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quinta-feira, 30 de abril de 2020

UMA TRADIÇÃO QUE SE PERDE


Com o mês de maio à porta, fica a dúvida, colocar ou não um ramo de “maias” à porta. A origem desta tradição de colocar maias nos locais a proteger, perde-se no tempo embora se acredite que tenha origem numa antiga festividade Celta. Esta tradição ainda hoje é praticada em Edimburgo, assinala o início do verão e significa a união entre a energia masculina e a feminina bem como a fertilidade… da terra. É lamentável que, no mundo ocidental a religião tenha escondido o real significado desta tradição.
Segundo a tradição em Portugal, era conveniente colocar à porta e na grelha dos automóveis a flor amarela da giesta. Em certas regiões também se cumpria a tradição de colocar à porta bonecas de palha enfeitadas com a flor da giesta. Com este procedimento pretendia-se evitar a entrada do “carrapato” na habitação.
Antes do vírus que nos confinou em casa, noto que a tradição vai morrendo lentamente, já poucas casas ostentam o característico ramo de maias e ainda mais raramente nos automóveis. A minha observação leva-me a pensar que  a tradição garantidamente já não é o que era.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

DIZER NÃO, É CONTRAPRODUCENTE?


O primeiro impulso perante qualquer pedido ou permissão, a resposta era invariavelmente um redondo, não. Agora, não tanto pelo confinamento mas passar do tempo, quase abandonei o péssimo hábito de dizer não mesmo antes de ouvir o que me era solicitado. Essa mania, se assim se pode chamar, teve origem na relação conflituosa que mantive desde tenra idade. Por mais que fosse punido com castigos corporais, mais a minha resposta a qualquer questão era sempre um “não”. Evidentemente que a tareia que se seguia redobrava em intensidade mas a resposta era sempre a mesma. Perante esta atitude que engloba culpa ou a sua ausência, não me consentia verter uma lágrima ou um soluço sequer pelo prazer de dizer “não”. É impossível dar uma razão que justifique dizer “não” quando se queria dizer “sim” a não ser pelo medo, culpa, obrigação ou responsabilidade entre outras razões que desconheço. Claro que os pais sempre querem o melhor para os filhos, contudo fica a dúvida, o que é melhor para eles? Quais os limites que se devem estabelecer no dia a dia? Quais os limites e com que autoridade nos é permitido proibir? Como actuar de modo a não prejudicar e a liberdade de escolha?
As dúvidas por pertinentes persistem e são conhecidas certamente pela maioria dos pais e não só. Às vezes é preciso dizer não embora no fundo da alma exista a forte vontade de dizer sim.
Depois de alguns anos, de pai tornei-me avô e já não guardo  ressentimentos nem rancores para qualquer um dos pais. Consigo até compreender as razões que os levaram a adotar determinados comportamentos.

terça-feira, 28 de abril de 2020

PERDOAR OU ESQUECER?


Desde sempre, pelo menos desde que me conheço, estava convencido que possuía a rara qualidade de perdoar sem contudo esquecer a ofensa que lhe deu origem. Costumava dizer levianamente “perdoo mas não esqueço”. Há ofensas que facilmente se perdoam mas que dificilmente se esquecem. A língua inglesa estabelece bem a diferença entre forgive e forgete. Estes dois termos possuem realmente significados completamente diferentes. Enquanto forgive significa perdoar, forget significa esquecer. Ora dar e receber são coisas completamente diferentes.
Não se trata de um verdadeiro perdão quando não se esquece a causa. Geralmente, quando a ofensa é grave, o autor é posto de lado e o relacionamento resume-se apenas ao estritamente necessário. Ás vezes não se consegue recordar a verdadeira razão da ofensa o que nos impede de compreender que afinal já se tinha perdoado. Perdoar é isso mesmo. Recordar a ofensa sem dor, sem alterar o relacionamento, É recordar vagamente a ofensa, sem sentir mágoa nem sofrimento.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

AFINAL, É OU NÃO PRECISO SONHAR?


Pode até ser considerado como um sinal de inteligência e criatividade mas, às vezes, é preciso parar de sonhar. Há inúmeros estudos que comprovam que o sonho acordado tem as suas vantagens Estes estudos concluíram que o facto de se sonhar acordado permite fugir de outras solicitações possibilitando assim focar toda a atenção naquilo em que ocupa o nosso cérebro. Possuir um cérebro com esta capacidade pode ser uma vantagem ou então desvantagem mas, de qualquer modo, como parar de sonhar?
Existem imensas teorias sobre este assunto, basta navegar pela Internet para ficar completamente informado. Pessoalmente, penso que o ato de sonhar como involuntário que é, não obedece a truques ou receitas. É impossível parar ou mesmo impedir completamente o sono. A comprová-lo está o facto de até hoje, ainda ninguém ter sido capaz de o bloquear e explicar de uma forma convincente o motivo porque se sonha. Sonhar é tão normal como respirar, considero-a mesmo uma actividade saudável.
Através do sono atravessam-se diferentes fases até chegar à denominada fase rem. Nesta fase é natural que o corpo reaja de acordo com o que se está a passar no sonho. Sonhar, acordado, também ajuda a resolver muitas das situações vividas durante o dia e, quando acumuladas, são responsáveis pelo aparecimento de muitas doenças.

domingo, 26 de abril de 2020

SALA DE MÚSICA

De facto não tenho nem nunca terei uma sala de música mas, se a tivesse, essa sala seria muito espaçosa onde o branco predominaria. Gosto de espaços amplos, do branco e do estilo minimalista no mobiliário. Como não possuo uma sala com estas características e com a família por perto, a única hipótese de ouvir música era (antes do aparecimento deste maldito vírus) o meu automóvel. Era no interior dessa viatura que dava largas ao meu lado melómano. Adoro conduzir envolto por uma boa música de acordo com o meu estado de espírito. A música tem o dom de influenciar o estado de espírito. De acordo com esse dom, o estado de espírito varia de momento a momento, determinando assim o tipo de música a ouvir. Há quem escolha o tipo de música de forma a contrariar o respectivo estado de espírito, isto é, se estão tristes, ouvem uma música “alegre” para não se deixar abater pela depressão e vice-versa. Pessoalmente pendo mais para o grupo dos que escolhem uma música consentânea com o estado de espírito não descurando a harmonia da música escolhida. Sem dúvida que a música traduz o estado de espírito de quem a ouve, além de reflectir o momento e a forma de sentir de cada um.

sábado, 25 de abril de 2020

O ESTRANHO DOM DO CAMALEÃO


Provérbios, ditados populares também conhecidos por adágios, são transmitidos oralmente de geração em geração. Constituídos por frases curtas, transmitem ensinamentos aprendidos ao longo da vida. Cresci no meio deles pelo que é inevitável recordar-me de algum a propósito desta ou daquela situação.
Quem diz provérbios, diz palavras que por muito repetidas vão ficando retidas na memória. A palavra “sabujo” usava-se com frequência quando se queria  descrever um indivíduo servil, bajulador,...
Perante o comportamento de certas pessoas só me ocorre o termo “sabujo” para as classificar. Este termo nem sempre se refere a uma manifestação negativa da personalidade. Pode querer dizer que determinado indivíduo tem uma certa inclinação para a dança o que revela uma enorme capacidade de adaptação.
Os sabujos, apesar de dissimulados, tornam-se simpáticos devido à sua enorme capacidade de bajular. São peritos na difícil arte de se insinuarem captando assim um número considerável de “amigos”. Por comparação, comportam-se como se fossem um “camaleão” assumindo as caraterísticas daqueles que querem captar até ao dia em que as pessoas se apercebem da sua verdadeira personalidade.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

A RAZÃO POR QUE SE ESCREVE


Sem pretender fazer concorrência ao dia mundial do livro, hoje  teço os maiores louvores à leitura. Como já disse, a leitura é essencial para escrever bem. Quanto aos meus livros preferidos, para quem não leu, a minha preferência depende unicamente do momento da leitura e das memórias que lhe estão associadas. Nesta fase de contenção e isolamento, dedico mais tempo à escrita. Não me perguntem por que nem eu sei a razão por que escrevo. Pode ser pela necessidade que toda a gente tem de desabafar ou por outra razão qualquer que sinceramente desconheço. Se nem sempre digo o que penso, escrevo sempre o que me preenche o pensamento. Dizer o contrário era uma enorme mentira dado que é impossível  passar à escrita tudo aquilo em que se pensa!
Há coisas que não se deviam dizer. Que surpresa seria se todos começassem a dizer o que realmente pensam…! Não significa que defenda a mentira mas por vezes é preferível omitir ou melhor ainda, ficar calado. Tudo que escrevo pode até nem ser verdade mas é o que penso nesse momento e que acredito ser a minha verdade.
Nem sempre escrevo o que penso mas escrevo sempre o que sinto…

quinta-feira, 23 de abril de 2020

CORRER ATRÁS DE BORBOLETAS


Celebrou-se ontem o dia do nosso planeta, dias com os quais não concordo se resumidos a um só dia. É preciso que sejam prolongados ao longo do ano e por muitos anos. Um aspecto positivo do covid-19 foi a diminuição da poluição sonora e ambiental. No entanto, o tempo que se perde a procurar emprego, daquela pessoa cuja metade que nos vai completar, em buca sabe-se lá de quê! Um tempo perdido que não resolve nada, comparável a tentar caçar borboletas. Busca infrutífera pela simples razão de que não é possível captura-las nem existe ninguém para completar ninguém… Afinal já se nasce inteiro embora sem saber, …não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objectivos comuns, alegrias e sobretudo vida.
É pena que tenha sido precisa uma coisa tão pequena para compreender que não é preciso ninguém para ser feliz…!
O segredo é aprender a gostar daquela imagem que o espelho nos dá. Se é que existe algum segredo é não… correr atrás das borboletas mas sim cuidar do jardim para que elas venham até nós.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A MELHOR POSIÇÃO PARA DORMIR


Existem as mais diversas posições que se assumem para adormecer e durante o sono. Há quem prefira dormir com um braço de fora, outros puxam a roupa de cama de modo a cobrir a orelha. Falando em posições, uns preferem dormir de lado, outros de barriga para cima e outros ainda de bruços. Cada pessoa tem a sua posição muito própria de dormir, isto é, toda a gente tem uma maneira diferente de se deitar e adormecer.
Há estudos que pretendem relacionar a posição de dormir com a personalidade de cada um. Uma das posições mais vulgares por proporcionar um sono mais repousante e facilitar o bom funcionamento do organismo em geral, é a posição fetal. Os especialistas recomendam que se durma sobre o lado esquerdo embora prefira o lado direito… Não acredito cegamente na fidelidade desses estudos mas confesso que, depois de muita leitura, encontrei neles um fundo de verdade. O certo é que quando se adota uma posição inadequada para dormir, ela pode ser responsável pelo aparecimento de um número de infindável de doenças.

terça-feira, 21 de abril de 2020

BONS CONSELHOS


Quem espera sempre alcança é um velho ditado muito conhecido neste país mas também no Brasil. Em Portugal também é costume dizer-se, Quem espera desespera Entre os dois, prefiro este último por se adaptar melhor à minha maneira de ser. Correndo o risco de me repetir ou contradizer, declaro que não gosto de esperar seja por quem for. Efectivamente, ao fim de tantos anos continua a desagradar-me esperar. Quando me dizem, vamos? Este “vamos” prolonga-se por largos momentos, há sempre mil e uma coisas a fazer antes de sair… Eu ali, à porta, completamente equipado, à espera.
Esta espera não se confina apenas aos familiares, acontece o mesmo quando se combina uma determinada hora e, na melhor hipótese, espera-se uma meia hora… Com esta mania da pontualidade, chego sempre trinta minutos mais cedo e acabo por esperar uma hora! Para muita gente é “chique” chegar atrasado e, na tentativa de ser chique, confesso que já experimentei e das poucas vezes que cheguei atrasado por vários motivos, havia alguém à minha espera por chegarem a horas… Quando tal acontece, não posso evitar que me lembre do sábio conselho de Chico Buarque Espere sentado ou você se cansa, quem espera nunca alcança
É claro que certas convenções sociais são indispensáveis, o que não quer dizer que não se possam pôr à prova e alterar quando se justifique. O que hoje se aceita pode não o ser socialmente aceite amanhã…

segunda-feira, 20 de abril de 2020

VANTAGENS DO EXERCÍCIO


Nunca fui adepto de qualquer desporto e consequentemente de qualquer exercício físico. Com o passar do tempo, condescendi gradualmente desta minha posição e inscrevi-me num ginásio para me obrigar a praticar algum de exercício físico.
Ninguém duvida dos benefícios da prática do exercício físico não só a este nível mas principalmente a nível mental. Deste modo, além de melhorar a condição física e mental, contribui também para aumentar a recuperação de algumas doenças.
Como disse, apesar de todos os benefícios descritos nem sempre aderi a este nem a qualquer outro tipo de exercício. Na princípio, foi precisa muita força de vontade para não desistir e regressar a casa.
Com o passar do tempo o exercício físico tornou-se viciante na medida em que se torna compulsivo frequentar estas “catedrais” do exercício físico.
Nos dias que correm, devido ao coronavírus, o encerramento dos ginásios facilita a inércia e o excesso alimentar. O facto de se encontrarem encerrados faz sentir mais a falta do exercício físico. Mesmo dentro de casa há inúmeras oportunidades de manter o mesmo nível de exercício. É preciso não desanimar e manter o corpo e a mente sã…

domingo, 19 de abril de 2020

PÉROLAS A PORCOS


Existem diversas publicações na Internet que diferem no número de visitas e conteúdos, diferem apenas no interesse que despertam os diferentes assuntos abordados. Constatar que o número de visitas é bastante reduzido, não tinha grande importância mas podia ser mais um motivo de infelicidade...
Certamente que o número de visitantes aumentaria se abordasse aqui temas relacionados com o desporto em geral deixando para segundo plano  o objectivo deste site.
Em jeito de balanço, vem a propósito citar uma frase atribuída a Jesus Cristo, Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas,... Com esta frase, Jesus quis incentivar os discípulos a não desperdiçarem o seu tempo com coisas banais.
Não pretendo comparar os meus leitores ao simpático animal nem tenho a veleidade de considerar pérolas aquilo que escrevo, agradeço a paciência de quem lê estes pensamentos tendo em conta os objectivos que persigo.
Existem e sempre existirão outras publicações melhores e também outras piores porem, o essencial, é evitar comparar-se seja com o que for. A comparação só põe em evidência o sentimento de frustração que convive com a personalidade de cada um de nós.

sábado, 18 de abril de 2020

EM TEMPOS DE PANDEMIA


Cada um tem o chato que merece ou seja, chateia-se como pode não como deseja. Há chatos de todos os géneros e para todos os gostos que se encontram nos diferentes sectores como a saúde, a educação, o futebol, nos noticiários da TV, nos programas matinais supostamente imaginados para entreter mas que não entretêm ninguém ou muito poucos enfim, tudo é uma chatice e os chatos estão por todo o lado.
Fechados em casa devido às necessárias medidas de restrição, quantas nos deparamos com momentos tão aborrecidos mas, tão aborrecidos que dá vontade de sair? E, de chatice em chatice, a vida corre como um rio que não se detém. Talvez não seja a vida que se pretendia mas a vida possível perante a presente pandemia.
Compete a cada um a transformar toda a chatice em algo agradável o que exige alguma criatividade e capacidade de tornar viável a árdua tarefa que é viver. Perante esta realidade, não resta outra alternativa que não seja dar a volta a tanta chatice e transforma-la em tarefas que proporcionem algum prazer e recolher algum ensinamento  desta clausura forçada e sobretudo… viver.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

ANTIBIÓTICO NATURAL


Muito conhecidos em gastronomia os orégãos, além desta têm outras aplicações. Em grego, orégão significa “alegria das montanhas”, são considerados como um medicamento natural resolvendo muitos dos problemas de saúde. Quando usada na cozinha, esta erva aromática confere um sabor característico a todos os pratos. Toda a gente conhece e utiliza os orégãos estritamente na culinária contudo, para além deste uso, os orégãos são utilizados com fins medicinais para resolver diversos problemas de saúde. Vários estudos comprovam que um dos seus constituintes, o carvacrol consegue destruir as bactérias resistentes aos antibióticos comuns. Bastantes investigadores já provaram que esta erva aromática atua sobre as células do cancro da próstata provocando a morte das células responsáveis pelo cancro da próstata poupando todas as outras. Está provado cientificamente que os orégãos são um eficaz antibiótico que pode ser usado para  fins medicinais  por serem ricos em antioxidantes além de fornecerem fibras necessárias ao organismo e muitas vitaminas.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

DE BOAS INTENÇÕES...


Já lá vai o tempo em que acreditava naqueles indivíduos que na melhor das intenções relatam o que, muitas vezes, não queríamos ouvir. Trata-se daquele género de pessoas que só querem o nosso bem… Vão dando as suas alfinetadas aqui e ali camuflando a alegria de ver desfeitas relações, destruir o amor próprio ou prejudicar a saúde daqueles a quem pretensamente só queriam ajudar
Estas pessoas fazem-me lembrar um gato (que me perdoe o simpático bichano) ronronando, insinuando-se junto à futura vitima e, na primeira altura, quando os apanham desprevenidos, deitam as garras de fora… Como qualquer intriga, acaba sempre por provocar uma reacção desfavorável em quem pretendem atingir…
Contudo, nem sempre o objectivo destes intriguistas é prejudicar seja quem for. Espalham a mentira na melhor das intenções, convencidos de que se trata da verdade devido à má interpretação dos factos que observam.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

QUE CASTIGO APLICAR?


Não sou apologista de castigos, nomeadamente corporais. Acho-os contraproducentes na medida em que geralmente são difíceis de aplicar e não surtem de modo nenhum o efeito que os originou. Quando se fala em castigos pensa-se logo em castigos corporais e no entanto há outro género de castigos mais violentos como por exemplo, não vês televisão durante um mês, ficas proibido de usar Internet até ao fim deste período de aulas, não falo contigo até me pedires desculpa
E, porque o tempo não pára, lá vai-se perdendo a conta aos dias de castigo e das oportunidades que a vida nos oferece para sermos mais indulgentes… perde-se assim mais uma oportunidade de perdoar…
Por mais justo que seja o castigo acaba muitas vezes por produzir o efeito contrário. Existem muitas outras formas de contornar a situação tendo em atenção a personalidade do prevaricador e a gravidade da situação. Qualquer castigo que se engendre acaba sempre por gerar revolta.
Quantos dias serão precisos para se concluir que qualquer castigo é inútil irracionalmente?!
Convenhamos porém, que isto de dar novas oportunidades também cansa… e dói. Dói sobretudo a indiferença com que é recebido …

terça-feira, 14 de abril de 2020

A LEITURA FACILITA A ESCRITA


Recentemente, é verdade, cheguei à conclusão de que a leitura é incompatível com a escrita. Uma tarefa sobrepõem-se à outra sobrando pouco tempo para conciliar as duas. Escrever obriga a uma reflexão profunda sobre o tema escolhido, além do tempo necessário para rever e emendar tudo que se escreveu. Daqui se conclui que é difícil fazer bem qualquer uma destas actividades. Que a leitura ajuda muito na escrita nem se discute. Escrever bem sobre qualquer assunto, pressupõe uma pesquisa criteriosa sobre esse mesmo assunto e só depois se passa à fase da escrita.
Ultimamente reservo uma parte considerável do dia à escrita de pequenos textos de forma a não me tornar muito maçador, que depois leio e corrijo se necessário, mas continuo a ser um defensor acérrimo da leitura. Através dela adquire-se a magia de viajar para paragens desconhecidas, encarnar novos personagens e dar cor a um mundo que se ajudou a pintar de cinzento… Em jeito de compensação até se diz que os escritores são os que mais leem… o que nem sempre é verdade.
Não me considero um grande escritor nem é esse o meu objectivo contudo a escrita atrai-me enquanto os livros vão-se acumulando sobre a mesa de cabeceira à espera do dia de serem folheados. Impõe-se optar por uma destas actividades, mas qual? E porque não manter as duas?
Admitindo que se trata de actividades complementares mas incompatíveis entre si, o melhor é intercalar uma com a outra.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O "MELHOR AMIGO", SERÁ QUE EXISTE?


Há quem defenda que não existe um “melhor amigo”, todos os amigos são importantes pelo que nenhum se destaca dos outros. Talvez tenham razão na lógica dos seus argumentos mas a realidade mostra que há amigos que fazem toda a diferença através das suas atitudes. Os verdadeiros amigos partilham momentos de tristeza ou de alegria. Há sempre alguém, independentemente da situação, do momento ou da distância que os separa, mostram-se sempre  disponíveis para o que for preciso sem condições. Essa disponibilidade traduz-se por uma simples palavra, por um conselho ou por um gesto que não diz nada, mas que em si já diz tudo. Às vezes, basta a simples presença nos momentos em que é mais necessário um pouco de conforto…
Não importa o número amigos que se tenha, há sempre alguém que se evidencia pelas suas qualidades ou pela afinidade que demonstra. O melhor amigo afinal é aquele com quem se partilham segredos de parte a parte. Existe gente assim, basta olhar com atenção à nossa volta. Como alguém disse, um amigo, apesar de não ser um irmão de sangue é sem dúvida um irmão de coração.

sábado, 11 de abril de 2020

TUDO VAI SER DIFERENTE


Cada vez é mais frequente ouvir dizer esperemos que tudo volte ao normal. Por “normal” muitos entendem retomar a mesma vidinha que tinham antes do aparecimento do coronavírus. Ansiar que tudo volte ao normal nos tempos que correm parece sustentar uma certa lógica mas revela também ausência de reflexão sobre o assunto.
Não fora o elevado número de mortes bem como o enorme número de seres humanos infectados, diria mesmo que este vírus teve algumas vantagens. As escolas fechadas, o teletrabalho, o isolamento social fez com que diminuísse o trânsito nas ruas e estradas. Também o silêncio que tomou conta das praças e ruas devido à diminuição do trânsito e à diminuta circulação de pessoas, acabou por ser um factor calmante em várias situações. Os aviões estacionados nos principais aeroportos por falta de viajantes a par da diminuição do trânsito contribuíram para a diminuição da poluição atmosférica e sonora…
No futuro, reinventar a vida exige de cada um uma grande dose do poder de adaptação aos condicionalismos desse futuro sem contar com as sequelas que sempre ficam do isolamento forçado pelo medo e medidas governamentais obrigatórias. Depois deste interregno ditado pelo coronavírus, nada será igual, tudo terá de ser diferente.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

UMA ESCOLHA ACERTADA


Há dias em a gente se questiona se esta ou aquela escolha foi a mais acertada de acordo com o momento. Em hora de balanço da incerteza, talvez uma dessas opções tenha valido a pena apesar das renúncias que implicou…
Infelizmente ninguém, nem a própria vida, consegue responder cabalmente às estas dúvidas, a não ser que se possuam faculdades mediúnicas… Perante esta e outras dúvidas isso não invalida que a gente não se interrogue sobre a eficácia da maior parte das escolhas.
Desde muito cedo foi-nos incutida a ideia de que toda a escolha a obrigação de renunciar a muitas outras. Não se pode ter tudo, é o que nos dizem.
Há dias que se prestam a um balanço mais honesto sobre esta ou aquela escolha perante o cansaço de uma reclusão voluntária ou não… Mas tal como nasce um novo dia, tudo voltará ao “normal” no dia seguinte.
Há dias assim…

quinta-feira, 9 de abril de 2020

A ESCOLHA DO GATO


Não devo ser o único que fala com gatos…! Mesmo assim, no meu silêncio, continuo a falar e a esperar uma resposta que nunca vem.
Recordo ainda que, noutro tempo, antes do aparecimento do tal coronavírus que nos fechou em casa e paralisou o mundo lá fora, todas as manhãs percorria a distância que me separa do café. Durante esse percurso, era fatal cruzar-me com um dos gatos que habitavam uma casa existente a meio do caminho. Refém desta imaginação que não pára, imaginei coisas incríveis que o tal gato me contava! Confesso a grande influência do autor da maravilhosa obra “Alice no País da Maravilhas” que li e reli por várias vezes na minha infância e até muito mais tarde. Há quem não goste do livro ou do autor porém, o nonsense de toda a história e o desafio que faz à nossa imaginação atrai-me constantemente devido à sua enorme carga simbólica.
O eterno desejo de partir sem destino preestabelecido, nunca tornou possível definir exactamente onde queria ir, sem ignorar a existência de caminhos sem saída. Optando por um desses caminhos corre-se o risco de ficar encurralado num certo local ou numa dada situação. É óbvio que quando não se sabe para onde se quer ir, qualquer caminho serve. A este propósito, lembro-me sempre do diálogo entre Alice e o gato de Cheshire: “… o senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo seguir para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”.
Aquele gato ao sol sobre o muro fez-me recordar o célebre diálogo de Alice. Coisas do passado…

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A IMPORTÂNCIA DE INTERPRETAR


Compreendo que nem todos estejam de acordo com o que leem neste espaço o que é absolutamente normal. Diversas vezes manifestei a minha disponibilidade para aceitar críticas reservando-me também o direito de resposta. Não me ofende minimamente que não concordem com a interpretação que faço dos factos. Afinal, tudo se resume à forma como se interpretam os factos.
De qualquer maneira é fundamental, diria mesmo vital interpretar antes de agir. Nem tudo que os olhos veem significa que se trata da verdade. Uma frase mal interpretada pode alterar completamente o rumo de uma vida… Aliás, a forma como se interpreta quer seja um texto, uma palavra ou um acontecimento, depende de variadíssimos factores que não vão ao encontro de quem os recebe. Por outro lado, uma má interpretação não pode ser atribuída uma mente perversa, depende essencialmente da experiência de vida que a sustenta. A vivência de cada um acaba por influenciar directamente qualquer interpretação dos factos. É normal dar uma importância maior ao que já se conhece em detrimento do desconhecido.
Embora se considere relevante o contexto social, não deve ignorar-se que a interpretação dos factos depende muito da sensibilidade de cada um.

terça-feira, 7 de abril de 2020

UM ADEUS NA DESPEDIDA


Detesto dizer adeus, vá se lá saber porquê… o certo é que não gosto de me despedir seja de quem for com um “adeus”. Reservo-o para aquelas pessoas que, por qualquer razão, não tenciono rever. Para os outros, prefiro o até amanhã, até breve ou o já adoptado “tchau”. Não se pense que é despropositado despedir de quem se gosta com um “até amanhã”, esses estão sempre connosco. Estarão presentes no próprio dia, no dia seguinte bem como em todos os dias que se seguirem…
Se por qualquer razão não tenciono voltar a ver alguém, o pior que lhe desejo é que “fique bem” e, mesmo nessas circunstâncias, nunca digo adeus. O adeus, é uma despedida e há sempre a remota possibilidade de encontrar essa pessoa. Antigamente dizia-se que “adeus é para quem morre” e tinham uma certa razão. Nessas circunstâncias essas evito o adeus na remota hipótese de um futuro reencontro…

segunda-feira, 6 de abril de 2020

ROTINAS, SIM OU NÃO?


A vida está sempre a mudar e quando já se pensava estar adaptado, a vida muda e mostra-se de uma forma completamente diferente.
A vida é mesmo assim e não é nenhum vírus que nos vai fazer mudar de rotinas. Mas a verdade é que a vida muda e muitas das rotinas a que estávamos habituados tiveram de mudar. Hoje ninguém se cumprimenta com um aperto de mão, beijinhos ou abraços, ficar perto ou ser visitado por aqueles a quem se ama e outras manifestações de carinho estão fora de questão… Todas estas emoções fazem falta, tornavam o dia a dia menos árido. Dói sobretudo o afastamento daqueles que se amam e que pretendíamos beijar, abraçar…
Em geral o ser humano não gosta de mudanças sejam elas quais forem, devido ao medo ou por outra razão inconfessada. Por natureza, o ser humano recusa-se a aceitar que a vida mudou, não é mais a mesma vida que se levava até esse momento. É preciso estar preparado para mudar de forma a uma melhor adaptação que implicam novas rotinas. Já que é impossível adaptar a vida a nossa existência, o melhor é cada um adaptar-se à vida tal como ela é no presente.

domingo, 5 de abril de 2020

UMA BANANA POR DIA....


É por demais conhecida a expressão “uma maçã por dia, mantém o médico afastado”, embora o proverbio inglês faça mais sentido na língua original  An apple a day keeps the doctor away”.
Ora a banana não lhe fica atrás, é detentora de três açúcares naturais (sacarose, frutose e glicose) que a par das fibras fornece um suplemento energético necessário a toda actividade diária. Por comparação com a maçã, a banana fornece o quadruplo de proteínas, o dobro dos hidratos de carbono, o triplo de fósforo e cinco vezes mais de vitamina A e outras vitaminas, além do  ferro e sais minerais necessários e responsáveis pelo bom humor. A ingestão diária de bananas é essencial para evitar muitas doenças como a anemia uma vez  que o ferro estimula a produção de hemoglobina. O facto de converter algumas proteínas em serotonina, melhora a disposição de quem a consome habitualmente o que se traduz por uma sensação de bem estar. É ótima também para combater a prisão de ventre graças ao seu alto teor em fibras. Por ser rica em potássio combate a pressão alta e ajuda a normalizar os batimentos cardíacos reduzindo assim a morte por enfarte e outras doenças cardíacas.
Até a casca se aproveita, a parte interna é óptima para eliminar verrugas ou picadas de mosquito reduzindo o inchaço e a irritação característica desta situação. Estas são qualidades suficientes para aumentar o consumo de bananas como sendo um remédio natural contra muitos problemas de saúde.

sábado, 4 de abril de 2020

OUVIR CANTAR O FADO


Já não me lembro quando comecei a gostar de fado. Durante a infância e principalmente na adolescência considerava esse género de música “piroso”. Estava mais virado para os intérpretes famosos dessa época, Beatles, Sivie Vartan, Johnny Hallyday, Françoise Hardy… era a saudosa década de sessenta… No campo musical divergia claramente do gosto dos familiares. Nesse tempo, por influência  familiar além do fado, ouvia muita musica brasileira cujos discos proliferavam lá por casa. Admito a influência mas a partir daí comecei a apreciar o timbre inconfundível da voz de Amália. Não era só aquela voz tão característica que me fascinava mas também a interpretação que dava às letras que cantava. Nessa tempo, as letras dos fados pouco ou nada me diziam. Falavam de amores e desamores experiências de vida que me faltava viver…
Entre os muitos CDs apeteceu-me ouvir Amália. Enquanto ouvia, apercebi-me da enorme poetisa que foi Amália ao escolher os poetas famosos do nosso país bem como as próprias letras. Finalmente, rendeu-se a justa homenagem à tremenda fadista e interprete que foi Amália. Já era tempo de lhe render homenagem como poetisa e também como cantora já que ao longo da sua extensa carreira interpretou magistralmente outros géneros de música.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

O FRUTO PROIBIDO


Esconder ou ignorar os factos não é boa política nem resolve os problemas pendentes. Foi decretada pelo PM a fase de mitigação da pandemia da covid-19 em Portugal. Como se sabe, a fase de mitigação é a terceira e a mais grave resposta a esta doença e só é activada quando existe o perigo de transmissão comunitária.
Nem era preciso um decreto para pensar que quando algo passa a ser proibido surge logo a vontade de infringir a Lei, isto é, contornar a lei da forma a torna-la mais favorável. É o que se passa com todas as coisas e só nessas alturas nos apercebemos da importância do que perdemos... Toda a gente conhece o ditado o fruto proibido é o mais apetecido. Quanto mais se esconde ou se tenta ignorar qualquer facto, independentemente do nível etário, mais apetece contornar a situação.
Como ex-fumador, se é que existem (ex-qualquer coisa), recordo a concordância da proibição de fumar em recintos fechados. A partir daí, os fumadores deixaram de fumar junto de familiares e nos locais de trabalho em favor dos fumadores passivos. Não foi fácil deixar esse vício mas a compreensão dessa medida ajudou a ultrapassar as dificuldades da privação. Se foi possível ultrapassar essa fase, confesso-me intransigente para quem não cumpre o recolhimento obrigatório.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

A MUDANÇA


Quantas vezes damos por nós a desejar outras ruas, outras casas, outras paisagens além da velha casa onde se habita? Contudo não é preciso se ser tão radical. Ás vezes, basta mudar a decoração, criar novos ambientes… Olhar friamente a velha casa faz com que se veja melhor o que está mal, o que é preciso mudar e claro, desfazer daquilo que não presta…! Enfim, uma reforma completa dos ambientes e das coisas a que se está habituado. Geralmente, uma reforma implica o caos, uma atitude diferente para a qual nem todos estamos preparados.
Há situações em que temos literalmente de mudar de casa, o que significa mudar de ambiente, de rua, de paisagem. Se a nova casa ficasse junto ao mar, era ideal! Mas qualquer outro local servia desde que por perto existisse a água de um rio, lago ou… do mar.
Por outro lado, há sempre um dia em que apetece mudar, seja do que for, de casa, de ambiente, de nós próprios… Mais tarde ou mais cedo esse momento chega, então sentimos a necessidade de mudar… É o momento certo para largar aquilo que se pensava ser essencial mas que afinal já não era preciso. É o chamado e difícil momento do desapego. Em qualquer dos casos, é preciso “mergulhar” sem medo nesta fase com a consciência que ela nos pode leva a situações caóticas tão necessárias na vida.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

INÚTIL VOLTAR ATRÁS


Quantas vezes já se ouviu dizer,  “O que eu dava para poder voltar atrás!?” Rebuscando no baú das memórias penso que não dava nada para voltar atrás. Só alteraria alguma coisa pontualmente, todo o resto seria uma mera repetição de factos já ultrapassados…
Fechado em casa numa quarentena voluntária, decidi alinhar no jogo: O que eu daria para… e foi aí que me lembrei do responsável pelos meus dias. O que eu daria para o ter conhecido efectivamente! Talvez tivesse compreendido o desamor, a falta de paciência para com os filhos devido ao cansaço de um dia exaustivo de trabalho…, talvez tivesse compreendido e perdoado a falta do miminho dos rebuçados comprados na régua, talvez…
Um dia, somos crianças e não compreendemos a falta do tal miminho dos rebuçados da régua… no outro, somos adultos e lamentámos todos os momentos perdidos no tempo… Um dia, somos crianças inconsequentes naquilo que dizemos ou fazemos… no outro, somos adultos arrependidos do muito que ficou dito e por dizer…
Efectivamente as pessoas mudam, as condições de vida também se alteram, os momentos passam e as promessas quebram-se… Nunca se deve prometer nada que não se possa ou não se tencione cumprir…
Num dia, somos crianças, no outro…
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