Como toda a gente, também fui pai e depois avô e, como toda a gente,
também tive avós. E o que nem todos se podem gabar, tive uma avó postiça que
não era avó de ninguém mas que cuidava de dois “netos” vindos da escola,
encarregando-se do lanche, dar banho e cuidava de nós até os pais regressarem
do trabalho.
Dito assim, até parece que convivi com uma multidão de avós o que não é
verdade. Conheci apenas uma avó que ao que recordo, não morria de amores pelos
netos… Quanto aos outros avós, resolveram
partir antes de chegarem os netos… Espertos!
Agora que estou numa de avô, não vou cair nesse
velho cliché de dizer, ser avô é ser pai
duas vezes porque não é, pelo menos para mim. Chegou ser pai e avô uma vez,
quanto mais, duas vezes… tudo se paga…
Talvez a visão que tenho sobre o papel dos avós
tenha a ver com essa infância carente de avós ou quem sabe, talvez seja apenas
uma questão de temperamento. Ser avô, é simplesmente ser avô. O que significa
menos… menos tempo para a escrita, menos tempo para dedicar ao próprio, menos
tempo para dar atenção às traquinices dos mais pequenos mas mais tempo para
lhes fazer companhia, mais coragem para fazer do cansaço mais vontade de ouvir
e levar a sério as suas brincadeiras,… enfim, isso é ser avô.
Os avós também têm direito a ter uma vida
própria, os seus momentos de relaxe dedicados a si próprios, a viajar, a
conviver com os amigos,…
PS: vê-se bem que este texto foi escrito antes
do aparecimento da maldita pandemia que veio alterar tudo.
Sem comentários:
Enviar um comentário