tão profundo como se a letra retratasse algum momento da sua própria vida… Isso
pode observar-se no videoclipe de promoção da canção lançado em 1990 que se encontra em baixo. Se
repararem, há um momento em que as lágrimas deslizam
pelo rosto de Sinéad quando canta o verso. "All the flowers that you planted, Mama, in the
back yard, all died when you went away" ("Todas as flores que você plantou no quintal, mãe, todas elas
morreram quando você foi embora"). A partir
desse momento, a emoção apodera-se de Sinéad O'Connor que não consegue mais conter as lágrimas. Mais tarde, numa entrevista dada ao canal VH1, ela explicou que
as lágrimas tinham a ver com a lembrança do complicado relacionamento com a sua
mãe já falecida. Há outras opiniões sobre a origem dessas lágrimas todas elas
relacionadas com a conturbada vida sentimental da cantora… Isso, na minha opinião,
é de somenos importância. O que conta afinal nesta canção são as emoções…
A música tem esse
estranho poder de nos emocionar e trazer à lembrança os bons e os mais amargos momentos!
Isto de me pôr a falar do
tempo tem que se lhe diga. Falar do tempo, é como as cerejas… há sempre algo
mais para dizer. É o mal de ter tempo, dirão alguns… Pessoalmente, não encontro
nada de errado em ter tempo, antes pelo contrário. Considero de extrema
importância termos um tempo só para nós. Acho mesmo fundamental para o
nosso bem-estar físico e psíquico termos um tempo só nosso, para as nossas
pequenas coisas, para cuidarmos de nós. Gostar de nós próprios é meio caminho
para gostar também dos outros. E quem não gosta de ter um bom aspecto e de se
sentir bem?
É pois importante dedicar
algum tempo para fazermos de nós próprios a pessoa mais importante e nos
brindarmos com pequenos mimos. Seja para cuidarmos do nosso aspecto físico, ler
um bom livro, ir ao shopping, almoçar com algum amigo, fazer uma caminhada à
beira mar ou simplesmente sentar numa esplanada e respirar fundo longe das
tarefas diárias, dos filhos, da casa,...
Todos esses pequenos nadas
podem fazer toda a diferença no nosso bem-estar físico e psíquico…
“Com o tempo, você percebe que para ser feliz com outra pessoa, você
precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Aprende também a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente a
gostar de quem também gosta de você.” (desconheço o autor)
Durante longos anos
pensei que celebrar aniversários de acontecimentos e mesmo o meu, era algo patético
e descabido de interesse. Na minha opinião tratava-se de um procedimento
imposto pela sociedade e ao aceitá-lo tinha apenas como objectivo não ser
olhado como um ser estranho e desadaptado às regras sociais. Passados 66 longos
anos e alguns abanões da vida, aprendi que festejar aniversários tem a sua
importância não porque toda a gente o faz mas porque cada ano que passa é mais uma
vitória e por isso, um caso de sucesso pessoal. Além disso, celebrar um
aniversário (seja lá do que for) ´não é mais que um pretexto para juntar
aqueles amigos mais chegados
Vem
isto a propósito de a nossa Princesinha celebrar amanhã de madrugada dois mezinhos de vida… Todos
os dias há motivos para celebrar a vida sem ser preciso uma data especial. Hoje
é mais um desses dias…
Há dias
em que os acontecimentos nos dão a (tola) sensação de que tudo está sob
controlo. Tudo parece funcionar de acordo com os nossos planos e expectativas. Achámo-nos
tão fortes, tão competentes, que sentimos aquela sensação de possuir o total domínio
sobre os eventos e principalmente sobre a nossa própria vida… Este estado de
espírito dura enquanto tudo corre de feição… Mas há sempre um dia em que a vida
resolve alterar as premissas e aí as coisas deixam de corresponder aos nossos
desejos. Perdemos o controlo dos acontecimentos. Aí vem aquela sensação de
frustração, de enorme aborrecimento…
Há dias
em que sentimos que algo está errado, que falta alguma peça no puzzle da nossa
existência… Podemos reagir de acordo com a nossa personalidade sentindo-nos
profundamente frustrados ou achando que se trata de um momento menos favorável
que não voltará a acontecer… Contudo, isso irá garantidamente voltar a
acontecer e por diversas vezes durante a vida. E aí é que está o incentivo para
continuar no trilho da nossa vida…
“Não peça
que tudo na vida siga o caminho de sua vontade. Reze para que as coisas
aconteçam como elas precisam acontecer – e verá que tudo é muito melhor do que
estava esperando”. (Paulo Coelho)
Quem os
vê em exposição, a tarefa do transporte e montagem parece ser de somenos
importância face à possibilidade de se poder usufruir de móveis atraentes e
funcionais e relativamente económicos.
Na
prática e no que me diz respeito, as coisas não funcionam assim… Tenho uma
certa tendência (ou azar) para complicar o que à partida parecia ser simples.
Tudo
começou por uma incursão às instalações do IKEA com a finalidade de adquirir
umas sapateiras que já tinha andado a namorar. Depois de registar as
referências necessárias para recolher as respectivas embalagens, dirigi-me ao
corredor onde supostamente elas se encontravam. As reduzidas dimensões das
embalagens animaram-me a carregar uma delas. Erro crasso. Surpreendido com o
peso inusitado da dita, desequilibrei-me e ia caindo de costas (melhor dizendo,
de cu). Larguei a embalagem que deslizou para o chão e, por pouco, não me ia
apanhando os pés. Larguei aquele apropriado “foda-se” que os entendidos dizer
aliviar o stresse e até tirar dores… Antes ela do que eu, pensei. Confrontado com
a minha incapacidade para carregar as benditas embalagens, retirei-me com a
promessa de lá voltar, desta vez com ajuda. Dias depois, voltei e lá estavam as
ditas embalagens a tentar dissuadir-me da empresa de as carregar. Com a ajuda e
auxílio de um carrinho de transporte, lá consegui transportá-las até ao carro.
Aí, foi preciso encetar nova luta para convencer as (mal)ditas a entrar para a
bagageira. Elas estavam decididas a dificultar a tarefa, ora cresciam, ora se
atravessavam, ora impediam que a porta da bagageira se fechasse… Quando finalmente
consegui acomodá-las na carrinha, estava exausto…
Uma
vez em casa, as embalagens foram depositadas no chão do escritório em fase de
maturação (leia-se: vontade) para proceder à sua montagem.
No
regresso da viagem à Croácia, vinha decidido a concretizar a tarefa de montar
as sapateiras. Ao entrar em casa fui surpreendido com as sapateiras já montadas
e colocadas no devido lugar. Foi a surpresa que me reservaram a filhota e o meu
genro. Aqui fica o meu obrigado.
O
efeito foi o desejado e, o mais importante é que agora consigo visualizar (e
guardar) a minha coleção de sapatos sem deixar nenhum esquecido por uma estação
como já tem acontecido…
Como sempre, não podia estar
mais em desacordo com a velha máxima do “ver para crer”, como dizia São Tomé. E
não se trata de antipatia ou má vontade contra o santo… Se há coisas que
contadas ninguém acredita, é preciso ver para crer, outras há que é preciso
crer para ver… Efectivamente, há coisas que a gente sabe mas não quer saber que
sabe, passe a redundância. Na verdade, é muito mais cómodo não tomar conhecimento
de factos que nos incomodam ou causam sofrimento. Neste caso, a
opção é ignorar o que se passa à nossa volta ou o que os meios de comunicação
nos transmitem. Seja por medo, cobardia ou falta de coragem para enfrentar a realidade,
para evitar tomar conhecimento de realidades que sabemos existir mas que
preferimos ignorar já que isso nos exigiria tomar determinadas decisões…
Embora tudo o que atrás ficou
escrito se possa aplicar aos relacionamentos amorosos, ao escrever estas linhas
tinha em mente a situação actual no nosso Planeta. Refiro-me às guerras em
curso (Ucrânia, Israel/Palestina e Iraque), aos assassinatos e atrocidades
cometidas pelos fundamentalistas islâmicos…
Em momentos da crise como a actual há sempre aquela teimosia da
lágrima ao canto do olho que em nada contribui para melhorar a situação. O
contrário também não me parece ser de muito siso… Já lá dizia o outro, “muito
riso, pouco siso”. Contudo, sorrir no momento certo, com conta e medida, pode
fazer toda a diferença no nosso e no dia-a-dia daqueles para quem sorrimos… Não
importa o que nos vai na alma, sorrir é fundamental. Eu sei que há riso que
mais parece choro mas também há choro de pura e genuína alegria… seja qual for o
momento ou a situação, deixemos extravasar as nossas emoções. Se nos apetece
chorar, então que venha o pranto contudo é preciso saber pôr-lhe um fim. Que apenas
o sorriso prevaleça (em boa conta e medida)…
A este propósito partilho a canção de Rui
Veloso cuja letra tão bem transmite o que tentei dizer por outras palavras…
Se existe dia do pai, dia
da mãe, dias da criança, dos avós, dos namorados, dos amigos,… enfim dia para
tudo e para todos, por que não existir um dia dos irmãos?! E lá fui eu
pesquisar pela internet não fosse existir já esse tal dia sem eu saber… Através
dessa pesquisa, descobri que afinal existe o Dia dos Irmãos desde tempos
imemoriais na cultura nepali sendo celebrado a 5 de Setembro com uma festa
integrada nas comemorações de festivais hindus. Muito bem, mas que temos nós a
ver com esse dia? Nada, mas o dia existe e é celebrado nas sociedades
ocidentais precisamente a 5 de Setembro. Influência hindu? Nada disso. A justificação
para a escolha desta data relaciona-se com o dia do 10º aniversário da morte de
Madre Teresa de Calcutá na Índia…
Seja qual for a razão,
o que importa é que a data existe e tal como todas as outras, merece ser
celebrada. Se a maioria dos “dias” que se celebram ao longo do ano não me emocionam
de alguma forma, o dia dos irmãos, talvez pela razão de já não estarem comigo,
tem grande significado sentimental.
Saída do
hotel com destino ao Parque Nacional de Plitvice. Este parque natural faz parte
do Património Mundial da UNESCO desde 1979 devido à sua importância geológica e
ecológica.
Travessia de barco do lago Kozjak
Este parque
integra 16 lagos e diferentes dimensões ligados por cascatas em cerca de 30.000
hectares, com montanhas de vegetação nativa.
Na outra
margem, breve paragem para almoço.
Depois de
almoço, continuação da caminhada pelo do Parque.
Note-se a
transparência da água e a coloração que varia entre o azul e o verde.
As cascatas sucedem-se desde pequenos a grandes desníveis
O barulho da água é ensurdecedor…
Fim do percurso pedestre… há que voltar para trás
Continuação
para Zagreb seguido de uma visita
panorâmica à capital croata.
Zagreb tem
muitas igrejas e palácios góticos e barrocos, dos quais se destacam: