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sábado, 29 de junho de 2013

INDIFERENÇA

Há pessoas que cruzam a nossa vida e deixam marcas pelos melhores ou piores motivos. De umas, recordamos com saudade os tempos de convívio. De outras nem queremos lembrar mas, quando o fazemos, é com uma certa raiva ou apenas desagrado. Mas ainda bem que assim é. Quando o que sentimos é raiva, dor, ressentimento ou mesmo ódio, isso pode significar que essas pessoas ainda não nos são completamente indiferentes. Ainda há uma remota possibilidade de reconciliação… de um retomar do amor ou da amizade.
Como habitualmente de manhã, abri o facebook para enviar os meus likes e comentar algumas publicações e lá estava o pedido de amizade de f… Num breve esforço de memória localizei a pessoa em questão no tempo e nos afectos  Para meu espanto, nem raiva nem ressentimento e muito menos amizade… Nada. Pura indiferença.
Não sei como reage a maioria das pessoas. Para mim, alguém que me é indiferente já não existe como pessoa. É como se já tivesse partido para o além. Daí que não há hipótese de reconciliação nem de ódio… Nada, absolutamente nada. Creio que não há pior sentimento do que a indiferença. Ela, por si só, já é uma morte antecipada…

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A SABEDORIA POPULAR

Diz a sabedoria popular que um homem (e por que não uma mulher?) para se considerar realizado tem que plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Até há pouco tempo, pensava que esta frase era da autoria de Eça de Queiroz pois a primeira vez que a li foi no livro ‘A cidade e as serras’. De acordo com este ditado, neste momento, poderia considerar-me um homem realizado. Já semeei duas árvores, um pessegueiro em casa de minha tia e uma nespereira aqui no condomínio onde vivo. Penso que semear seja ainda mais válido do que plantar… Tive dois filhos, o que excede em número o necessário… já escrevi um livro (embora de Matemática) e participei numa antologia de poesia contemporânea… Enfim, nada demais. Passo a explicar. Para plantar uma árvore não é preciso ser um expert. Requer apenas um palmo de terra além da semente ou dum raminho da árvore que se quer plantar. De salientar que até uma pequena ave é capaz de o fazer transportando no papo a semente que expulsa depois através da cloaca às vezes a quilómetros de distância. Actualmente ter um filho é muito mais fácil do que evitá-lo… Escrever um livro, está provado que qualquer um consegue… Há até exemplos de indivíduos que nem precisaram de ‘escrever’ o livro para serem consagrados como autores…
Concluindo: a ‘sabedoria popular’ nem deve ser tomada como uma verdade insofismável… também pode ser ultrapassada em actualidade com o passar dos tempos…

De forma alguma, me considero realizado por ter concluído a dita trilogia… Nem eu, nem ninguém se devia sentir realizado…!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

SABER LER

Ler um livro… Parece mas não é tarefa fácil! Isso porque ler não é apenas soletrar as várias sílabas, juntá-las para formar palavras que formam frases… frases que formam parágrafos e parágrafos que formam capítulos e capítulos que formam um livro. Ler, é muito mais do que isso. Ler pressupõe compreender o sentido das frases e o conteúdo dos parágrafos…
Enquanto professor de Matemática apercebi-me, não raras vezes, que os meus alunos, mesmo ao nível do sexto ano de escolaridade, não sabiam ler… Eram bons a soletrar mas nada de ler… Terminada a ‘leitura’ de um problema eram incapazes de o resolver matematicamente simplesmente porque não tinham conseguido apreender o sentido das frases que o constituíam. Eram maus alunos a Matemática pela simples razão de não saberem “ler”. Algo vai mal no reino da Dinamarca… 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

RELAÇÃO AMOR-ÓDIO

Já aqui foi motivo de conversa por várias vezes o que gerou alguma curiosidade entre alguns dos meus leitores sobre a sua identidade. Nessa altura, senti-me na obrigação de explicar a quem me referia ao falar do gato. Nessa publicação expliquei que o gato, sendo apenas um gato, também poderia ser qualquer um de nós. E pode. O gato é assim o símbolo de quem nos acarinha mas também nos pode agredir, de quem nos sussurra segredos que, muitas vezes, já suspeitávamos mas nem queríamos acreditar. O gato é enfim, aquele que ronrona e se enrola nas nossas pernas com o intuito de captar a nossa atenção e segredar, no seu ronronar, aqueles segredos inconscientemente adivinhados.
Nunca gostei de gatos. Tive sempre uma relação de amor-ódio com estes bichanos. Gosto da sua personalidade, independente, agressiva ou carinhosa de acordo com a tal voluntariedade, mas sempre tive um certo receio das suas reacções precisamente por causa da sua voluntariedade. Ainda hoje não sei bem se realmente gosto de gatos. Olhando a frio reconheço que têm expressões que me enternecem atitudes carinhosas… mas continuo com um certo receio das suas garras… Por outro lado, continuo a achar uma extrema perversidade o facto de segredar as tais verdades que já sabíamos mas que preferíamos não saber…

terça-feira, 25 de junho de 2013

GRÃO A GRÃO...

… enche a galinha o papo. Neste caso não é a galinha mas o blog que vai caminhando, pouco a pouco, para as 20 000 visitas (números redondos). É gratificante constatar que não estou a 'falar' para as paredes. Este facto incita-me a continuar a minha 'terapia' de permitir que esta catadupa de pensamentos se converta em prosa...
Muito obrigado a todos.
Thank you very much
Merci beaucoup
Vielen Danke
велике спасибі
çok teşekkür ederim
большое спасибо
heel hartelijk bedankt

Muchas gracias

OLHAR A VIDA DE FRENTE

Quanto tempo às vezes se perde a olhar a vida pelo retrovisor…! Há quem perca a vida inteira nesta perspectiva! Olhar para o passado conjecturando o que poderia ter sido feito ou não… o que devia ter sido feito de outra maneira… é pura perda de tempo, motivo de dor e causa de muita depressão. O que está feito, está feito. O passado não volta… já passou.
É preferível olhar a vida através do para-brisas. O para-brisas protege-nos da “poeira do caminho” além de nos permitir olhar a vida de frente.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

E A VIDA CONTINUA...

Uma vez que fui eu o “mensageiro da desgraça” ao anunciar o fecho do restaurante Lima por motivo do falecimento do dono, sinto-me agora na obrigação de anunciar a sua reabertura. Hoje almoçamos lá uns filetes de polvo óptimos como sempre.

A vida continua… Desejo aos herdeiros a continuação de um bom negócio além da conformação pela perda sofrida…

sábado, 22 de junho de 2013

O MISTÉRIO DA ÁRVORE DESAPARECIDA

Na sequência da chamada feita pelo jardineiro logo pela manhã de sexta-feira, dirigimo-nos à casa da praia para abrir a porta de forma que ele pudesse entrar para as traseiras com a máquina de cortar relva. Estacionámos à porta de casa, abrimos o portão quando o jardineiros chegou e enquanto ele trabalhava fomos ao café tomar o pequeno-almoço. Quando regressámos a casa demos pela falta da árvore de médio porte que existia junto à porta da garagem… O canteiro continuava lá mas da árvore nenhum vestígio. Nem folhas nem ramos espalhados pelo chão… O estranho desaparecimento da árvore foi motivo de conversa e de diferentes conjecturas na tentativa de explicar o misterioso desaparecimento. Só hoje o caso ficou esclarecido. Com a chegada do meu genro e família, ficámos a saber da notícia que vinha no JN de sexta-feira.
 In JM de 21-06-2013

A INGRATIDÃO HUMANA

Esta semana fui agradavelmente surpreendido com a notícia de que um pequeno grupo de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial está de visita a Cabanas de Viriato, à casa do Passal numa homenagem a Aristides de Sousa Mendes, o cônsul de Portugal em Bordéus. Quando deflagrou a Segunda Guerra Mundial, Salazar quis manter o nosso país na neutralidade. Com esse intuito, deu ordem a todos os cônsules portugueses para recusarem conferir vistos, principalmente a judeus expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos". Com o avanço das tropas nazis sobre Paris, milhares de refugiados dirigiram-se ao nosso consulado em Bordéus para obterem um visto de entrada em Portugal ou nos Estados Unidos. Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes concede visto a todos os que o pedissem:
 "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião".
De regresso a Portugal por ordem de Salazar em Julho de 1940, Aristides, foi privado das suas funções por um ano, o seu salário foi reduzido a metade e por fim, reformando compulsivamente. Para cumulo, ainda lhe é retirado o direito de exercer a sua profissão como advogado. Este grande Homem que salvou mais de 30 mil pessoas aos passar-lhes vistos acabou os seus dias na miséria sobrevivendo à graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa.
Segundo consta, Aristides de Sousa Mendes faleceu muito pobre, a 3 de Abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Foi enterrado com um hábito franciscano por não ter um fato próprio…
Por isso me indigna e entristece que apenas um pequeno grupo de sobreviventes tenham vindo homenageá-lo e mais me entristece o estado de degradação da casa do Passal. Um país que subsidia tantas fundações sem qualquer utilidade pública, não faria nada de mais em ter já subsidiado a recuperado desta casa e a transformasse num museu como homenagem ao Homem a quem tantos devem…
É neste estado de degradação que se encontra a casa do Passal

sexta-feira, 21 de junho de 2013

FARTEI-ME DE RIR

Confessou-me uma amiga e ex-colega que se tinha partido a rir ao ler a minha publicação - “O macaco” (Ler aqui). Dizia-me ela que de início, não lhe despertou grande curiosidade por pensar que se tratava de algo relacionado com uma visita ao jardim zoológico ou com alguma peripécia de um macaco. Mais tarde, decidiu ler o que escrevi e, dizia-me ela, acabou a leitura a chorar de tanto rir. Francamente não achei assim tanta graça nem quando vivi aquele episódio nem quando escrevi o texto. Por isso dispus-me a reler a dita publicação. E não é que me fartei de rir à medida que ia relendo e imaginando a cena bem como a cara dos clientes que estavam no café?
Por vezes, não achamos graça quando somos vítimas de situações caricatas por andarmos demasiado preocupados com a imagem que os outros possam ter de nós próprios. Por isso, a partir de agora vou tentar não levar a vida tão a sério.
Bem-aventurados os que sabem rir de si mesmos, porque nunca deixarão de se divertir.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

SERÁ O LEITE UM ALIMENTO PERIGOSO?


 Ora aí está uma coisa que eu não sabia e que me deixou deveras preocupado. Muitas vezes criticava a minha mulher por não beber leite tendo ela uma osteoporose já um pouco avançada. Depois de ler um artigo sobre a eficácia do leite na osteoporose e em defesa da couve-galega, já não sei o que pensar…Segundo a opinião da conselheira do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, a couve-galega, além de anti-inflamatória e cicatrizante e fundamental na fixação do cálcio nos ossos graças aos glicosinolatos (compostos com ação desintoxicante . Este composto, além de ajudar o organismo a eliminar algumas substâncias cancerígenas, fortalece o sistema imunológico. A couve-galega é também como se sabe, uma fonte de vitaminas e sais minerais que, combinados com os fitoquímicos, favorece a absorção dos nutrientes, especialmente do cálcio.
De acordo com esta conselheira, a couve é um alimento mais adequado para os ossos do que o leite de vaca. O cálcio precisa do magnésio para conseguir fixar nos ossos. Ora o leite de vaca tem nove vezes menos magnésio e três vezes mais cálcio do que a proporção necessária. Isso faz com que o cálcio do leite tenha dificuldade de se fixar no nos ossos. “Pior, ele rouba o magnésio existente no organismo. E, como a maior parte desse mineral fica concentrada dentro do osso, consumir mais cálcio do que magnésio aumenta o risco de perda de massa óssea. Daí para a osteoporose é um pulo”, diz a especialista.
Na couve, o magnésio faz parte da clorofila – substância responsável pela cor verde das folhas e indispensável para renovar as células do nosso organismo.
De todas as pesquisas que fiz na Internet, tudo me leva que a opinião da conselheira do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional é de todo fiável. Em todos os artigos que li se dá relevante importância ao magnésio na fixação do cálcio nos ossos.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

HOJE ACORDEI ASSIM...

Há dias em que a gente acorda cansado. Hoje acordei assim... Cansado demais para ir à luta mas também para virar costas e fugir. Deixei que o desânimo se abatesse sobre mim. Acordei assim e não foi devido à crise económica que atravessamos, muito menos por algum desgosto de amor, desilusão, frustração de objectivos não cumpridos ou qualquer outra razão… Simplesmente acordei assim, cansado demais para acreditar no que pensava acreditar e que afinal não eram senão dúvidas… Hoje não vou camuflar as minhas dores, não vou sorrir sem ter vontade, ninguém me ouvirá uma palavra de simpatia forçada porque hoje acordei cansado… Talvez cansado de sobreviver. É que viver, às vezes, também cansa… Cansado demais até para pensar porque estou cansado.
Como não sou homem para desistir ou cruzar os braços à esperara que o barco naufrague, não há motivo para preocupação porque eu sei que vou voltar à luta… Mas hoje não. Hoje acordei cansado demais. Que me seja permitido, ao menos uma vez, dar parte de fraco.
É que hoje acordei mesmo cansado…!

Há dias assim…

terça-feira, 18 de junho de 2013

'SEI QUE NÃO VOU POR AÍ...'


INFERNO

Autor de best-sellers como ‘O Código Da Vinci’ e 'Anjos e Demónios', Dan Brown acaba de lançar o seu sexto livro a 14 de Maio. Em Portugal já existe à venda a versão em língua inglesa. Pena eu não dominar suficientemente o inglês. Assim, terei que aguardar pelo dia 10 de Julho data em que será posto à venda este livro em língua portuguesa que desde já promete vir a transformar-se num novo best-seller. Para já, vendeu 9 milhões de cópias em 13 países mas ainda longe dos 81 milhões de cópias do seu romance  'Código Da Vinci'. Estou em crer que chegará lá. O romance promete… mas não vou contar aqui o enredo até porque me tenho escusado a ler o que já se encontra descrito em vários sites. Quero reservar-me a surpresa da leitura. Até lá aguardo com ansiedade a data em que será posto à venda em língua portuguesa. Á partida apenas sei que o livro se baseia na célebre obra ‘A Divina Comédia’ de Dante e cuja acção se desenrola na maravilhosa cidade de Florença. Vai ser interessante recordar a cidade que já visitei e da qual guardo imagens maravilhosas e momentos inesquecíveis. Já tive oportunidade de postar neste blog algumas fotos tiradas aquando da minha visita a esta cidade.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

AGORA QUE TENHO TEMPO PARA PENSAR...

Às vezes sinto-me como um puto que saltou de um carrossel ficando a observar os que lá permanecem a rodopiar em incontáveis voltas subindo e descendo conforme a evolução do engenho… Até há bem pouco tempo, o meu dia-a-dia evoluía como um autêntico carrossel a um ritmo frenético tal como o da maioria das pessoas. O dia desenrolava-se numa corrida infernal desde o acordar à última da hora, tomar banho e vestir à pressa, correr para o emprego/escola, correr para almoçar, correr para ir levar/buscar os filhos, correr para chegar à hora do jantar... Enfim, sempre a correr. Enquanto participante desta maratona mal tinha tempo para pensar nos meus problemas… Não havia tempo para pensar se era esse o tipo de vida que queria, se me sentia feliz ou triste…
A verdade é que precisamos de quando em vez parar a correria do dia-a-dia para pensar um pouco na vida… no tipo de vida que vamos vivendo. Só assim podemos concluir o que está errado e que é preciso mudar e o que está bem e é preciso praticar…
Agora que me vejo no papel de observador da correria infernal da maioria das pessoas ponho-me a pensar… Será que vale a pena?
Agora que tenho tempo para pensar… penso demais.

sábado, 15 de junho de 2013

A PRESENÇA DA MORTE

Não sou avesso à mudança por isso não recuso à partida novas ideias desde que derivem ou contribuam para a evolução natural das coisas. Contudo há costumes e princípios aos quais me mantenho fiel. Atrevo-me a afirmar que sou um homem fiel aos meus princípios, familiares, amizades... Dou-me mal com a mentira daí que lido mal com infidelidade. Dentro destes pressupostos, sempre que vamos à casa da praia e por mais que tenhamos a intenção de variar, acabamos sempre por almoçar no mesmo restaurante – O Lima. Aí somos recebidos mais como amigos do que como clientes. Digamos que tínhamos já uma relação de amizade com o dono e com os empregados já que todos eram familiares.
Este fim-de-semana, como de costume, dirigi-me ao parque de estacionamento do restaurante e logo estranhei a ausência de viaturas além dos estores todos corridos… Numa das montras destacava-se o aviso da missa do sétimo dia por baixo da fotografia do dono do restaurante. Escusado será dizer que ficámos em estado de choque. Ainda na semana passada tínhamos almoçado lá e como sempre conversámos com o dono que nos pareceu de perfeita saúde. Não sei qual a causa da morte… mas ela ali estava como a lembrar que tudo pode e só ela decide quanto tempo mais nos é permitido permanecer nesta nossa vidinha de todos os dias. Para quê então aquelas quezílias por coisas tão mesquinhas em que nos deixámos envolver…? Mas claro, todos temos consciência dessa inutilidade mas só nos lembrámos quando confrontados com a presença da morte…

sexta-feira, 14 de junho de 2013

DARK EYES

Dark Eyes” foi o álbum de estreia da banda canadiana Half Moon Run lançado em março de 2012. Formada por Dylan Phillips, Connor Molander e Devon Portielje a banda parece pautar-se em dois extremos estilísticos (Folk e o Rock Alternativo) numa miscelânea entre os dois estilos. Esta banda tem uma particularidade assaz curiosa. Não tem músicos de apoio tanto em shows como em estúdio. O elaborado som da banda é da inteira responsabilidade do trio: Dylan Phillips, que toca essencialmente bateria, e comanda também o teclado em simultâneo; Connor Molander e Devon Portielje revezam-se entre as guitarras, sintetizadores, samplers e percussão, enquanto Devon ainda faz os vocais…
Para além da faixa 1- Full Circle que mereceu edição em single este ano, gosto particularmente da faixa 5 – Need it e da faixa 10 – Fire Escape.
Para quem gosta de música alternativa e novas sonoridades, aqui fica a sugestão.

O ARQUÉTIPO DA PERFEIÇÃO

Ninguém é perfeito…
Eu sou, isto é, podia ser
se não fosse este defeito
de nunca perfeito ser…!
Tu que te julgas perfeito
com esse ar tão convencido
não me venhas convencer
que podes ser meu amigo…!

Jorge Leal

quinta-feira, 13 de junho de 2013

QUANDO O SILÊNCIO SE INSTALA...

Tudo passa. O tempo passa, as pessoas mudam, as circunstâncias que as rodeiam mudam… Enfim, nada permanece inalterado ao longo das nossas vidas, a não ser o silêncio que nos acompanha umas vezes desejado, outras odiado mas sempre presente… Desde muito novo o silêncio foi meu companheiro de vida embora nem sempre indesejado. Lembro-me do silêncio daqueles serões a sós com a minha irmã, sentados no sofá frente à TV. Os seus comentários sempre irónicos, ironia que eu partilhava com ela, em certas noites eram os únicos elementos perturbadores desse silêncio. Por vezes, encadeávamos nos comentários confidências tão íntimas, partilhadas de forma tão descontraída como jamais voltaria a ter fosse com quem fosse… Muitas vezes, essas conversas eram interrompidas pela minha mãe ou do nosso padrasto enciumados da nossa amizade.
Mais tarde, quando nasceram os filhos, nunca o silêncio foi tão desejado quando ingloriamente se tentava acalmar as brincadeiras e as brigas das crianças…! Esse silêncio outrora desejado, acaba por se tornar deprimente ao propagar-se pela casa vazia de crianças…
Hoje as crianças já não são crianças… minha filha cresceu e já é mãe. O meu filho formou-se e emigrou para França. Tudo na vida é passageiro, e chega o dia em que o burburinho da alegria e das zangas se transforma em silêncio.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

OS SANTOS POPULARES

Com o culminar do mês de Junho chegam as celebrações dos santos populares: Santo António, São João e São Pedro que se celebram respectivamente a 13, 24 e 29 de Junho. Seja qual for o o santo que se festeja, a tradição manda que se degustem as sardinhas assadas com pimentos e outros petiscos que variam de cidade para cidade conforme a celebração. Em Lisboa celebram-se as festas em honra de Santo António, Porto e Braga festejam o São João com martelinhos e alho-porro, Sintra e Évora festejam o São Pedro.
Como tripeiro de gema, privilegio os festejos de São João por fazer parte do meu imaginário de criança. Nessa idade fazia uma “cascata” conjuntamente com os miúdos da nossa rua. Também pedia “um tostão” para o Santo António aos transeuntes e com esse dinheiro íamos comprando mais figurinhas para a cascata. Não sei qual a razão mas pedia-se sempre o tostãozinho para o Santo António embora se festejasse o São João… Mais tarde, já adolescente, calcorreei as ruas da baixa, armado do alho-porro. Nunca achei muita graça aos martelinhos pelo ruído que fazem e por serem de plástico…
Actualmente é raro participar nos festejos de rua. A idade vai pesando e a paciência também vai faltando… Fica a lembrança de outros festejos.

BASTA UM PEQUENO GESTO

Basta um pequeno gesto para iluminar uma sala mergulhada em escuridão. Uma leve pressão num interruptor… e já está. A mesma mão, também com um pequeno gesto mas em sentido inverso, é o bastante para mergulhar a mesma sala na mais completa escuridão. O mesmo se passa nas relações interpessoais. Às vezes, basta um pequeno gesto para iluminar o dia de alguém mas, com a mesma “mão”, se consegue mergulhar o mesmo dia na mais completa e triste escuridão…!
Tal como o ligar e desligar o interruptor, um gesto anula a acção do outro… Se uma mão desligar o interruptor e o mergulhar na escuridão, basta esperar que esse alguém, com a mesma “mão” e outro gesto, volte a iluminar… a relação.

terça-feira, 11 de junho de 2013

NINGUÉM É PERFEITO... EU, TAMBÉM NÃO!

Há dias em que a gente se consciencializa e aceita finalmente que ninguém é perfeito. Toda a gente sabe isso mas nem sempre é fácil aceitar. Até que chega um dia em que a gente compreende a inutilidade daquele esforço feito ao longo do tempo na tentativa de mudar alguém… Quanto tempo desperdiçado e quanta frustração desnecessária…! Desnecessária na medida em que cada um é como é em consequência das vivências que carrega desde a infância, dos modelos familiares e dos valores que lhes foram incutidos… Tudo isso constitui a estrutura do Ser de cada um de nós.
Tentar mudar os outros de acordo com os nossos princípios é, no mínimo, irracional por inútil… Toda a gente sabe que ninguém é perfeito. Os nossos pais não foram perfeitos, os nossos filhos não são perfeitos, o nosso cônjuge está longe de ser perfeito, os amigos também não são perfeitos, isto é, ninguém é perfeito. E nós seremos perfeitos? Sejamos honestos o suficiente para admitirmos que também não somos perfeitos…!
Poupemo-nos então ao sacrifício, à desolação e ao sofrimento de tentar mudar aqueles que nos são próximos porque as pessoas são o que são sem qualquer intuito de nos agredir com a sua maneira de ser e de agir.
Há dias em que a gente compreende e aceita que ninguém é perfeito.
Há dias assim...

segunda-feira, 10 de junho de 2013

SE EU SOUBESSE, NÃO SERIA POETA.....

Ai se Fernando soubesse
o que Pessoa sabia…
Ai se eu um dia soubesse
tudo quanto ele sabia…
Eu não seria poeta,
ou que poeta seria!
Ai se a vida me ensinasse
a viver o dia-a-dia…
Eu não seria poeta,
ou que poeta seria…!
                                                        
Jorge Leal

domingo, 9 de junho de 2013

OS ALMOÇOS DE DOMINGO

Sempre que se fala em almoços de domingo recordo com saudade e nostalgia os almoços em casa da minha tia Rosa. Família modesta composta pelos meus tios e duas primas mais velhas do que eu uns bons dez anos. Lembro-me perfeitamente do burburinho na cozinha provocado pelo barulho dos tachos e louçaria, dos diálogos em voz alta (demasiado alta) da minha tia e das primas e do cheiro delicioso do assado... O menu destes almoços de domingo era invariavelmente um assado, de coelho ou galinha caseira. Em épocas mais festivas tais como o domingo de Páscoa, havia cabrito assado no forno da padaria próxima de casa. Nunca até hoje senti, quer em casa quer em qualquer restaurante, o cheiro de um assado igual aquele que a minha tia fazia.
Talvez sob a influência desses almoços, hoje não aprecio almoçar em casa ao domingo. Não tem nada de agradável ver a mulher exilada na cozinha a preparar o almoço quando devia ser um dia de descanso e de convívio entre os elementos da família. Por isso aprecio sobremaneira almoçar fora ou com a minha filha e família ou com amigos num restaurante simpático à nossa escolha. Este domingo, a escolha dos nossos amigos e companheiros destes almoços, recaiu no Trinca Espinhas em Lavra. Depois de umas entradas de gambas, mílharas e mexilhões em molho verde, degustamos uma açorda de camarão saborosíssima como sempre. Bom almoço de domingo em boa companhia!

CONTRADIÇÃO


sábado, 8 de junho de 2013

SEM RUMO CERTO

Já me perdi tantas vezes
que mais uma não faz mal…!
Perco dias, perco meses,
e perco os anos também…
Já me perdi na idade.
Perco tudo afinal…!
Perco o rumo à minha sorte,
perco o Sul e perco o Norte.
Só não perco esta vontade
de me perder por ninguém…
                                                                              Jorge Leal

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A ARTE DE BEM CONVERSAR

Até há relativamente pouco tempo, considerava-me um mau conversador. Quer pela minha timidez, quer por falta de assunto que eu achasse relevante, reduzia-me a um mutismo irritante mais para mim (vim a descobrir) do que para o meu interlocutor. Nesse tempo e talvez como a maioria das pessoas, pensava que ser bom conversador se traduzia por falar fluentemente e de uma forma interessante sobre diferentes assuntos. Se a esta arte juntarmos um bom sentido de humor e uma habilidade nata para contar histórias, isso seria a cereja em cima do bolo.
O que me levou a alterar o conceito do bom conversador foi seguramente, ter conhecido uma daquelas pessoas com quem é possível conversar durante largos períodos de tempo sem ficar aborrecido ou sem assunto. Passei a considerar muito mais importante ouvir atentamente, do que procurar expor as minhas próprias ideias de uma forma brilhante e eloquente. Por alguma razão temos duas orelhas e uma só boca…
A arte de bem conversar resume-se afinal à capacidade de colocar questões e ouvir atentamente as respostas do nosso interlocutor.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A MANIA DA PONTUALIDADE

Quando se fala em pontualidade, lembro-me sempre da dita “pontualidade britânica”. Tradicionalmente, os londrinos são pontuais e não têm razão para o não ser. Senão repare-se que, em qualquer ponto da cidade, existe sempre um relógio (seja de que tipo for) que nos informa a hora. Entre eles, destaca-se o célebre Big Bem. Actualmente, todos estes relógios marcam a mesma hora do Big Bem o que não acontecia antes do século IX. Nesse tempo, cada rua e cada bairro londrino, tinha a sua própria hora. Imagine-se a confusão que seria ao deslocar-se de uma rua para a outra ou de bairro para bairro…! Para acabar com esta confusão, em 1830, a Grã-Bretanha foi o primeiro país a adotar uma hora nacional. É com base no relógio existente no Observatório Real de Greenwich, que todos os países acertam os fusos-horários.
Não tenho uma costela britânica mas tenho a mania da pontualidade. Sinto uma necessidade premente de chegar sempre a horas aos encontros combinados. Esta mania faz com que sofra longos períodos de espera porque habitualmente, a maioria das pessoas chega sempre atrasada. Mas eu prefiro esperar do que fazer esperar por mim por isso chego sempre antes da hora marcada o que acarreta uma espera ainda mais longa…. Contudo, esta mania das pessoas chegarem sempre atrasadas, irrita-me solenemente. Considero a falta de pontualidade como sendo uma falta de respeito por quem está à espera. Contudo, parece que uma grande maioria das pessoas continua, tal como os londrinos antes do século IX, com a sua própria hora…

quarta-feira, 5 de junho de 2013

FLY AWAY

Da janela do meu quarto vejo com alguma frequência aviões que se preparam para aterrar no aeroporto Sá Carneiro que fica relativamente perto. Vejo-os na linha do horizonte, tão perto… tão baixo… e tão longe…!
Cada vez que acontece avistar um avião, fico ali parado no parapeito da janela até o perder de vista por trás dos prédios já muito perto do solo. Mais do que vê-los aterrar, apraz-me vê-los levantar voo na minha ânsia de partir não importa para onde…
Adoro viajar de avião daí esta minha atracção por aviões.

(Em memória do piloto Miguel Ângelo Leal)

terça-feira, 4 de junho de 2013

WHERE ARE YOU NOW, MY BROTHER?

“Oh, where are you tonight my beloved brother?
Where is the bond that once bound us together?
Even right from the womb of our sweet mother
Oh, where is the warmth of your brotherly arms
With which you nursed me when I was but a child.                                                  
(Adeola Ikuomola)

Onde quer que estejas quero que saibas que sinto saudade da tua mão amiga que me guiava pelos trilhos incertos da vida… quantos caminhos já percorri sem ti…! 
… e continuo sem saber onde estás nesta noite que é a minha também…

Happy birthday…!

A MORTE DO PATINHO

Há dias em que uma simples imagem desencadeia memórias que pensávamos já não existir. Não porque as tivéssemos “apagado” por serem desagradáveis ou fazerem reviver momentos traumatizantes, mas pela sua insignificância ou pouca relevância. Aí está uma prova de que tudo o que acontece ao longo das nossas vidas deixa marcas… são como “tijolos” que ajudam a construir o nosso “Eu”. Tudo depende do uso que damos a esses “tijolos” que tanto podem contribuir para a construir como para destruir a nossa personalidade… mas isso são outras histórias. A simples observação da imagem de um patinho foi como que o código de acesso a arquivos de uma outra época da minha vida. Tínhamos mudado de um apartamento no Porto para uma moradia em Gaia. Como nas traseiras existiam uns anexos próprios para albergar aves de capoeira, não sei por que carga de água, volta e meia, a minha mãe comprava alguns patinhos recém-nascidos que nunca chegavam a crescer. Isto porque eram acometidos por alguma estranha doença.
Lembrei-me do seguinte episódio que durante longos anos nunca me tinha voltado à memória. Um dia, ao regressar da escola, deparei com um dos patinhos prostrado acometido pela tal doença. Sendo a minha mãe uma mulher profundamente religiosa, existia na casa um altar com alguns santos da sua devoção. Comungando da mesma fé, lembrei-me de colocar o patinho junto ao altar na esperança de um milagre… Depositei neste acto toda a fé e esperança no milagre da cura daquele pequeno ser. Ao fim da tarde, o patinho estava morto aos pés dos santos do altar. Não sei se foi a partir daí mas a minha fé ficou profundamente abalada…
Há dias em que memórias distantes nos assaltam e transportam a outras épocas noutros lugares…
Há dias assim...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

OS "INHOS"

Se há coisa que detesto e que acontece geralmente em hospitais e outros serviços de saúde, precisamente quando estamos mais debilitados fisicamente, são os “inhos. Quando em presença de alguém mais ou menos avançado na idade, é frequente ouvir alguns profissionais de saúde e não só, falar com os idosos como quem fala com crianças: dizem invariavelmente que preciso tirar a roupinha para fazer o examezinho… que não vai custar nada é só uma picadinha… finalmente deite-se na caminha ou sente-se na cadeirinha…
Diz o aforismo popular que de velho de torna a menino… mas nada de exageros… estes inhos fazem-me estabelecer uma certa conexão com senilidade…
Mas convenhamos que idade não é sinónimo de senilidade. Tratar os idosos como crianças é de certo modo humilhante e não uma manifestação de carinho como vulgarmente se pensa.

domingo, 2 de junho de 2013

NA CASA DA PRAIA

O fim-de-semana prometia uma temperatura agradável e um dia de sol pleno. Com esta promessa, e depois de constatarmos pela manhã que o sol brilhava, rumámos à casa da praia. Na verdade, a casa não se encontra propriamente junto à praia, dista cerca de quilómetro e meio do mar. Em contraposição com o apartamento do Porto, é assim designada pela família.
Rodeada por um pequeno jardim, faz as delícias da jardinagem da minha mulher… Num pequeno espaço, conseguimos plantar uma macieira, um limoeiro, uma laranjeira, um pessegueiro, uma ameixoeira, uma pereira e até uma cerejeira que nunca deu uma única cereja…
Depois do almoço, como habitualmente no restaurante Lima, desfrutamos da calma do espaço ajardinado das traseiras. O sol brilhava tal como o prometido pela manhã. As cadeiras e a mesa de exterior foram colocadas na nossa pequena esplanada… e para complemento, lá estava a cerveja geladinha e os amendoins para acalmar o estômago.
Uma tarde calma tal como se impunha depois de um sábado estressante com o espectáculo do Cuco. Também o meu pequeno amigo e actor se encontra em férias nas terras quentes do Algarve.

sábado, 1 de junho de 2013

FESTA DE FINAL DE ANO

 De acordo com o programa, e ansiosamente aguardado pelos avós, entrou em cena o nosso “anãozinho” da Branca de Neve… E lá estava o Miguel, feliz e não menos felizes, os quatro avós e pais também presentes.
Como já vem sendo habitual, a festa primou pela originalidade e participação dos familiares dos jovens actores. Um louvor ao trabalho das educadoras em ensaiar crianças deste nível etário indisciplinadas por natureza…

Aqui ficam alguns registos fotográficos da actuação do Miguelito.







Assim se iniciou o espectáculo...
E eis que chega o momento mais ansiado... a entrada do Miguel em cena...!

FELIZ DIA DA CRIANÇA

Não contradizendo a opinião que aqui expressei em diversas ocasiões, comemoro hoje o Dia Mundial da Criança em atenção especialmente ao Miguel. Continuo fiel à minha opinião de que todos os dias deverão ser dias de... e nunca uma vez por ano. Mas hoje, tinha que abrir uma excepção e participar na comemoração deste dia já que o Miguel ira fazer parte da peça a representar no infantário. Lá estarei seguramente, torcendo para que o pequenito se sinta feliz... essencialmente, muito feliz... o resto, que se l....
Mais logo fareia descrição completa, ao vivo e a cores, da representação.
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