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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

AGORA JÁ NÃO ME IMPORTO...

Nas minhas deambulações pelo supermercado com a finalidade de encontrar todos os produtos previamente registados no rol, sou confrontado com pessoas, pessoas que por vezes encontram outras pessoas que conhecem e com elas entabulam conversas que geralmente dão lugar a breves pausas na azáfama das compras. Nada tenho contra estes breves convívios que até considero extremamente agradáveis pela troca de impressões e confidências que daí resultam. Só é de lamentar que essas pausas se efectivem no meio dos corredores impedindo a livre circulação dos outros clientes… Mas isso depende em muito do grau de civismo de cada um. Parece que também neste aspecto estamos em plena crise…
Estava eu no corredor dos detergentes, (sim porque agora também me encarrego de fazer algumas compras de artigos para a casa) quando duas clientes se encontram mesmo atrás de mim. Depois dos beijinhos e cumprimentos do costume, uma delas dispara a pergunta: “Então como vai isso com o Manel?”. Parece que algures, em algum dia, já haviam trocado confidências acerca do tal “Manel”… Resposta da outra: “Olha, cansei de ter ciúmes. Eu sei que ele continua a ver a gaja mas agora já não me importo”. Apressei-me a sair daquele corredor não fossem elas pensar que estava ali só com o intuito de ouvir a conversa.
O que me pareceu à primeira vista (melhor, à primeira audição…) uma atitude racional e inteligente, à medida me ia afastando ao longo dos corredores, assaltou-me a desagradável sensação algo semelhante à tristeza… Aquele “agora já não me importo” na minha boca, teria o significado de um fim anunciado e não de uma continuidade seja de que tipo de relação se tratasse. Mau sinal quando já não me importo. Significa, no mínimo, que algo ou alguém deixou de ter qualquer importância, que passou a não ter significado na minha vida… deixou de existir…
Sempre me entristece quando alguém se acomoda numa relação que já deu provas de se ter esgotado no tempo e nas emoções… Não faço ideia que tipo de traição terá cometido o “Manel”. Para algumas pessoas, o facto do outro manter um relacionamento de pura amizade com um(a) ex-namorado(a) pode fazer com que se sinta traído…
Podem dizer-me que não é bom ter ciúmes, que isso revela falta de confiança na pessoa amada, insegurança da parte de quem os sente… Posso até concordar com todos esses argumentos mas, na minha opinião, se não se sentir nem que seja uma pontinha de ciúmes, é porque o ser amado não é assim tão amado como se pensa… 

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