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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"O TRABALHO LIBERTA"

Está ainda bem presente nas nossas memórias a cínica inscrição “o trabalho liberta” existente no portão de entrada dos campos de concentração do regime nazi. A frase, neste contexto, encerra uma dupla ironia por se encontrar à porta de uma prisão cuja única saída era a morte… De um modo geral, o trabalho aprisiona ao contrário de nos libertar. Fica-se “preso” no local de trabalho muitas horas por dia que são subtraídas a atividades de lazer e ao convívio com familiares e amigos. Quando encarado apenas como um meio de subsistência, geralmente não afecta a saúde mental do indivíduo. Contudo, quando o trabalho assume a prioridade sobre todos os aspectos da vida social e familiar, corre-se o risco de vir a tornar-se numa compulsão. Neste caso o trabalho passa a ser um meio de evitar pensamentos pouco gratificantes e de gerir sentimentos incómodos… Sempre que me deparo com um indivíduo que vive exclusivamente para o trabalho mantendo-se à margem da vida social e familiar, fica sempre a suspeição de que algo errado se passa na sua vida.
O workaholic (viciado no trabalho) concentra-se de tal modo no trabalho ao ponto de deixar de ter fins-de-semana e de conviver com familiares e amigos. Esta dedicação ao trabalho transforma-o num ser altamente perfecionista, constantemente insatisfeito consigo próprio e com os outros o que torna uma pessoa amarga e severa acabando por ficar cada vez mais isolado. No fundo, o workaholic também não é feliz.

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