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sexta-feira, 15 de junho de 2018

O PASSEIO DOS TRISTES


Um velho costume que hoje recordo com saudade era, sobretudo ao domingo, dar uma voltinha de carro com a família. Geralmente era o final de um passeio por uma das zonas mais bonitas a que se chama Foz. Soube mais tarde que esse era o passeio dos tristes. Na época não conseguia perceber quem eram os tristes, se os que se deslocavam até essa bonita zona do Porto ou quem circulava no Passeio Alegre. O semblante quer duns, quer doutros era o bastante para lançar a confusão. Não fugirei muito à verdade se disser que esta designação assentava como uma luva aos que se deslocavam como eu conduzidos até à Foz.
Actualmente, existem os Centros Comerciais para absorver essa onda humana especializada em fins de semana ou “pontes” mas nesse tempo havia apenas o chamado Passeio dos Tristes que felizmente ainda não passou de moda. Seja pelo preço dos combustíveis ou pelos baixos salários é até onde o carro nos conduz…
Fechando os olhos consigo ouvir no nosso autoritário ou no do vizinho aquela voz que fazia o relato do futebol o que felizmente travava qualquer tentativa de conversa… vejo ainda os dois pequenitos a brincar pelo Jardim onde até havia um café para as crianças lanchar ao mesmo tempo que os adultos se podiam extasiar a ver o encontro do Rio Douro com o mar.
Por tudo isso compreende-se o meu contentamento quando soube que o Jardim cujo inicio remonta aos finais do século XIX, foi considerado Imóvel de Interesse Público.
É que o Passeio dos Tristes nunca passa de moda… vá se lá saber porquê.
Sugestão de um passeio muito agradável

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