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terça-feira, 5 de setembro de 2017

COMÉDIA E AUTARQUIA

Há dias em que se tenciona escrever sobre um tema e acaba-se noutro. Foi o que aconteceu. Por incrível que pareça, comecei por escrever sobre a comédia e acabei nas próximas eleições. Afinal, os temas confundem-se! Os noticiários bem como os jornais e revistas não deixam esquecer que elas estão à porta.
Pois bem, sem que seja um político, pelo menos assim o creio, falemos em autarquias e, inevitavelmente em autárquicas. Nos dias que correm, verifico uma certa confusão entre os termos, o que não é bem a mesma coisa.
Por definição, autarquia é afinal o poder absoluto exercido por um grupo de pessoas que exercem o poder local. Por experiência própria, sabemos que não é isso que se passa. Basta observar certas ruas da cidade para chegar a essa conclusão.
Autarquia é simplesmente o “local” onde se senta o chamado autarca. O termo, de origem grega (autárkeia), encontra-se hoje bastante divulgado sobretudo nesta altura do ano.
Pessoalmente, confesso-me farto de ouvir falar em autárquicas e respectivas autarquias. E não é só nos noticiários que o termo se desgasta, é nos cartazes afixados por todo lado. Vejamos quem os vai retirar depois…
Não ignoro que compete ao Estado disponibilizar as verbas destinadas ás próximas eleições autárquicas. É, na minha opinião, o tipo de autonomia financeira que se destina à total independência dos partidos candidatos.
Muito boa gente ficou indignada ao ouvir falar nos cerca de 4,8 milhões de euros destinados a brindes distribuídos pelos vários partidos candidatos às eleições. Podem argumentar que já “lá” estiveram vários governos o que é verdade. É também verdade que até hoje nada foi feito para que se mudem as leis que regem este ato.
Estou em crer que passado o mês de Outubro tudo voltará a ser o mesmo, isto é, tudo ficará (mais ou menos) como dantes. Exceptuando-se algumas obras (de pouca monta) que, entretanto, foram realizadas no intuito de “comprar” mais alguns votos.
O mesmo se passa em relação à comédia que, actualmente, se confunde muito com tragédia. A principal característica que as distingue é que, na comédia, o engano com que se ilude o espectador mais atento está em si próprio. À medida que a peça se desenrola, o riso vai aumentado até atingir um certo limite. Creio ter atingido o tal limite.
As autárquicas servem como distractivo dos reais problemas do país já nem me dão vontade de rir. Como diria Beethoven, aplaudam, meus amigos, a comédia acabou.
Há dias assim.

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