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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EU SOU

Eu sou aquele triste que não chora,
aquele triste que sorri à vida.
Sou árida paisagem ressequida
onde cresce a ilusão e a paz não mora.

Eu sou aquele que já foi outrora
o infinito e a crença hoje perdida.
Sou ave mergulhando na descida
cansada de voar o mundo fora.

Eu sou aquele rio lamacento
que corre ansiosamente para o mar
em busca do descanso de um momento.

Eu sou aquele monge a meditar
em clausura na cela do convento.
Sou o que sofre sem poder chorar.
                                                   Jorge Leal

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