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sábado, 29 de junho de 2019

QUANDO O AZAR BATE À PORTA


Há dias em que tudo quanto se faça corre mal. São daqueles dias que mais valia ficar quietinho na cama e fazer votos para que o tecto não caia. Desde o momento em que se sai da cama não há nada que corra bem. Já foi sorte não ter partido uma perna ao sair!
Durante as tarefas matinais golpeia-se a face ao fazer a barba, de seguida os botões da camisa não encontram  as respectivas “casas” e mais tarde, já na cozinha, o pão com manteiga escapa-se das mãos e cai sobre o balcão ou no chão precisamente do lado barrado e ao sair de casa, se nos lembramos do guarda-chuva, é certo que não chove e depois, durante a condução, a fila pela qual optámos é precisamente a mais lenta. Enfim, tudo quanto se faça, de certeza que vai correr mal.
Ao ver o pão esparramado no chão precisamente com o lado da manteiga para baixo, lembro-me sempre de uma das célebres leis de Murphy. Não há duvida que existem e não há nada a fazer para as contrariar. “Se algo pode correr mal, vai (mesmo) correr mal”. De acordo com esta lei, todos os acontecimentos do dia vão correr mal… De acordo com a lógica o facto não surpreende. É normal que ao fim de certo tempo, devido ao desgaste, algo deixe de funcionar ao contrario do que se deseja. A Scientific American dá como explicação para o “azar” da torrada o facto de balcão ser baixo e não dar tempo para que o pão dê uma volta completa. Como a parte barrada estava virada para cima, ela só dá meia volta e cai exactamente com a manteiga a espalhar-se no chão. É uma explicação.
Na minha opinião, já que nada dura para sempre, a única coisa a fazer é adaptarmo-nos a esta realidade.
Há dias assim.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

AMIZADE

SÃO PEDRO ANDA MESMO BARALHADO


Se chove, é água a mais. Se não chove, é seca severa… O coitado do santo nem sabe o que fazer! Aproxima-se a passos largos o dia de São Pedro que pressupõe que todos saibam o que lhe pedir em termos de tempo, mas tal não acontece. Enquanto uns lhe pedem chuva, outros pedem que chova pouco ou, o que era ideal, é que não chova. Um tempo assim, dizem, permite prolongar a época da praia por mais uns dias. Isto é o que pensam os amantes de praia mas, na ausência de chuva, há toda uma panóplia de outras sugestões a prolongar. A esta hora já o santo se deve estar a interrogar, o que fazer de modo a agradar a todos?
Há culturas que se adaptam melhor à falta de água enquanto outras se adaptam melhor à seca moderada. Sem contudo abdicar de qualquer ação em defesa do ambiente, o agricultor tem que se adaptar ao um novo clima que já está aí e ameaça prolongar-se. Adaptação essa que exige uma verdadeira mudança a que a maioria é notoriamente avesso. No entanto, optar pela mudança não é um capricho da Natureza, é preciso que cada um saia da sua zona de conformo e enfrente essas mudanças. Com a certeza de que qualquer mudança vai aproximar-nos mais daquilo que realmente se quer ser.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

ANALFABETISMO


SAIR DO SÉRIO

Em princípio, sou uma pessoa tranquila. Poucas coisas me tiram do sério mas uma delas é a falta de civismo. Não considero que a falta de sensibilização, como alguns defendem, esteja na base desta atitude reveladora da falta de capacidade, para não dizer de inteligência, de se colocar no lugar do outro. O problema não se resolve com campanhas. Todos os dias se propagam e ninguém vê nem escuta. Era preciso implementar e incrementar a fiscalização e o efectivo sancionamento da infracção cometida.
Diariamente assisto e sou vitima de comportamentos que revelam um total desrespeito pelo próximo desde o estacionamento nos passeios e locais destinados apenas ao estacionamento de deficientes com o respectivo dístico, o aproveitamento abusivo do entroncamento onde moro para inverter a marcha, o estacionamento em plena faixa de rodagem e outros casos. Tais comportamentos têm sempre a mesma justificação, uns minutos para beber um café, comprar pão fresco, levantar dinheiro na caixa automática, a falta de locais disponíveis para estacionar… Nota-se neste e noutros comportamentos só a falta de civismo que alastra por todo o país só compreensível pela dificuldade em estacionar e circular.
Também os direitos do deficiente também têm um  Dia. A data proposta pela ONU celebra-se todos os anos na primeira terça-feira de Dezembro. Raramente concordo com estes dias porque acho que devem ser respeitados todos os dias embora compreenda que a data tem como objectivo motivar toda a gente para os direitos e o bem-estar dos portadores de qualquer deficiência.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

SOMOS O QUE PENSAMOS

DIFERENTES FORMAS


Motivado pelo recente caso do candidato a primeiro ministro britânico e pela sua jovem namorada o tema, infelizmente sempre actual, mereceu-me algumas linhas de reflexão.
Muito se tem falado e pouco se tem feito contra a violência em geral. Não é possível falar em violência sem aceitar que existem diferentes formas de ela se manifestar. Mesmo assim, arrisco-me a afirmar que na base de qualquer violência está o preconceito, a agressão física e verbal, a homofobia, o bullyng, entre outras. Segundo a APAV a violência doméstica (menos divulgada) já por si engloba diferentes tipos de abuso. (1) E não se pense que só a mulher é vítima de agressão. Há homens, sobretudo idosos e crianças, que infelizmente engrossam essa extensa lista.
Todos os casos provocam sofrimento e levam muitas vezes à perda de vidas humanas. Independentemente do sexo, qualquer forma de violência é uma violação dos muito apregoados direitos humanos…
Qualquer relação, seja ela qual for, desde que não consentida é um crime que devia ser punido por Lei sem que haja necessidade da existência de violência como exige a lei em vigor.
(1)
·    violência emocional: qualquer comportamento do(a) companheiro(a) que visa fazer o outro sentir medo ou inútil. Usualmente inclui comportamentos como: ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação; humilhar o outro na presença de amigos, familiares ou em público, entre outros.

· violência social: qualquer comportamento que intenta controlar a vida social do(a) companheiro(a), através de, por exemplo, impedir que este(a) visite familiares ou amigos, cortar o telefone ou controlar as chamadas e as contas telefónicas, trancar o outro em casa.

· violência física: qualquer forma de violência física que um agressor(a) inflige ao companheiro(a). Pode traduzir-se em comportamentos como: esmurrar, pontapear, estrangular, queimar, induzir ou impedir que o(a) companheiro(a) obtenha medicação ou tratamentos.

domingo, 23 de junho de 2019

SÃO JOÃO NO PORTO


O evento festeja-se em várias cidades portuguesas mas é no Porto em que os festejos têm maior impacto devido ao feriado municipal.
São João tal como Santo António e São Pedro são festejados na sua época pela população portuguesa, por isso Junho é conhecido como o mês dos santos populares.
Este ano volta a ser possível “lançar” balões visto que os voos no Aeroporto Sá Carneiro foram suspensos esta noite. A sábia decisão foi tomada devido ao “aumento exponencial” de largada de balões.
Não se sabe ao certo quando começaram os festejos em honra de São João, sabe-se que já no século XIV Fernão Lopes se referia a eles aquando da sua viagem ao Porto afim de preparar uma visita do Rei mas é possível que sejam mais antigos.
Precisamente devido a esses festejos, muita gente pensa que São João é o padroeiro da cidade invicta contudo registe-se que o título pertence muito justamente a Nossa Senhora da Vandoma.
O que nem todos sabem é que São João, além de ser um protetor dos doentes (não sei porquê), ficou mais conhecido e venerado por ter batizado Jesus Cristo nas águas do rio Jordão.

sábado, 22 de junho de 2019

A FUNÇÃO PRINCIPAL


Ser professor não é assim tão fácil como parece. Cada profissão contribui para a construção da sociedade em que vivemos. Como acontece em todas as profissões, há quem colabore mais ou menos intensamente para manter essa estrutura.
O inquérito já não é novo mas porque foi dado a conhecer muito de corrida nos noticiários televisivos e não só é um tema que considero importante debater. Revela este estudo, realizado por TALIS (Teacher and Learning International Survey), que os professores portugueses, no Ensino Básico gastam em média 26,5% para manter a disciplina na sala de aula “roubado” aos 73,5% do tempo que deviam gastar na sua real actividade… isto é, os professores em Portugal “gastam” um quarto do tempo a tentar manter a ordem na sala de aula além de outras tarefas burocráticas para as quais não estavam vocacionados mas que tiveram forçosamente que aprender.
Mesmo assim não se evitam agressões verbais e físicas por parte dos alunos e de certos encarregados de educação…
A principal função destes profissionais foi durante muitos anos transmitir o conhecimento de que era (único) detentor. Com o passar do tempo esta função foi evoluindo e passou a exigir a participação activa não só do aluno como de todos os participantes no processo de ensino aprendizagem reservando para si próprio o papel de moderador. Neste momento a principal função do professor é partilhar com os alunos aquilo que sabe. Não precisa ser um especialista neste ou naquele saber para espalhar o seu conhecimento. O bom professor é aquele que consegue transmitir os seus conhecimentos de forma clara, divertida além de didáctica.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

VEM AÍ O VERÃO


Vem aí, está quase a chegar, o Solstício de Verão. Chega esta sexta-feira às 16:54. É claro que me refiro ao hemisfério Norte, onde vivo!
De facto, neste momento do ano, ocorre o dia mais longo que coincide com o início do Verão devido ao facto de o astro atingir na esfera celeste a maior declinação a partir da linha (imaginária) do Equador mas isso são dados científicos que pouco interessam neste instante. Seja muito bem-vindo, digo eu que gosto muito de calor do Verão e pouco da penumbra. Mesmo com temperaturas abaixo do normal para a época e com muita nebulosidade o Verão está à porta.
Visto a partir da Terra, nesse tempo não havia drones, o Sol parecia parado na esfera celeste mantendo a mesma posição quer ao nascer como ao pôr do sol. Nesta fase do crescimento o facto era motivo de imensa confusão. Hoje considero que o fenómeno traz alguma vantagem para quem gosta de fotografia o que não diminuía a admiração que sentia e também um certo medo. Passado esse receio, fruto da minha ignorância, recebo o Sol de braços abertos e com muito respeito pelo momento.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

COM "H" OU SEM "H" ?


As duas grafias coexistem nos dicionários de Língua Portuguesa embora com algumas diferenças entre elas. O termo estória que já vem do século XIII, empregava-se para qualquer narrativa popular ficcionada sobre qualquer acontecimento, enquanto que o termo “história” se destinava à factos históricos que realmente aconteceram. Actualmente, os dois termos são usados indistintamente em qualquer contexto.
Com ou sem “h”, as histórias têm o extraordinário dom de nos transportar através do tempo e do espaço para regiões que só existem para lá da realidade. Por meio de contos e histórias ficam a conhecer-se mundos encantados e amigos improváveis que só existem nessas histórias.
Confesso que infelizmente tive uma mãe pouco dada a fantasias, não apreciava contos tradicionais (embora os conhecesse) e gostava ainda menos de contar histórias. Para praticar, quando adquiriu uma máquina de costura, bordou algumas histórias nos lençóis que depois colocava nas nossas camas. A história do “João Ratão ganhava vida todas as noites e os personagens da história povoavam a minha imaginação. Vem daí este gosto de ouvir histórias embora nem sempre acredite nelas ou lhes dê o merecido crédito. O “capuchinho vermelho”, por exemplo, sempre me deixou muitas dúvidas quanto à pureza das suas reais intenções…
Aprecio ainda hoje histórias de gente real, histórias incríveis que parecem saídas directamente da ficção mas que são reais…
Estou grato a quem me ofereceu os livros que me permitiram viajar através do tempo, ver outros mundos, viver novas experiências,… Atendendo a isso defendo a sua importância no imaginário de qualquer criança.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

FAZER O LUTO


Fala-se pouco embora figure no vocabulário de todos os dias, evita-se mesmo falar em luto. Agora que passaram dois anos sob o fogo de Pedrogão, a palavra anda na berlinda onde, mais do que uma família é toda uma comunidade que ficou de luto. Fora esse fatídico incidente, evita-se mesmo falar em luto porque isso implica falar em morte da qual se leva a vida inteira a fugir… o que é desnecessário, a morte encontra sempre quem quer em qualquer lugar. Também há quem a procure por qualquer motivo que o pensamento não alcança.
Apesar de bastante conhecida, não resisto à tentação de comparar a morte com um ladrão que chega sem avisar numa hora em que menos se espera, tal como aconteceu em Pedrogão. Num dado momento estamos todos e no seguinte, alguém se afasta definitivamente… Aí fala-se em luto. O processo não se resume à perda de alguém de quem se gosta. Pode ser doloroso mas é necessário, é fundamental para preencher o vazio que fica após a perda não só de alguém, mas também de algo ou algum objecto importante. Funciona assim como uma espécie de despedida apesar de forçada…

terça-feira, 18 de junho de 2019

PEGADAS NA AREIA


Há pessoas assim. Entram de mansinho na nossa vida, vindas não se sabe bem de onde, cumprem a sua missão e partem tal como vieram, ficando apenas o tempo necessário para deixar uma marca que não deve confundir-se com cicatriz. São pessoas que, por onde passam, deixam uma pegada graças à qual tudo o que não fazia sentido, passa a faze-lo. Marcam profundamente a nossa vida, motivo pelo qual serão lembradas eternamente. Parece fácil deixar pegadas, basta para isso caminhar sobre a areia mas deixar pegadas é mais do que isso. Deixar pegadas é gerir afetos, guardar recordações que permanecem por toda a vida.
Deixar pegadas positivas é um dom que não toca a todos. Por mais que se tente o contrário, tudo o que se faz durante a vida deixa uma impressão, uma marca sobre outra pessoa ou sobre o ambiente. Basta olhar para trás para ver onde se andou… Tal como diz um provérbio africano, as pegadas na areia do tempo não são deixadas por quem fica sentado. É preciso viver e deixar a nossa pegada, aquela marca ou impressão que fica sobre a areia com os pés molhados que pisam em superfícies secas …

segunda-feira, 17 de junho de 2019

AQUELE CHEIRINHO


Não há provas científicas mas sabe-se que um perfume é capaz de provocar alterações de humor, e até da concentração. De facto, estão presentes em qualquer perfume determinadas feromonas que os transformam em verdadeiros afrodisíacos mas, de uma maneira geral, um perfume adequado provoca a melhoria de muitos “problemas” de saúde tais como a dor de cabeça e a insónia.
Durante muitos anos persegui aquele “cheirinho” que ficava em cada objecto e se estendia às próprias peças de vestuário. Sentir prazer num determinado perfume depende de muitos factores entre os quais o pH da pele e a produção de suor. A escolha de um perfume deve ter em conta a personalidade de quem o vai usar, a natureza da própria pele bem como o tempo de duração. Uma água de toilette permanece activa durante 6-8 horas enquanto que uma água de Parfun permanece activa para além das 8 horas contudo, que fique bem claro, que um odor agradável não depende da qualidade nem do preço de um perfume.
Mesmo atendendo a todos estes os factores, resta a dúvida se aquele “cheirinho” tão minuciosamente escolhido depende de uma aplicação por excesso ou por defeito. Uma das razões para não sentir qualquer odor é a chamada anosmia, mesmo sendo temporária. O uso prolongado do mesmo perfume também pode causar saturação do olfacto. Devido a estes factores, algumas pessoas são sensíveis a determinados componentes de um perfume e outros não…

domingo, 16 de junho de 2019

O MUNDO A AFUNDAR-SE


Após quase meia dúzia de anos, já vão dez, Guterres que trabalhou como Comissário para os Refugiados e Secretário-Geral das Nações Unidas, é agora capa de revista Time que já correu o mundo. Nessa fotografia tirada na Polinésia, aparece com água até aos joelhos e cara de “poucos amigos”. Não lhe faltam razões para isso. Com efeito, o mundo está a afundar-se devido ao degelo das calotes polares e em virtude da produção excessiva de monóxido e dióxido de carbono além de outras alterações climáticas.
Uma região sujeita a um perigo eminente situa-se na Polinésia, mais concretamente em Tuvalu, devido à subida do nível do mar. Já era mau se estivesse em perigo uma determinada zona do planeta mas é lá que vivem muitos seres humanos…
As alterações climáticas estão a destruir este planeta que é a nossa casa, só não vê quem não quer ver. É lamentável que a ganância pelo dinheiro e o poder económico leve muita gente a reagir de forma insensível fechando os olhos a esta crua realidade.
É um dever moral salvar vidas humanas e principalmente este planeta que nos foi emprestado deixando de pensar que esse “mal já não é para os nossos dias”…
Diz o nosso secretário-geral que caso se consiga “mobilizar líderes e levá-los a tomar as decisões certas, pode evitar-se a morte de muitas pessoas”.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

DIFÍCIL É NÃO ACREDITAR


É normal que se pergunte se faço tudo aquilo que escrevo. Claro que não, embora tente. Há muita coisa que já consigo fazer, outras apenas tento. Os exemplos são muitos, e mais uma vez, a sabedoria popular consegue numa só frase resumir o que acontece na realidade: “Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. Fica uma certeza porém, tudo quanto escrevo é o que tenciono fazer embora nem sempre o consiga. O ditado, bastante popular, não significa que não tencione fazer o que apregoo. Sábios conselhos que funcionam como uma terapia para o próprio e como uma panaceia para outros.
Pode parecer que pretendo uma coisa e na realidade realizo outra completamente diferente mas, seja como for, nunca se desista de tentar. Lembre-se que uma pequena semente pode dar origem a uma grande árvore. Concretizar esse objectivo, é a perfeição.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

FRUTA MADURA


Aliado ao bom tempo que tem feito, os dias começam a crescer e o sol a pôr-se cada vez mais longe no horizonte. Não é de estranhar por isso que o findar da Primavera traga consigo as primeiras frutas expostas na berma da estrada, nas lojas e supermercados.
Cada vez que provo uma dessas frutas profusamente coloridas, não consigo disfarçar a decepção que me faz duvidar do bom funcionamento das glândulas gustativas. Com efeito, era de esperar que a qualquer peça de fruta correspondesse aquele gosto tão característico que lhe está associado.
Não é raro trazer do supermercado fruta da época cujo sabor não corresponde ao aspecto que o colorido anuncia o que é lamentável visto tratar-se de um grupo alimentar actualmente muito recomendado por nutricionistas renome por ser rico em nutrientes necessários ao organismo. Talvez por serem amadurecidas à pressa em estufas construídas para o efeito, adquiram aquele aspecto colorido que depois não corresponde ao sabor que delas se espera.
Num mundo ainda pródigo em frutas, algumas das quais certamente nunca ouviu falar, é lamentável que o poder económico também se sobreponha ao simples sabor de cada fruto.
Recorde-se que a fruta é uma importante fonte de nutrientes quando consumida fora das refeições principais e… com a casca.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

VERNISSAGE


O termo tem tradução em português mas, como muitos outros, tem melhor aceitação no original, ou seja, no francês.
Dá-se o nome de vernissage essencialmente a qualquer evento cultural que pode abranger fotógrafos, escultores e pintores estando receptivo a outras formas de arte…
O termo, cuja origem remonta ao período romântico, retrata a época em que os pintores terminavam as suas obras com uma camada de verniz mais ou menos fina. Actualmente a vernissage ficou reduzida a um evento cultural que antecede a inauguração de uma  exposição que ocorre geralmente numa galeria de arte.
Por ter sido convidado mais como amigo do que como eventual cliente, aceitei-o prontamente por se tratar duma oportunidade de sair. É justo dizer que nunca me arrependo de aceitar estes convites quanto mais não seja pelo convívio que proporcionam. Quanto aos “quadros”, como sempre, há obras que aprecio mais e outras nem por isso. Há momentos para tudo, convites para aceitar e convites para recusar. De qualquer maneira é sempre de apreciar sair de casa, ver outros rostos e usufruir de outros ambientes.
Ficar fechado em casa, pode ser agradável desde que não se torne um habito. Deste modo pode ser um sintoma de depressão sobretudo quando acompanhada de falta de vontade para executar qualquer tarefa. Há problemas físicos relacionados com a aparência que podem estar na base duma diminuição da autoestima. É esse o momento de sair, atirar com os problemas para trás das costas e seguir alegremente em frente o caminho pré-estabelecido.

terça-feira, 11 de junho de 2019

MAIS UMA VEZ A CULPA MORRE SOLTEIRA


Quanto mais assisto aos noticiários da TV mais sinto a injustiça que graça pelo país relativamente aos únicos responsáveis pelo estado em que este se encontra. O estatuto de impunidade de que gozam certos “senhores” deixa-me uma sensação de revolta que se devia estender aos demais contribuintes. Afinal são os contribuintes que financiam este estado de coisas. Não é de estranhar que as notícias de prémios atribuídos em tempo de deficit acrescidos de outros casos cujos autores circulam por aí impunemente por falta de provas, me provoquem a dita sensação.
Uma vez mais o país tem como característica principal o facto de a culpa morrer solteira, isto é, nunca se apuram os verdadeiros culpados quer dos incêndios, CGD, atos médicos em geral, futebol e outras casos ocorridos com toda a naturalidade como se fossem normais e que agora os média conseguem divulgar. A estes, juntam-se outros que se sucedem a um ritmo assustador.
Para não entrar no campo político conforme prometi, há que ignorar qualquer noticiário com a certeza que vamos continuar a subsidiar a maior parte dos casos de corrupção que se verificam em Portugal…
É um facto que ninguém gosta nem aceita ser culpado seja do que for pelo que se torna normal e admissível que se contorne a Lei num país amplamente castigado por impostos o que não desculpa a responsabilidade que cabe a cada um.

domingo, 9 de junho de 2019

DIA DE PORTUGAL


O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, mais conhecido por Dia de Portugal, aí está. A 10 de Junho, como todos os anos, celebra-se o dia de Portugal. Para uns é mais um dia de praia, um dia em que não se trabalha, dedicado a outros eventos, para outros, é tempo de sair à rua munidos de bandeiras nacionais e muito patriotismo.
Para o PR e PM, é dia de presidir a diversas cerimónias chatas alusivas ao dia de Portugal e de Camões visto que o poeta morreu (pensa-se) a 10 de Junho de 1580, da Língua Portuguesa, das Forças Armadas e outros eventos de menor importância.
Pouco se recorda já que neste dia também se celebra o Anjo Custódio de Portugal também conhecido por Anjo de Portugal ou Anjo da Paz, uma das designações usadas para evocar São Miguel que terá surgido durante a Batalha de Ourique em que D. Afonso Henriques se autoproclamou rei de Portugal. Aliás, Portugal é um dos poucos países que consagrou o seu dia à Cultura não recorrendo a factos históricos relacionados com a política.
Muitas outras datas poderiam ser escolhidas como a batalha de São Mamede, o Tratado de Zamora, a batalha de Aljubarrota, o Tratado de Tordesilhas e por que não, o Anjo Custódio de Portugal? Eu voto nele embora reconheça que são demasiados personagens para se comemorar num só dia…

sexta-feira, 7 de junho de 2019

UM TOSTÃOZINHO PARA O SANTO ANTÓNIO


Costuma dizer-se que o Porto é uma grande aldeia formada por imensos bairros e “ilhas”. Nascido e criado (até certa idade) em pleno Centro Histórico da cidade Invicta, chegava sempre aquele dia em que os miúdos da rua decidiam montar uma cascata na beira do passeio. Não sei donde partia a iniciativa nem quem ficava com o dinheiro sobejante. Deixava esses pormenores ao cuidado do meu irmão mais velho… alguns meses.
Ao certo não se conhece a data exacta para se montarem as cascatas, sabe-se apenas que surgem por todo o lado algumas semanas antes dos festejos joaninos, inclusive junto à porta dos bairros e ilhas da cidade. Os garotos lá do Largo montavam cuidadosamente uma cascata com as parcas figuras de barro sobreviventes do ano anterior. Para o efeito, recolhia-se algum musgo que se dispunha artisticamente em homenagem a São João que afinal, vim a saber, nem sequer era o padroeiro da Cidade.
Com um pouco de areia onde as figuras se fixavam eis-nos a pedir um tostãozinho para o Santo António. Nunca percebi bem o que este santo estava ali a fazer, afinal não precisava do tostãozinho para nada e nem era o santo em honra do qual se montavam as cascatas mas, como era tradição, lá ia numa correria louca, pedir um tostão para o santo António. Diga-se que esse dinheiro servia para comprar outras figuras de barro que se colocavam na cascata.
Pelo que me consta, a primeira cascata surgiu nas Fontainhas em 1869 mas, apesar de rudimentar, a “nossa” cascata era a mais bonita das redondezas…

quinta-feira, 6 de junho de 2019

GAIVOTAS EM TERRA


São elas que nos sujam os carros com os seus excrementos, que nos acordam pela manhã com os gritos estridentes e também são elas as causadoras de inúmeros problemas citadinos. Apesar desses inconvenientes, sem elas o mar estaria longe, tão longe que só a muito custo se poderia alcançar.
Todos conhecem o ditado “gaivotas em terra, tempestade no mar”… É suposto encontra-las nos rochedos à beira mar, quando muito, em pequenas ilhotas junto ao mar mas nunca nas cidades. No estado natural a gaivota vive em colónias e persegue os barcos de pesca em busca de peixe fresco mas, nas cidades, alimenta-se do lixo podendo encontrar-se em localidades próximas do mar. Além da barulheira e por vezes agressiva, a gaivota convive lado a lado com o ser humano. Contrastando com o branco imaculado das suas penas, esta brancura é apenas manchada pela escuridão das almas que as escutam e poucas vezes as veem…
Apesar de todos os inconvenientes que a sua presença traz, apercebi-me por estes dias da sua ausência. Será por que há muito peixe no mar ou será a calmaria das marés que as afastam? Seja qual for a razão, senti-lhe a falta.
De certo modo, identifico-me com elas. Quem conhece o romance “Fernão Capelo Gaivota” consegue avaliar a dor de quem está preso ao chão sabendo que Vê mais longe a gaivota que voa mais alto…

Resumo: Fernão é uma gaivota diferente de todas as outras gaivotas, educadas para ir ao mar em busca de alimento. Fernão não aceita que seja esse o destino de uma gaivota. Ele voa por prazer, voa cada vez melhor, e sabe que o voo, em si mesmo, é um dom. Tenta ir sempre cada vez mais rápido, cada vez mais longe, até onde as asas o levarem. Mas o Bando não vê com bons olhos aquelas tentativas e acaba por expulsá-lo, condenando-o ao exílio...

quarta-feira, 5 de junho de 2019

CHEGOU JUNHO


Quase a medo, muito sorrateiramente, chegou Junho. Sem dar por isso o mês aí está. Aproxima-se o fim da Primavera e consigo traz o início do Verão e também os Santos Populares que se celebram um pouco por toda a parte. Em Lisboa celebra-se o Santo António no dia 13 com marchas e arraiais em qualquer canto típico da cidade.
Esta data recorda os casamentos de Santo António amplamente divulgados pela estação pública de TV sem contar com as marchas populares… Enfim, há quem goste e não se reclama. É a tradição e como tal, tem que se cumprir.
Mais tarde, de 24 para 25, temos os festejos do São João que se celebram principalmente no Porto, a cidade onde nasci. É o tempo de se engalanar a cidade com as célebres “cascatas” e festejos em honra do santo. Nessa altura o povo sai para a rua em direcção aos bairros característicos da cidade. Por todo o lado, sente-se o cheirinho do manjerico. Desde que veio a moda dos martelinhos e porque não dizê-lo, com o avançar da idade, não mais saí à rua mas recordo ainda o tempo em que, na companhia de colegas e amigos, dava com o alho-porro na cabeça dos foliões e dava a cheirar um ramo de cidreira. A festa culminava com o fogo de artifício ao bater das 24 horas não sem antes, agora proibidos, lançar para o céu os balões amplamente coloridos.
Por fim, chegava o São Pedro não menos importante… O santo é festejado em várias zonas do país sendo de assinalar os festejos na Afurada.
De santo em santo, o mês vai passando com cheiros no ar a manjerico, cidreira e… alho porro e um leve cheirinho do verão que se aproxima.

terça-feira, 4 de junho de 2019

MORREU A MULHER


Morreu na passada segunda feira com 96 anos a mulher de seu nome Agustina Bessa-Luís porque a escritora, essa nunca morrerá. As mais altas individualidades da política portuguesa, desde o PR até ao mais humilde dos deputados, teceram os mais altos e justíssimos elogios daquela que foi e sempre será uma grande escritora nacional. Ela tinha o poder de escrever em prosa a poesia que lhe ia na alma…
Mais uma vez e como acontece inúmeras vezes, o elogio vem tarde demais embora justos neste caso o que nem sempre acontece. É pena que esses elogios venham tarde e nem sempre cheguem a quem deviam chegar.
Todos foram unânimes em dizer que perdemos uma grande escritora embora, até ao dia de ontem muito poucos sabiam que ela existia e amanhã será esquecida como tantos outros.

sábado, 1 de junho de 2019

A TERRA DO NUNCA



Ao contrário do simpático personagem não estou minimamente interessado em ensinar a voar seja para onde for até porque não se ensina a voar. É um dom que já nasce com a gente. Guardo esse segredo para mim,  só o partilho é claro, com a fada sininho…
Lá, nessa pretensa ilha é onde moram todos esses simpáticos personagens que liberto de vez em quando, sobretudo a criança que vive aprisiona dentro de toda a gente.
Na terra do nunca não se cresce ou melhor, volta-se a ser criança onde tudo é possível, pode-se encarnar a personagem que se quiser.
Frequentemente usado como uma metáfora destinada à quem, por qualquer razão, se recusa a crescer, deixa de ser o que era para ser realidade.
Qual Peter Pan é possível voar segurando a minúscula mãozinha que nos chama através do tempo… e das histórias. Mas o tempo não pára e volta a capturar aquela criança a quem foi negada a oportunidade de o ser.
Nessa ilha é possível brincar e jogar como se o tempo não existisse, o tempo corre e realmente passa… mas duma maneira diferente que nem todos podem ver…
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