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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

DA VARANDA DA SALA

 

Da varanda da sala vejo os ramos das árvores que se cobrem de folhas que refletem os raios solares… e pouco mais. A grande maioria das árvores de pequeno porte foram oferecidas por mim depois de um longo e penoso período de crescimento em vaso nessa varanda… Quanto aos choupos que não param de crescer, a estória é outra.
Ainda me lembro do tempo em que por esta altura quase todas as varandas se engalanavam das mais variadas e vistosas flores. Com o passar dos anos as plantas foram envelhecendo acompanhando o envelhecimento dos próprios donos... Já são raras as flores que enfeitam as varandas.
Na minha varanda, há vários anos, existe uma laranjeira anã que persiste teimosamente em sobreviver num pequeno vaso até ao dia em que, esgotados os nutrientes e o espaço, venha por fim a morrer… Como todos os seres vivos têm um prazo de validade mas a morte da laranjeira vai ser uma morte gloriosa, apesar do abandono a que por vezes tem sido votada, conseguiu sobreviver e até dar frutos...
Tomara que a exemplo da laranjeira e com a mesma dignidade, um dia venha a morrer. Como tão bem interpretou e disse a frase no final da peça a fabulosa atriz Palmira Bastos, "Morto por dentro, mas de pé, de pé como as árvores".

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