Etiquetas

terça-feira, 28 de junho de 2016

UM AVÔ COMO TODA A GENTE

Como toda a gente, também tive avós, avós paternos e avós maternos. E mais do que toda a gente, também tive uma avó postiça que não era avó de ninguém, mas que cuidava de mim e do meu irmão quando chegávamos da escola até os nossos pais regressarem do trabalho. Dito assim, pode parecer que convivi com uma multidão de avós o que não é de todo verdade. Não sei se feliz ou infelizmente só conheci a avó paterna que, ao que me lembre, não morria de amores pelos netos. Quanto aos outros, partiram primeiro antes da chegada dos netos… Espertos!
Agora que estou numa de avô até ao fim do mês, já me avisou o Miguel, não vou cair nesse velho cliché de dizer, ser avô é ser pai duas vezes porque não é. Pelo menos, para mim, não funciona assim. Já me bastou ser pai uma vez, mais concretamente, duas vezes.
Talvez que a visão que tenho sobre o papel dos avós tenha algo a ver com a relação ou a ausência dela com os meus avós. Ou talvez seja apenas uma questão de temperamento… sei lá. Ser avô, é simplesmente ser avô.
Isso significa menos… menos clima para a escrita menos tempo para dedicar à minha pessoa, menos paciência para… para quezílias. Mas também significa mais… mais atenção às traquinices dos netos, mais tempo para lhes fazer companhia, mais coragem para fazer do cansaço mais vontade de colaborar nas brincadeiras, mais disponibilidade para responder a todas as questões até à exaustão… enfim, isso é ser avô.
Se tudo o que ficou dito é verdade, se tudo isso acontece, de forma alguma, ser avô é resumir toda a nossa existência numa completa disponibilidade para os netos. Os avós têm direito a ter vida própria, os seus momentos de relaxe destinados a cuidar de si próprios, de conviver com os amigos, de trabalhar se for caso disso…
Isto, é ser avô.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...