NUNCA DIGAS NUNCA

Com o passar dos anos a vida vai-nos ensinando coisas que jamais pensávamos compreender. O inconveniente é que, à medida que nos tornamos mais sábios, também envelhecemos. As faculdades mentais alteram-se, o peso diminui, a pele vai-se enrugando na tentativa de acompanhar os músculos que se vão atrofiando com o tempo…

Esse é o preço a pagar por tanta sabedoria acumulada.

Com o tempo aprendi recentemente que o termo “nunca” deve ser erradicado deste ou de qualquer vocabulário. A vida encarrega-se de baralhar o futuro que se pensava estável e previsível até certo ponto. Há locais aos quais jurámos não voltar, erros que não se voltam a cometer, pessoas que decidimos não voltar a ver e, subitamente, damos conta de revisitar os mesmos lugares, a cometer os mesmos erros que ficaram presos no passado, ficar frente a frente com aquela pessoa que jurámos não voltar a ver.

Não se pode dizer nunca já que a vida está sempre a mudar…

Há dias assim.

O TEMPO PASSA

Há dores que, em vez de diminuírem como seria normal, aumentam à medida que os anos passam. É normal a dor diminuir com o tempo mas nem sempre isso acontece. Há dores assim. Não sei se acontece o mesmo com toda a gente e em todos os casos mas a verdade, ao contrário do que se espera, há dores que não passam com o tempo.

Pensar que a dor física não afecta as dores emocionais é puro engano. As dores de alma estão directamente relacionadas com as dores físicas, dizem e eu acredito. Uma dor física afecta todo o estilo de uma vida mas a dor de alma não é menos importante quando se instala.

Há fases da vida em que vida e morte se encontram muito distantes, vive-se um dia de cada vez condimentado é certo, pelas “pequenas” preocupações características dessa fase. Vida e Morte nunca estão presentes, podem afectar os mais velhos mas nunca ensombram o caminho dos mais novos. Só com o passar dos anos e o desaparecimento dos mais próximos (amados ou não) enfrentámos a possibilidade de vir a ser atingido pelo mesmo mal… Há dores que doem mais no corpo do que na alma.

Em certos dias as dores estão mais presentes!

Há dias assim…

O BAIRRISMO

O bairrismo que muitos pensam morto (e enterrado) afinal ainda mexe, encontra-se latente um pouco em cada um, pronto a saltar para a ribalta ao mínimo pretexto. Confundido muitas vezes com regionalização, tratam-se enfim de conceitos completamente diferentes. Enquanto que a regionalização visa “retalhar” o país em diferentes regiões, o bairrismo visa apenas defender o próprio bairro (rua, cidade ou clube) sendo mais evidente no futebol embora esteja presente noutras situações…

No momento actual em que muito se fala em bairrismo é pertinente que se comparem os dois conceitos. Enquanto o tal apego excessivo ao próprio bairro (daí o nome) se verifica em diferentes campos, a regionalização não encontra consenso entre deputados e humildes cidadãos. É neste ponto que surgem as maiores discrepâncias entre conceitos. Nem sempre é fácil separar uma coisa da outra daí a falta de entendimento quanto à divisão do país em regiões.

Enquanto não se conseguir separar os dois conceitos, os responsáveis nunca se vão entender. É lamentável que se confundam ao ponto daqueles a quem cabe a maior responsabilidade revelem muitas vezes uma grande estreiteza de visão aliada a uma fraca perspectiva regional e, o que é mais grave, permitindo que se sobreponham aos interesses populares os interesses pessoais.

O AR QUE SE RESPIRA

Uma aragem, brisa ou vento forte corre o país de lés a lés e ninguém está a salvo de vir a sofrer os seus efeitos… O ar que se respira em Portugal é influenciado pelos deputados que integram a Assembleia da Republica (AR). O mesmo título é extensivo aos representantes das assembleias legislativas das Regiões Autónomas e do Parlamento Europeu. Neste e noutros países onde reina igual regime político, qualquer um pode  vir a ser eleito deputado desde que se encontre filiado num dos partidos políticos existentes e obviamente reúna um número mínimo de votos. Quanto mais elevado for esse número, maior é o número de deputados que esse partido elege…

Em suma, teoricamente um deputado devia ser alguém eleito pelo povo e que o representasse no parlamento. Mas, quem representam afinal?

Sendo propostos pelos respectivos partidos, representam esses mesmos partidos deixando de lado a vontade popular. Uma vez instalados no Parlamento, decidem e por vezes aprovam decretos e Leis a seu belo prazer sem ouvir a vontade popular. Poderia pensar-se que não cabe aos deputados a responsabilidade do que vai mal neste país o que é um engano. Alem dos lóbis, também alguns deputados distorcem a lei de forma a beneficiar interesses particulares.

PORTAS E JANELAS

Fiel ao princípio de não politizar este Blog, aliás nem sei (nem quero saber) onde pára o dito senhor, vou focar exclusivamente as portas da vida, é disso que se trata. Essas portas existem para deixar entrar quem estiver interessado mas também para deixar sair quem acha já ter cumprido a sua missão ou simplesmente quem não está mais interessado em ficar. Como diz o ditado, sempre que se fecha uma porta, Deus abre sempre uma janela, mas será que abre?

Durante toda a vida há janelas que se abrem, portas que se fecham e, através delas, existe gente interessada em as transpor. Não interessa quanta gente está interessada em atravessar as dita portas desde que não estejam fechadas. Muitas vezes a vida assim sugere que se tranquem impedindo a livre circulação de pessoas e coisas.

As portas da vida devem estar sempre abertas, qualquer que seja o estilo e existem de vários estilos e feitios, mais ou menos trabalhadas, sem contudo deixarem de ser portas. Como tal, haverá sempre quem queira ficar e quem queira partir. Aceitando o principio de que “quando Deus fecha uma porta, nem sempre abre uma janela. Ele espera pacientemente que alguém se levante e a abra sozinho…

NOTICIÁRIOS

Todos os dias os noticiários televisivos nos surpreendem principalmente pelas noticias sobre a corrupção que graça em todo o mundo. Não creio que a corrupção tenha aumentado a nível mundial, simplesmente agora está mais visível devido ao interesse e à competição dos media e também aumentou a população mundial.

A notícia da prisão de Julian Assange pela polícia britânica, mais uma vez, deixou-me estupefacto…

Eu sei que prometi não politizar este blog, intenção que às vezes se revela extremamente difícil. Além da política, que outro assunto mexe mais com os leitores?

Assange, como se sabe, estava refugiado na embaixada do Equador (desde 2012) em  Londres afim de evitar a sua extradição para a Suécia por supostos crimes sexuais. Recorde-se que ele foi o fundador da Wikileaks responsável pela divulgação de milhões de ficheiros secretos de vários países. O facto de serem secretos quando deviam, em parte, ser do conhecimento geral já é reprovável mas a sua detenção por este motivo é algo de injustificável. Mais do que um ato político trata-se de um ato humano, quando muito, um ato criminoso.

Concordo que Assange seja julgado pelos eventuais crimes de abusos sexuais mas nunca pela divulgação dos tais ficheiros que acabaram por ser secretos devido ao pouco interesse em divulga-los.

AO PÉ DO PARAÍSO

Depois de muitas consultas, Sintra foi o destino seleccionado, um autêntico Paraíso às portas de Lisboa e um pouco mais longe do Porto mas vale bem a pena esta viagem.

Chegou finalmente o grande dia! Para quem pensa que o fim de semana é uma completa pasmaceira, que se desengane. Há imensas coisas para ver e fazer em Sintra e arredores.

Convém reservar a estadia num dos muitos empreendimentos hoteleiros existentes visto este destino sofrer de grande afluência durante toda a semana. O Vila Galé de Sintra foi hotel eleito, um empreendimento vocacionado para quem tem crianças em idade pré-escolar. O hotel dispõe de animação, carrossel, sala de “pinchos”, piscinas cobertas uma com escorregão para os mais novos, etc. O pequeno almoço recomenda-se pela variedade e qualidade.

Para iniciar as visitas, sugiro uma viagem de eléctrico desde Sintra à Praia das maçãs. São cerca de 13 km com uma duração de 45 minutos.

Não esquecer a visita ao Café Saudade, a Aldeia da Praia, a Tascantiga, o Tira-Tapas, a Roulote da Gigi, o Museu do Bonsai e o café da Natália…

Como não podia faltar, visitei os clássicos Palácio da Pena e Quinta da Regaleira.

O restaurante escolhido, por ser perto do hotel, foi o Beira Rio onde constatámos uma boa relação quantidade/qualidade e preço. Um pouco mais caro e na mesma estrada situa-se o restaurante Curral dos Caprinos.

A Praia da Maçãs bem como o Cabo da Roca ali ao lado não podiam faltar na lista das visitas todas elas feitas por meio de estradas com íngremes subidas e descida e uma largura quase insuficiente para duas viaturas se cruzarem… Era tempo da autarquia criar melhores condições de acesso e implementar estruturas capazes atendendo o elevado número de visitantes, muitos deles estrangeiros.

CEREJEIRAS EM FLOR

De vez em quando somos desencaminhados pelos amigos com os mais variados convites que avidamente aceito, ainda para mais indo à boleia… A partir deste último convite, rumámos ao interior onde as temperaturas (este ano) são mais amenas… Embora não fosse essa a minha opinião, donde veio não demorei em aceitá-la.

Almoçámos já  foi já em pleno Douro Vinhateiro e daí seguimos rumo ao Douro para ver as cerejeiras em flor. Os diversos locais sucederam-se sempre acompanhados pelas cerejeiras em flor de um lado ou de outro da estrada, autênticos lençóis alvos estendidos pelas encostas até ao rio que corria lá em baixo.

É provável que não seja a altura ideal para observar este autêntico espectáculo contudo recordo que o fenómeno se repete todos os anos em plena primavera… se a Natureza estiver de acordo.

RELATIVIDADE

É ponto assente que tudo é relativo e nem era preciso Einstein vir dizer esta grande verdade. O “único” mérito de Einstein foram as respostas que as suas célebres teorias vieram dar aos sucessivos fenómenos que ocorrem diariamente à nossa volta. Com efeito, a Teoria da Relatividade de Albert Einstein engloba duas outras teorias (Relatividade Restrita e Relatividade Geral) e explicam o que já se sabia, que o tempo e o espaço são relativos (*), dependem em muito do ponto de vista de quem os vê.

A Teoria da relatividade contribui para o progresso da ciência e explica quase tudo o que nos cerca sendo o sol um bom exemplo graças à sua visibilidade. O “astro rei” transforma constantemente matéria em energia, por isso ficámos mais quentinhos quando expostos ao sol. O pior é que, para que tal aconteça, a matéria vai-se esgotando… A teoria da Relatividade consegue explicar toda a vida que existe sobre a Terra.

Vem isto a propósito da primeira fotografia divulgada de um buraco negro. A imagem vem mais uma vez confirmar a velha teoria de Einstein.  Para a visibilidade dos buracos negros que não emitem luz que os torne visíveis só foi possível graças à colaboração de mais de 200 investigadores da Europa, América e Extremo Oriente e à união de todos os telescópios espalhados pelo mundo. Além de confirmar que Albert Einstein tinha razão, o mais importante é a cooperação humana para atingir os seus ideais.

(*) RELATIVIDADE

Se tudo é relativo,

a Lua é branca.

Eu vi-a nascer rubra, atrás da serra,

como bola de fogo ao ar lançada.

Então gritei:

- A Lua é amarela!

(Vermelha, ou somente amarelada?)

E a verdade, em qual das cores se encerra?

Não penses a verdade,

tão constante.

Tal como tudo, muda com o tempo…

Terás em cada instante,

apenas a verdade do momento.

                                                       Jorge Leal

A INDECISÃO

Como todos sabem, no próximo domingo comemora-se a entrada (triunfal) de Jesus Cristo em Jerusalém. Nesta cidade o Messias foi aclamado pela multidão como sendo o Filho de Deus…

Se nenhuma outra importância tivesse, o Domingo de Ramos marca o inicio da Semana Santa culminando na Páscoa no domingo seguinte. Como forma de comemoração, os católicos mantêm o velho hábito de levar os ramos a uma igreja das redondezas para serem benzidos. Esta época representa para alguns uma religião e, para outros, é mais um pretexto para comer o cordeiro assado e beber ainda melhor.

A missa, obrigatória para quem é religioso, foi durante muitos anos designada por Missa Seca… na verdade era uma autêntica seca para quem era obrigado a assistir. Com o correr dos anos  esse hábito foi-se perdendo apesar de nunca ter sido um hábito familiar muito enraizado. Neste domingo deve oferecer-se um ramo à madrinha que por sua vez se vê na obrigação de dar o “folar” aos respectivos afilhados. É a tradição.

Apercebo-me neste momento que não sou padrinho de ninguém. Não que não tenha sido convidado algumas (raras) vezes para o efeito. A profissão e a mobilidade a ela associada, impediu a propagação dessa característica do ser humano que é a inconstância. Este sentimento é muitas vezes confundido, com a volubilidade e infidelidade do ser humano. No entanto, muitas pessoas são instáveis, indecisas quanto ao que esperam da vida sem contudo poderem ser apelidadas de inconstantes.

Há quem procure hoje algo que esquecem amanhã! É nisto que se verifica a inconstância do ser humano que não tem uma visão muito nítida do futuro, ao qual atribui uma importância que responde apenas às necessidades imediatas.

O comportamento do povo da antiga Israel é um óptimo exemplo de inconstância ao atapetar a calçada com ramos de oliveira e palmeira para receber um Jesus que chega montado num jumento apesar de se dizer rei dos judeus…

A PRIMAVERA QUE NÓS TEMOS

Uns das de calor ameno a intervalar com outros de perfeito inverno é esta a primavera que nós temos. Enquanto fenómeno meteorológico normal para a época, a chuva e até o frio toleram-se pelo bem que fazem aos solos e a todo o ambiente. Começa a ser preocupante quando este fenómeno resulta na precipitação desenfreada sobre a superfície terrestre fazendo engrossar o caudal dos rios que transbordam inundando extensas regiões. Este fenómeno tem acontecido em diferentes zonas do globo terrestre que vão desde o Brasil, EU, até à Austrália passando por terras de África. Quando o fenómeno ocorre em plena primavera devia preocupar quem manda neste pequeno globo indiciando alterações do clima que não se deviam desprezar.

Pelo contrário há outras regiões onde a chuva faz falta a um solo sequioso saído de um inverno pouco chuvoso…

Todos estes fenómenos acontecem em plena primavera que devia ser um período em que a temperatura ambiental devia subir aos poucos antecipando o verão que se aproxima. Toda a Natureza, em vez de se vingar de tantos desmandos, devia oferecer ao ser humano mil flores coloridas e espalhar o seu perfume pelo ar agitado por uma leve brisa…

É tempo de o Ser Humano aproveitar o convite da primavera para também florir, ou seja, para se renovar e reviver e espalhar pelo ar ao invés de perfume, muito amor. Ter sempre presente que,

É preciso amor

P´ra poder pulsar

É preciso paz p´ra poder sorrir

É preciso chuva para florir…

DORMIR POUCO E MAL

Para quem já ia a dormir antes mesmo de pousar a cabeça no travesseiro, parece irónico falar em insónia. O cenário era este e foi assim durante muitos anos mas, depois de passar muitas noites sem dormir, a realidade passou a ser outra. Passam-se longas horas antes de, vencido pelo cansaço, adormecer.

Claro que já experimentei diversas técnicas para adormecer mas, confesso, nenhuma resultou. Falha minha, poderia pensar-se mas, de acordo com o que dizem proeminentes cientistas, de nada serve contar carneirinhos.

Desde pequeno que ouço defender o recurso de contar carneiros para ajudar a conciliar o sono, vai daí, experimentei. A “tarefa” revelou-se monótona além de fastidiosa, facto que leva muita gente a dormir porém, fruto da minha experiência, confesso que não resultou, motivo pelo qual a abandonei. Também não sei porque se contam carneiros em vez de outro animal qualquer da nossa preferência…

Há quem relacione esta técnica com a monótona tarefa dos pastores da antiga Bretanha obrigados a contar o gado pelo menos, duas vezes por dia. Parece-me uma possível explicação mas sobre isso não me pronuncio.

Por outro lado, a contagem dos carneiros virtuais mantém o cérebro num estado de alerta que leva o organismo a produzir, entre outros, o cortisol, hormona responsável pelo despertar… Esta, foi a principal razão que levou ao abandono dessa estranha mezinha da contagem de carneiros.

Revelou-se mais eficaz imaginar um cenário relaxante, uma boa massagem (para quem gosta), mergulhar num banho morno ou outra coisa qualquer, desde que seja do agrado de quem pretende adormecer.

PONTOS DE VISTA

A vida pode ser uma chatice ou um desfilar de coisas boas, tudo depende do ponto de vista de quem a observa. Depende muito do momento e das expectativas que se depositam nela. A mesma vida pode ser uma chatice para uns e um acumular de coisas boas para outros…

Seja como for, a vida é uma bênção que merece ser vivida… abro uma excepção para certos casos. Estou a pensar naqueles que, com muita ou pouca dor, ajudam alguns a libertar-se da vida para quem esta se tornou uma chatice.

É que é muito diferente gostar de viver e gostar da vida que se tem. Devia gostar-se da vida que se tem mas a verdade é que nem sempre se gosta. Muitas vezes somos apanhados a dizer senão a pensar que a vida é uma chatice, no entanto, quando chega a hora de partir quase todos partem com imensa pena e outros recusam-se a ir. Enfim, gosta-se tanto de viver quanto se detesta a vida que se tem… No entanto, olhando para o lado onde quer que se encontre, há sempre quem esteja numa situação pior. O melhor é não olhar para o lado, dirão mas, nesse caso, lá se vai a vida porque a vida é isso mesmo, olhar em todos as direcções o que inclui olhar para o lado.

RELAÇÕES CONFLITUOSAS

Já que meti as mãos na massa, não posso evitar que recorde a velha fábula que relata a relação conflituosa entre uma cobra e um pirilampo. Nesta fábula, a cobra perseguia um pirilampo no intuito de o matar e comer. Andavam nesta perseguição até que, cansado de fugir, o pirilampo confrontou a cobra:

Não te fiz mal nenhum nem faço parte da tua cadeia alimentar, porque não paras de me perseguir?

Depois de uma breve reflexão, a cobra respondeu:

É que não suporto ver-te brilhar…

Acho que não podia arranjar outra fábula que ilustrasse melhor esse sentimento que é comum a muita gente sem contudo o assumir. A inveja é mais frequente do que se possa imaginar podendo manifestar-se de diferentes formas, por isso nem sempre reconhecível. A mais comum, é aquele sentimento de quem se compara frequentemente com a vida dos outros. Assim nasce o ressentimento e a antipatia que leva ao ciúme de tudo que o outro representa ou possui. Qualquer género de inveja é mau mas, a mais perigosa, é a inveja que vem de um amigo já que raramente se consegue detetar. Não é todos os dias que ocorre aquela oportunidade em que, cansados de fugir, se pergunta ao invejoso, “porque não paras de me perseguir?”

Para piorar a situação é quando o invejoso dá (mais para si) a resposta:

Não suporto ver-te brilhar…

Ninguém se orgulha de encarnar o papel de cobra, são poucos os que se alegram sinceramente com as pequenas ou grandes conquistas que se conseguem na vida. É que isso é uma coisa que incomoda muita gente…

SENTIMENTOS

De entre todos (e são muitos) os sentimentos que afloram a mente humana, logo me fui deter num tema assaz polémico, mas o pensamento é que manda.

A meu ver, o ciúme não tem nada a ver com inveja, o que é ainda bastante comum em certas regiões e determinadas sociedades. Enquanto que o ciúme é motivado por algo que já se possui e não se quer perder, a inveja nasce da vontade de possuir algo que não se tem mas que se quer possuir.

Frequentemente conectado como um sentimento negativo, convém neste momento desdramatiza-lo dizendo que o ciúme, seja do que for, é perfeitamente normal considerando que existem variadíssimos tipos de ciúme. É neste ponto da questão que se estabelece a diferença entre inveja e ciúme. Estou convencido que se trata de puro ciúme quando se afasta alguém de cena. De uma forma geral o ciúme é uma caraterística comum a todos os seres humanos, surge do medo de se perder algo ou alguém o que inclui livros, CD’s, computadores, telemóveis ou simplesmente… alguém.

A maior parte das vezes o ciumento nem se apercebe da presença deste sentimento. Com o intuito de proteger alguém de um perigo nem sempre real, disfarça o medo de perder o alvo dos seus sentimentos evidenciando a própria insegurança…

ONDE MORAR (COM QUALIDADE)?

Já foi sinónimo de status ou simplesmente de poder económico mas hoje em dia morar num condomínio fechado não está conectado com qualquer um destes motivos.… Para os da velha guarda (como eu), estas opções podem eventualmente ser válidas mas o mesmo já não acontece com a segunda geração, os filhos dos da velha guarda e muito menos com os que vêm de fora atraídos por este género de habitação…

Um dos motivos que atrai muita gente a um condomínio fechado é cada vez mais a privacidade. A presença de porteiros durante as  24 horas do dia, evita que se recebam em casa vendedores ambulantes, pedintes, determinadas visitas, panfletos que anunciam entre outras coisas viagens de sonho e outras coisas mais… A monitorização dos vários espaços através de câmaras adaptadas ao efeito bem como a ronda nocturna conferem uma certa segurança aos condóminos.

Também as crianças não são esquecidas proporcionando-lhes determinados espaços como parques, campo de futebol e zonas para brincadeiras equipadas com os respectivos dispositivos.

Mas nem tudo são rosas num condomínio fechado. Além do valor da mensalidade a pagar ao banco há a acrescentar o condomínio, bastante pesado envolvendo os custos da portaria, limpeza, segurança, manutenção e fundo de reserva, os condóminos não são obrigados a gostarem uns dos outros. O facto evidencia-se mais nas célebres reuniões de condomínio. Muitas vezes uma simples conversa entre condóminos poderia evitar que determinados problemas se avolumassem perdidos em longas discussões não agendadas….

Quantas vezes, a proximidade gera um maior afastamento entre as pessoas.

MUDAR A HORA

Pensando que ainda era muito cedo, acordei às 11 horas. Na “verdade” eram apenas dez horas (pela hora antiga). O erro, que só agora compreendo, vai continuar, pelo menos, durante esta semana.

Como é sabido, o factor económico deste “bailinho” que nos obriga a andar para trás ora para a frente com o relógio é pouco significativo para a economia do país mas com enorme impacto no organismo de toda a gente. Este avanço e recuo horário tem consequências bastante nefastas para a saúde que se manifestam através de alterações no ritmo normal do sono além do regular funcionamento de todo o organismo.

Não sou o pai desta brilhante conclusão, o Parlamento Europeu manifestou-se favorável à proposta que põe fim à mudança da hora bianual. Seja qual for, (horário de verão ou de inverno) tem a adesão de diferente governos. Pessoalmente, prefiro o horário de verão só porque não gosto de sair do emprego em plena noite (não esquecer que às 18 horas já é noite) mas o importante é acabar com a mudança sazonal.

Pois é… este artigo já fez das suas, baralhou as ideias e as opções ente os diferentes horários.

A mudança que obriga ao avanço ou atraso da hora oficial vai acabar segundo a proposta da Comissão Europeia. Esta tarefa, à semelhança de outros países da EU, ocorreu recentemente no passado domingo mas fica ao critério de cada Governo optar por um ou a outro horário, contudo, o Governo português, já se pronunciou a favor de manter tudo como está.

Será que este bailado sazonal não vai acabar nunca?

EU E O BLOG

Depois de muita busca nem sempre coroada de êxito, recebo uma mensagem informando que o Google+ vai ser encerrado em Abril, ao que me informaram, por falta de utilização.

Não há dúvida que nada é definitivo, tudo muda…

Houve um tempo em que procurei um sitio onde publicar algumas coisas minhas, pensamentos, contos e sobretudo desabafos. Essa procura, sempre adiada, encontrou espaço neste blog. Aqui, foi possível exprimir tudo o que me cerca no dia-a-dia, foi possível escrever sobre tudo o que achei pertinente partilhar com quem ainda lê o que escrevo.

Neste espaço, prometi a mim mesmo, foi possível postar desabafos, alguns trabalhos e informações que, em poucas palavras, considerei de interesse geral.

Não sei se consegui alcançar integralmente todos estes objectivos mas, pelo menos, tentei.

VIVER A VIDA... COMO ELA É

A vida está sempre a mudar e quando pensámos já estar adaptados ao momento presente a vida já mudou e apresenta-se de maneira diversa.

Na impossibilidade de adaptar a vida a si próprio, o melhor é cada um adaptar-se à vida que corre célere ao nosso lado.

Porque o ser humano, em geral, não gosta de mudanças por medo ou outra razão, não vê que a vida já mudou, não é mais aquela vidinha que até ao momento desfrutou. Na sua correria louca, a vida mostra sempre qualquer coisa que os ouvidos humanos levam tempo a entender...