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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ANIMAIS DE COMPANHIA


Aquilo que pensava nunca acontecer comigo, tocou-me de perto um certo dia através da morte do meu cão. Passaram-se meses, anos em que pronunciar o nome ou lembrar-me dele era o bastante para me desmanchar num pranto que parecia não ter fim.
Só quem gosta realmente de animais pode compreender a profundidade da dor que se sente quando um animal de estimação morre e que vai para além das horas do passeio e se prolonga no tempo.
A morte do Farrusco, era assim que se chamava, deixou-nos um sentimento de vazio só comparável à perda de qualquer familiar muito próximo… É uma dor tão intensa que ninguém pode compreender a não ser que tenha um por companhia.
É espectável que a vida de um animal seja mais curta do que a vida dos seus “donos” é normal portanto, que sejamos nós a sofrer com a sua perda mas nunca estamos preparados para esta realidade.
O Farrusco passou muitos anos, onze, ao nosso lado para que a dor causada por esta ausência não se tornasse presente durante muito tempo. Havia uma tal cumplicidade entre nós que foi difícil retomar a vida no mesmo momento desta partida brusca. Dedicou-nos incondicionalmente tanto amor e lealdade que a vida depois dele a vida nunca poderia ser a mesma.
A dor imensa da perda de qualquer animal, dizem os psicólogos, gera um impacto emocional semelhante à perda de um membro da família já que esse animal faz parte desse núcleo restrito que é a família…
Do que ficou dito, compreende-se que me recuse adoptar outro animal de companhia. Pensar que um dia seria fatal a sua morte é o suficiente para me evitar reviver a mesma dor. Com este pensamento, embora a tentação seja grande, tenho mantido esta convicção.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

HALLOWEEN, DIA DAS BRUXAS OU DIA DE TODOS OS SANTOS?


Antigamente, no meu tempo (lá estou eu a recuar no tempo), não existia senão o Dia de Todos os Santos. Este dia era festejado por toda a gente desde a mais recôndita aldeia até à mais cosmopolita cidade. À noite, os cemitérios resplandeciam de uma estranha luz, iluminados por mil velas que se compravam para o efeito sem que antes fosse feita uma limpeza completa à campa onde jaziam os restos mortais de algum familiar ou amigo … Enfim, crenças que não se julgam nem criticam.
Com a internacionalização, passou a festejar-se no fim de Outubro o Dia das Bruxas ou, dito em Inglês, o Halloween. Este dia, celebrava-se exclusivamente nos países anglófonos desde há longos anos e quase fez esquecer a tradição cristã que celebra o Dia de Todos os Santos na mesma data. Como não podia deixar de ser, apesar de não ser um país anglófono, passou a celebrar-se também o Halloween no nosso país…
A celebração deve iniciar-se com uma vigília que começada antes desta data recordando-se todos os santos e mortos dos entes queridos, como se isso fosse necessário…! É assim a tradição, digamos que não mudou mas evoluiu.
Como sempre, são esperadas as crianças do condomínio mascaradas a rigor, a bater de porta em porta a reclamar guloseimas ou fazendo as maiores e inimagináveis travessuras se a porta não se abrir…
Toca a correr a comprar as guloseimas esperadas pela criançada.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ATÉ ONDE SE VAI POR DINHEIRO?


Começou por ser uma moeda de troca de bens e serviços até ganhar nos nossos dias a conotação negativa que carrega. É comum confundir-se ambição com ganância embora se trate de conceitos basicamente diferentes. Apesar da conotação negativa que lhe atribuímos, o conceito de ganância prevalece quando devíamos falar em ambição. Não consigo evitar a tristeza que me invade quando vejo que o dinheiro e por consequência o poder regem todos os momentos da nossa vida.
Recentemente assisto a verdadeiros exemplos que comprovam que a felicidade não decorre unicamente do dinheiro. O que nos dá realmente prazer, não está à venda, não se pode comprar. Mas tudo tem um preço dependendo do que se entende por tudo… Isso leva-me a pensar qual seria o meu preço para fazer as figuras a que assisto assiduamente. A resposta é fácil, por dinheiro nenhum me prestaria às figuras a que assisto obrigatoriamente. Será que o actor daquelas palhaçadas tem necessidade de angariar tanto dinheiro?
Só concebo a existência do dinheiro como uma das ferramentas que possibilitam chegar onde se pretende. Aliás, o desejo exacerbado por dinheiro é um indício de qualquer transtorno psicológico que atinge desde o simples particular até a ministros. Por tudo isso, devemos estar atentos à influência que o dinheiro exerce sobre cada um.
Cada vez me convenço mais que por dinheiro algum venderia parte do meu tempo, da minha saúde, da minha vida.

sábado, 27 de outubro de 2018

TER OU NÃO TER FÉ


A fé é algo em que se acredita incondicionalmente sem necessidade de qualquer prova e está isenta de critério lógico, desde que não cegue ao ponto de não ver a realidade. Assim e como tal, deve aceitar-se por mais estranha que nos pareça já que cada um tem a sua e não são todas iguais…
Posto isto, reservo-me o direito de ter a minha fé, as minhas dúvidas, os meus anseios… e a Minha Fé é feita de crenças e dúvidas muito próprias que ninguém consegue (nem pretendo) esclarecer, apenas aceitar. Ela ultrapassa a lógica sendo possível por isso, coexistir com a dúvida.
Não creio que exista um ser humano isento de fé. Acredita-se sempre em qualquer coisa, qualquer ideal ou religião. Por isso, não me falem em ateus… quando muito, podem-me falar em agnósticos.
Tudo depende daquilo em que acreditámos. O percurso que escolhemos na vida acaba por reflectir a fé de cada um. Escolhe-se o caminho de acordo com a fé que se tem.
Em suma, a Fé não se discute nem se questiona. Cada um tem a sua. Aceita-se tal como é.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O CORPO É QUE PAGA


Há dias em que uma canção nos fica a martelar na cabeça, às vezes dias a fio. Como diria o cantor que muito aprecio, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga… Como diz a canção, tudo o que se faz tem consequências mais tarde que se reflectem sobretudo no próprio corpo.
Do bem ou do mal, quem se ressente mais tarde é o corpo. Geralmente, é o corpo, o nosso querido e fiel amigo quem paga pelos erros cometidos quando se é jovem.
Com efeito, todas aquelas imprudências que se cometem na juventude, vão ter consequências que se repercutem no próprio corpo. Por outro lado, também os cuidados que lhe dispensámos vão ter efeitos favoráveis ao nível da saúde, motivo pelo qual se deve tratar bem a preciosa máquina que nos foi confiada.
Os erros cometidos no passado ou mesmo no presente, ainda que cometidos uma só vez, não servem de desculpa por fazerem parte da natureza humana. Não há razão que justifique que se repitam e que se insista em prosseguir no mesmo caminho. Há sempre uma encruzilhada que nos permite mudar de rumo… diz quem sabe.
Há dias propícios a mudar de rumo, que é como quem diz, mudar de vida.
Há dias assim.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

NADA É PARA SEMPRE


Sem mais nem menos, assim como quem bebe um copo de água, apercebi-me que nada dura para sempre. Tudo é passageiro só as lembranças é que não, cada vez mais presentes devido à idade.
Foi preciso o tempo correr, acontecer o que aconteceu para compreender que é inútil correr atrás seja do que for e de quem for. Como diz o ditado, tudo o que é teu encontrará maneira de chegar até ti.
Pensando bem, é efémera a passagem por esta vida! O mundo gira há milhões de anos e no entanto só ficámos cá uns breves anos… Pergunto-me, vale a pena tanta luta sobretudo dirigida contra os outros?
Olho em volta e vejo tantas coisinhas pequeninas que ficaram por fazer, tanta coisa que ficou por dizer, tanta lágrima retida por vergonha ou medo de se soltar… e a vida é tão breve!
Por todas as razões defendo que se faça tudo que estiver na vontade. Abraça os teus irmãos, amigos, pais, filhos, vizinhos e até os inimigos…
Habitualmente diz-se à boca cheia “nada é para sempre” sem refletir muito bem no que se diz. Nada é para sempre.
É já um cliché dizer que a vida é feita de momentos que surpreendem e muitas vezes nos comovem mas também nos ensinam… e também nos magoam.
Qualquer pessoa, por mais insignificante, pode ser uma peça muito importante na construção do que te torna feliz.
Uma certeza deixo aqui, nem a tristeza, nem a alegria duram para sempre. Tudo o que acontecer na vida, por mais grave que seja, pode superar-se.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A NUDEZ DA MENINA


Vezes sem conta atravessei de um para outro passeio a Avenida dos Aliados e quase esbarrei com essa figura incontornável que é a menina nua… penso que olhei senão não retinha aquela imagem que para mim, não passava de uma estátua implantada ali no meio de uma das mais concorridas avenidas da cidade.
Há gente assim que o tempo transformou em estátua à frente das quais se passa indiferente sem ver e muito menos contemplar essas obras de arte.
É ali, nessa avenida que tudo acontece e onde acorre quase toda a gente acorre quando se pretende festejar seja o que for desde manifestações, eventos políticos, passando pelo futebol e sem esquecer o S. João.
Como dizia, quantas vezes atravessei essa avenida, olhei com olhos apressados e fugidios aquela estátua sem contudo a ver. A estátua, qualquer estátua, está sempre ali, imóvel, à espera de quem passa apressado, quase sem reparar.
Mas as estátuas já foram gente, gente como nós, com as mesmas necessidades, os mesmos anseios, os mesmo defeitos e as mesmas qualidades. E esta não é exceção. Ela representa alguém que já viveu no meio de nós, que teve um nome e faleceu, neste caso, com cerca de 82 anos. Não vou relatar uma vida que está devidamente explicitada na Internet apenas lamento ter passado por qualquer estátua sem saber a sua história e ao menos a contemplar como merecia.
Não há quem, pelo menos sendo do Porto, não se tenha já deparado com esta estátua a que todos chamam “a menina nua” a quem foi dado um nome e continua fielmente a convidar quem por ela passa a refrescar-se um pouco ou deter-se uns momentos, o necessário para contemplar esta verdadeira obra de arte.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

NINGUÉM CHEGA, NINGUÉM PARTE...



Muitas vezes recorro, mentalmente, à célebre frase escrita por Saint-Exupéry a propósito de tudo e de nada. Esta frase que faz parte do livro a que muitas vezes recorro, é mesmo uma das minhas preferidas. Dizia o autor, “Ninguém chega até nós ou permanece na nossa vida por acaso”.
Na sequência de outras coisas que publiquei apercebi-me, depois de muito pensar, que nada acontece por acaso. Ninguém entra e fica na nossa vida sem mais nem menos. Há sempre uma razão mesmo que nem sempre descortinada.
Muitas vezes chegam até nós sem saber porquê levando-nos pensar que foi por acaso que vieram… mas nada acontece por acaso, eles entraram na nossa vida por qualquer razão, por qualquer propósito que ainda ou nunca descobriremos.
Todos sabem que a amizade é muito importante na vida de cada um. Os amigos são essenciais para nos ensinar, partilhar, rir e realizar a missão que nos compete aqui na Terra…
Cada um que entra na nossa vida é especial, mesmo que permaneça por pouco tempo, na medida em que veio para realizar uma missão. Certamente, antes de partirem deixarão algo de si e levarão alguma coisa do nós…porque todos estamos aqui para aprender e ensinar… qualquer coisa.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

UNS DIAS CHOVE, NOUTROS BATE O SOL


Há dias que correm melhor, outros nem por isso. Correctamente nem se devia falar em dias mas em momentos, porque ao longo do dia a disposição (boa ou má) e a saúde vão variando. Com efeito, a disposição ao longo do dia não é a mesma, já para não falar na saúde. Essa pode apanhar-nos de surpresa em qualquer curva do caminho. É o preço que se paga por estar vivo.
Viver implica aceitar que existem dias bons e dias maus. Há dias em que tudo corre bem e há outros em que tudo corre pelo pior. Quem não recebeu já péssimas notícias em determinados dias da semana? Quem não fez ainda projectos de vida que não avançam por mais força que se faça?
Tudo, mas tudo, corre mal. Parece (sem plagiar a canção) que tudo se uniu contra nós. Pelo contrário, há dias em que o vento sopra de feição, nem é preciso despender um grande esforço para que assim seja. São dias de sol.
Mas os dias maus também merecem uma reflexão. O que é que correu mal? Onde é que falhei? Por que este ou aquele dia foi mau?
Todas estas questões são pertinentes já as respostas, se é que existem, não são da minha responsabilidade. Será que os dias são fruto dos nossos pensamentos e emoções do momento?
Não serve de consolo mas não existem só dias maus assim como nem todos os dias serão bons. Há dias em que chove, noutros dias bate o sol…
É assim a vida.
Há dias assim.

sábado, 20 de outubro de 2018

BODAS DE SEDA


Mais uma vez está próximo mais um dia para festejar e congratulo-me que o veja chegar. O evento a festejar é mais um aniversário que, em linguagem vulgar, se designa por bodas de casamento. Trata-se portanto duma data em que se celebra mais um ano de casamento.
Fazendo matematicamente as contas, já são muitos os anos em que se celebra esta data à qual se atribui diversos materiais. Desta vez,  calhou-nos a seda, Bodas de Seda…
Quem escolheu este e os outros materiais?
Não se sabe ao certo mas, na minha opinião, foram os comerciantes… e quem sou eu para os questionar?
Desconhece-se também a data exacta em que se começaram a celebrar anualmente as bodas de casamento mas, como já expliquei, somos confrontados com mais uma data que merece ser celebrada. No caso concreto, a cada ano foi atribuído um material diferente e de acordo com o aniversário a celebrar.
Este este ano calhou-nos a seda…!
O que interessa é celebrar, o material pouco importa. Bodas de casamento, quantas mais… melhor!
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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

REGRESSO AO PASSADO


Embora não possua um daquelas carros que permitem viajar no tempo, as fotografia conseguem quase o mesmo, basta fechar bem os olhos…
Observar fotografias do antigamente tem destas coisas, corre-se o risco nem sempre agradável de revisitar velhas casas, ruas, praças, monumentos, amigos, gente desconhecida mas que fizeram parte do passado. Através das fotografias é possível revisitar esses locais e ficar mais perto das pessoas e das coisas.
De vez em quando, no meio dessas fotos, encontram-se verdadeiras relíquias que assinalam momentos altos duma vida. Ao olhar esta fotografia desfocada e descolorida pelo tempo, dá para recordar todos os momentos de um outro dia como se fosse hoje. É esse o poder e a finalidade das fotografias que se guardam religiosamente, para mais tarde recordar.
No entanto, mesmo sangrando, há ciclos que se devem fechar, portas que devem ser trancadas onde fica o passado e o que lhe pertence, momentos mais ou menos felizes que, por mais voltas que o mundo dê, não voltam mais…
Lamentar no presente uma dor que já faz parte do passado, “é criar outra dor e sofrer novamente” já dizia e muito bem Shakespeare.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

LER FAZ BEM


O título não é meu mas não tenho qualquer dúvida de que ler faz bem. Quem quer escrever e pensar melhor, deve ler, leia muito, tudo que lhe passar pelas mãos ou melhor dizendo, debaixo dos olhos.
O projecto foi lançado pela revista Visão mas mantém-se actual ao longo dos anos e alerta para a necessidade de adoptar o saudável hábito da leitura. Se outras vantagens não tivesse, o facto de fazer bem ao cérebro, combater o envelhecimento e diminuir o risco de diversas doenças é já suficiente…
Altas personalidades adoptaram este saudável hábito que muito agradeço graças à biblioteca do meu padrasto. Estou a lembrar-me de Agatha Christie que fazia questão de ler cerca de 200 livros por ano! Outras altas personagens tinham o mesmo hábito tais como Bill Gates, Mark Zuckerberg, Theodore Roosevelt, etc.
Apesar das vantagens citadas devido à falta de um ambiente propício, à falta de tempo uma vez que me dedico mais à escrita ou por qualquer outra razão, os livros por ler vão-se acumulando sobre a minha mesinha de cabeceira. De facto, continuo a achar muito importante ler apesar de ser um hábito pouco difundido em muitas famílias.
Ressentido ainda pelo desaparecimento de Carrie Fisher conhecida pela sua interpretação de Princesa Leia na saga “Star Wars”, relembro o livro “Postcards from the edge” escrito por esta actriz e mais tarde adaptado ao cinema. Neste livro Carrie caricatura brutalmente a difícil relação que manteve com a Mãe.
Carrie Fisher deixou-nos ainda nova, aos 60 anos de idade, era filha de um casal famoso de Hollywood formado pelo cantor Eddie Fisher e Debbie Reynolds.
Continuo defensor da leitura do livro antes da sua adaptação ao cinema. Isso permite-nos guardar outros pormenores que o cinema não consegue traduzir por estar limitado em tempo.
Antes ou depois não interessa, desde que tenha o saudável hábito da leitura.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

AS BAMBINELAS


Todos os dias me deparo com os mesmos problemas, vestir, lavar e despir. Devia estar grato por conseguir realizar estas tarefas sozinho o que não invalida todo o esforço que faço para as realizar. Fazer a barba é já muito custoso mas vestir, nem se fala. O problema agrava-se nos dias em que vou ao ginásio o que implica enfiar diferentes “bambinelas”, é assim que lhe chamo. Não é esse o significado do termo já sei mas torno-o extensivo a toda e qualquer peça de vestuário que faça parte do meu guarda-roupa.
Sempre usei um mínimo possível de roupa de acordo com a temperatura exterior mas, mesmo assim, tira-me do sério recorrer às diferentes peças de vestuário que transporto todos os dias. Isso não evita que pense muito a sério como seria bom não ter de recorrer às ditas “bambinelas”. Não que defenda o naturalismo e muito menos o naturismo, só por antipatia às ditas cujas.
Embora representem conceitos diferentes, existe grande promiscuidade entre os dois conceitos o que é normal. Eu próprio vacilei entre os dois termos na hora de escolher. O naturista preconiza uma maneira de viver o mais próximo possível da natureza enquanto o naturalista se insere mais num ambiente artístico e literário que se estende até à própria gastronomia, defende a teoria de que cada indivíduo é essencialmente o resultado do ambiente que o cerca sobrepondo-se à hereditariedade.
Entre um movimento e outro, identifico-me mais com o naturalismo mas já ficava feliz se me visse livre das ditas “bambinelas”…

terça-feira, 16 de outubro de 2018

QUAL O LADO QUE MAIS LHE AGRADA?


Tudo na vida tem dois lados. Assim, tudo pode ser negro ou branco, dependendo do lado em que cada um se situa. Permanecer no meio, dá direito a ver tudo cinzento, uma mistura de preto e branco…
Tudo e todos, mais tarde ou ais cedo, deparam-se com esses dois lados ao longo da vida. Um bom exemplo deste facto são as moedas que manipulámos imensas vezes por dia, elas ostentam duas faces.
Do mesmo modo que a vida apresenta duas faces, também cada pessoa possui dois lados dos quais exibe ao mundo apenas um, deixando o outro bem escondido. Por isso, não é licito afirmar que se conhece integralmente uma pessoa, há sempre uma faceta (um lado) desconhecido que só os privilegiados adivinham. Embora vivendo permanentemente no lado frio que despudoradamente se mostra ao mundo, há o lado mais quente onde fervilham antigas e recentes emoções. Podem passar-se dias e dias a construir e reconstruir mensagens que nunca alcançam o suporte mais adequado, frases que nunca chegam a ser ditas só porque se conseguiu colocar do outro lado. O tal lado que se “passa” para o mundo que nos observa atentamente mas que pode não ser o melhor lado.
Como coabitam em cada ser os dois lados, tudo depende da interpretação que se dá ao facto ou atitude do outro.
Todo este preambulo para dizer que não se deve julgar apenas observando um dos lados mas colocar-se sempre do outro lado por mais escondido que se encontre.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

ESPADAS DE SÃO JORGE


Quando se fala em espadas convém esclarecer previamente de que espadas se vai falar porque há espadas e… espadas. Podia muito bem referir-me a qualquer arma branca comummente designada por esse termo ou, na pior das hipóteses, às odiadas e tão temidas catanas. Mas não, talvez seja pelo nome ou porque agora reparo mais nelas, é da planta que me vou ocupar.
De origem africana as Espadas de São Jorge são bastante apreciadas e cultivadas tanto em África como em Portugal. De seu nome científico sanseviéria trifasciata é conhecida pelos nomes vulgares de Espada de Santa Bárbara, Língua da sogra e outros nomes que nem ouso mencionar.
Esta planta, soube recentemente, é cultivada pelo seu poder protector contra o mau olhado e energias negativas caracterizada pela cor verde das folhas pontiagudas que fazem lembrar espadas daí o seu nome, podendo apresentar a cor amarela no seu rebordo. Quando apresenta nos rebordos das folhas esta cor, acredita-se que atrai o dinheiro e a prosperidade a quem a possui.
Cada um é livre de acreditar.. no Pai Natal, ou então não.
Houve um tempo em que a conservei na sala como planta decorativa mas como não decorava nem crescia, ofereci o vaso com a planta… à minha sogra.
Verifico que a planta é mais cultivada como amuleto do que como planta decorativa. É normal por isso, ver Espadas de São Jorge à porta de alguns estabelecimentos comerciais. Acreditam os proprietários que, quando usadas à porta das lojas atraem o dinheiro e consequentemente a prosperidade dos donos.
Cada um sabe de si… e naquilo em que acredita.

sábado, 13 de outubro de 2018

SOGRA... MAS NÃO MUITO


Por definição, o termo “sogra” usa-se quando se refere à mãe do cônjuge ou companheiro de qualquer descendente.
Quando se fala em sogra, tudo se pode esperar desde as piadas mais ou menos engraçadas aos ditos mais pejorativos. No entanto há sogras para todos os gostos, de todas as cores e com diferentes feitios.
Existe a ideia, como diz o ditado, “uma vez sogra, sogra para sempre” o que não é de todo verdade. Vejamos, se o casamento acabou por morte de um dos cônjuges a afinidade entre os familiares mantém-se. Já o mesmo não acontece quando o casamento termina em divórcio. Nesse caso, também terminam todos os laços estabelecidos por afinidade. É este o contexto legal que ainda vigora no nosso país. Neste caso é licito falar-se na “minha ex-sogra”.
Conclusão, uma sogra não serve de modelo para todas as sogras. É necessário acabar com esse mito bastante divulgado de que a sogra é a má da fita entre familiares. Nem sempre é assim, pelo menos não é forçoso que assim seja uma vez que é o mesmo o ser amado.
É verdade que na ausência do sogro, geralmente os homens morrem primeiro, fica-se a conhecer melhor o papel da sogra em diferentes contextos. Existe a tentação de extrapolar para outras situações o que se deve evitar.
Sogra é mesmo assim, pode ser boa ou má, tudo se pode esperar e aceitar.
Pensando e repensando sobre o assunto apercebi-me pela primeira vez que também já sou sogro… Afinal é esse o destino de (quase) toda a gente!

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

DE LONGE SE FAZ PERTO


Como o título poderia sugerir não vou aqui fazer a apologia de uma conhecida agência de viagens nem do antiquíssimo ditado português “Quem se quer bem, de longe se faz perto.” Deixo isso ao critério de cada um. O título desta publicação foi atribuído atendendo às vantagens e desvantagens do smartphone nos dias que vão correndo.
São inúmeras e inegáveis as vantagens que trouxe o smartphone à vida de todos nós. Graças a eles conseguem-se encurtar distâncias que outrora seriam intransponíveis. Mesmo estando longe, com um leve toque, fica-se mais perto de quem se ama. É possível instalar nestes aparelhos o Gmail, o Facebook e não sei quantas mais aplicações mas começam aí as desvantagens desses telemóveis. Tocam a horas despropositadas e “agarram” o mais incauto dos utilizadores através dos jogos ou simplesmente do Facebook no caso dos mais velhos. Uma autêntica dependência, um autêntico empecilho à conversação quando usados em excesso, à mesa e fora dela…
Apesar dos inconvenientes apontados, eles andam hoje nos dedos de toda a gente o que não faz deles “um pau de dois bicos”. São úteis na medida em que permitem estar sempre ligados com quem se pretende contudo são impeditivos da tão necessária comunicação entre as pessoas.
Claro que fico feliz ao receber notícias de quem se encontra longe… Tudo isso graças ao smartphone. Tão longe e tão perto…

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A CRIANÇA QUE HÁ EM NÓS


Não é fácil dizer, em  poucas palavras, o que se entende por ser adulto. É mesmo impossível encontrar uma definição correta para este conceito contudo, penso que numa coisa todos estamos de acordo, ser adulto não significa ficar constantemente preocupado com o futuro. Mesmo admitindo que tudo o que hoje se faz vai ter consequências no futuro. Tudo depende do que se faz, como e quando se faz… e o futuro ainda não aconteceu.
Por tudo isso, é difícil definir cabalmente o que se entende por ser adulto. Apesar dessa dificuldade não há mal nenhum mostrar, de vez em quando, o lado infantil que se esconde dentro de nós sem que isso implique negar o nosso lado adulto. É já um clássico dizer que é preciso soltar a criança que há em nós sem que isso impeça o saudável equilíbrio entre as duas facetas.
Entretanto a vida corre, inevitavelmente as coisas mudam, as gentes mudam mas a criança, essa permanece escondida, sumida pelo tempo no lado mais escuro de cada um. Em qualquer momento, porque é criança e não se sujeita às regras impostas pela sociedade, salta cá para fora e mostra-se tal como é.
Permita que essa criança conheça a luz do dia, ao impedi-la, torna-se um pouco mais pobre já que se perde um pouco dessa inocência essencial à vida.
Um sorriso, mesmo que apelidado de tolo pela sociedade preconceituosa, é  sempre bem-vindo. Como disse Luís Machado, Dentro de todo o poeta existe uma criança precisando de carinho.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

CHEGOU O TEMPO DAS CASTANHAS


Há muito anunciada ela aí está, a chuva tão desejada por muitos devido aos acendimentos e reacendimentos dos fogos que grassam por todo o país e tão odiada por mim.
Não gosto de chuva da mesma maneira que adoro este tempo outonal, as folhas tricolor arrastadas pelo vento que sopra mais fresco, da chuva miudinha que cai sem se sentir… Com o regresso da chuva surgem como cogumelos pelas ruas e praças os vendedores de castanhas assadas que muito aprecio.
Um outono incaracterístico que mais parecia verão, fez com que as castanhas andassem por mim um pouco esquecidas. O anúncio da chuva eminente com a descida da temperatura que lhe está associada, veio aguçar-me o desejo de umas boas e quentinhas castanhas assadas.
Sem querer fazer a apologia das castanhas recordo que estas podem ser consumidas até por diabéticos. Elas são um excelente fornecedor de hidratos de carbono que dão a energia essencial às várias actividades humanas. Também são ricas em fósforo e vitamina B o que as torna ideais na conservação de ossos e dentes saudáveis além de ajudarem a manter o cérebro em boas condições. Com efeito, por serem ricas em gorduras insaturadas, contribuem para aumentar o bom colesterol, reduzindo o mau.
Se a todas estas propriedades acrescentarmos o seu poder calmante que evita as tão temidas insónias, as castanhas deviam estar presentes em qualquer alimentação que se quer saudável e equilibrada.
Acrescente-se a tudo o que foi dito, o poder anti-inflamatória e cicatrizantes das castanhas. Seguindo uma dieta em que figurem moderadamente as castanhas, muitas das visitas ao médico podiam ser evitadas.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

PESO E MASSA


Usados em linguagem vulgar indiscriminadamente, os termos, peso e massa têm significados diferentes.

Peso e Massa são diferentes
embora pensem que são
iguais p’ra todas as gentes
em qualquer ocasião…

Peso é força de atracção.
Sem mudar-lhe a corpulência
a Terra puxa o João
pondo o peso em evidência.

Com a massa é bem diferente:
o espaço ocupado
não varia em qualquer lado.
Tenham isso bem presente.
Jorge Leal

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A MORTE ANDA POR AÍ


Comodamente instalado, assisto a mais um noticiário disponibilizado por um dos canais televisivos. As notícias correm umas a seguir às outras com especial destaque para o desporto, até que sou surpreendido com a notícia da morte de Montserrat Caballé… Então a gente célebre também morre? Penso eu. Logo eu que até tenho o CD que celebra Barcelona, cidade muito atual que viu nascer a grande soprano!
Desta vez, a “sorte” coube aos cantores Charles Aznavour e mais recentemente Montserrat Caballé… Aos 85 anos, a celebérrima soprano deixou-nos rumo a uma outra dimensão. Então os anos também passam pelas celebridades?! Penso de novo.
A partida desses grandes nomes da canção mundial deixa-nos mais pobres apesar da atual tecnologia. Em choque ainda pela recente notícia, dou por mim a pensar, “ainda bem que nenhum som (de jeito) sai desta boca”. Há sempre uma forma de achar que não se está no fim da fila.
É sabido que mundialmente a morte ceifa uma vida a cada 40 segundos mas, o que é natural, apenas se recordam as mais mediáticas. Chora-se a partida de tanta gente, familiares, amigos ou desconhecidos e ocorre sempre a questão: Por quê eu? Como se não soubéssemos já a resposta…
A morte, qualquer morte, deixa dor, sofrimento e muita saudade que nada nem ninguém consegue colmatar. Com as recentes mortes, a música e a vida de toda a gente fica mais pobre.

sábado, 6 de outubro de 2018

POR UMA BOA CAUSA


Tudo depende da causa mas também dos intervenientes na mesma causa. Porque é chegado o mês de Outubro e por ser este o mês consagrado à luta contra o cancro da mama que continua a matar muitas mulheres em todo o mundo, decidi consagrar algum espaço a esta causa. O dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama ainda vem longe, celebra-se a 30 de Outubro, mas nunca é demais voltar a falar neste assunto.
Fez correr muita tinta devido à sua atitude na final da taça dos EU mas pouco realce se tem dado à adesão ao projecto I Touch Myself. Desta vez, a tenista norte-americana Serena Williams,  publicou um vídeo inexplicavelmente sujeito a alguma polémica. Sem querer entrar em polémicas baratas, Serena Williams aparece neste vídeo numa sessão de apalpação que devia ser extensivo a todas as mulheres e, porque não, também aos homens. A finalidade do vídeo é alertar a comunidade em geral para a necessidade e importância da autovigilância.
A adesão da conhecida tenista não é inédito, muitas figuras públicas aderiram ao mesmo movimento conhecido pela prevenção contra o cancro da mama. A detecção precoce é fundamental, salva muitas vidas, disse a tenista.
As figuras públicas são assim. Têm atitudes altamente reprováveis como, logo a seguir, defendem causas altamente louváveis.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O DIA CONTINUA LINDO


O dia continua quente, convidativo a mais um dia de praia. Apesar de já estarmos em Outubro, este ano a maioria da população portuguesa teve a sorte do feriado “calhar” perto do fim de semana. Um dia sem escola e menos um dia de trabalho dedicado todo ele ao lazer de não fazer nada por obrigação. É mais um feriado, não passa disso mesmo para grande parte da população. Há muita gente que vai mais além e sabe o que lhe deu origem “a implantação da República” mas o dia está lindo e a praia chama por nós. É claro que este verão prolongado tem efeitos nas vindimas deste país e do clima a nível mundial mas o dia está lindo e os efeitos fazem-se sentir lá, muito ao longe.
Neste dia, no ano de 1910, a família real, em pleno mar da Ericeira, abandonou Portugal a caminho do exílio.
Sem entrar em política, fica aqui a informação de que a Monarquia foi substituída pela República proclamada nos Paços do Concelho em Lisboa na manhã do dia 5 de Outubro. Desde essa data, deixamos de ser uma Monarquia para sermos uma República. Diferenças? Cada um responda de acordo com a sua cor.
Havia então, tal como hoje, uma vontade imperiosa de mudança que se alastrou do regime de então até aos nossos dias.
Apesar do dia lindo, apraz-me dizer que hoje, dia 5 de Outubro, se comemora a implantação da República Portuguesa.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

MUDANÇA DA HORA



Tal como a água e o azeite nunca se misturam, assim se comporta o nosso Primeiro Ministro,  avançando e recuando conforme o vento que sopra naquele instante.
Há poucos dias foi nomeada uma comissão com o objectivo de averiguar a opinião da população relativamente à mudança da hora. Não era chegado o momento de cantar vitória como se poderia pensar já que só no dia seguinte se conheceria o veredicto. Agora veio o nosso PM anunciar que nada mudaria nesta questão. Por outras palavras, na madrugada do último domingo deste mês (dia 28), os relógios devem ser atrasados uma hora…
Na minha modesta opinião, já era tempo de acabar com este bailado dos relógios no que concerne à mudança da hora que se traduz por escassos valores económicos e uma grande confusão a nível do ritmo biológico. Aliás, em termos económicos, esta medida está mais que ultrapassada. Faltou portanto a coragem de divulgar o interesse económico que está por trás desta medida que só se compreende por uma questão de alinhamento com os restantes países da União Europeia o que afinal não se verifica uma vez que cada país é livre de aderir ou não à referida alteração horária.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

VIOLÊNCIA



Apesar de andar por todos os noticiários, comemora-se o Dia Internacional da Não Violência. Segundo as tais (ben)ditas praxes da UBI, estudantes do curso de Biomédicas foram arrastados para a Serra da Estrela durante a noite, obrigados a despir-se sendo agredidos com pás quando não respondiam a determinadas questões só porque alguns indivíduos sem futuro (talvez sem passado) lhes apeteceu…
Esta notícia não permite que se esqueça que neste dia também se comemora o aniversário de Mahatma Gandhi. Este pacifista mundial propôs a não violência como forma de protesto daí a ONU ter dedicado o dia 2 de Outubro como Dia Internacional da Não Violência.
Para Ghandi tudo podia ser resolvido através da paz e do respeito pela diferença, o que não se verifica através das imensas greves que agora proliferam pelo país. Dizia Também Ghandi que Desde os problemas pessoais até aos mais abrangentes, cada questão quando tratada à luz da não violência, pode levar a resultados mais duradouros e promissores. Segundo Ghandi, implementar da norma “Olho por olho” deixaria o mundo cego…
Claro que continuo a não concordar com estes dias e a achar que se deviam propagar por todo o ano, no entanto compreendo que é preciso alertar a população para a possibilidade de resolver todos os problemas através da não violência respeitando a opinião dos outros, mesmo que tenham ideias diferentes das nossas.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

POLÍTICA E DESPORTO


Política e desporto sempre andaram de mãos dadas ao longo dos tempos embora numa relação com altos e baixos, para não dizer que mantiveram sempre o que se chama  uma relação historicamente difícil, isto é, nunca se deram bem, veja-se a corrupção que grassa actualmente no desporto e que só vem corroborar a minha opinião. Pode dizer-se com uma certa razão, que política e desporto sempre casam mal.
Se é fácil evitar comentários políticos (muito pessoais), o mesmo não acontece a nível desportivo. Aliás manter-me afastado da realidade desportiva não é um sacrifício de grande monta visto que pouco percebo de desporto. Pelo contrário, evitar o pensamento político é mais difícil visto que qualquer pensamento envolve a política do momento, ainda mais quem tem de assistir a quase todos os noticiários da TV. A verdade é que ninguém me obriga a assistir a esses noticiários, podia simplesmente desligar esse aparelho que nos acompanha noite e dia… Ao desligar esse bendito aparelho, o que às vezes acontece, logo é substituído pelo reprodutor de CD´s  indiciando uma péssima relação com o silêncio, que às vezes fala mais alto…
É difícil, senão impossível, afastar o poder político do poder desportivo apesar, estou ciente, do resultado obtido não ser nunca o desejado.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A VIDA CORRE


Ainda ontem era Setembro, apesar do calor, e eis que chega sem pedir licença um novo Outubro… Esta rápida sucessão dos meses leva-me a pensar, de que serve tanto poupar, tantas guerras dentro e fora de portas?
Tudo passa tão rápido! A vida corre e nós ficámos parados a vê-la passar ou corremos atrás dela. Pela enésima vez, em diversas situações, assalta-me a questão de saber se valeu a pena tanto sacrifício para chegar onde cheguei. Questão que implica uma outra não menos pertinente e actual de saber, o que ando aqui a fazer?
Não sei. Ainda não descobri o que ando aqui a fazer nem sei muito bem se valeu a pena tanta luta da minha parte. O que quer que tenha feito, no que me tenha tornado, não vislumbro qualquer arrependimento. Após um apressado balanço, concluo que se me fosse permitido voltaria a cometer os mesmos erros e a espalhar as mesmas virtudes. É assim a vida e não há volta a dar-lhe mas, pondo de parte o amor que dedicamos às coisas e a todos os que se cruzaram no caminho, de que serviria então viver?
Quando se é novo parece que a vida corre tão devagar que desespera. Nunca mais se alcança onde se quer chegar. Mais tarde, pelo contrario, tudo acontece com tal rapidez que só nos resta perseguir a louca corrida da vida embora em “passo” de reformado vendo à nossa volta que os outros se deslocam em passo normal… De repente apercebemo-nos que devido à velocidade com que as coisas acontecem, muita coisa ficou por dizer, tanta coisa ficou por fazer, tanto por construir…
A vida corre e corre tão depressa que é impossível apanha-la pelo que é inútil ir atrás dela. É assim a vida. Alguém disse com alguma oportunidade, c’est la vie,… c’est la merde.
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