Sem querer entrar aqui na polémica questão da importância
que nome poderá ter na vida das pessoas, recordo a propósito da escolha do nome
da minha futura neta o que Saramago um dia escreveu: “Conheces o nome que te deram, não conheces o nome que
tens”. É inegável a importância do
nome já que confere a individualidade e vai acompanhar o indivíduo por toda a
vida em todos os seus actos…
Na altura do meu batizado a minha saudosa madrinha
Adriana Ramos Pinto era mãe de um filho varão de seu nome Eugénio. Era esse o
nome que me estava destinado por motivos óbvios embora não fosse do agrado de
minha mãe. Numa manhã em que se combinava definitivamente o nome a dar-me, o
meu irmão que brincava por perto levantou-se do chão, correu para a minha
madrinha e disse com voz autoritária: “Ete menino é joginho”. Perante a
surpresa de minha madrinha e o embaraço de minha mãe, resolveram fazer novo teste fingindo estar assente o nome de Eugénio. Mais uma vez o meu irmão com ar
zangado correu para junto de mim e, pondo-me a mão na cabeça, voltou a afirmar
perentório: “Ete menino é Joginho.” E assim fiquei a chamar-me para o resto da
minha vida já que não tenciono mudar de nome. Onde foi ele buscar este nome já
que não havia ninguém na família nem na vizinhança com tal nome!?
Algumas culturas orientais
acreditam que, para cada bebê que nasce, existe uma função predefinida daí que
o nome deve estar relacionado a sua função durante a vida.
Ao recordar este episódio da origem do meu nome vem-me à
lembrança uma canção que minha mãe também cantava de um filme português de
muito sucesso na época: Maria Papoila
Diz que a sorte das pessoas, sempre ouvi
vem do nome que elas têm
ai! ai! ai!
Coisas más ou coisas boas, vem daí
e comigo calha bem
ai! ai! ai!
Eu no monte era Papoila
mesmo a graça da moçoila
que no campo anda a lidar
ai! ai! ai!
Mas o nome bem dizia
como sou também Maria
tinha que ir p´ró pé do mar
como sou também Maria
tinha que ir p´ró pé do mar
(Maria Papoila do
filme do mesmo nome)
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