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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

NA ROTA DOS AVIÕES

Acusam-me de centrar demasiado os meus escritos em mim, de só escrever sobre a minha pessoa bem como o que se passa à minha volta. Honestamente, tenho de admitir ser razoável tal acusação. Sem uma sincera introspeção, não me seria possível reconhecer que o tema do que escrevo caia essencialmente sobre mim ou o que me cerca. É bonito e eu gosto desta capacidade, tão pouco usada, de se colocar no lugar do outro. É um exercício que devemos treinar e principalmente, praticar.
Estava eu num desses momentos de introspeção à janela, como é costume a vê-los passar. Passavam aos milhares (milhares, não digo), numa rota paralela ao edifício onde moro. Quando isso acontece, não se ouve o mínimo ruído. Não preciso olhar pela janela para saber se está ou vai estar bom tempo. Mas basta o céu ficar enublado ou o “teto” demasiado baixo para que a rota mude num ângulo de 90º ficando perpendicular ao prédio. Nesse caso, ouço os aviões passarem quase sobre a minha cabeça.
Hoje à tarde, estava um desses dias de teto baixo, os aviões começaram a circular sobre a minha cabeça. Não era preciso seguir a rota dos aviões para saber do tempo ou vice-versa. O vicio é mais forte do que a vontade. Tenho de ver os aviões aterrar ou descolar ou então… não vou à janela.
Quem tiver este bichinho, consulte o site flightradar24 onde pode localizar, em tempo real, onde param os aviões.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CARNAVAL... OUTRA VEZ

De há uns tempos para cá, a velocidade dos acontecimentos (anos. dias, estações, festividades, …) é directamente proporcional à sua ocorrência, isto é, sucedem-se a uma velocidade vertiginosa. É verdade, estamos de novo no Carnaval.
Já aqui manifestei a minha aversão aos “Dias de …” e reitero a minha opinião. Não gosto de Carnaval. Não gosto porque, com o meu sentido de humor, não acho graça a nenhuma das “graçolas”, manifestações naturais carnavalescas.
Prefiro encarar o Carnaval como sendo uma festa de origem pagã. Certamente não sabia, a não ser que ande a ler a Wikipédia, que entre os egípcios se homenageava a deusa Ísis e o boi Ápis. As festividades estenderam-se depois aos hebreus, gregos e romanos. Relacionando a “festa de Inverno” dos gauleses, compreendo mais o espírito do Carnaval.
Numa tentativa de fazer esquecer estes festejos, a igreja católica implementou a Semana Santa e a Quaresma como símbolos do Carnaval.
Se me vêm falar do Carnaval de Veneza ou do Carnaval do Rio de Janeiro, “o maior carnaval do mundo”, então a estória é outra. Gosto de Carnaval do Rio pelos desfiles e fantasias que põem à prova a imaginação mais fértil. Adoro o Carnaval de Veneza embora reconheça que não se trata do original, mas poupem-me aos pseudo carnavais em que as mocinhas, cheias de frio, lá vão saracoteando sobre carros onde abundam frutos tropicais…
Como não posso deslocar-me a Veneza e muito menos ao Rio de Janeiro, continuo a afirmar com toda a propriedade que não gosto do Carnaval.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

E O PORCO SEM CULPA NENHUMA

Não sei porquê (ou talvez saiba), por alguma razão, lembrei-me do porco. Falava-se de Trump e eu lembrei-me do porco! Até aqui, tudo bem. Cada um é livre de pensar o que quiser. Por enquanto, não paga imposto lembrar seja do que for e eu lembrei-me do porco. Não é grave se nos abstraímos dos cerca de milhão e meio de crianças do Iémene, Sudão, Somália e Nigéria ameaçadas de fome, segundo aviso da UNICEF…
O “mundo” preocupado com a CGD e as consequências que as politicas migratórias terão na economia mundial, e eu dou por mim a pensar no porco! Francamente…
Com efeito, com o seu focinho engraçado, orelhas descaídas e rabinho em hélice, ele tem feito as delícias do público infantil quer em programas televisivos e mesmo até em filmes.
Não posso explicar, mas quanto mais se falava em Trump, mais me lembrava do porco. Exceptuando os que são adoptados como animais de companhia, os porcos são criados apenas pela sua carne, enchidos e salsichas. Tudo isto à custa duma boa boca, visto alimentarem-se de restos de comida e claro de rações necessárias ao seu crescimento e engorda…  E ao fim de 112 dias, eis que surge um leque de seis a doze leitõezinhos, durante 12 anos, que é o tempo de vida dos porcos.
Quanto mais se falava de Trump, mais me lembrava dos porcos, vá-se lá saber porquê.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

"CEM ANOS DE PSICOTERAPIA E O MUNDO ESTÁ CADA VEZ PIOR"

Não vou falar do filme (que não vi) nem do livro (James Hillman e Michael Ventura), “Cem anos de psicoterapia e o Mundo está cada vez pior”. Na verdade, estou-me nas tintas para o Mundo e pouco me importa se a economia piora de dia para dia, segundo dizem as estações de TV com as quais sou bombardeado noite e dia.
Podia falar de “fisioterapia” que pratico diariamente, “terapia da fala” ou do “posicionamento” das quais sou perito, mas vou poupar-vos a tal frete.
Concretizo agora que, quando se está em sofrimento, o egoísmo toma conta irremediavelmente do nosso ser. Que me importa agora se o mundo está cada vez pior? Mas a verdade é que me importo… pouco, mas importo. Podem acusar-me de instabilidade emocional ou pior ainda, de incoerência. Nada a que não esteja já habituado e diga-se, aqui para nós, que não é em vão tal acusação.
Estou plenamente de acordo com um dos autores quando diz: “às 2.ªs estou com os AA, às 4.ªs com os obesos, às 5.ªs com as crianças agredidas, …”. Não podia estar mais de acordo quando diz que nem tem tempo de ir ao cinema …. Temos pena.
Se não vou falar do livro que não o li, nem do filme, nem da minha experiência com fisioterapeutas, do que falarei então? A tresposta é óbvia…
Dedicando o meu tempo aos obesos, às crianças desvalidas, aos AAs, etc. que tempo restará para mim? Por isso mesmo não dedico o meu tempo a nenhuma dessas causas e assim vou conseguindo um tempinho só para mim.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O CHORO

Atrás de si, as esplanadas regurgitavam de gente. Uns, gente ociosa, estendia-se ao sol como lagartos em pleno Estio. Outros, gente lenta, sussurrava palavras que nunca diriam noutra situação e que jamais seriam repetidas.
Uns e outros, falavam em voz baixa como se não quisessem quebrar o silêncio todo feito dos sons que um ouvido mais distraído conseguia ouvir. O ruído do trânsito era abafado pelo ruído das ondas que monotonamente se quebravam na areia da praia. Parecia que cada um estava empenhado em não quebrar o silêncio que fluía no ar e por todo a parte.
À frente, o mar. Eternamente o mar cujas ondas se quebravam na praia. Tudo igual e, contudo, tão diferente…! Além da gente que frequentava as esplanadas, do mar e de si, tudo era diferente.
Atrás, passava imensa gente, mas ninguém se deteve para saber o porquê daquelas lágrimas e, cá para nós, ainda bem que o não fez…
Era um choro calado e tão distante que ninguém o conseguia alcançar, quanto mais parar. Aquele choro, calado e distante, começou assim, sem mais nem menos, sem o menor aviso prévio.
O pensamento não pára. Ninguém o consegue parar… e o choro acompanhava os pensamentos que lhe atravessavam a mente. Já foi um choro carregado de injúrias e súplicas, agora era um choro calado… e distante.
Não se sabia bem donde vinha nem para onde ia o choro que perseguia o pensamento e o pensamento, seguia o seu curso normal. Como se alguma coisa a partir daí fosse normal...!
Apenas o choro continuava sem razão aparente. Era um choro calado que ninguém viu nem conseguia parar…

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O MÁXIMO A ESTA EMPRESA

Volta a falar-se na TAP e ainda bem que se fala. Localizar ou não localizar, privatizar ou não privatizar as opiniões divergem entre políticos e simples cidadãos. Desta vez, a Associação Comercial do Porto, diz que o folheto promocional da empresa em Vigo, é insultuoso para a cidade e região (in. Publico, 08 de fev. de 2017).
Polémicas à parte, é óbvio que na base das diferenças de opinião está o vencimento dos pilotos e/ou a rentabilidade das carreiras da empresa… A diferença de opiniões é perfeitamente normal e saudável em democracia desde que se encontre salvaguardado o respeito pela opinião contrária (o que nem sempre acontece). É aqui que entra a minha opinião sobre a TAP. É uma opinião pessoal por isso, vale o que vale. Sou suspeito por não ter ganho uma viagem grátis entre Porto e Lisboa, ainda que anual, mas é esta a minha opinião. Viajar pela TAP, só em último recurso e quando não sobrar outra alternativa.
Dei a esta “empresa” um bem precioso, o máximo sem nada receber em troca. Já aqui expressei o que penso sobre o agradecimento e reitero o que escrevi.
Resta-me agradecer, é sempre bonito agradecer.
Muito obrigado.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

AGRADEÇO... THANK YOU

Agradeço os chocolates, as flores, a música…. Agradeço, não me canso de agradecer as rosas (sempre amarelas), os chocolates, a música que agora oiço… Eu sei, eu sei que ninguém é responsável pela culpa, se culpa existe. Agradeço os chocolates, a música enfim as flores amarelas, sempre amarelas…
Agradeço. É bonito e recomenda-se agradecer. Agradeço este dia, mais um dia, o mês, o próximo ano. Agradeço o brilho dos teus olhos e que e me ajudam a prosseguir na longa caminhada, …
Não há nada mais bonito do que agradecer independentemente da fé que se tenha ou da religião. Por isso, eu agradeço tudo por não ter nada. Agradeço os chocolates, as flores, a música que agora oiço, tudo e que jamais recebi.
Muito obrigado!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

GOSTAVA DE SER QUEM ERA

Há dias em que penso… agora penso, é claro que antes não pensava.  Penso que afinal, gostava de ser quem era. Gostava do simples facto de me levantar da cama e ser senhor dos meus passos, daquela vidinha sensaborona que não me levava a lado algum, do mar sempre ali para me ouvir e desfrutar. Gostava afinal de tudo o que fui e que agora, em vão, pretendo ser… Todos os dias busco no passado e não me encontro mais.
Não sou muito dado ao fado nem tampouco a fadistas, mas sempre me recordo da letra, “Gostava de Ser Quem Era”. Aquela voz que, num misto de natureza e de mar, contava mil segredos numa palavra só.
Quem me dera encontrar ainda toda a primavera naquelas flores que profusamente atapetavam o largo inteiro…
Há dias que me lembro de velhos fados, velhas letras, velhas flores (amarelas) que sempre busco nas letras dos fados que ouço…
Há dias assim.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

iPHONES, SMARTPHONES E SIMILARES

Não posso dizer que não sabia, tinha tomado conhecimento do fenómeno através de caricaturas dos jornais, revistas e redes sociais. Apesar de não constituir surpresa, não deixou de causar alguma estranheza. O uso indiscriminado de smartphones, (palavra derivada da língua inglesa à falta de termo correspondente em Português), leva a estas situações deveras caricatas. Polegar em riste, de acordo com o que lhes dá mais jeito, ei-los que marcam presença, alheios a tudo que não seja o que lhe “vem da caixinha”.
Reconheço que o dito “telemóvel” tem múltiplas vantagens, tais como estar sempre contactável, o que pode ser uma desvantagem, mas enfim, não enveredemos por esse campo que tem muito que se lhe diga…
Sem o telemóvel, smartphone, iPhone, ou seja lá o que lhe quiserem chamar, algumas pessoas sentem-se sós, como que despidas… Eles servem para manter o contacto (in)direto com outras pessoas através das redes sociais, de “porta aberta” para tudo e para todos através do Wi-Fi. Quanto mais não seja, permitem um joguinho entre duas sessões de fisioterapia.
É aqui que noto o uso irritante e indiscriminado do telemóvel. Estou convencido que o seu uso tem mais a ver com os jogos entre sessões fisioterápicas… porque estar permanentemente contatável pode, em algumas circunstâncias, não ser nada agradável…

domingo, 5 de fevereiro de 2017

PIM, PAM, PUM, ...

Não sei se a letra é exacta, mas era assim que a “cantávamos” a plenos pulmões nos jogos de “bate-fica” ou quando pretendíamos formar uma equipa (para um jogo de futebol). Nunca tive grande jeito para o “jogo da bola” e era sempre excluído.
E eu muito agastado com o facto. Era uma grande coisa ser excluído…
Pim, Pam, Pum,
cada bola mata um…
Nunca percebi bem por que “cada bola” mata um… ou dois… ou três… nunca percebi nem virei a perceber. Acho que esse problema nunca se pôs aos outros miúdos lá da rua. Não sei se alguma vez eles se preocupavam com estes problemas “metafísicos”. Eles tinham um certo jeito para o futebol…
p´ra galinha e para o peru…
Também nunca entendi muito bem o que a galinha e o peru andavam a fazer no meio desta “marmelada” toda.
Também isso deixou de me preocupar. Eles tinham jeito para o futebol… eu não.
quem se livra és mesmo tu.
E eu ficava livre… milagrosamente livre para outras brincadeiras. Eles tinham jeito para o futebol.
Não guardo grandes amizades desse tempo em que “cantava” a plenos pulmões: Pim, Pam, Pum, cada bola mata um, p´ra galinha e para o peru, quem se livra és mesmo tu.
Para falar verdade, não guardo mesmo nenhuma amizade desse tempo…!
Eles tinham jeito para o futebol… eu não.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

ENJOY THE SILENCE

Tal como diz a velha canção dos Depeche Mode «as palavras são desnecessárias. Elas apenas causam feridas.». Por muito pronunciadas, as palavras tornam-se desnecessárias e podem causar feridas que jamais serão saradas. Refiro-me à canção dos Depeche Mode, Enjoy the Silence.
Na verdade não há palavras que consigam traduzir as emoções que se escondem atrás de cada uma delas. Isso acontece não porque não se saiba o que se quer dizer, mas porque a voz não acompanha o pensamento... umas vezes sai alto outras, baixo e pouco audível…
O melhor é ficar em silêncio. É fácil falar, mas difícil concretizar. Que fazer do barulho do trânsito que vem lá de fora e do ruído que vem do televisor que vem cá de dentro ...?
Com efeito, vivemos numa sociedade em que o silêncio é pouco valorizado. O silencio é conectado como sinal de “pouca inteligência” e evita-se a todo o custo o «silêncio desconfortável».
É fácil viver em silêncio uma vida inteira por melhor que se esteja acompanhado... o toque das mãos que se procuram, o olhar, os gestos,… «falam» mais alto do que simples palavras...
Há dias em que desfrutámos do prazer do silêncio. «Enjoy thee Silence», dirão os nossos amigos.
Há dias assim.
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