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terça-feira, 28 de julho de 2015

O PÁSSARO ENCANTADO

Todos nós possuímos um pássaro encantado na forma de companheiro(a), filho(a), irmão, amigo ou qualquer outro ente querido que tentámos prender ou a quem inteligentemente já abrimos a porta da gaiola… A alegoria baseia-se no conto “O pássaro encantado” que descobri recentemente numa das minhas “viagens” pela Internet. Como a maioria dos contos, histórias e lendas também este tem como objetivo provocar uma reflecção sobre as nossas atitudes e ajudar-nos a descobrir novos caminhos. Verdadeiras lições de vida se os soubermos e quisermos interpretar…
Pelo que ficou escrito, não resisti a partilhar resumidamente aqui o seguinte conto:
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado que voava livremente e só voltava quando sentia saudades… As suas penas também mudavam de cor de acordo com os lugares longínquos por onde voava. A menina amava aquele pássaro e ficava a ouvi-lo contar histórias dos locais por onde voava sem jamais se cansar. O pássaro também amava a menina, e por isto voltava sempre.
Cada vez que o pássaro partia a menina amuava, fazia beicinho e chorava com saudades…
O pássaro dizia-lhe: Eu também vou ter saudades mas o meu encanto precisa da saudade. É a saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado.
Uma noite, enquanto esperava que ele voltasse, a menina teve uma ideia: Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá e eu não terei mais saudades.
Quando o pássaro chegou com as suas maravilhosas cores e adormeceu cansado da viagem, a menina prendeu-o na gaiola. Ao acordar o pássaro soltou um pio lancinante ao ver-se preso e disse: O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não ligou pensando que ele acabaria por se habituar mas não foi isto que aconteceu. Conforme o tempo ia passando, as penas iam caindo e perdendo as cores transformando-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
A menina também ficou triste. Não, aquele não era o pássaro que ela amava, por isso, abriu a porta da gaiola e deixou-o voar.
Obrigado, disse o pássaro, preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. E partiu.
Todos os dias a menina se arranjava de forma a ficar bonita, no fim de cada dia, pensava: Quem sabe talvez ele volte amanhã….
Muita gente mantém pássaros presos em gaiolas com a desculpa de que o fazem por amor. No fundo, isso não passa de uma pura mentira. Quem ama liberta.

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