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quinta-feira, 6 de junho de 2019

GAIVOTAS EM TERRA


São elas que nos sujam os carros com os seus excrementos, que nos acordam pela manhã com os gritos estridentes e também são elas as causadoras de inúmeros problemas citadinos. Apesar desses inconvenientes, sem elas o mar estaria longe, tão longe que só a muito custo se poderia alcançar.
Todos conhecem o ditado “gaivotas em terra, tempestade no mar”… É suposto encontra-las nos rochedos à beira mar, quando muito, em pequenas ilhotas junto ao mar mas nunca nas cidades. No estado natural a gaivota vive em colónias e persegue os barcos de pesca em busca de peixe fresco mas, nas cidades, alimenta-se do lixo podendo encontrar-se em localidades próximas do mar. Além da barulheira e por vezes agressiva, a gaivota convive lado a lado com o ser humano. Contrastando com o branco imaculado das suas penas, esta brancura é apenas manchada pela escuridão das almas que as escutam e poucas vezes as veem…
Apesar de todos os inconvenientes que a sua presença traz, apercebi-me por estes dias da sua ausência. Será por que há muito peixe no mar ou será a calmaria das marés que as afastam? Seja qual for a razão, senti-lhe a falta.
De certo modo, identifico-me com elas. Quem conhece o romance “Fernão Capelo Gaivota” consegue avaliar a dor de quem está preso ao chão sabendo que Vê mais longe a gaivota que voa mais alto…

Resumo: Fernão é uma gaivota diferente de todas as outras gaivotas, educadas para ir ao mar em busca de alimento. Fernão não aceita que seja esse o destino de uma gaivota. Ele voa por prazer, voa cada vez melhor, e sabe que o voo, em si mesmo, é um dom. Tenta ir sempre cada vez mais rápido, cada vez mais longe, até onde as asas o levarem. Mas o Bando não vê com bons olhos aquelas tentativas e acaba por expulsá-lo, condenando-o ao exílio...

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