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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

CHOVEM CONVITES


É comum definir-se como deficiência a ausência de qualquer estrutura psíquica ou fisiológica. De acordo com esta definição, torna-se difícil classificar aqueles que o são daqueles que não são deficientes. Aliás, um grande número de pessoas apresenta alguma deficiência (auditiva, visual, física e, nos casos mais graves, intelectual) sem o saber… Convém dizer que muitos dos deficientes físicos parecem uma pessoa normal, evidenciando a mesma personalidade, a mesma forma de pensar e de agir que já existia antes da respectiva lesão. O que os faz diferentes é a forma de locomoção, de segurar um copo, caneca ou uma simples esferográfica… Estes pequenos (grandes) gestos fazem toda a diferença. Perante esta dificuldade, em Esparta eram mais radicais lançando qualquer criança portadora de deficiência do alto do monte Taigeto. De acordo com esta realidade, permita-se o desabafo: ainda bem que não nasci em Esparta…!
Então qual o grupo a que pertence aqueles que nasceram saudáveis daqueles que adquiram mais tarde alguma anomalia…?
Não é expectável que um indivíduo “normal” conviva alegremente com o portador de alguma deficiência. A sociedade actual, apesar de parecer receptiva, não está preparada para uma integração efectiva destes indivíduos. Basta olhar à volta para entender que na prática isso não se verifica.
Perante esta sociedade, o portador de deficiência é como se não existisse, deixando o parceiro de vida numa espécie de viuvez parcial. Contudo, ficar sozinho em casa enquanto outros se divertem pode não ser a melhor opção. Sair com mais frequência, permitir que se recebam convites para qualquer evento é menos frustrante do que permanecer em casa enquanto os convites “chovem” de todo o lado para quem é normal… É triste verificar que os convites que (nunca foram muitos) começam a escassear, o que é normal atendendo à sociedade em que se vive.

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