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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

SEMPRE À ESPERA


Não será um exagero dizer que passámos a vida à espera o que torna incompreensível a revolta que se apodera de quem espera… Afinal espera-se durante nove meses para nascer, espera-se  (in)pacientemente por aquele brinquedo tão desejado, espera-se crescer rapidamente para frequentar os locais até então proibidos, espera-se que acabe depressa o bendito curso para ir trabalhar e ser independente, mais tarde, espera-se o final do dia de trabalho e finalmente que cheguem as férias,…
O tempo passa e a espera continua, seja  daquele amor especial, da primeira casa, do primeiro filho, do carro que há muito se deseja, … e, ao mesmo tempo, espera-se que faça bom tempo!
Enfim, não é exagero afirmar que a vida se resume a uma longa espera, isto é, passámos a vida à espera de Godot como tão bem escreveu Beckett, mesmo desconhecendo a identidade desse misterioso personagem. Desconfio que o autor desconhecia de todo a identidade desse personagem embora actualmente muitos teimem em identifica-lo com Deus… Para quem não sabe, nessa peça dois personagens aguardam alguém que nunca chega, levando-nos a concluir que não interessa o tempo que se espera mas o que acontece enquanto se espera…
Talvez seja essa a lição a tirar. Não ficar angustiado por estar à espera seja do que for e “viver” aproveitar o que a vida nos dá até que chegue o dia em que não é mais preciso esperar…

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