Hoje
celebra-se o Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, dia que
já foi Dia da Raça (mas que raça era essa…?). Para quem for mais religioso,
poderá ser apenas o Dia do Santo Anjo da Guarda de Portugal. Prefiro
celebrá-lo como o Dia de Camões por ser o dia que se supõe assinalar a morte deste
grande poeta em 1580 na verdade imortal. Dói ver assim politizado um dia que já foi de
poesia e agora comemorado com longos e fastidiosos discursos e muita querela
política…
Aqui fica como singela homenagem ao maior poeta de todos os tempos, Luís
Vaz de Camões este seu poema:
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís de Camões
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