Vivemos num mundo que
nos deixa obcecados pela nossa vidinha esgravatando no dia-a-dia a nossa
sobrevivência… Esta atitude não nos deixa muito tempo para observar tanto o
belo como o desagradável no mundo que nos cerca… Acontece que há momentos de
acalmia em que nos permitimos reparar na beleza de um por do sol, no colorido
de uma flor, na beleza do riso de uma criança, na sorte que tivemos em
encontrar aquela pessoa especial que se encontra ao nosso lado… mas também reparamos
(por breves instantes) no que nos é desagradável como a miséria que nos cerca a
cada passo… Aí, a nossa autodefesa e instinto de sobrevivência, fazem com que
os nossos olhos se desviem e o facto é “esquecido” rapidamente. Tudo isto é
próprio da natureza humana e fruto do tipo de sociedade que criamos…
Uma das vantagens do
avançar na idade (não gosto de me considerar idoso) é dispor de mais tempo para
observar o que nos cerca e da maior capacidade de interpretar com base na
aprendizagem adquirida ao longo da vida. Como hoje não tive a tarefa de levar o
neto à escola, pude dispensar algum tempo extra para o ritual do café da manhã…
Esse tempo extra permitiu-me observar com mais atenção tudo o que se passava à
minha volta. E lá estava o funcionário de sempre que me serviu o café
ostentando no pulso a sua pulseira verde… Agora que sei o significado da cor
das pulseiras não pude evitar sorrir… Será que o senhor sabe o significado das
ditas pulseiras ou, na sua ignorância a usa apenas porque lhe agradou aquela
cor…?
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