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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

ESTRANHO NAMORO

Podia considerar-se uma relação amor/ódio a que tenho com o mar mas considero-a mais como uma relação de puro respeito.

Para lá daquele aspeto calmo de rara beleza caraterística, o mar oferece poesia que nem todos escutam embora convide toda a gente a uma profunda reflecção sobre os valores da vida.

Apesar de ser capaz de passar horas a contemplar o mar embalado pelo ruído repetitivo das ondas a desfazer-se na areia da praia não consigo afastar-me muito do mar, um só dia que passe longe do mar é dia sem registo… Mesmo não sendo obrigado a mergulhar profundamente nas suas águas, junto ao mar parece que a felicidade que ronda à nossa volta acaba por se fixar cá dentro.

Gosto do mar, de ouvir e contemplar a sós num estranho namoro que pode durar horas, tal como ele, também tenho os meus dias de a má disposição e revolta.

Em frente ao mar, mesmo durante um curto espaço de tempo, fica-se de costas para o mundo e os seus problemas ao som mental daquela canção cujas palavras o poeta emprestou, “Por teu livre pensamento/foram-te longe encerrar/tão longe que o meu lamento/não te consegue alcançar/e apenas ouves o vento/e apenas ouves o mar…”  (David Mourão Ferreira)

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