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quinta-feira, 5 de junho de 2014

EM DEFESA DAS "TIAS"

Estava mesmo ao meu lado embora numa outra mesa da esplanada onde me sentei para tomar um café. Chamou-me a tenção o tom da conversa que mantinha com uma amiga sentada na mesma mesa em frente dela. Dizia com aquele sotaque tão característico:
O pai hoje tá péssimo. Tá com uma enxaqueca do piorio.
Ontem os piquenos teimaram para os levar a Serralves. Aquilo tava medonho de povo!
Tava lá a Kika. Uma lontra. E o Bernardo? Um rustico. Uma camisa medonha, salvaram-se as jens Jean Paul Gautier.
Era sem sombra de dúvida uma tia e não o afirmo por ela ter uma mala Louis Vuitton pousada no regaço mas pelo sotaque, forma de estar e de se exprimir.
Por definição, tia é uma de relação de parentesco, nome que se dá às irmãs do pai ou da mãe. Contudo o termo é usado em muitos outros e diferentes contextos. Pode ser o tratamento dado no campo às pessoas de certa idade ou o tratamento dado por alguns jovens a adultos amigos da família. (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
Mas ser “tia” num contexto social, não é apenas uma simples questão semântica, é viver de facto de acordo com determinados padrões de vida assumindo uma postura consentânea com as suas origens… Ainda assim, o termo pode assumir um tom irónico e depreciativo. Tudo depende se nos referimos a verdadeiras ou falsas “tias”. As verdadeiras destacam-se pela simpatia além de outras características como aquele sotaque muito próprio e uma postura irrepreensível. São sempre simpáticas em qualquer situação pois não conseguem mesmo ser de outra maneira. Está-lhes na massa do sangue, fruto de uma educação esmerada. As falsas traem-se apesar do sotaque, pela sua postura pedante e “cabeças ocas”. Simpatizo particularmente com as “tias” verdadeiras.

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