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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

DEU-LHE O AMOK

É por demais conhecida a minha mania ou faceta de devorador de livros, por isso, de vez em quando, lembro-me de revisitar um daqueles “amigos” que descansam nas prateleiras da biblioteca. Desta vez, o livro escolhido, foi o “Amok” do autor Stefan Zweig. Não foi de todo inocente a minha escolha. Baseou-se seguramente na palavra que lhe serve de título. Imediatamente me reportou a cenas da minha adolescência em que, uma familiar se referia ao marido dizendo – hoje está com o amok. Para mim isso era o mesmo que dizer, hoje está com o tau. Confesso a ignorância que me fez confundir dois estados de espírito totalmente diferentes. Na gíria popular, estar com o tau significa estar de mau humor o que pode acontecer a qualquer um. Estar com o amok é muito mais do que isso, como magistralmente descreve Stefan Zweig: O amok… eis o que é: um malaio, seja embora o melhor homem, mais cheio de doçura, absorve a sua bebida… está para ali praticamente sentado, indiferente e sem energia… De súbito, levanta-se, pega num punhal e sai para a rua… corre sempre em frente, sem saber para onde… e quem passa no seu caminho, ele abate-o, e o cheiro do sangue torna-o ainda mais violento… Enquanto corre, urra como um possesso… mas corre… corre sempre… sem ver nada do que lhe fica à direita ou à esquerda… As pessoas da aldeia sabem que nenhum poder no mundo poderá fazer parar esse homem assaltado por uma crise de loucura sanguinária… e quando o veem gritam o mais longe que podem: “Amok! Amok!”. Mas ele, sem nada ouvir, prossegue na sua correria, sem ver ninguém e continuando a matar quem encontra… até que o abatem também,…
De súbito, lembrei-me que esta poderia ser uma explicação para o comportamento desses elementos do autoproclamado estado islâmico. Como eu supunha, tal comportamento sanguinário nada tem a ver com religião ou outra ideologia, é afinal o efeito de uma qualquer droga, um amok… Trata-se apenas de um bando de indivíduos que actua sob o efeito de alguma droga previamente sujeitos a uma lavagem ao cérebro. Só pode.

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