Escrever
é um acto solitário. Esta frase de tão estafada é já quase um cliché. Mas, no
que me diz respeito, é mesmo um facto…
Com
mais tempo livre das actividades profissionais, esse tempo acaba por ser
investido no acompanhamento e apoio da família. Ironicamente, apesar de dispor
de mais tempo, escasseia aquele que dedico à minha pessoa. Acontece que
dispunha de mais tempo só para mim antes de me aposentar do que aquele que
usufruo agora. Nos meus planos de pós aposentadoria, as manhãs seriam
destinadas, para além das pequenas tarefas domésticas, para a escrita. Se bem o
tentei, mais depressa acabei por concluir da minha incapacidade para escrever
na presença de familiares em casa. Não me resta a mínima dúvida de que, para
mim, escrever é um acto solitário só possível quando a casa se encontra em pleno
silêncio, sem o distrativo de qualquer actividade humana.
Por
isso, em determinados dias, não publico nenhum dos meus muitos pensamentos.
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