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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

EM FRENTE AO MAR

Há dias em que me apetece partir sem destino tal qual quem o não tem… Conduzir sem rumo certo nem hora de chegada, deixar-me embalar pelo rolar dos pneus na estrada ao sabor dos pensamentos… Noutros dias, dias de sol de outono, apetece-me ficar ali sentado, frente ao mar, quieto, calado, simplesmente a olhar, olhar o horizonte sem “ver” nem ouvir nada nem ninguém… Gritar com os olhos o que a boca não consente… Ouvir no silêncio palavras não pronunciadas… Sentir o corre-corre da gente ao meu redor e saborear o privilégio de não ter pressa nem hora de partida ou de chegada… O privilégio de deixar o tempo correr e ficar parado, apenas por instantes, os necessários para os olhos navegarem por esse mar imenso que se enrola e desenrola perante mim… deixar que os pensamentos se diluam nesse “mar chão” em dias de calmaria… Há dias em que apetece ficar ali sentado… sem pressa… sem hora marcada… sem destino…
Há dias assim…

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