Etiquetas

sábado, 23 de maio de 2015

O FRUTO PROIBIDO

Tem sido assim desde que, no jardim do Édem, o ser humano desejou experimentar o fruto proibido sendo que quanto mais proibido mais aguça o desejo e intensifica a vontade de experimentar. Muitas vezes, a atitude mais inteligente é proibir o contrário daquilo que se deseja, estilo mandar uma criança fazer algo que não queremos que ela faça. Pelo contrário, quando lhe dizemos para não fazer, é quando ela faz mais depressa. A este propósito veio-me à memória uma história que ouvi numa viagem que fiz a Berlim em 2005 (Ver aqui).
Na visita que fizemos ao Palácio de Sans Souci em Potsdam surpreendeu-me ver, na lápide da tumba de Frederico II, em vez de flores, batatas que as pessoas ali depositaram. O que me pareceu uma brincadeira de mau gosto e até falta de respeito tem afinal uma explicação que me foi dada de seguida pela guia e que aqui vou reproduzir sucintamente.
Sendo originária da América do Sul, a batata chegou à Espanha em 1535 mas não teve vida fácil nos restantes países da europa. Começou por ser considerada uma planta ornamental devido à beleza das suas flores mas recusada como alimento por ser considerada venenosa. O seu cultivo chegou mesmo a ser proibido em França, por se pensar que causava a lepra. Graças a Frederico II o Grande que incentivou o seu cultivo a batata tornou-se uma excelente alternativa à escassez de cereais. Mas também os agricultores alemães se mostraram relutantes em aceitar o seu cultivo. Perante esta atitude dos camponeses, o monarca mandou publicar um edital real que ordenava o cultivo obrigatório, sob pena de morte para quem desobedecesse. Continuando os camponeses a recusar cumprir a ordem, Frederico II teve a esperteza de mudar de estratégia: proibiu o cultivo e declarou que a batata fosse de uso exclusivo da realeza. O resultado foi que a batata se converteu num alimento proibido e por isso o mais desejado… Os camponeses roubaram, cultivaram e degustaram este “fruto proibido” a que, em França deram o nome de pomme de terre.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...