Ontem, quando me deitei, senti-me feliz. E, ao
mesmo tempo, senti-me triste. Feliz, porque o mais normal é que os filhos
emigrem e não os pais (mas talvez Portugal tenha sido capaz,
nos últimos anos, de conseguir baralhar essa tendência).
Feliz, porque admiro-lhe a coragem de começar outra vez num país que quase
desconhece (e onde ninguém o conhece), partindo animado pelas coisas novas que
irá encontrar.
(Adapção
da carta de João Tordo)
Se há coisa
que me deixa completamente fora de mim (como pessoa inteligente que sou) é a
tentativa de manipulação por parte dos média e mais ainda de simples mortais…
Todo este aproveitamento político (ou não) da “emigração” de Fernando Tordo
para o Brasil me enoja principalmente por ter tido conhecimento que o dito senhor é
sócio-gerente de uma empresa (a Stardust) que facturou desde 2008 (por um período de 4 anos) a módica
quantia de 207,100.00€… Ou o senhor é muito perdulário ou, o que é mais grave, o artista Fernando Tordo foi explorado pelo senhor Fernando
Tordo… Só não fazendo os descontos correspondentes a 0,125% de 207,100.00€ se
compreende (e quem sou eu para duvidar?) que o artista receba apenas 259.40€ de pensão!
Por este (e
por outros motivos não confessáveis) decidi escrever esta carta ao meu filho
emigrado em França que não encontrou como arquitecto neste país, emprego
compatível com as suas habilitações.
Já agora, em
abono da verdade (que não gosto de ver manipulada), confesso que o objectivo
desta carta é que os média venham a dar o mesmo empolamento à notícia do
emigrante (que é meu filho) que ontem veio a Portugal celebrar o seu
aniversário, quando de novo partir para o país de emigração…
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