Todos os dias me
cruzo com gente assim, de rostos cinzentos, tristes, abatidos… e quase que
adivinho nessa gente a falta de objectivos… a falta de um sonho… Já nem o
desespero do sonho nunca alcançado existe nesses rostos… É que para essa gente,
já nada interessa, nem mesmo sobreviver. Aliás a existência que levam já não é
viver… é vegetar!
São vidas sem cor, vidas
tristes, vidas… sem vida! Gente que, como autómatos, todos os dias fazem o
mesmo percurso, os mesmos gestos, pronunciam as mesmas palavras apenas por
hábito sem consciencializar os seus actos.
Faz-me pena esta gente! Faz-me pena não ter um sonho para lhes dar… Faz-me pena!
E fico a pensar: será
que nos cabe, dar vida à nossa vida…? Garantidamente que temos essa capacidade
mas isso exige força uma força que vem de dentro e que por vezes não é
suficiente para dar vida à vida que vivemos…
Há dias em que me
cruzo com gente assim e no meu desassossego, por momentos, vejo o meu rosto no
rosto de cada um deles…
Há dias assim…
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