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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A NUDEZ DA MENINA


Vezes sem conta atravessei de um para outro passeio a Avenida dos Aliados e quase esbarrei com essa figura incontornável que é a menina nua… penso que olhei senão não retinha aquela imagem que para mim, não passava de uma estátua implantada ali no meio de uma das mais concorridas avenidas da cidade.
Há gente assim que o tempo transformou em estátua à frente das quais se passa indiferente sem ver e muito menos contemplar essas obras de arte.
É ali, nessa avenida que tudo acontece e onde acorre quase toda a gente acorre quando se pretende festejar seja o que for desde manifestações, eventos políticos, passando pelo futebol e sem esquecer o S. João.
Como dizia, quantas vezes atravessei essa avenida, olhei com olhos apressados e fugidios aquela estátua sem contudo a ver. A estátua, qualquer estátua, está sempre ali, imóvel, à espera de quem passa apressado, quase sem reparar.
Mas as estátuas já foram gente, gente como nós, com as mesmas necessidades, os mesmos anseios, os mesmo defeitos e as mesmas qualidades. E esta não é exceção. Ela representa alguém que já viveu no meio de nós, que teve um nome e faleceu, neste caso, com cerca de 82 anos. Não vou relatar uma vida que está devidamente explicitada na Internet apenas lamento ter passado por qualquer estátua sem saber a sua história e ao menos a contemplar como merecia.
Não há quem, pelo menos sendo do Porto, não se tenha já deparado com esta estátua a que todos chamam “a menina nua” a quem foi dado um nome e continua fielmente a convidar quem por ela passa a refrescar-se um pouco ou deter-se uns momentos, o necessário para contemplar esta verdadeira obra de arte.

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