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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AS LÁGRIMAS QUE OUVIMOS

Ontem fomos, mais uma vez, a caminho do aeroporto Sá Carneiro. A autoestrada, percorrida em silêncio de palavras foi apenas acompanhada do ruido do rolar dos pneus no asfalto. Mais uma vez nos despedimos do meu filho que partiu para Paris, seguindo a sugestão do nosso PM, em busca de trabalho. Arquiteto de profissão, formado pela FAUP, reconhecida internacionalmente como uma das melhores faculdades de arquitetura, poderá ter alguma hipótese de emprego em Paris onde já esteve a trabalhar.
A hora de embarque foi-se aproximando e com ela aquele nó que aperta a garganta e nos faz parcos de palavras. Apenas as recomendações da mãe infinitamente repetidas quebravam o silêncio à nossa volta. Sim, porque nestas alturas nada existe em redor e não se escutam outras palavras senão as nossas e essas ficam, muitas vezes, presas na garganta…
Há dias em que são mais as lágrimas que ouvimos do que aquelas que vemos.

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