São
cada vez mais frequentes aqueles monólogos que travo comigo. Na verdade, mais
que monólogos, são diálogos comigo mesmo em que, em silêncio, vou respondendo
aos pensamentos que me assolam a cabeça. Tudo se passa em silêncio, não vá
alguém escutar e pensar que sou louco…
Num
desses raros momentos em que a nostalgia se instala entre o ser e o não ser, o
partir ou ficar, o querer ou deixar, num assomo de indignação eu me pergunto:
Mal afinal o que queres? E nunca em mim se fez um silêncio tão profundo…!
Nenhuma resposta.
E o
diálogo prossegue, desta vez em tom de desabafo, questiono: Sabes que mais?
E continuo,
em silêncio. Não há qualquer razão para estares assim. Decide-te uma vez
por todas entre o que queres e o que não queres da vida.
Acabo
de meter a louça na máquina e dou por findo o diálogo. Este género de diálogos ocorrem
com mais frequência enquanto executo as tarefas domésticas. Por fim sentei-me
frete ao portátil. Escrevi. Aqui fica o registo.
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