Independentemente do Euro
Festival, do cantor ou da delegação vencedora, afinal quem “ganhou” foi a
tolerância. É evidente que me refiro a essa mulher barbuda chamada Conchita.
Com efeito, foi esse o nome artístico adoptado por Thomas Neuwirth mas isso pouco
importa. Quem ganhou este ou outros festivais em anos anteriores, foi essa
mulher de barba rija… O que realmente se ganhou graças a Conchita não tem preço,
não é mensurável. Dêem-se as voltas que se queiram dar, acaba-se sempre na incontornável
“tolerância”.
Afinal ganhou a coragem
de ser diferente.
Não se pense que a
vitória de Conchita na Áustria foi isenta de polémica. Esta vitória provocou efeitos
negativos sobretudo em alguns países mais a leste sob pena de transformar este
Festival “num viveiro de sodomia”,
diziam.
Eu sei que já vai
tarde, afinal venceu o Euro Festival em 2014 mas nunca é demais falar e
praticar a tolerância. Quem é tolerante normalmente aceita a opinião e o
comportamento dos que são ou querem ser diferentes. Acho mesmo que é uma das condições
essenciais para a vida em sociedade. É assim a tolerância tão escassa mais a
leste… o que não admira atendendo à origem latina da palavra. Tolerância traduz-se
por um comportamento que exige muita condescendência perante a diferença. O que
não se pode mudar ou é impossível impedir, combate-se com tolerância.
Hoje em dia fala-se
muito em tolerância alimentar, bastante em tolerância social e muito em
tolerância religiosa mas falar, não chega. É preciso agir.
O mundo conturbado em
que vivemos giraria mais facilmente se algumas pessoas manifestassem uma certa compreensão
sobre o direito que assiste a quem quer ser diferente, de exercer aquilo em que
acreditam.
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