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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O DILÚVIO INTERIOR

Nova semana de escolinha (JI) para o Miguel depois do interregno do fim-de-semana. Como era de esperar, nova sessão de choro de alguns meninos (e de algumas mães também) mas o Miguel não… Aguentou estoicamente o recomeço sem verter uma lágrima… Não deixa de ser curioso que, sendo o ser humano o detentor exclusivo da extraordinária capacidade de chorar, se esforce tanto por conter esse dilúvio interior, por inúmeras e variadas razões, … Pode levar dias, meses, anos a encher a “albufeira” da nossa alma mas chega sempre um dia… aquele dia em que o “dique” rebenta… Eu me interrogo se merece a pena todo esse esforço e sacrifício de conter a todo custo esse manancial de amargura ao invés de o deixar resolver-se naturalmente através das benditas lágrimas… Mas nem sempre é o momento nem o local próprio nem o sexo adequado (homem não chora)…. O orgulho, o sentido de conveniência ou a simples necessidade de privacidade para exteriorizar os nossos sentimentos, levam-nos a percorrer diferentes níveis até chegar à dita resolução. Perante um acontecimento funesto há o período de aturdimento… a incredibilidade de que tal possa ter acontecido… Segue-se o período de aceitação da realidade… e logo depois, a tomada de consciência de que tal facto aconteceu, é real e imutável o que gera dor, tristeza, nostalgia (ou seja lá o que for). Forma-se então um nó na garganta, as lágrimas acodem aos olhos e rolam em torrente alcançando a liberdade há muito desejada…
Há dias assim…

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