Será que existe algum pai,
encarregado de educação ou responsável pelo ensino que desconheça o que se
passa na sala de aula das nossas escolas? Não creio. O mais provável é que todos
eles estejam a usar a técnica da avestruz que, quando em perigo enfia a cabeça
na areia e espera que passe. É a atitude mais cómoda para quem precisa de
“armazenar” as crianças enquanto trabalha e para os responsáveis pelo ensino no
nosso país. Só que pelo facto de se fazer uso desta técnica os problemas não
desaparecem e cada vez mais se avolumam de tal forma que se tornam praticamente
insolúveis.
Durante anos todos tivemos a
consciência de que algo estava errado com o ensino em Portugal mas não havia a
coragem para o denunciar. Os governantes por incompetência, por não quererem
assumir a sua ignorância para resolver o problema e principalmente para não
perderem votos eleitorais… Pais e encarregados de educação por desconhecerem
do que são capazes os seus educandos no ambiente de sala de aula. Os mais ajuizados
acabam por adoptar um comportamento igual ou pior do que o maior malandro por medo de exclusão do “grupo”…
Finalmente alguém teve a
coragem de denunciar a fraude que é hoje o ensino em Portugal. Sairam na
quinta-feira, dia 20, os livros “A Sala de Aula” e “Diários da uma sala de
aula” de Maria Filomena Mónica. Nestes livros, a autora inteligentemente, recolhe
testemunhos de alguns alunos e professores que denunciam o ambiente que se vive nas
salas de aula (e não só) das nossas escolas bem como o comportamento de alguns senão
uma maioria dos nossos alunos.
Os relatos inseridos nestes
livros deveriam envergonhar pais, encarregados de educação e governantes não
fora o comodismo de uns e a incompetência de outros…
Deixo aqui um excerto da entrevista
dada pela autora para que possamos reflectir neste grave problema…
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