O que começou
por ser apenas o título de um livro de contos escrito por
Maria Ondina Braga “A China fica ao
lado” em 1968, acabou por se tornar uma realidade em Portugal. Na altura
do lançamento do livro, a autora vivia em Macau, território “vizinho” da China.
A China de tão distante que era do nosso
país, acabou por ficar ali mesmo ao lado… da nossa porta, do virar da esquina, do
fundo da rua… Na realidade, há sempre uma loja chinesa não muito longe de onde
quer que a gente se encontre.
A comunidade chinesa
residente no nosso país não para de crescer. Segundo
números do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), há mais de 20 mil
chineses a viver em Portugal. Por outro
lado, são também os chineses que lideram a lista de vistos “gold” que lhes
permite residirem em Portugal em condições muito vantajosas no que diz respeito
a impostos sendo que, para isso, fiquem obrigados a investir mais de um milhão
de euros além de criar 10 postos de trabalho.
Além dos residentes em
território português, não é de desprezar o número de turistas chineses. Em
apenas quatro anos, o número de chineses hospedados em unidades hoteleiras em
Portugal aumentou 232% entre 2009 e 2013.
No início, os chineses dedicavam-se
apenas ao comércio retalhista (as célebres “lojas dos 300”) e mais tarde, ao
comércio de roupas e calçado. Com a crise actual, este tipo de negócio já não
estava a dar pelo que os chineses se viraram para o comércio de frutas e
legumes. Até em Paris tive oportunidade de verificar o mesmo fenómeno.
Esta atitude, revela a sua
característica de trabalhadores flexíveis e versáteis o que lhes tem permitido
uma boa adaptação à crise. É esta a principal diferença entre o comerciante
chinês e o comerciante português que teimosamente mantem aberto um
estabelecimento que há muito deixou de ser rentável…
De tão distante que a
China era, acabou por ficar cada vez mais perto…!
Na realidade, a China
fica mesmo ao lado.
Sem comentários:
Enviar um comentário