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segunda-feira, 20 de maio de 2013

O ELEMENTO AGLUTINANTE

Com bastante frequência almoçamos no restaurante Lima ao fim de semana. Era certo que aquela mesa do canto junto à janela era ocupada por uma família da "terra" constituída pelo casal mais idoso, o filho e a esposa e uma irmã da senhora mais idosa. Cheguei a invejar este convívio familiar que me parecia agradável e fraterno já que pertenço a uma família pequena e pouco unida. Comecei por antipatizar com esta família visto que usurparam aquela mesa de canto tão cobiçada e que inicialmente nos era destinada. Mais tarde, passei a aceitar a sua presença até que finalmente, chegava a sentir-lhe a falta se por acaso não iam lá almoçar. Com quem nunca simpatizei foi com o anfitrião. Já muito limitado a nível motor, mas perfeitamente lúcido e senhor do seu nariz, ditava as suas sentenças que toda a família acolhia com ou sem desagrado. Este feitio ditatorial gerava da minha parte uma forte antipatia.
Um dia, deixaram de aparecer. As mesas que ocupavam foram separadas. Viemos a saber mais tarde que o anfitrião tinha falecido.
Déspota, querido ou odiado, afinal era ele o elemento aglutinador daquela família. Nunca mais foram vistos em conjunto. Toda aquela harmonia familiar se desmoronou com a morte do anfitrião. Presumo que por desavenças familiares por motivo de partilhas ou qualquer outro motivo… isto sou eu a especular…
Isto faz-me pensar como é frágil a harmonia familiar e a importância que às vezes tem aquele elemento que nem sempre se destaca, como elemento aglutinador dos membros mais próximos da família.

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